Amanda17 08/10/2023
Uma escrita genial
Albert Camus consegue discutir sobre o existencialismo em pouquíssima páginas, apresentando um personagem com ações duvidosas e questionáveis.
Mersault, desde a primeira página é mostrado como um personagem apático e totalmente "estrangeiro" a sua vida. Até mesmo sua forma de narrar mostra um desapego a tudo ao seu redor, que já deixa o leitor confuso.
Mas a partir do seu crime e julgamento, você começa a entendê-lo, e questionar se o que está acontecendo é necessário, já que o estão julgando por suas ações e não pelo seu crime de fato.
Acho que esse livro é cheio de camadas. O núcleo sobre o tribunal reflete muito sobre o julgamento humano, e a necessidade de achar um culpado, não como é importante penalizar os devidos erros, como também, as pessoas estão em uma constante performance, sempre fazendo o que a sociedade espera.
Já a parte final, o diálogo entre o padre e o personagem principal, reflete de um
m lado quem acredita na busca por um propósito se agarrando no divino, e de outro, a aceitação que a vida é um absurdo, e vale a pena abraçar isso, já que o final será o mesmo, e se "segurar" por esperar uma vida após a morte que talvez nunca chegue, apenas acaba com a liberdade.