O Beijo no Asfalto

O Beijo no Asfalto Nelson Rodrigues




Resenhas - O Beijo no Asfalto


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Daniel.Nery 04/06/2021

Enfim, a hipocrisia!
O pior é pensar que ainda hoje, em 2021 o beijo no asfalto seria ainda notícia: trends no Twitter, comentários idiotas no Instagram e cancelamentos! Enfim, a hipocrisia da família de bem!
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Camila0831 29/08/2021

A mola que impulsiona a situação limite
O último pedido de um moribundo termina por ser a mola que impulsiona a situação limite em que vivem várias personagens. O beijo no asfalto proporciona o extravasamento de desejos, ódios, vaidades, ressentimentos, culpas escondidos por anos e que se utilizarão de um fato controverso para dominarem as personas e os cenários em que encarnam.
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vicqs 02/02/2021

O Classico permanece atual
Que livro incrível, as problemáticas abordadas são tão necessárias, fiquei tão surpresa, porque não tinha lido nada sobre apenas decidir que iria ler um livro de Nelson e sem duvidas lerei mais!!!
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regifreitas 05/04/2020

O BEIJO NO ASFALTO (1961); VESTIDO DE NOIVA (1943), Nelson Rodrigues.

Em relação à obra de Nelson Rodrigues, vale o lugar-comum: há aqueles que a amam e aqueles que a odeiam, geralmente com poucos meios termos.

Apesar das semelhanças, principalmente ao trazer o olhar agudo do dramaturgo no desnudamento das hipocrisias da sociedade carioca e, por extensão, da própria sociedade brasileira, aqui temos duas obras que se diferenciam estruturalmente.

O BEIJO NO ASFALTO segue a estrutura mais tradicional do texto teatral. O diferencial está na forma como o autor trabalha os temas: o sensacionalismo da mídia, a violência e abuso de poder por parte da polícia, a homofobia, os desejos ocultos e recalcados. Nelson se vale de uma lente hiperbólica - ao mesmo tempo que mostra, amplia sobremaneira esses aspectos. O exagero no tragicômico é proposital, e uma das características da crítica social rodrigueana.

Já VESTIDO DE NOIVA apela principalmente para o melodrama, mas se destaca por apresentar uma construção mais elaborada do texto teatral. Por conta desse aspecto, e das inovações trazidas por ela, esta peça é considerada o marco inicial do Modernismo no teatro brasileiro. O que chama a atenção, e foram consideradas arrojadas para a época, são as soluções engendradas por Nelson na construção das cenas no palco. Este é dividido em três quadros: da realidade, da alucinação e da memória, nos quais se desenrolam as ações.

Conforme mencionado acima, o trabalho de Nelson Rodrigues pode causar reações divergentes no público/leitor. Comigo não foi diferente. Quando me pus a pensar sobre o que escrever - especificamente sobre essas peças -, algumas das minhas primeiras impressões e considerações se alteraram, o que me fez, inclusive, mudar a avaliação das obras.

Mas aí reside justamente a função principal da obra de arte: para ser relevante, ela deve provocar. Se o resultado final for apenas indiferença, é sinal que ela fracassou.
ElisaCazorla 05/04/2020minha estante
Gosto das suas resenhas, Regi!


regifreitas 05/04/2020minha estante
agradecido, Elisa! ;)




Pedro3906 26/09/2023

"Você nunca ouviu falar em gilete? Em barca da Cantareira?"
Li Vestido de Noiva coletivamente algum tempo atrás e de supetão decidi ler este, já conhecedor do título e da pequena anedota rondando uma montagem do espetáculo. É uma ogiva apelativa, cada página revelando o buraco que cada um se enfia envoltos nas trevas de si, acontecimentos íntimos escandalosos revelados pouco a pouco. Apesar do traço estilístico, me deu agonia as frases cortadas no meio. Animei-me por escrever histórias extrapoladas que tanto faltam na timidez de minha literatura.
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Thiago Ernesto 21/02/2014

O Beijo Maior da Dramaturgia Brasileira
Quando decidi ler "O Beijo no Asfalto", admito, não foi por mera curiosidade. O nome de Nelson Rodrigues sempre me rondou. Decidi, a algum tempo atrás, ler "Vestido de Noiva" e, talvez, não consegui entender muito bem o que o autor queria com a peça. Porém, com "O Beijo no Asfalto" pude então ver e compreender a verdadeira direção da obra de Nelson.
Nelson Rodrigues é brasileiro. Não no sentido usual da palavra, é brasileiro mesmo. É o perfeito esteriótipo do tupiniquim. As tragédias de Nelson não acontecem distante do espectador ou leitor, não são um fato a parte simplesmente, acontecem a nossa volta. No Brasil. Talvez nenhum escritor tenha sido tão bem sucedido neste quesito, ou seja, criar, ou reproduzir, a identidade nacional.
Mas, voltando agora para a peça, "O Beijo no Asfalto" se materializa muito a frente de seu tempo. Se em "Vestido de Noiva", Nelson explorou a prostituição, o psicológico e a traição, nesta tragédia Nelson se vira mais para a sociedade do que para a própria introspecção do ser. O dia-a-dia carioca, com seus trabalhadores, com suas ruas, suas lotações, se transfiguram também em personagens na peça. Isso resulta em um organismo vivo que respira, ladra e abocanha o espectador.
Podemos dividir a peça em duas linhas temáticas: "o beijo no asfalto", no sentido literal e "o beijo no asfalto" manchete. Sendo assim a peça de um lado retrata o escândalo do beijo homossexual e de outro a repercussão deste. Ao ler o livro me lembrei muito de "O Pagador de Promessas" de Dias Gomes, onde Gomes retrata também a especulação da imprensa. Porém Nelson vai além de Dias neste sentido. Sua imprensa além de especulativa está aliada ao órgão policial, que após sua incompetência, se une ao jornal.O tema homossexual acaba por constituir a grande interrogação da história e ficar em segundo plano. O final, fantástico da à peça uma dimensão impensável.
Ler Nelson Rodrigues não é simples. Mesmo com menos de cem páginas, merece uma leitura detalhada e cuidadosa, bem como seu autor. "O Beijo no Asfalto" deve ser uma obra obrigatória para todo bom leitor brasileiro. A obra de Nelson é atemporal. A cada dia nasce um novo Brasil, mas todos eles tem um espaço reservado a Nelson Rodrigues.
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Daniel.Malaquias 02/10/2022

