O Vermelho e o Negro

O Vermelho e o Negro Stendhal




Resenhas - O Vermelho e o Negro


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Tarcísio 10/07/2012

Mais de seiscentas páginas de uma literatura clássica, vocabulário rico e, de brinde, um realista e detalhado retrato da Europa do século XIX. Se isso não bastasse, um conteúdo recheado de palavras, frases e trechos filosóficos, disponibilizado ao leitor através da autoanálise dos personagens.

Ótimo, então "O Vermelho e o Negro" merece todos os elogios e indicações. Infelizmente, na minha opinião, não é bem isso. Apesar das qualidades citadas anteriormente, a obra não serve muito como um exemplo de leitura prazerosa. Apesar de trechos interessantes e com um bom ritmo, em vários momentos a leitura torna-se cansativa e sem empolgação. O autor exagera vez por outra nas discussões filosóficas e em estórias que não agregam em nada.

Aos personagens principais, falta-lhes carisma. Como, por exemplo, comparar as inconstantes e orgulhosas Srta. La Mole ou mesmo Sra. de Rênal com a encantadora e arrebatadora Elisabeth Bennet, de "Orgulho e Preconceito"? Sem comparação. Julien Sorel parece-me mais com um rebelde sem causa do que propriamente como um herói romanesco.

Minha indicação do livro seria somente aos amantes da literatura clássica, que sentem prazer não somente com um enredo empolgante mas também com um texto bem escrito, de qualidade cultural indiscutível.
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JJ 24/11/2017

O Vermelho e o Negro é uma das maiores obras para materializar o conceito de "livro clássico". Dividido em duas partes, é marcado pela densidade da história, com foco quase exclusivo nos fatos que compõem a vida de Julien, protagonista da trama. A trama se passa no período pós-Napoleônico, em que os resquícios da luta entre nobres e burgueses são de fácil identificação. No limbo da falta de oportunidades, Julien se mostra desde cedo um autodidata dividindo o amor ideológico entre o militarismo e o cristianismo. Conhecimento prévio em História pode tornar a leitura de O Vermelho e o Negro mais prazerosa, mas não é uma condição sine qua non, uma vez que a pungância das aventuras narradas pelo autor francês é o suficiente para que o clássico seja apreciado.

Por óbvio, não explora a psique dos personagens mais constantes e até mesmo alguns temas que poderiam ser mais desenvolvidos são apresentadas com pouca profundidade - para não dizer com superficialidade. Alguns exemplos na primeira metade podem ser creditados aos déspostas esclarecidos que ganhavam força no interior da França e no coadjuvantismo e vulnerabilidade das mulheres, que precisavam conviver com leis protecionistas às vinganças de seus maridos (ou seriam donos?) em casos como os de adultério. É uma obra bem linear, com foco na aventura romântica. A ambientação do leitor em questões políticas e sociais está ali, mas com a impressão de que Stendhal talvez não tivesse a mínima noção do potencial e natureza documental de seu escrito. As boas intervenções do autor são reduzidas e os monólogos internos dos personagens, mesmo que propositalmente assim, não precisavam ser tão confusos em alguns momentos.

O início do livro 2 acrescenta um tempero político, mas por pouco tempo, apenas para demonstrar que o conflito na França atingiu o interior quase que no mesmo momento em que Julien parte para Paris. Uma camada interessante de O Vermelho e o Negro é tratar dos tentáculos do clero, sempre à procura de poder e dinheiro, se permitindo desenvolver argumentos e ideologias extremamente convenientes. O autor usa o tédio da própria história (cada metade possui um capítulo com este título) para desenvolver o amor de Mathilde de La Mole por Julien. A insistência em abordar desencontros amorosos compromete um pouco o ritmo da trama, mas quando o capitulo XXIII do Livro II retrata a ascensão do ideal republicano, a obra ganha força. O autor encontra o tom na aventura romântica quando passa a tratar o amor como uma guerra, onde por vezes o outro é o inimigo e é preciso muita estratégia para sair vitorioso. As primeiras consequências que o poder estar atrelado ao dinheiro causa também é uma ótica interessante, que transforma a conclusão dramática da obra bastante coerente.

