Resenhas - O Amante de Lady Chatterley

Cosmonauta 08/01/2023

Chocante demais
"Eu tenho na consciência uma novela que escrevi e que é chocante demais ? verbalmente ? para qualquer editor. Ela fala em cagar! e foder! diversas vezes. Se quiser vê-la publicada, eu vou ter que cuidar disso sozinho ... Mas é uma boa novela ? o amor, como sempre ?, e muito interessante, também, mas diz todas coisas que não se deve dizer."

Tefi 07/01/2023

Nós fodemos até gerar essa chama
"Como os poetas e todos os outros eram mentirosos! Faziam as pessoas pensarem que queriam sentimentalismo quando na verdade o que se queria era uma sensualidade penetrante, arrebatadora e até um pouco intimidadora".

O amante de Lady Chatterley foi lançado em 1928 e censurado em diversos países. Na própria Inglaterra, só pode ser publicado na década de 60. A censura se deu pelo moralismo, pelas cenas explícitas de sexo e pela valorização da sexualidade feminina. Mas ao comparar as comédias românticas lançadas atualmente, as cenas "explícitas" narradas por Lawrence são, inclusive, leves.

Apesar do título e da história girar em torno da relação de Connie e Millers, o autor aborda outras questões: autoconhecimento, ternura, amor. E, para além das relações, questões sobre a guerra, capitalismo e industrialização. É uma leitura interessante que gera reflexões.

A edição da antofágica, como sempre, é uma obra de arte a parte. As ilustrações são incríveis e os textos reflexivos sobre a obra auxiliam a compreendê-la em sua complexidade.

Dri 07/01/2023

Controverso
É um livro ímpar. Questões profundas são abordadas nas entrelinhas da trama: industrialização, capitalismo, preconceito de classes, consequências da guerra. Trata-se, sim, de um livro que fala abertamente e recorrentemente de sexo, mas não pode ser reduzido a apenas isso. Tive sentimentos controversos ao final da leitura e após ler o prefácio da edição da Penguin pude entender melhor o autor e consequentemente, sua obra. Não há dúvidas da importância dos temas abordados no livro e é impossível não admirar a coragem do autor.

Quel 06/01/2023

É ruim.
O livro é chato. Simplesmente.
Na metade até que te prende na leitura, mais ou menos quando Connie começa a se descobrir sexualmente com Oliver. Mas este personagem...meu Deus, é chato e muito grosso. Ela vive "implorando" palavras românticas a ele, que por sua vez NUNCA responde. Só fala grosserias sexuais totalmente fora de propósito e assim..meio que "do nada"! kkkk Não tem um contexto. Ele vai lá e manda uma frase de macho escrito. E aí pintam o livro como uma "liberdade sexual" da mulher e etc. A real é que a mulher larga o marido invalido para se relacionar com um cara que não demonstra amor puro por ela. É tudo sexo. E ela fica implorando manifestações de afeto...que por sinal não são demonstradas kkkk Vi também que algumas feministas defendem o livro ao final. Mas não sei realmente o porquê. Já que o macho escroto do Oliver não trafa a Connie muito bem não.. trata igual a um pedaço de carne. O final é PÉSSIMOO REAL. Você vai com certeza se decepcionar. Acaba DO NADA kkkk e é isto. Você irá sentir que perdeu muitas horas da sua vida ali.. kkk O filme que tem na netflix é melhor que o livro. No filme o Oliver é legal, romântico, desperta ela sexualmente e é bem mais interessante. Não é nada grosseiro. É um filme romântico. O livro não...

Tamires Felix 06/01/2023

Conexão...
Se eu tivesse uma lista de 100 livros para ler antes de morrer, sem dúvida, O Amante de Lady Chatterley estaria nela. É sobre amor, ternura, sexo, conexão de corpo e mente, a beleza da natureza, etc.
Às vezes, olho para as pessoas, em especial, as mulheres, e me pergunto: será que elas viveram um grande amor? Será que amaram e foram amadas? Deram e sentiram prazer? Parece algo tão raro. Não quero morrer sem experimentar algo assim, tão poderoso. Não é romance nem fantasia, é sentir que há conexão e uma pequena chama sempre queimando.
Vale muito a pena a leitura!

Daniela742 06/01/2023

Constance quebrando o tabu
É super compreensível o porquê desse livro ter causado tanto estardalhaço na época em que foi lançado. Pensa aí, uma mulher que compreende que seu corpo não é só uma peça de jogo da sociedade, mas que é seu instrumento de liberdade e prazer. Isso era praticamente impossível na época.

A história também tem cenas de sexo que são descritivas e no qual a mulher sente, grita e goza. Ela não quer só fazer sexo para engravidar, ela quer sentir prazer, quer descobrir o que gosta, com um homem que também entenda suas necessidades.

É ate certo ponto interessante como o autor constrói isso. No entanto, me incomoda a exaltação do falo e como parece ser a salvação e solução para todos os problemas no sexo.

Além disso a história levanta outras discussões como a relação entre as classes sociais, o sentido do dinheiro em nossas vidas, e o dualismo entre corpo e espírito. É um bom livro, apesar dos pesares e gera algumas boas reflexões.

