Resenhas - Carta ao Pai

Yasmim 19/05/2024

Adoro a escrita de Kafka, mas em momentos na leitura me peguei pensando "eu realmente posso ler isso aqui?", foi como invadir a vida pessoal dele sla

Benjamim Isac 19/05/2024

Humano e cruel.
Não posso colocar nota em um desabafo de um homem, tentando entender outro homem, é desumano. Você sente cada milímetro, da dor do Kafka, de que sua vida foi em busca de outra, até o seu leito de morte.

Essa carta é um gatilho brutal, carrega o sentimento de culpa, para todos aqueles que foram chamados de sensíveis e ingênuos, aqueles que queriam um pai e tiveram uma barreira.

Kafka morreu sem ter o seu amor ao seu lado e principalmente, sem amor de seu pai.

fakeflwr 19/05/2024

Fiquei muito curiosa quando me falaram que ao ler ?carta ao pai? eu iria compreender ainda mais ?a metamorfose? e o sentimento de kafka ao escrevê-lo. de fato.

Moonvi.s 19/05/2024

É incrível como uma carta antiga pode parecer tão atual. Você só sente que está lendo um livro antigo pela forma que o livro é escrito.

Gabi.Costa 18/05/2024

Eu só quero sabe de depressão e pensamentos pra baixo
Como pode, mais de um século de diferença e ainda tantas similaridades entre a forma como um pai age em relação aos filhos.
Destruiu completamente uma ilusão que eu tinha de pensar que se eu tivesse nascido homem meu pai seria mais feliz e gostaria de mim.

Dudu 17/05/2024

Incrível como a todo momento do livro eu me sinto invadindo a privacidade de uma outra pessoa que não conheço.

keijiluv 17/05/2024

Brutal
esse livro pessoalmente me tocou muito, assim como todas as considerações do kafka sobre seu pai, me chama bastante atenção algumas passagens onde ele apresenta ideias dicotômicas sobre a criação que seu pai o deu, ora mostrando ressentimento e reconhecimento das falhas do seu pai(no que diz respeito ao seu modo de ser), ora isenta seu pai de culpa enquanto julga a si mesmo pela fraqueza diante a impavidez e tirania de seu pai.
é interessante ver que construímos nosso mundo a partir da interpretação do que enxergamos, o caráter imparcial não faz parte de nosso juízo, a medida em que não entende seu pai e sofre represália do mesmo kafka cria uma identidade para seu pai e a partir dessa identidade cria desdobramentos dela.
se a maioria dos pais amam os filhos, só o amor não é o bastante para se sentir amado.
(that's just my opinion lol)

midnightrainz_ 17/05/2024

Duro, cruel, necessário
Temos aq um documento da mais profunda honestidade sobre um homem adulto tentando entender o que deu de errado na relação dele com o seu pai. é um documento bruto e bem difícil de se ler, não pela linguagem mas pelo conteúdo. é uma carta que pode engatilhar muitos que, assim como o próprio kafka, não possuem uma relação muito boa com os pais - como foi o meu caso. contudo, é uma leitura importante para tomarmos consciência, tanto para pessoas que se agarram ao "você tem que amar e respeitar a sua família incondicionalmente", tanto para nós, pessoas que já temos essa percepção, entendermos que essas relações podem sim ser complexas e que não há nada de errado com isso. nossos pais são seres humanos, assim como nós, e podem cometer diversos erros ao longo da vida e que, sendo responsáveis por nos cuidar e nos criar, acabam deixando marcas profundas no nosso psicológico. não digo que você não pode sentir raiva deles, muito pelo contrário, seu sentimento é completamente válido. é mais sobre entender as mágoas do passado e perdoar a si próprio, para assim deixá-las fluir como um rio. em muitas passagens do livro eu me vi sendo retratado, o pai imponente que tenta moldar o filho ao seu próprio caráter, mas tudo que consegue é formar uma criança medrosa que se sente insegura ao tomar suas próprias decisões por medo dos possíveis julgamentos, o sentimento constante de culpa sem sequer ter feito alguma coisa de errado, meramente por sua própria existência. e criar consciência é o primeiro passo para a nossa enfim libertação.

