Livy 20/09/2011
nomundodoslivros.com
Uma charada aparentemente indecifrável; um psicopata que, inexplicavelmente, consegue saber o que suas vítimas estão pensando; um detetive de homicídios aposentado que, além de bom naquilo que faz, é considerado um herói e uma sumidade no meio investigativo, verdadeiro caçador de assassinos em série. Um bilhete com um poema enigmático faz Mark Mellery, um guru da autoajuda, a procurar David Gurney, ex-colega de faculdade. Gurney, aos 47 anos, está aposentado após ter-se dedicado à investigação de homicídio por quase 25 anos. Mark é um colega de escola que ele não via há muito tempo e, apesar da contrariedade de Madeleine, sua esposa, Gurney decide ajudá-lo a decifrar a charada contida no poema; pois o remetente, além de desconhecido, ainda conseguiu ler o pensamento de Mark através do bilhete enviado. Desesperado e sentindo-se vulnerável, Mark apela ao ex-colega de faculdade para que descubra quem está enviando os tais poemas para ele; Gurney, por sua vez, intimamente ansioso para voltar a investigar, decide ajudar Mark a desvendar esse mistério. O que os dois não sabem, ainda, é que estão diante de um sociopata muito inteligente e perigoso que está prestes a se tornar um serial killer sem precedentes na história criminal.
Este é o livro de estréia de John Verdon. Para um primeiro romance, ele se saiu muito bem. Tanto que, sinceramente, já elegi Eu Sei o Que Você Está Pensando como o melhor thriller policial de suspense investigativo que já li. É muito bom, mesmo! A capa do livro - que por sinal é muito interessante -, apesar de simples, resume com perfeição o contexto da história no livro. Aquela pegada... aquilo me deixou perturbada e intrigada por um bom tempo, até a conclusão no decorrer da leitura. Confesso que isto e mais alguns detalhes criativos descritos na trama me fizeram perder uns bons neurônios para tentar desvendar os mistérios criados pelo autor.
E criatividade não falta nesse livro. Se a história não é de toda original, é, sem dúvida alguma, uma das mais criativas que já li até hoje. O livro tem o que há de melhor no estilo policial: assassinatos em série; mistério; investigação; ação psicológica; drama existencialista; psicologia; um policial tenaz e inteligente; um assassino criativo e muito ardiloso... Simplesmente, imperdível!
Como segue um gênero bastante lapidado pela literatura e pelo cinema, de original o livro tem o modus operandi do assassino, bons diálogos e um método investigativo, por parte de David Gurney, todo particular do personagem que, por si só, torna o livro meritório de ser lido.
Com uma narrativa que aborda o gênero Thriller de suspense, John Verdon sabe trabalhar a escrita de forma a criar, psicologicamente, ou traçar sutilmente, o caminho que ele quer que nossa mente trilhe. Mais curiosa do que analítica, nossa mente, ansiosa para descobrir quem é o assassino, acaba caindo nas armadilhas armadas pelo autor. E isto funciona muito bem o tempo todo, do começo ao fim do livro. O tempo todo eu sabia que estava no caminho certo. Até sabia (desconfiava com certeza absoluta) quem era o assassino e por qual motivo ele estava matando. Até chegar as últimas páginas e descobrir que havia apostado no cavalo de corrida errado.
O óbvio nem sempre é o correto e o improvável, muitas vezes, poder ser o certo. Mas até mesmo essa máxima pode ir por água abaixo nas mãos de John Verdon. Ele sabe brincar com nossa mente. Verdon sabe discimular perfeitamente num jogo de fumaça e espelhos, capaz de criar verdadeiras ilusões díginas de um mágico. A história é bem ambientada e tem um clima denso, tenso, como naqueles filmes policiais do tipo: Seven, O Colecionar de Ossos e O Silêncio dos Inocentes. O final, igualmente, é imprevisível, surpreendente e apavorante!
Quanto aos personagens, gostei muito desse David Gurney. Não fica nada a dever aos grandes detetives do gênero. O relacionamento dele com Madeleine é meio etéreo, meio platônico... Ela não anima muito, mas tem algumas participações interessantes. Mark Mellery é outro personagem interessante, assim como o detetive Hardwick, entre outros. O assaqssino... bom, só vou dizer que esse é realmente um crápula que merece a pena máxima.
Concluindo, John Verdon caprichou nesse livro. Ele é bem modesto ao tratar do livro, mas, no fundo, o sujeito nasceu para ser escritor, e dos bons. Eu Sei o Que Você Está Pensando pode até não ganhar nenhum prêmio de "o melhor livro policial do ano", mas, sinceramente, merecia o título de "o mais criativo e impressionante livro policial e de suspense do ano"!
Ponto de leitura obrigatório para todos! Amantes do suspense, apaixonados por mistério, adoradores de serial killers, viciados em thriller policial, aficcionados em roer unhas...!!!
Recomendadíssimo!