Maisa @porqueleio 10/10/2023Resenha / Matadouro Cinco /@porqueleioEntre os dias 13 e 15 de fevereiro de 1945, as forças aliadas realizaram um ataque surpresa em Dresden, então chamada de capital barroca da Alemanha. Foram 1.300 bombardeiros que despejaram 3.900 toneladas de dispositivos incendiários, criando uma tempestade de fogo que matou quase 25 mil pessoas – entretanto, algumas estimativas chegam a 130 mil pessoas entre mortos e desaparecidos.
Kurt Vonnegut Jr. Estava entre os sobreviventes de Dresden. Era um prisioneiro de guerra dos nazistas, e se refugiou no frigorífico de um matadouro para escapar ao bombardeiro. Foi assim que nasceu um dos grandes clássicos da ficção científica, um livro que vai abordar de uma forma meio disruptiva a guerra, entremeados de sátira e muita crítica.
Billy Pilgrim é o protagonista de Matadouro Cinco, um optometrista de sucesso que esteve na Segunda Guerra Mundial, e é um sobrevivente do bombardeiro de Dresden. A história é contada de uma forma não linear, e as memórias de Billy saltam entre esses momentos porque ele acredita ter adquirido a habilidade de viajar no tempo desde que foi abduzido por alienígenas de Tralfamadore.
Ele vai nos contar, entre idas e vindas, como foi o casamento, a ampliação da empresa do sogro, filhos, guerra, a exposição em um zoológico tralfamadoriano. A guerra, todos os desdobramentos do horror de conflitos tão extremos, acima de tudo porque quem mais perde muitas vezes nem sabe direito porque estão lutando. Billy narra tudo de uma forma psicolélica, cheio de lacunas, de uma forma distante. Claro que foi afetado terrivelmente pelo tempo que ficou prisioneiro, apontando como muitos soldados eram quase crianças.
O livro foi originalmente publicado em 1969, em meio à Guerra do Vietnã, e um livro que gritava o quanto a guerra é inútil e sangrenta fortaleceu o sentimento antiguerra. E em 1972 o livro foi adaptado para um filme dirigido por George Roy Hill, com roteiro de Stephen Geller.
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