Ana Luiza 28/02/2013
Resenha do blog Mademoiselle Love Books - http://mademoisellelovebooks.blogspot.com.br
Victoria nunca conheceu seus pais biológicos, não faz ideia de quem são ou o do porque de a terem abandonado ainda bebê. Ela passou toda a sua vida sendo enviada de um lugar para outro, mas sem nunca pertencer a nenhum deles. O único lugar em que ela queria ficar era na casa de uma de suas mães adotivas, uma dona de vinhedo chamada Elizabeth. Elizabeth foi a única pessoa que Victoria realmente amou e por quem foi amada.
"Durante oito anos, sonhei com fogo. Árvores se incendiavam quando eu passava por elas, oceanos ardiam em chamas. A fumaça adocicada impregnava meus cabelos enquanto eu dormia e, quando eu despertava, o aroma permanecia em meu travesseiro como uma nuvem."
(Pág. 10)
No seu aniversário de 18 anos, Victoria finalmente é considerada uma adulta e é emancipada. Ela não é mais obrigada a morar em abrigos ou mesmo frequentar a escola, ela é livre para fazer o que quiser. Entretanto, liberdade tem consequências. A garota recebe de sua ex tutora, Meredith, uma ajuda durante três meses após sua emancipação, mas, como ela não arranjou um emprego, acaba indo morar nas ruas.
Victoria não parece se importar com o estado miserável que vive, mas conforme o tempo vai passando, ela percebe o quanto foi irresponsável em não conseguir trabalho. Entretanto, quando a garota percebe uma pequena oportunidade de conseguir trabalho em uma floricultura, ela corre atrás e assim acaba ganhando o emprego perfeito.
“Você tem quer querer. Você tem que querer ser uma filha, uma irmã, uma amiga, uma estudante, repetia ela à exaustão. Eu nunca quisera ser nenhuma dessas coisas e as promessas e os subornos de Meredith nunca haviam mudado minha convicção. Mas, de repente, eu soube que queria ser florista." (Pág. 55)
Antes que Victoria cometesse o grande erro que a separou de Elizabeth, ela aprendeu com a mãe adotiva não só o significado das flores, mas também a amá-las. Empregada e cercada por flores, Victoria não consegue parar de pensar em Elizabeth, o que será reforçado pela presença de um misterioso vendedor de flores.
Victoria não o reconhece de imediato, mas ela conhecera Grant, o vendedor, no passado, quando ele era apenas um garoto e ela, uma menina. Mesmo que esteja cada vez mais próxima de Grant, Victoria continua a lutar com seu passado, ignorando seus fantasmas e conflitos mal resolvidos. Entretanto, enquanto descobre novamente como é amar e é ser amada, Victoria será obrigada a lidar com seu passado, com seus sentimentos e medos. Tarefa que não será nada fácil, mas com a qual ela contará com a ajuda das flores.
“A linguagem das flores era a única coisa à qual eu era leal. Se começasse a mentir sobre ela, não restaria nada de belo ou verdadeiro em minha vida.” (Pág. 110/111)
“A Linguagem das Flores” é um livro de trama simples, mas envolvente e encantadora. A história me conquistou desde o início e, depois de começar o livro, só consegui largá-lo após terminar. Sério, li o livro inteiro em apenas uma tarde. A narrativa em primeira pessoa é simples, mas bem feita, e flui com rapidez impressionante. A trama também foi bem criada e traçada, alternando entre passado e presente, ela nos fez mergulhar não só na história de Victoria, mas de todos que a cercam, além de nos emocionar bastante.
Os personagens também bem feitos, foram bem situados na história e tiveram seus próprios conflitos, importância e personalidade. Victoria é uma personagem complexa, que desperta diversos sentimentos. Confesso que me irritei bastante com ela durante quase todo o livro, sua irresponsabilidade e falta de maturidade fogem do comum, até mesmo para jovens de 18 anos. Mas, felizmente, a personagem começa a amadurecer ao longo do livro, a tomar as decisões certas. E ela não foi a única. Os outros personagens também cresceram como pessoa durante o livro, após terem mostrado seu melhor e pior.
A autora me conquistou e surpreendeu ao transformar histórias e personagens tão simples e reais em uma trama incrível, capaz de nos entreter, emocionar e até mesmo fazer refletir. “A Linguagem das Flores” é uma história sobre perdão, escolhas, destino, crescimento pessoal e, acima de tudo, amor. Também fiquei encantada com tantas flores diferentes e não imaginava que elas pudessem ter significados tão expressivos. O dicionário de flores no final é incrível. Enfim, amei o livro e espero ler mais obras da autora no futuro.
A editora fez um trabalho incrível com “A Linguagem das Flores”. A tradução e diagramação estavam perfeitas, não encontrei nenhum erro. O tamanho da fonte e as páginas cor de creme tornaram a leitura ainda mais rápida e leve. Eu amo a capa do livro, além de linda, ela combina perfeitamente com a história.
“Talvez os indiferentes, os rejeitados, os mal-amados pudessem aprender a dar amor com tanta abundância quanto qualquer outra pessoa.”
(Pág. 282)
Autora da resenha: La Mademoiselle
Resenha do blog Mademoiselle Love Books - http://mademoisellelovebooks.blogspot.com.br