spoiler visualizarNasa 05/02/2019
A Descoberta das Bruxas - Trilogia das Almas Vol.I
Demorei para fazer a resenha dos livros da Trilogia das Almas porque decidi que só as faria depois de ler os três livros.
O motivo é simples, quando terminei de ler o primeiro livro e peguei o segundo percebi que a autora deu ao segundo volume a impressão, que apenas continuava a ler o mesmo livro. Não houve um intervalo de tempo, ou de fatos, que os separasse, que me fizesse sentir essa quebra de continuidade.
Ouvi e li críticas positivas e negativas sobre o livro. Devo dizer que mudaria uma ou duas coisas na narrativa. Não me incomodou o modo que ela contou a história, ou como conduziu os eventos que uniram Diana Bishop e Matthew, do clã Clermont.
Vou falar delas, mas deixem-me falar do que se trata a história dos livros.
Diana Bishop é uma jovem e famosa historiadora, que guarda um grande segredo, ela é uma bruxa, assim como seus pais e toda sua família. No universo dos livros, bruxas, demônios e vampiros vivem entre mortais se camuflando, andando no limite dos dois mundos. Diana desde menina nunca se saiu bem nos testes que uma jovem bruxa mediana concluiria com sucesso. Ela cresceu acreditando que sua magia era um desastre. E só a usava quando era estritamente necessário. E sempre que a usava se sentia culpada, temendo que os mortais a descobrissem.
Sua vida muda completamente quando durante suas pesquisas ela se depara com um livro muito antigo e que supostamente estava desaparecido há vários séculos.
Sou muito suspeita para falar sobre essa trilogia, porque sou completamente apaixonada por história, livros, obras de arte, vampiros, castelos, antiguidades, mistérios e tesouros perdidos. E esses três livros me ofereceram tudo isso em doses maciças.
Voltando ao livro... Diana se deparou com o livro conhecido como Ashmole 782 para o mundo dos humanos, e “Livro da Vida” para as “criaturas”. O livro está enfeitiçado e somente ela tem como tocá-lo. O livro disparou uma espécie de alerta que tocou cada ser sobrenatural num raio de mil quilômetros, eu suponho.
Diana perdeu sua paz ao tocar o livro. Bruxas, demônios e vampiros passaram a cerca-la, ameaça-la em busca de respostas as quais ela não tem, ela não consegue sequer controlar sua magia, quanto mais um livro enfeitiçado. E sem que possa evitar ou perceber ela se aproxima da única criatura que se aproximou dela com um aviso sincero e verdadeiro de cautela, Matthew. Ele é um geneticista famoso e gato, olhos verdes, alto. Aliados, amigos, criaturas distintas, proibidas de se relacionarem, logo ambos estão literalmente “mal falados” pelas demais criaturas. Bruxas e vampiros não se misturam, essa é a regra.
Os eventos só conseguem uni-los, colocar Diana sob sua proteção, afinal, a aproximação das criaturas passou de curiosa a agressiva. O romance entre eles é inevitável, proibido pelas leis, mas completamente ansiado por nós leitores.
Matthew tenta manter seu autocontrole, ele tem mais de mil anos, mas diante do sangue quente de Diana ele cai de joelhos, enquanto Diana sente a relação deles crescer e sua magia se libertar.
Sobre Diana, ela é uma personagem em crescimento, tem suas fragilidades, mas sabe enfrentar Matthew quando necessário, teimosa, as vezes age sem pensar. No início achei um tanto quanto exagerados os choques que ela teve, traumas antigos, coisas assim. Isso deixava a leitura um tanto lenta. Algo que poderia ter sido mostrado de forma mais rápida. Esse é um dos pontos que achei negativo, algumas coisas poderiam ter sido explicadas, sentidas, mostradas ao leitor de modo mais enxuto. Mas não tirou meu interesse pelo livro.