O ato mais verdadeiro
Uma peça encomendada pela atriz Fernanda Montenegro, que fez o papel de Selminha na estreia. Um enredo aparentemente simples: um homem em seus últimos momentos de vida pede um beijo, ali mesmo na Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro. Quem atende ao desejo do quase morto é Arandir, que o beija ali mesmo, no asfalto. A partir daí se tece uma trama cheia de intrigas, adultério, homofobia e principalmente tragédia, tragédia bem carioca a la Nelson Rodrigues. Sem sombras de dúvidas essa é uma das melhores peças do autor e uma das mais bem escritas de nossa dramaturgia.
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Diana 31/07/2015

Curto e grosso
A primeira coisa que me chamou a atenção: as frases e palavras soltas no diálogo entre os personagens. Uma característica literária que até então não conhecia e achei sensacional! A solidão dos personagens é escancarada, seus medos e receios, suas reticencias...

A segunda coisa que me surpreendeu, foi a minha reação e falta de atenção. Nas primeiras páginas ficava me perguntando: poxa qual a ideia aqui o cara beijou outro cara, tá! Mas qual o problema? Depois me atentei a data: década de 60! Pronto! Nelson trouxe a tona o preconceito vivo da época. Assunto delicado hoje, mas tratado como crime na época do livro.

Quero ler mais e mais livros do velho Nelson, não apenas pra satisfazer o clichê de “ter que valorizar” a literatura nacional, não por isso. Mas sim por que é bom! E eu leio aquilo que é bom pra mim, o que me dá vontade.
Marcos.Azeredo 15/02/2017minha estante
É a peça que mais gostei de Nelson Rodrigues, nosso maior dramaturgo, um dos maiores personagens da cultura brasileira. Foi um excelente cronista.




Dasa 06/06/2020

O Beijo
Um clássico das obras do Anjo Pornografico. Uma peça onde mostra o que a mídia é capaz de fazer para obter matérias de capa e vender mais jornais! Hoje fazemos de tudo por umas curtidas nas redes sociais, o que traz muito a peça pra atualidade. O que você faria se presenciasse um acidente fatal? E se a vítima, como último desejo te pedisse um beijo?
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Ives 18/02/2022

Muito sensível como o Nelson Rodrigues tem o cuidado na construção da potência de um gesto, este que foi tão polêmico que foi tratado como crime, um "crime" inominável.
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Nádia C. 15/04/2020

violência contra a mulher e assédio
A peça se passa nos anos 60 e trata de um homem, Arandir, atendendo ao último pedido de um desconhecido que acabara de ser atropelado, o beija na frente de todos. O caso vira manchete de uma matéria conduzida por um jornalista corrupto e inescrupuloso, apoiado por um delegado, que usa de seu abuso de poder para convencer a todos que o homem conhecia o morto e era seu amante, isso tudo para abafar o caso de ele ter agredido uma mulher. Esse detalhe da agressão passa MUITO despercebido, em nenhuma sinopse da peça fala sobre isso, focando apenas no tabu sobre o personagem ser ou não gay e no desenrolar da história, com insinuações incestuosas. Além disso, o policial e o jornalista assediam sexualmente a esposa de Arandir, ao obrigá-la a ficar nua num "depoimento" na casa do jornalista!

Assim, é uma peça que de certo modo não cabe dizer se "gostei". Mas, esse parece ter sido mesmo o objetivo de Nelson Rodrigues, ele próprio afirmava fazer um teatro desagradável. Cheguei a pensa que o dramaturgo quisesse apenas escancarar a prodridão e hipocrisia humana, o que de certa forma consegue.

Por outro lado, acredito que a forma do drama burguês já é ultrapassada para tratar a realidade. Para denunciar a violência, na era da imagem, histórias violentas que só existem para chocar será que bastam?

Desde o surgimento do teatro épico, é sabido que a arte pode ir além disso. O drama da "vida como ela é" naturaliza a violência ao invés de criticá-la.

No anos 60, Nelson Rodrigues pode ter feito um bom trabalho ao retratar personagens corruptos, preconceituosos, hipócritas, homofóbicos e machistas - é disso que trata Beijo no Asfalto - visto que de fato, há 60 anos, a arte não se preocupava em falar desses temas. Porém, revisitando a obra para o contexto atual, não basta mais desmascarar as coisas, simples e cru.
Acredito numa arte que não só mostra, mas critica, e isso o drama tradicional na forma, mas subversivo no conteúdo, não soube fazer.

site: https://as-virgulas.blogspot.com/2020/04/o-beijo-no-asfalto-nelson-rodrigues.html
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rorolovespizza 23/05/2021

Incrível!
Nunca havia lido uma peça, achei a experiência incrível! Os temas abordados são muito pertinentes ainda hoje, o que torna a leitura extremamente motivadora. Gostaria muito de assistir essa peça em um teatro um dia.
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