Na página 604 da edição lida um parágrafo genial sobre questões sociais diz: "Não existe um direito natural: essa expressão não passa de uma tolice antiga bem digna do promotor que me acusou naquele dia, e cujo antepassado foi enriquecido por um confisco de Luís XIV. Só há um direito quando há uma lei que proíba de fazer alguma coisa, sob pena de punição. Antes da lei, só eram naturais a força do leão ou a necessidade da criatura que tem fome, que tem frio, numa palavra, a necessidade... Não, as pessoas honradas não passam de velhacos que tiveram a sorte de não serem apanhados em flagrante delito". Um raro momento em que se vê claramente o potencial de Stendhal para delinear grandes discursos e que - talvez - o aprofundamento em sua obra revela material tão precioso quanto este.
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Pequod.3 21/03/2024

Simplesmente uma obra-prima da literatura francesa escrita por Stendhal (pseudônimo de Marie-Henri Beyle) e publicada em 1830. Ambientado na França pós-napoleônica, o livro oferece uma análise bastante perspicaz da sociedade, política e psicologia humana.

A trama gira em torno de Julien Sorel, um jovem inteligente e ambicioso de origem humilde que está determinado a ascender na hierarquia social. Utilizando sua inteligência afiada, charme e astúcia, Julien embarca em uma jornada de autoafirmação em um mundo onde as oportunidades são escassas para alguém de sua condição social. Achei ele um personagem fascinante e complexo, cujas aspirações colidem com as realidades cruéis da sociedade da época.

O livro é dividido em duas partes distintas, representando as duas cores do título. Na primeira parte, Julien se envolve em um romance apaixonado com a Sra. de Rênal, esposa de um prefeito provinciano. Esse relacionamento o lança em um mundo de intrigas e traições, enquanto ele navega pelas complexidades do amor e da moralidade.

Na segunda parte, Julien parte para Paris em busca de ascensão social e sucesso político. Ele se envolve em jogos de poder e manipulação, tornando-se secretário de um influente político e seduzindo a filha de um aristocrata. No entanto, sua ambição implacável eventualmente o leva à ruína, destacando os custos da busca pelo poder e reconhecimento na sociedade francesa do século XIX.

Se tem algo que eu aprendi com essa leitura é que o autor desenvolve muito bem uma série de personagens e eventos que conseguem nos revelar as mais complexidades e também contradições da natureza humana. Possuindo diálogos perspicazes e sua análise aguda da sociedade oferecem uma visão penetrante das lutas individuais e sociais da época.

Não menos importante, também encontramos aqui um reflexão sobre as tensões entre a paixão e a ambição; amor e poder; moralidade e pragmatismo. Stendhal retrata magistralmente os conflitos internos de seus personagens, destacando as tensões entre seus desejos pessoais e as expectativas da sociedade.
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Mpbeatriz 30/03/2021

Não comprem essa edição (Martin Claret)! Rs
A história é interessante, afinal, o livro é um grande clássico. Mas essa edição é horrorosa. O texto está mal organizado, falta pontuação, muito ruim. Em alguns momentos dificultou a leitura. Mas, venci. Rs.
Em relação à história, gostei muito pelos aspectos políticos que envolvem a obra. Não me simpatizei com nenhuma personagem, mas gosto da forma com que elas são descritas e como se desenvolvem.
Pavozzo 30/03/2021minha estante
Meu sonho era conseguir ter comprado a edição da Cosac&Naif. Infelizmente essa edição entrou em extinção...


Mpbeatriz 02/05/2021minha estante
Nossa. Seria um sonho mesmo. Tudo o que eles faziam era excelente. Acredito que tenham edições boas com boas traduções no mercado, é só ver a editora!


Antonio 10/07/2021minha estante
Tudo dessa Martin-Claret é muito ruim


Mpbeatriz 13/07/2021minha estante
É mesmo, Antonio. Eles estão num movimento de tentar mudar essa imagem e a qualidade dos produtos, mas eu particularmente evito rs. Tem tanta editora melhor!


Antonio 13/07/2021minha estante
Eu acho elogiável o esforço deles em oferecer obras com baixo custo, mas são muito descuidados. A LP&M, por exemplo, consegue oferecer ótimas edições/traduções com preço bem acessível




Ranya.Fernandes 30/05/2021

Uma leitura um pouco cansativa, eu fiquei me questionando se tinha deixado algo passar, tanto que algumas vezes voltei a leitura e desisti de fazer isso e seguir e entender no meio da leitura (fiz isso umas 3x). Um romance bem bom e bem escrito.
O que me faz indicar ele é o desfecho da história, as 150 páginas finais me ganharam.

