* 06/05/2012Palavras Envenenadas - Maite Carranza [ Editora Novo Conceito]" Não tem sido facíl assimilar a ideia de que fora deste esconderijo o mundo girou durante quatro anos sem mim. No início, gritava até ficar afônica e, quando doía minha garganta, dava murros nas paredes, um murro e outro. Eu me machucava ate sangrarem as articulações dos dedos, e minhãs mãos ficavam inchadas, escuras, cobertas de pústulas. A dor era insuportável e chorava ate não aguentar mais. Mesmo assim ninguém me tirava deste buraco, e os dias iam passando, um depois do outro, como uma guilhotina que ia decapitando minha esperança "
Barbára Molina [pág 30/31]
Palavras envenenadas é narrado em primeira pessoa por quatro personagens, que vão se alternando no decorrer do livro, o que facilita o entendimento da história, já que você a conhece por quatro angulos diferentes, podendo analisar bem cada fato, ação ou segredos escondidos.
Os personagens que narram o livro são: A própria Barbára, hora adolescente, hora mulher endurecida pela vida e pela dor. Em algumas situações guerreira e forte, em outras frágil e sem esperança mas com coragem para enfrentar seu destino, seja ele qual for. Sua mãe Nuria Solís, totalmente deprimida, opaca, sem vida e submissa ao pai de Barbára, Pepe Molina. Para ela sua vida teve um fim no dia em que Barbára sumiu, ela se fechou, parou de se cuidar, de fazer comida, de dar atenção aos gêmeos, irmaõs de Barbára, ela apenas respira, mas não vive. Já o Pepe não tem um cápitulo só para si, mas aparece em várias lembranças dos narradores, embora tenha ficado devastado com o desaparecimento da filha, diferente da esposa ele seguiu em frente. Levou a vida e a familía nas costas.
Eva era a melhor amiga de Barbára, ou talvez inimiga?! Muito se passou nesta amizade, e a maior parte é formada por lembranças ruíns, de traições e inveja. Que segredos Eva esconde?
Por fim o ultimo narrador, Salvador Lozano, o detetive de policia que cuida do caso desde seu primeiro dia.
A história tem inicio no ultimo dia de trabalho do subinspetor Lozano, ele está para se aposentar, mas nada feliz com isso, o caso Barbára Molina ainda o intriga, ele gostaria que ele tivesse um final, nem que fosse um corpo para encerrar o caso antes de se ausentar do trabalho para sempre.
A história se desenrrola a partir de um telefonema (de quem!??), que faria uma mudança drástica no caso, a partir daí começam a surgir novas pistas, teorias que na época ninguém pensou e segredos, muitos segredos.
No começo do livro me decepcionei em saber que Barbára também contaria sua história, pois eu ainda tinha a incerteza se ela estava ou não viva, achei que tiraria a graça no livro, mas não tirou, ela conta com frieza tudo que passou no cativeiro e não deixa escapar nenhuma dica. È emocionante viver com ela cenas de dor e sofrimento, no meio do livro você se pega cheia de esperança de que no final tudo dê certo e ela podera ver o sol novamente em outras cenas você se vê tão desesperada quanto ela, torcendo para que ela não desista de lutar.
Eu particularmente amei o livro, é um suspense muito bem desenvolvido pela Maite, e posso dizer que ate as ultímas páginas ela me enganou, eu pensei em todos os tipos de suspeitos possivéis e me surpeendi muito no final, é totalmente improvável acertar! O que me fez gostar do livro ainda mais. Afinal não tem nada melhor do que uma obra surpeendente sem um final óbvil.