Perto do coração selvagem

Perto do coração selvagem Clarice Lispector




Resenhas - Perto Do Coração Selvagem


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Gab 10/01/2024

Me sinto a cada dia mais perto do coração selvagem.
Clarice Lispector foi a única pessoa que eu vi pôr meus sentimentos em palavras. Enxergo essa mulher, me vejo nela e vejo ela - eternamente viva - em mim. Tudo, absurdamente tudo que eu leio de Clarice me toca e me enche, novamente, de convicção de que ninguém jamais compreenderá tanto o meu eu, a minha essência, o meu ser, como ela, mesmo com o fato de nós nunca termos vivido na mesma linha temporal. Todos os dias, tardes, noites e madrugadas sinto o desejo pulsante de algo, mas? ?liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome?. Vivo com esse vai e vem, no fluxo do rio, na volatilidade; vivo comigo, com as memórias, com a imortalidade de tudo e de mim, será? Não sei, talvez existam coisas das quais eu nunca saiba.

?eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer. que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia [?] eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro, o que eu disser soará fatal e inteiro!?
Matheus 10/01/2024minha estante
Que bonito




Beatriz3345 09/01/2024

O MELHOR LIVRO DA CLARICE
Não tem hora da estrela ou livros dos prazeres que conquiste o que o capitulo "o banho" conquistou no meu coração em perto do coração selvagem. Não foi o meu primeiro Clarice, mas foi o primeiro que entendi porque Clarice é magnifica.
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ckerolf 09/01/2024

Primeira vez lendo Clarisse e me surpreendi como por muitas vezes encontrei incômodos tão íntimos meus transcritos no livro.

Tudo é tão intenso, profundo e complexo que muitas vezes me perguntava se estava entendo algo, quando na verdade não importava se eu estava entendo ou não, porque eu estava sentindo. O fim do livro é absolutamente lindo, forte e emocionante:

"e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo."
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Luisa.Farias 09/01/2024

Para quem está disposto a aceitar não entender
Ler Clarice, para mim, é sempre uma autodescoberta. Encontrar incômodos transcritos em trechos das inquietações das personagens e, ao mesmo tempo, em uma linha entender exatamente o que ela fala e na seguinte sequer ter ideia. É isso, a autoconsciência de que não preciso entender tudo para, de fato, entender tudo. Vale a pena a leitura, mas é incômoda, muitas vezes triste e, também, esclarecedora. Conseguiu colocar em palavras sentimentos muito profundos que eu sequer tinha noção que tinha.
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Isa Rossi 09/01/2024

Como descrever o indescritivel?
Indo contra minha própria questão. Tentarei descrever o que sinto sobre esse livro: tocante, sensível, surpreendente, excêntrico. Clarice tocou em mim como nenhum outro autor fez antes. Foi em lugares que eu não sabia que a literatura podia ir. Foi surpreendente nesse sentido. Me identifiquei com a narrativa da história de uma mulher que em nada tem a ver comigo, mas que em sua totalidade sou eu. "Víbora". Cada reflexão sobre a existência da vida, sobre a felicidade, sobre o que é viver, sobre o mar... era tudo tão profundo, intenso, complexo. Me peguei chorando em tantos momentos sem nem saber o porquê. Me questionava a todo tempo se eu estava entendendo algo, quando percebia que não importava se eu estava entendendo ou não, porque eu estava sentindo.
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Dressa gratiluz 07/01/2024

Perto dos corações selvagens existia um selvagem coração! ??
O título dessa obra, por si só, já é maravilhoso: "Perto do Coração Selvagem" - isso porque, ele consegue dar uma prévia do que se pode esperar na escrita de uma das melhores escritoras não só do Brasil, mas do mundo!

?Ele estava só. Estava abandonado, feliz, perto do selvagem coração da vida.? James Joyce

E a própria epígrafe já anuncia que essa narrativa é estupenda!


Sério! Simplesmente uma narrativa maravilhosa, enigmática, profunda, cheia de sentimentos, questionamentos, percepções que me encantou!!

Super recomendo!!
?????
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Gui 07/01/2024

Simplesmente perfeito. A protagonista é intensa, mais em pensamentos do que em palavras, e como outra personagem a descreve: sublime. Uma narrativa totalmente poética, que subverte a forma e a gramática para pintar uma imagem, seguindo uma estrutura totalmente onírica e subjetiva, repetindo palavras, exagerando no discurso indireto livre, misturando tempos verbais. Afinal, quem se preocupa com gramática nos próprios pensamentos? Encontrei aqui tudo que procurava quando li Mrs Dalloway e sai ainda sedento. Finalmente fui saciado.
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Jão 07/01/2024

Uau...
Clarice tem uma escrita impecável. No romance conseguimos perceber o mundo através da protagonista. Sentimos suas dores, seus anseios e percebemos como ela leva a vida de maneira autêntica. Sem dúvidas é uma obra que deixa o leitor completamente de fora, mas ao mesmo tempo bem perto desse coração selvagem que Joana possui.
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GleLê 06/01/2024

Sobre trilhos invisíveis perto do coração selvagem

A história de Joana é contada a partir da sua introspecção, indo desde debates internos sobre coisas banais até grandes diálogos com o mundo.
A consciência de um narrador se perdia por entre as páginas e me deixava, por hora, sentindo-me cada vez mais íntima da personagem.