RESENHA

Julien Sorel, filho de um carpinteiro e que recebeu alguma educação, acaba que enveredando no clero, que se torna sua forma de ascender socialmente. Torna-se preceptor dos filhos do prefeito, é uma das coisas que ?se gaba? é de conseguir recitar qualquer parte da Bíblia só lhe dizendo algumas palavras do início da página ou o versículo. Em todo transcorrer do livro Sorel vive em uma crítica constante com a sociedade, quem detém o poder, e sua vida pessoal (e miserável). Esse seu lado crítico se acentua quando se apaixona por uma mulher e é correspondido, ao mesmo tempo que dúvida desse amor ele também se entrega e a ama loucamente, o que se torna um problema dado que essa mulher é casada. Com isso Sorel foge, e acredita que nunca mais se apaixonará da mesma maneira, mas acaba que encontrando uma outra moça (que diríamos ?inalcançável?, já que ela é prometida). Esse novo romance passa a se desenrolar e Julien se questiona novamente sobre esse amor, mas luta por ele e diante disso diversas coisas acontecem, a maioria contra. Julien Sorel faz algumas escolhas por impulso que o deixa em uma situação ruim, onde sentimentos retornam e outros são questionados.

(Nota: acho o Sorel meio chatinho, é uma pessoa muito pessimista e que sempre vê o pior lado de tudo, maaaas né, escolhas.)
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Michele Duchamp 20/12/2023

Meu livro favorito. Levei ele quando passei 3 meses num convento e lia escondido.
Você só acha Julien Sorel detestável porque está lendo ele no contexto errado.
Julien, assim como eu autista, passa a vida exterior e social dele numa performance constante. A história , em si, seria novelesca e superficial caso uma pessoa diferente de Stendhal estivesse escrevendo: basicamente o protagonista, de origem humilde, tem Napoleão como figura paterna, busca a ascensão social, resolve cortejar a esposa do prefeito como forma de validação e está em dúvida sobre qual caminho tomar para galgar na sociedade francesa. Quando Sorel entra no seminário (o negro), pois não era mais viável e prestigioso entrar no exército (o vermelho), as críticas são realistas demais, mesmo em um país e época diferentes como os nossos (o bom e o mal de uma igreja hierárquica e pretensamente imutável).
Stendhal parece o regente de uma orquestra, de repente ele muda o tom da história e você nem percebe o começo da escuridão.
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Samira_santos 05/12/2022

FINALMENTE
Levei literalmente meses para ler esse livro. O enredo é meio devagar e do início até o meio você tem que perseverar mesmo, porque se não a leitura não flui. Depois da metade, melhora. Mas só fica bom mesmo no final, é cada reviravolta que só lendo viu. De uma maneira geral, Stendhal trata de classes sociais, conflitos relativos a isso, a história também tem romance e ação, ou seja, não é uma trama totalmente parada. Para quem curte essa pegada/temática, é uma boa.
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João Souto 22/02/2015

Paixão e ambição
Queria tentar resenhar com alguma imparcialidade, mas como fazer isso com uma obra que entrou na minha lista de favoritos em posição de destaque? O livro é poderoso, e esse é o primeiro adjetivo da minha pseudo imparcialidade. Criei vínculos com a história e, em vários momentos, admito, senti que ele contava minha história, com algumas diferenças é claro, mas essencialmente transcrita naquelas páginas.

Foi a primeira vez que me identifiquei tanto com uma obra literária e ainda questiono-me porque me senti puxado a ela desde que a vi na prateleira daquela livraria.

Um triângulo amoroso. Paixões exacerbadas. Orgulho, muito orgulho. Uma obra a frente de sua época, muito atual e, de novo, muito poderosa.
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Evelyn.Rosa 28/07/2021

Apesar dos os inúmeros detalhes que tornam a experiência cansativa, O Vermelho e o Negro apresenta todos elementos fundamentais de uma narrativa que prende o leitor. Fiquei cansada com alguns capítulos que não davam em nada mas não conseguia só deixar para lá.
Julien é um personagem que desperta raiva mas também aguça a curiosidade e até desponta certa identificação com ele. Sua jornada começa muito marcada pela sensação de não pertencimento e pela vontade de prosperar em meio a uma sociedade que ele enxergava como falsa e corrupta.
Mas conforme o livro avança e vemos a busca pelo poder e boa colocação social, fica cada vez mais difícil distância-lo da moral burguesa que Julien tanto questionava. Ele mente e faz alianças visando unicamente o prestígio.
Apesar de terminar de maneira previsível, a narrativa me surpreendeu com o toque meio sombrio do final. Se eu tivesse lido só apenas as últimas páginas do livro com certeza acharia que se trata de uma história de terror. Amei.
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prof.vinic 20/08/2021