Laura.Couto 16/05/2024

Desnecessariamente necessário
Começo já dizendo que, caso fosse possível opinar à época da publicação, seria sumariamente contra que essa carta viesse a público. Kafka se expõe como uma criança machucada e que, buscando ser um reflexo do pai, se reprimiu, e teve a coragem de colocar no papel tudo o que sentia, mesmo que a todo momento se justifique como se fosse sua culpa que o pai fosse falho. Acredito ser falta de sensibilidade deixar tão nua e crua ao mundo inteiro a relação tão problemática e tóxica que Kafka construiu com seu pai. Ironicamente, sou grata por ter sido publicada, pois, assim, aprendi muito sobre minhas próprias relações, baseada nas reflexões e reclamações dessa carta. Acredito que as coisas aconteçam pela simples natureza de terem de acontecer, e essa carta veio a público para ajudar tantas pessoas como eu, mesmo que custando a privacidade de um traumatizado. É forte, mas recomendo que todo pai e todo filho leiam. É importante para ambos os lados.

MaiWai 15/05/2024

O amor muitas vezes tem o rosto da violência
Como Kafka, eu também já escrevi Cartas destinadas ao meu pai.
Como o pai de Franz Kafka, meu pai também nunca chegou a ler as cartas que escrevi para ele.

Foi uma leitura um pouco difícil para mim, não por ser de difícil compreensão ou algo do tipo; mas por ser um grande gatilho.

Achei muito íntimo tudo o que ele escreveu na carta, muito sentimental e visceral. Tudo o que o pai dele fez para ele e o tamanho da culpa que ele (Franz) carregava desde muito novinho... Foi difícil ler e bonito ao mesmo tempo.
Era bonito ver que mesmo cheio de dor, Kafka guardava muito amor pelo pai.
Eu já era fã desse (com todo respeito) defunto kkkkk agora sou mil vezes mais.

Keisebooks 15/05/2024

ÍNTIMO E SINCERO
Sem dúvida, Carta ao pai é uma das obras mais íntimas que li. Kafka tinha muitos anseios, angústias e inseguranças e tudo isso era transposto para a escrita, onde encontrava refúgio e prazer. Lendo essa carta sinto que pude entender um pouco da dinâmica conflituosa que se estabelecia entre ele e o pai.

Uma leitura muito rápida e fluída. Vale a pena para aqueles que se interessam não só pela escrita do autor, como ainda por entender um pouco mais sobre o íntimo do mesmo.

Euclides23 14/05/2024

Creio que nunca me relacionei com um livro e suas palavras como foi com este. E as histórias e acontecimentos de minha vida não tenham sido iguais, mas como não me ver naquelas páginas e não me emocionar com a similaridade de pensamentos de raiva, revolta, inferioridade, medo, e mais, mas ainda amor que se pode sentir por uma figura tão imponente?

teka. 09/05/2024

"Eu teria sido feliz por tê-lo como amigo, chefe, tio, avô, até mesmo como sogro. Mas justo como pai você era forte demais para mim"

nesta carta, kafka expõe ao pai tudo que este lhe causou e como esses fatores prejudicaram sua vida. senti como se estivesse invadindo a privacidade dos dois, pois é um livro extremamente pessoal e, em diversos momentos, me perguntei se deveria mesmo estar lendo isso.
aqui, vemos uma relação muito tóxica e pai e filho, o que nos faz entender um pouco mais da profundidade e o reflexo dos sentimentos de kafka por meio de seus livros. além de conhecer um pouco mais sobre o próprio autor.
é uma leitura um pouco diferente e pesada, mas que vale muito a pena.

Renan.Bagatini 09/05/2024

Kakfa vivia à frente do seu tempo!!
Esse mini-livro (e gigantesca carta) do kafka é muito bom. apesar de achar a escrita um pouquinho complexa muitas vezes pela falta de contexto, gostei demais. o comportamento abusivo do pai do autor o influenciou em suas obras literárias, como ele mesmo disse.
acredito que, atualmente, kafka seria famosíssimo no twitter. em algumas falas em específico é possível notar que ele estava muito à frente de seu tempo.
"...me sentia miserável e na realidade não só diante de você, mas do mundo inteiro, pois para mim você era a medida de todas as coisas".

Kkreitu 08/05/2024

Algumas pessoas não deveriam ser pais
achei meio desrespeitoso pegarem algo tão íntimo do autor e transformarem em algo público. a forma como kafka escreve oque sente pelo pai no presente e recorre ao seu passado é alusória, algo que pode ser visto em toda relação de pai pra filho e em qualquer século que seja analisado.

obs: fiquei meio confuso no final, sei que era a resposta do pai para o filho, mas será que quem estava certo? era duas perspectivas de pessoas diferentes, uma culpando a outra e mesmo assim insentando-os da culpa, não acredito nisso de que os dois são inocentes diante da realidade que viveram, nem que o pai seja o monstro que foi descrito -mesmo que suavizado-, mas kafka era uma criança, e precisava do apoio -mesmo que negativo- do pai.