Assim como Joana, que quis conhecer por outras fontes, seguir por outros caminhos; Clarice inaugurou uma nova perspectiva de romances singulares em seu processo criador.
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verô 06/01/2024

Perto do coração selvagem
Esse livro com certeza me invadiu intensamente, Clarice sempre surpreende com sua capacidade de nos colocar perfeitamente na mente de um personagem
diferentemente de outros livros formados de relatos , histórias e diálogos, neste predomina uma tempestuosa descrição orgânica e surreal das emoções e pensamentos de joana , descritos das formas mais autênticas possíveis
já li 4 livros da autora mas nunca tive tamanha dificuldade de compreender como este
não pude ler continuamente pois cada capitulo é arrebatador e ocupa uma parte dentro de nós que se demora a digerir
uma personagem única, com suas falhas , sua verdade e seu turbilhão de sentimentos assim como qualquer ser humano porém descrito da forma mais poética e menos profana
um livro difícil de se ler pois tudo é extremamente intenso como o título sugere
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clara 05/01/2024

Era coisa de deixar essa história de lado e passar tempos e tempos pensando na Joana, em mim, na frieza e nas galinhas. E outros outros e mais outros. Clarice sabe exatamente em que pontos tocar e é mesmo a mulher que diz o indizível, seja desconfortável ou um despertar súbito. Gosto mais dela a cada livro que leio
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Kathleen 05/01/2024

Joana era inquieta. Essa inquietação abre um oco nela e expande a percepção da vida. Joana é uma personagem que não abre mão de si, que não liga para a sociedade porque ela é superior ao externo. Ela está se descobrindo e descobrindo o mundo em cada frase. A solidão a faz se redescobrir e se reencontrar, enquanto estar com alguém abala e faz ela pensar em se anular. Joana se vê como uma força selvagem e livre. Não se define, não gosta de se definir porque a palavra não define.
Ela quer muito viver e tem muito medo de ser o contrário, não morrer, não viver é o contrário. Joana é água. Fluída, multiforme, flexível, renovável.
O livro acaba com uma prece: Joana implora pela vida. Para ser mais forte, mais fluída e renascer.
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Nubia.Daumas 05/01/2024

Feliz por não ter abandonado
Depois de algumas tentativas frustradde ler este livro, finalmente consegui superar a estranheza dos primeiros capítulos. Depois q vc entra no ritmo do pensamento da personagem tudo flui de forma incrível.
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Nicolas388 05/01/2024

"O que vai ser de Joana?"
"Perto do coração selvagem" é uma espécie de romance de formação, onde acompanhamos a trajetória de uma personagem (Joana) em seu processo de maturação até a "morte-sem-medo", à sua libertação. O livro em questão conta com 19 capítulos divididos em duas partes: a primeira dá conta da infância e juventude de Joana; a segunda, sua vida adulta, casada. Mas não pense que se trate de uma narrativa linear. É cheia de idas e voltas no tempo; porém, tudo se entende e se completa com a escrita de Clarice.

Ela brinca com as expectativas que fazemos em torno da palavra, das frases, como se fossem pequenas reviravoltas a cutucar as convenções estilísticas, como em "uma alegria quase de chorar", "Sobretudo, pensou ainda, compreende a vida porque não é suficientemente inteligente para não compreendê-la" e "afastar-se daquele mundo horrível, repugnantemente íntimo e humano". Trechos como estes, cheios de ambiguidade, desafiam nosso entendimento das palavras, tema muito presente nas reflexões da própria protagonista.

"? Sim, eu sei ? continuava Joana. ? A distância que separa os sentimentos das palavras. Já pensei nisso. E o mais curioso é que no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."

Joana é de um espírito que não pode ser amansado ("como ligar-se a um homem senão permitindo que ele a aprisione?"), característica sua capaz de fascinar e/ou desmontar as pessoas a sua volta.

O fim é absolutamente lindo, sempre sinto-o forte em mim toda vez que releio:

"e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo."
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Ultwaviolenc 04/01/2024

Arquitetado em 1944, o livro de estreia de Clarice Lispector, acompanha a trajetória de joana, a mãe da protagonista morre e deixa ela com o pai, ela acaba ficando órfã de pai também e vai morar com os tios, que achavam a menina estranha e chamava de ?víbora ?, logo depois dela roubar livros na biblioteca, eles acabam mandando ela pra um internato. O desamparo de não pertencer a algum lugar específico, a solidão e essa busca pela liberdade são questões que Joana vai percorrer ao longo do livro, essa solidão humana, fruto de uma contradição do mundo externo perpassa a narrativa da personagem.
O livro, não tem uma progressão linear dos fatos(assim como todos da autora), ele é dividido em duas partes, a primeira que é antes do casamento de joana, que se inicia ela na infância, junto com os questionamentos que ela fazia com o pai, alguns flashback dela na escola, e quando o pai morre, ela começa a lidar com o desamparo e o sentimento de que ninguém vai entender e conseguir amar . Na segunda parte o foco é no seu casamento com Octávio, seus questionamentos se ama ele e quer conviver naquele casamento( não tem como desenvolver esse tópico, sem dar spoiler :) ).

Dá pra fazer uma associação da obra com as ideias freudiana, já que a personagem Joana não tem o narcisismo primário, aquilo que todo bebê precisa na infância, que é os cuidados dos pais, termo que vai ser chamado como ?vossa majestade o bebê?, onde todos os cuidados cercaram esse objeto amado, para que no futuro, ele possa amar, ?é preciso amar, para não adoecer, e quando a gente ama acaba adoecendo?.

Uma curiosidade é que a personagem Joana tem muitos fragmentos que a própria escritora tem,no seu divórcio com seu primeiro marido, ele escreve uma carta chamando a Clarice de ?Joana ?, e fala sobre o casamento( algo parecido com o da própria protagonista com Octávio).

Sem dúvidas é um dos melhores livros que já li, e é fantástico pensar que a Clarice tinha só 23 aninhos quando publicou :).
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