Ariel

Ariel Sylvia Plath




Resenhas - Ariel


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Retalhos e Prefácios 30/07/2019

O legado de Sylvia
Não é segredo que sou apaixonada por Sylvia Plath. Além de já ter falado sobre ela algumas vezes aqui, minha foto de perfil nesta rede social é, justamente, em posse de seu único romance (também já resenhado por aqui). Apesar de eu considerar "A Redoma de Vidro" uma obra incrível e me sentir imensamente próxima dela, é indiscutível que "Ariel" é o melhor trabalho da escritora.

Se no Romance temos personagem e autora se confundindo perfeitamente na trama todo o tempo, em Ariel temos a poeta totalmente entregue, nos entregando um trabalho extremamente visceral.

Sylvia deixou o manuscrito de Ariel completamente organizado em cima de uma escrivaninha antes de cometer suicídio. No entanto, seu ex-marido, o também escritor Ted Hughes, o publicou 2 anos depois com alterações: retirou poemas que considerou "ofensivos", acrescentou outros... Ted alterou a ordem dos poemas e deu novo sentido narrativo ao que Sylvia havia deixado.
E então, 41 anos após esta primeira publicação, Frieda, filha de Sylvia e Hughes, leva uma nova edição de Ariel às prateleiras, exatamente como sua mãe gostaria que fosse.

Com um prefácio muito esclarecedor da própria Frieda e apresentação de Rodrigo Garcia Lopes, esta edição bilíngue e fac-similar honra a memória da poeta!

"Se a lua sorrisse, pareceria com você.
Você também deixa a impressão
De algo lindo, mas aniquilante.
Ambos são bons em roubar luz alheia.
A boca da lua se lamenta ao mundo; a sua é insensível,

e seu maior dom é fazer tudo virar pedra.
(...)"
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I. B. 03/02/2022

Talvez se eu tivesse lido em outro momento eu teria apreciado mais a poesia de Plath, pode ter sido culpa de meu cansaço que talvez tenha me deixado imune a sua intimidade e melancolia a um ponto em que fui incapaz de me importar totalmente com o que estava lendo.

Momentos são momentos.
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eupoetizo 07/01/2024

Fiquei confusa, muitas analogias que parecem não ter sentido, para mim é claro, dificulta muito a leitura. Apesar que, já li A Redoma de Vidro e amei.
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mayze dayna 30/03/2022

Perfeito
Os poemas são profundos, eu amei demais!!
"O caçador de coelhos", "Lady Lazarus", "Olmo" e "Morte & Cia" se tornaram os meus favoritos dentre todos
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gabriel 25/04/2022

The bees are flying.
O que mais se pode tirar de algo assim? Tão pessoalmente dolorido que chega a ser criminoso o desvio de noção ao constatar o sofrimento e paz que se fizeram flutuantes sobre a vida de Plath durante o tempo que escreveu sua maior obra. É inegável como sua poesia conta histórias tão bem, de maneira tão detalhada e cautelosamente dolorosa que cria na cabeça do leitor um ambiente fantasioso e áspero. Em seu círculo de poemas sobre abelhas, a paixão de seu pai, Plath chega em sua maior perfeição em Ariel. Longos e cheios de dores ocultas Sylvia Plath consegue atingir um lugar onde na poesia é alcançável apenas para Deuses. Em "Enxame", poema extra de Ariel, Plath se afunda ainda mais em criar uma narrativa para despejar seus sentimentos pesados e barulhentos. Nunca estive tão imerso sobre algo, tão facilmente embrulhado por versos que soam como contos de fadas assustadores. É árduo a dor que se sente e poderosa a força que se acha.
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Brenda 06/06/2022

Uma salada nonsense
Sempre tive curiosidade de ler uma obra de Sylvia Plath desde que li "Rival", um dos poemas dela, solto pela internet. Eu gostei do poema e, considerando o quão citada é essa autora, pensei que iria gostar. Mas me enganei. Foi uma leitura desagradável, incompreensível, vazia. Nunca havia lido poemas sem sentir absolutamente nada, mas eu tive essa experiência aqui. Não senti paixão (e nisso me refiro à intensidade lírica) nos poemas, não encontrei sentido, não encontrei comunicação. Plath meramente usa símbolos de forma esdrúxula, confusa, como pensamentos desordenados que só fazem sentido para ela mesma. Isso, para mim, não é poesia.

