Emmilyvaladarescabral 31/12/2022
Genial. Divertido. Melancólico. Sátira. Realismo mágico.
Cem anos de solidão de Gabriel García Márquez, é um dos maiores clássicos da literatura latino-americana. É um romance lindo que versa sobre a incrível e triste história da família Buendía, os quais fundaram o vilarejo de Macondo e por lá vivem.
O livro é perfeito. Sério. Amei o enredo; os personagens, embora os nomes sejam repetidos ? há vários José Arcádios, Aurelianos, Amarantas e Úrsulas, mas isso em nada prejudicou a leitura; os saltos temporais; a história da família Buendía; o cotidiano de cada um com suas idiossincrasias... Ou seja, amei tudo!! Fascinante o quanto Gabo é genial.
Ao longo do livro nos é apresentado as sete gerações da família, de como fundaram o vilarejo e viveram tempos de bonança e de como decaíram até não terem mais nenhum descendente vivo, eis que tratam-se de uma ?estirpe de solitários para a qual não será dada uma segunda oportunidade sobre a terra? ? graças a maldição de Melquíades.
Um dos personagens que mais gostei foi da matriarca, Úrsula, uma mulher forte que viveu entre 115 e 122 anos de idade e batalhou até a morte pela sua família, sendo ela a ?voz da razão de uma família de loucos?. A história de vida dela é maravilhosa e chorei quando ela partiu.
Todavia, confesso: não é um livro fácil de ler, eu mesma tentei ler a obra no ano de 2021 e interrompi a leitura por achar tudo "muito complexo", denso e difícil. Mas nesse ano de 2022 retomei a leitura e achei o livro magnífico, sensacional, uma obra prima muito bem construída, tudo estava tão conectado e fluiu tão bem que o conclui em cinco dias.
Enfim, em que pese tenha sido publicado em 1967, a escrita não é complicada, mas muito simples, além de ser atemporal, pois aborda temas como a estupidez humana, solidão, guerras e política... Se tornou um dos meus livros preferidos da vida e pretendo ler muito mais obras de Gabo.
? Citações:
?O mundo era tão recente que muitas coisas não tinham nomes, e para mencioná-los era preciso apontar o dedo para eles.?
?Você não morre quando deveria, mas quando pode.?
?A solidão havia selecionado suas memórias e incinerado os amontoados entorpecentes de lixo nostálgico que a vida havia acumulado em seu coração e purificado, ampliado e eternizado os outros, os mais amargos.?
?Uma vez mais estremeceu com a comprovação de que o tempo não passava, como ela acabava de admitir, e sim dava voltas redondas.?
?O segredo de uma boa velhice nada mais é do que um pacto honesto com a solidão.?
?Na verdade, ele não se importava com a morte, mas com a vida, por isso a sensação que experimentou ao pronunciar a sentença não foi de medo, mas de nostalgia.?
?Só ele sabia então que seu coração atordoado estava para sempre condenado à incerteza.?
?Ele teve que promover trinta e duas guerras e violar todos os seus pactos com a morte e chafurdar como um porco no monturo da glória, para descobrir quase quarenta anos depois os privilégios da simplicidade.?
?O mundo terá acabado de se foder no dia em que os homens viajarem de primeira classe e a literatura no vagão de carga.?