Sobre Matthew é um personagem cheio de segredos, ele tem um armário cheio de esqueletos, afinal é um vampiro antigo, nas muitas vidas que viveu passou por muitas coisas. E todas elas fizeram dele quem é, apaixonante e irritante as vezes. Ele muito protetor, territorialista, como todo bom vampiro. E não suporta que Diana fique sequer com o cheiro de outras pessoas na pele.
Os demais personagens, gostei de todos, são ricos, cada qual com suas histórias e dores, segredos. Adorei o modo que eles tratam a prole, tipo, a criadora de Matthew, Ysabeau, é chamada e tratada de mãe por ele. E os vampiros que ele criou chama de filhos, e netos e por ai vai. Eles se reúnem com a nomenclatura de família, clã. A autora deixou isso muito explicito. E eles levam isso muito a sério. Os demais como Marthe, Baldwin, Marcus, são personagens ricos e que tem papel importante em todos os três livros.
As bruxas também têm seu brilho e as Bishops, descendem de uma linhagem antigas de bruxas. Fiquei fascinada pela casa delas, e achei algumas coisas muito familiares. A casa é mal-assombrada, recebe as visitas como bem deseja, batendo portas ou sendo receptiva. Os fantasmas estão lá junto com as bruxas, algumas os veem outras não. A casa cria quartos quando presente visitantes e os faz sumir quando os sabe de partida. Cospe objetos de suas paredes, toca música quando bem entende. Magia pura. São esses detalhes que fazem dos livros algo interessante para quem não tem pressa de ler um bom livro. Sarah e Em e a gata Tabitha fecham o clã das bruxas de modo amistoso e teimoso.
Reclamação, a autora de algum modo limitou Matthew e Diana, mesmo eles sendo poderosos, em algumas cenas fica claro que ela não soltou as rédeas.
O livro toma folego mesmo quando passamos a perceber que temos mais perguntas que respostas e no momento que Matthew passa a ajudar Diana a soltar seus poderes. Ela realmente precisava de um vampiro em sua vida. E eu também, juro!
A trama se desenrola com Diana e o seu vampiro, gato e protetor, indo de um canto a outro em busca de respostas para entender os poderes de Diana, e sua ligação quase física com Ashmole 782, ou porque seus poderes são tão distintos. No encalço deles vampiros perigosos, vingativos, sedentos de poder e toda a Congregação os caçando. Eles não terão piedade caso os peguem. Um fato interessante, as espécies não se misturam, teoricamente falando, mas adorei ver algumas delas se relacionando, conversando, se reunindo, quando chegar nessa parte do livro vocês me entenderam. Isso foi muito legal.
Para os afoitos, acostumados a tramas mais rápidas, vão dizer que o livro é lento. Mas isso se deve ao teor da história, afinal estamos falando de pesquisar um manuscrito perdido o qual nada sabemos. Pegar o fio da meada de algo assim só com muita pesquisa e foi o que os personagens fizeram, pesquisaram, e nisso entra a grande quantidade de referências, as quais fui atrás para me deleitar um pouco mais. Documentos, fatos históricos, amei essa parte.
O livro um é muito bom, mas confesso que o livro dois é meu preferido, porque se passa no passado. Não vou dar spoiler, mesmo com a primeira temporada rolando. O que posso dizer é que estou muito ansiosa para ver como ele será adaptado para as telas.
Acho que estamos numa “modinha” de livros com viagens no tempo. Devo citar aqui o Outlander da autora Diana Gabaldon.
Para fechar a resenha do primeiro livro deixo minha recomendação para os leitores que gostam de magia, vampiros e livros e mistérios antigos. Felizmente pude ler um livro atrás do outro, não aguentaria esperar tanto. Mas se bem que já estou sofrendo com a espera da segunda temporada da série. É, eu não escapei da espera.
Minha nota? Quatro beijos mordidos!
site: https://www.facebook.com/EuVejoLivros/photos/a.999770040081341/2168284939896506/?type=3&theater