Vermelhor (exercécito) e o Negro (batina) ...?
Basicamente não sei o que achei deste livro! Durante a leitura eu gostei muito e ao mesmo tempo não suportava mais ... alguns trechos me deixaram no limite de abandonar! O problema é que o livro é super recomendado, um clássico da literatura mundial e um dos maiores expoentes do romance histórico psicológico ... eu tinha que ler.
Explico melhor meu problema, o enredo é interessante mas não consegui me ligar verdadeiramente ao Julien Sorel, embora eu estava realmente curioso para saber como sua história se desenvolveria até o final. A maior prova disso foi o tempo além do usual que gastei para ler a obra, ficando semanas sem vontade pegar o livro.
Mas vamos à história, inicialmente o jovem Sorel (embora o livro acabe com ele aos vinte e poucos anos, jovem portanto) vive sonhando com a glória igual a de Napoleão. Mas a dura realidade é jogada em sua cara e a vida tem que ser vivida. Para mim é a melhor parte do livro, reconheci o jovem-eu em sua visão do mundo, simplista mas realista para a idade e época. Esta linha vai até o momento em que ele se torna pretor dos filhos do prefeito de sua cidade provinciana ao sul da França, sendo a primeira grande virada em sua vida.
O enredo é recheado destas viradas, deixando o futuro de Julien sempre como uma grande incógnita. Mas, ao mesmo tempo, os detalhes meticulosos do ambiente ao seu redor deixa a história um pouco lenta de mais (a parte do seminário foi sofrível para mim).
Durante todo o livro ocorre citações de acontecimentos reais que mudaram a história da França naqueles anos 30 do século XVIII, mas o autor opta por não situá-los e nem mesmo nomeá-los. Só lendo sobre o livro pela internet que descobri que uma determinada passagem durante a segunda parte do livro (um encontro secreto, você saberá do que estou falando) se tratava da organização da Revolução de Julho de 1830 (Revolução das Três Gloriosas) que viria a derrubar o rei francês no período da restauração pós Império Napoleônico ... interessante, né? Pois então, o autor não fala sobre isso!
Mas repare que ainda assim o livro não é ruim, apenas que para mim o autor se focou em temas que me interessam menos do que os que ele deixou de lado ... possivelmente eu li o livro errado!
Resumo da ópera, é um bom romance psicológico, com uma trama instigante e recheado de reviravoltas ... mas não me empolgou tanto assim.

ps.: nunca foi explicado do porquê do nome deste livro, deixei no título a melhor interpretação que achei por aí ... o dilema do Julien entre suas fantasias napoleônicas (exército) e os estudos (batina).
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marcelinho 16/12/2022

Essa foi a história que mais me cativou nesse ano. Uma narrativa bem amarradinha, o narrador desenvolvendo todo o nivelar do drama. Muito bom mesmo.

Nesse clássico, vamos acompanhar a tragédia do jovem Julien de Sorel. Um jovem que deseja a ascensão social. Não importa o meio: seja pelo claro ou por usar pessoas abastadas socialmente, principalmente as mulheres.

A vida desse ambicioso é uma desgraça se fim. O modo que ele usa as mulheres, o como ele despreza as pessoas que estão ao redor dele. Gente, Julien é um jovem desgraçado que teve um fim muito trágico.
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Saulo115 09/08/2020

Perspectiva...
"Palavras desalinhadas, encontros por mero acaso transformam-se em provas da última evidência aos olhos do homem de imaginação se ele tem algum fogo na alma."
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Ricardo.Borges 20/01/2023

Dramático demais
Um livro longo, com mais de 620 páginas, narrando a curiosa trajetória de Julien, um jovem francês que sai de casa para estudar no seminário e vê sua vida se misturar em paixões e intrigas políticas dignas de D?Artganan e os 3 mosqueteiros.
Há muitas acontecimentos diferentes ricamente narrados e descritos ao longo dos quase 50 capítulos da história, e, talvez por isso, tive a sensação de que a história acabou de repente.
Senti falta, também, de momentos maiores de protagonismo aos personagens secundários, para tirar um pouco o foco do ponto de vista de Julien.
Por ser um clássico, dou um desconto, afinal o ritmo de escrita e leitura varia exponencialmente ao longo dos anos.
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Cello 19/08/2021

É diferente de muita literatura da época. Dá pra ter uma bela idéia de como era os costumes e preconceitos da França no século XIX. Gostei!
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