Leila de Carvalho e Gonçalves 15/07/2018
Novamente Em Styles
Publicado em 1975, pouco tempo antes da morte de Agatha Christie, "Cai o Pano" é o último caso de Poirot. A escritora sempre brincava que preferia matar o detetive do que deixar outro escritor se entusiasmar com a ideia.
Porém, o que seus leitores jamais imaginaram, é que essa história estivesse guardada no cofre de um banco desde a Segunda Guerra. Na ocasião, temendo pela sua segurança pessoal, a Rainha do Crime levou adiante este projeto, preocupada em deixar uma fonte adicional de renda para a família.
No livro, Poirot, velho e debilitado, retorna a Styles, a mansão que foi o cenário de seu primeiro caso e posso adiantar que sua morte nos últimos capítulos ainda causa comoção entre seus fãs. Na época do lançamento do livro, ela foi manchete na primeira página do "New York Times" e jamais outra celebridade ficcional recebeu o mesmo tratamento.
Com um enredo surpreendente, dessa vez o desafio do detetive é encontrar a vítima... O detetive está de olho num astuto criminoso que já cometeu cinco assassinatos sem deixar vestígios e pelo que tudo indica, está prestes a entrar novamente em ação. Sua identidade, ele mantém em completo sigilo nem Hastings, seu velho amigo e parceiro, desconfia quem possa ser, afinal, qualquer deslize pode colocar em risco a própria vida.
Para compor essa enigmática figura, Mrs.Christie se inspirou em Yago, o vilão de "Otelo, o Mouro de Veneza" de Shakespeare. Para quem não conhece a tragédia, trata-se de uma das mais intrigantes personagens criadas pelo bardo inglês, aliás, a chave do mistério de "Cai o Pano" está justamente na principal semelhança entre os dois criminosos. Descubra qual é...