Até me perguntei se eu estaria sendo insensível, se eu apenas não a compreendi. Mas sendo uma pessoa íntima da poesia e amante de Wilde, F. Pessoa, Cecília Meireles, Florbela Espanca e assim por diante, percebi que o problema não era comigo, e sim com Plath. Realmente não gostei. Os dois únicos poemas que dá para se extrair uma mensagem completa e complexa são "Rival" e "O Enxame", pois nos outros poemas tudo parece uma salada de informações, símbolos e sentimentos desconexos e sem sentimentalismo. Plath não soube se comunicar, e talvez nem quisesse. O mistério do eu-lírico é diferente de escrever um poema sem alma.
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Artemis 18/12/2022

"Tenho só trinta anos e como o gato, nove vidas para morrer"
As poesias de Sylvia Plath,assim como a própria,expressam uma crueza,amargura e melancolia únicas para a literatura,ainda preciso dar atenção ao romance e contos da autora,mas seus poemas foram uma excelente porta de entrada.
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Artemisiar 12/05/2022

?
Eu não costumo ler livros de poesia, e não é como se eu gostasse muito do gênero, então não tenho muito parâmetro para comentar sobre o livro. Só sei dizer que achei bem tranquilo, mas que em alguns momentos ele é arrebatador.
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@retratodaleitora 29/08/2018

Arrasador
Vamos iniciar esse texto com uma frase famosa do escritor Ernest Hemingway (1899-1961) sobre a escrita: “There is nothing to writing. All you do is sit down at a typewriter and bleed.” Tudo o que lhe resta fazer, quando você senta frente a uma máquina de escrever, é sangrar. E Sylvia Plath sangra em sua escrita; sangra porque não há nada em seus textos que não carregue nem que seja um pouco de tristeza, desalento, enfermidade e tragédia, tudo o que a levou a última decisão que tomaria, e pela qual se tornaria conhecida, mais ainda que pelos seus melancólicos escritos: seu suicídio aos 30 anos de idade.

A relação conturbada com o marido infiel, o aborto que sofreu (e que é um tema recorrente em vários de seus poemas), a depressão, os conflitos na família, a morte do pai... Como não sangrar no papel todo tormento pelo qual passou? Sylvia escreveria também, em um de seus diários “let me live, love, and say it well in good sentences”. Não há dúvidas, conhecendo um pouco de sua biografia, de que ela viveu intensamente; não deveria ser uma surpresa, então, encontrar em sua poesia essa intensidade, essa vivacidade e essa inquietude presente em todos os poemas que compõem "Ariel".

Desejei esse livro por muito tempo! O título ficou um bom tempo esgotado e só agora, com uma nova edição da Verus Editora, finalmente tive a oportunidade de realizar a leitura, e da melhor forma possível quando o assunto é uma coleção de poemas: em edição bilíngue, com o texto original de um lado e a tradução (de Rodrigo Garcia Lopes e Cristina Macedo) no outro. Sempre que encontro um poema cujo texto original é em outra língua, faço uma pesquisa e questão de ler as duas versões, mesmo que não entenda aquele idioma. A forma, a cadência... Muito é perdido na tradução de poemas, como bem sabemos. Acabamos lendo a interpretação dos tradutores sobre aquele texto. E isso torna a leitura menos válida? A resposta é não, não torna a leitura menos válida, de forma alguma. É preciso entender que a tradução e a revisão de um livro, independente do gênero, enfrenta certas dificuldades, e que o poema, por possuir a forma de versos e harmonia que manifestam sentimentos e tendem a emocionar o leitor, muitas vezes não só pelas palavras, mas a forma como foram derramadas naqueles versos, o som da união entre uma e outra... é uma dificuldade ainda maior. Eu, pessoalmente, prefiro quando a tradução se mantém o mais fiel possível ao texto original, quando é possível mantendo o ritmo etc, e os tradutores de Ariel fizeram um trabalho realmente muito bom.

Não há nada como a leitura de um bom poema em certos momentos da vida.


"Ariel" teve um começo difícil, sendo publicado por Ted Hughes com algumas alterações do manuscrito original deixado por Plath em cima de sua escrivaninha no dia de sua morte, na ordem que ela queria que fosse publicada. Muitos poemas ficaram de fora dessa primeira publicação; poemas que falam da infidelidade de Ted, sobre alguns amigos e sua família e que Hughes, para "se preservar", colocou-os de lado até que, depois de sua morte, os direitos sobre as obras de Plath passaram para sua filha, Frieda Hughes, que estava mais do que disposta a reunir novamente os textos de sua mãe da forma como a mesma tinha desejado antes, respeitando a ordem dos poemas e a vontade de Sylvia.

Um dos poemas excluídos por Ted da coleção foi Mulher estéril (Barren Woman), entre muitos outros. Com a apresentação intitulada O Caso Ariel, escrita pelo Rodrigo Garcia Lopes e o prefácio de Frieda Hughes, é possível compreender mais a fundo a importância dessa publicação e, mais além, a recuperação de um documento que teve tantas alterações ao longo do tempo e que por muitos anos foi contra o que a própria escritora queria. Mesmo após sua morte, Sylvia foi calada; teve seus gritos de vingança e dor abafados em uma gaveta fechada por muito tempo. Essa leitura, tanto dos textos de apoio quanto dos poemas em si, são essenciais para um entendimento maior dessa personalidade arrasadora que foi a Sylvia Plath.

