spoiler visualizarfrancisbins 19/06/2021
Razoável
Livro recomendado por uma amiga, de acordo com ela foi um dos melhores livros que ela já leu.
Pesquisa
Lendo você percebe o cuidado que autor teve em buscar informações para enriquecer a história, toda a cultura do anos 1000 D.C, sobre Londres e as cidades do Oriente Médio, sobre o cristianismo, judaísmo e islamismo da época, o tratamento das pessoas, as lendas, os prédios, é tudo é muito bem pesquisado e torna a leitura muito informativa.
Ritmo
O ritmo da história me deixou muito frustrado, começa bem, mas depois desanda, fica muito maçante, você fica se perguntando quando é que a história vai progredir, páginas e mais páginas de eventos que não significam absolutamente nada, chegando nas ultimas partes do livro ele ganha novamente uma dinâmica muito boa como a do começo, para depois desandar em uma aceleração absurda, essa irregularidade no ritmo atrapalha um pouco a aderência na leitura.
A história
É uma história que poderia se passar por real, existem 2 personagens citados que são históricos, os demais todos criados, apesar disso eu senti muito a fantasia permeando a maior parte do livro, com o personagem principal com uma habilidade especial, que aprende absolutamente tudo a que se propõe a fazer, tem encontros com pessoas na hora que ele precisa aprender aquelas habilidade, isso dá um senso de infalibilidade do personagem, muito comum em obras mais fantasiosas, senti isso em quase o livro todo, porém na reta final o autor muda bruscamente essa aura fantasiosa para uma dura realidade, é um choque brusco que pode causar uma surpresa ou simplesmente confusão no leitor.
Acho importante citar que existem vários trechos do livro que tratam sobre sexo, com detalhamento do corpo feminino e masculino, detalhamento da própria relação sexual, das sensações dos personagens, da prostituição e afins, ou seja, é uma obra para adultos.
O que foi positivo para mim
Toda ambientação e pesquisa me agradou demais, aprendi sobre o islamismo, judaísmo e cristianismo em uma época muito desconhecida para mim, como os judeus já eram maltratados muito antes de Hitler, sobre a geografia de um Oriente Médio e Índia lindas em comparação com a feiosa Londres.
Toda o trabalho com o psicológico dos personagem, passando de menino a homem, de aprendiz para hakim, de homem para esposo, de um dos médico com acesso ao Rei dos Reis a um médico criador de ovelhas.
O que me decepcionou
O desenrolar da história em si, fiquei me perguntando porque o autor colocou o personagem em tantas situações que não serviram para absolutamente nada, será que isso foi para buscar um realismo na história? Onde na nossa vida corremos e corremos atrás de tudo e alcançamos tão pouco? Não sei dizer, Rob aprende: malabarismo, lutar com espada e adagas, jogar facas, encantar mulheres, enganar pessoas, negociar preços, línguas estranhas, jogar "xá", a melhor medicina do mundo com o melhor professor, aprende a ser judeu, aprende a ser mulçumano, aprende a ser pescador, aprende a ser dissecador como dizia Karin, descobre a doença mortal que aparece em todo o livro, a "doença do lado", mas tudo isso se conclui em nada.
Parando para pensar o final apesar de sutilmente feliz, é um anticlímax gigantesco, primeiro porque tudo que aconteceu com ele o capacitou a abrir um hospital em Londres e revolucionar a medicina do lugar, algo que não acontece, ele é humilhado e foge miseravelmente de Londres, a sua descoberta da doença do lado é ridicularizada e não é citada mais no resto do livro, o reencontro dos irmãos nunca acontece, dois são descobertos como mortos, e um está vivo, chega a se reencontrar com ele mas é só para receber mais um golpe. O melhor discípulo do grande mestre Ibn Sina, o médico dos médicos, termina como um atendente de fazendeiros e animais num país esquecido do mundo. Aquele que foi um dos amigos do Xá Ala, o rei do mundo, agora é um criador de ovelhas.