Esse é um livro muito bonito, com fac-símile dos escritos originais e, no final, a presença de diversos rascunhos do poema-título, Ariel, em diversas fases de sua "preparação" para o que conhecemos hoje.

Leitura recomendadíssima!

(Post completo com fotos da edição no link abaixo)

site: http://umaleitoravoraz.blogspot.com/2018/08/resenha-ariel-de-sylvia-plath.html
Sun's daughter 29/08/2018minha estante
Depois dessa resenha, vou ter que ler com certeza! Obrigado.


@retratodaleitora 30/08/2018minha estante
Espero que goste da leitura!!! ^^




Cheiro de Livro 14/09/2018

Ariel
“A notoriedade de Ariel advinha de ter sido o manuscrito deixado sobre sua escrivaninha quando ela morreu, em vez de ser simplesmente um manuscrito extraordinário” destaca Frieda Hughes, filha de Sylvia Plath, em sua introdução à edição restaurada de Ariel, publicada originalmente em 2004 e traduzida no Brasil por Rodrigo Garcia Lopes e Cristina Macedo para a editora Verus. Considerando toda a construção mítica que se fez ao redor de Plath e sua morte, não se pode dizer que Hughes esteja errada.
A coletânea de poemas Ariel foi publicada pela primeira vez em 1965, dois anos após o suicídio de Plath. Ela estava se separando do marido, o também poeta Ted Hughes, depois de descobrir um caso extraconjugal dele. Em seus poemas, ela traz a público diversas questões pessoais, como os problemas de seu casamento, sua constante luta contra o transtorno mental, seu ressentimento por Hughes e sua dificuldade em superar a morte prematura do pai. Após sua morte, foi alçada à categoria de ícone feminista, cujo brilhantismo foi aniquilado antes do tempo pela opressão patriarcal. Hughes, tido pelo público como seu algoz, foi publicamente criticado e midiaticamente perseguido pelos admiradores da autora até a morte deste. Na lápide da poeta, consta o nome “Sylvia Plath Hughes” porém não é incomum encontrar seu sobrenome de casada riscado.

O manuscrito contendo quarenta poemas cuidadosamente organizados foi encontrado em uma pasta preta sobre a escrivaninha da poeta no dia em que morreu. Ariel estava pronto para publicação, porém Hughes modificou consideravelmente a organização da coletânea, excluindo 13 poemas que considerou particularmente agressivos ou ofensivos para pessoas que ainda estavam vivas, e incluindo outros no lugar.

Na sequência de Hughes, os poemas de Ariel são marcados por um desgaste passional, por uma energia vital consumida no processo criativo levando à auto-aniquilação. Há um tom de resignação, sugerindo a inevitabilidade do suicídio de Plath, e um excessivo enfoque no término do relacionamento. A organização original da poeta, no entanto, lida com uma série de outras questões e sentimentos além da crise em seu casamento, trazendo uma mensagem de renovação e recomeço: inicia com a palavra “amor” no poema “Canção da manhã” e finaliza com “primavera” em “Hibernando”. A própria Plath declarou em entrevista à BBC que imaginava Ariel como um sintoma de seu renascimento.

Plath estava plenamente consciente da qualidade excepcional do que estava produzindo no que seriam seus últimos anos. Mesmo antes do fim de seu casamento, sua poesia já adquiria a voz potente carregada de urgência que marcaria os poemas de Ariel. Nesta coletânea estão alguns de seus trabalhos mais extraordinários, como o poema título que descreve o ritmo acelerado e a experiência quase transcendental de uma cavalgada montando a égua Ariel, a “leoa de Deus”. Ou o brutal “Papai” em que o eu lírico disseca seus conflitos mal-resolvidos com a figura paterna/masculina. Ou o quase profético Lady Lazarus, que parece descrever com perfeição o destino póstumo da própria poeta: uma mulher que renasce após a morte num espetáculo público, saída das cinzas e devorando homens como ar.

Nesta edição restaurada e bilíngue vemos pela primeira vez a coletânea Ariel tal qual foi idealizada por sua autora. A edição traz também o fac-símile do manuscrito original, que permitem acompanhar o processo criativo de Plath. Traduzir poemas não é tarefa fácil e inevitavelmente o ritmo, as rimas, aliterações e jogos de palavra muitas vezes se perdem. Mas Rodrigo Garcia Lopes e Cristina Macedo fazem um trabalho excepcional mantendo a essência da poesia de Plath e transmitindo com maestria o turbilhão de emoções que transborda de cada verso.

site: http://cheirodelivro.com/ariel-sylvia-plath/
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Jota Ge 04/01/2023

Incrível
Uma leitura que eu realmente recomendo para todes. Sylvia Plath escreveu poemas lindos que conseguem expressar os sentimentos dela (alguns poemas mais claramente que outros) e a situação em que ela estava.
Gostei bastante dessa edição por ter colocado na ordem correta e todos os poemas de Ariel.
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