Duda 04/01/2023

Acho que não foi pra mim! Gostei de alguns momentos do livro, mas no geral não me pegou.
Não me atraiu o romance da Connie com o guarda-caça, achei algumas partes bem forçadas e acho que poderia ser melhor desenvolvido (como muita coisa nesse livro)

Julia 03/01/2023

Depois de assistir e adorar a adaptação do livro na Netflix e de ler sobre como ele foi censurado na época de lançamento e por fim acabou se tornando um clássico, me senti convencida a lê-lo. No dia seguinte ao que assisti o filme, comprei o ebook e já comecei a ler com empolgação.
Até a metade do livro segui interessada na história, especialmente nas reflexões e críticas que Connie fazia sobre a aristocracia, o mundo intelectual e a industrialização. No entanto, em seguida, quando o romance com o amante começa a de fato se desenvolver, o livro foi ficando cada vez mais desinteressante pra mim. Pra começar, a relação dos dois começa de forma meio súbita e não muito aprazível, visto que inclusive nas primeiras cenas "picantes" Connie nem está de fato desfrutando, pois ela mesma descreve que está ali imóvel e desligada da cena, não chegando a sentir prazer. Depois disso o romance entre os dois vai fazendo cada vez menos sentido, porque Mellors é extremamente fechado, irônico e por muitas vezes, grosseiro. Connie, depois de conseguir gozar e desfrutar do sexo com ele, vai se apaixonando cada vez mais, mas o romance não convence nem cativa, pois Connie frequentemente precisa perguntar ao amante se ele a ama, se ele gosta dela, se ele a deseja, e Mellors consegue irritantemente se esquivar de todas as perguntas. As maiores declarações que ele tece a ela são sobre como ela tem uma ótima bunda e uma b*ceta que ele ama f*der. Além disso, o amante também tem discursos machistas (e até misóginos), homofóbicos e racistas, que mesmo eu tentando contextualizar à época, me deixaram bem desconfortável ao ler certas passagens, assim como ao ler as diversas frases antissemitas distribuídas no livro.
O livro tem partes e questionamentos interessantes sobre a época e sua censura não se deve somente ao fato de conter cenas de sexo (que na verdade nem chegam a ser tão desenvolvidas como eu tinha imaginado), mas também pela visão que os personagens trazem sobre o papel do sexo e da sexualidade, pelo tabu de conter um romance de relações extraconjugais e entre classes sociais diferentes, e também por toda a crítica à industrialização e à mineração de carvão. Apesar desses aspectos interessantes, a leitura se tornou maçante e muitos capítulos foram uma luta pra terminar por ranço dos protagonistas.

Cintia295 03/01/2023

No começo do livro, Connie era uma jovem mulher juntamente com sua irmã muito a frente do seu tempo, eram livres, viajavam, curtiam e decidiam que cara ia ficar ou se entregar, e seu pai não as criticava nem nada, até que veio a guerra e elas foram obrigadas a voltarem para casa.
Quando Connie se casa com Clifford um soldado era uma mulher decida, com sonhos, aliás os dois eram, até ele ficar ferido e paraplégico, com isso suas vidas mudam e vão morar nas terras dele, meio "escondido" do mundo, onde ela fica só por conta de cuidar do marido era praticamente sua enfermeira e amiga. Ela o ajudava com os artigos que ele começou a escrever e ter até uma faminha. Mas com tudo isso ela foi definhando, emagrecendo, até que decidem contratar uma enfermeira para ele, aí sim ela começa a se sentir um pouco mais livre e a passear no bosque da propriedade.

Aqui pode ter um pequeno spoilers

Esse livro foi censurado e proibido de publicar na época em que foi escrito, só anos depois e de algumas audiências conseguiram publicar, foi considerado "impróprio e pornográfico", e por si tratar de adultério também, onde a "mocinha é induzida" a ter amante para gerar um filho ao marido. Até seu pai quando a vê doente e apática dá conselhos que ela precisa de uma diversão.

Finalizando e falando no geral agora: adorei o livro pela sua temática, contexto histórico, época que foi escrito, etc. O que não gostei foi do romance em si não me converceram, não passou credibilidade.  Chega em certa parte do livro achei muito repetitivo.

Mas valeu muito a leitura.

Léo 02/01/2023

Publicado em 1929, O Amante de Lady Charttley é um clássico e polêmico livro da literatura inglesa. Nele D. H. Lawrence escreve não apenas sobre um romance e sexo, ele vai além disso colocando na história elementos da sua vida e suas ideias sobre o seu tempo.

Lawrence ao longo do romance vai mostrando o leitor por meio dos personagens e suas discussões, o que ele pensa sobre todas as mudanças ambientais e socio-econômicas que a Inglaterra estava passando e como isso o deixava insatisfeito. Além disso, é claro, ele também deixa sua visão de relacionamento e sexo entre um homem e uma mulher, e os momentos que ele escreve sobre isso, fica claro que ele está fazendo uma crítica ao puritanismo de sua época.

Acompanhar essa história foi interessante, principalmente o avanço do romance de Connie com Mellors, e as mudanças que o relacionamento deles traz a Connie. Antes dos dois se encontrarem, vemos ambos num estado de solidão, causado pelas mudanças da sociedade que torna toda uma vida monótona e baseada em dinheiro e também uma solidão vinda de relacionamentos sem uma chama do amor.

Eu gostei bastante da escrita do autor, e o final do livro foi bom, mesmo eu querendo que o autor fosse além da parte que ele parou. Foi uma ótima leitura e eu agradeço a Régis pela recomendação.

Recomendo muitíssimo.

JuliaSL 01/01/2023

Entendi porque baniram esse livro.
Imagina isso em 1928?! Hahaha faz muito sentido ter sido banido.
Eu ri, eu refleti e até fiquei embasbacada com algumas firulas narrativas.
Algumas frases eu as achava deveras reflexivas já outras me chocavam com a barbaridade nelas contidas. Que montanha russa haha.

Gi 31/12/2022

Não é um livro que agradará a todos
E se parar para analisar, ele é muito atual. Não criei grandes expectativas sobre essa leitura, então ele me impressionou sim, gostei bastante. É uma história incrível.

debora968 31/12/2022

"Sob a hipótese de exacerbado conservadorismo, não hesite: fuja."

Frase que está nessa edição da Antofágica.

Yaya 29/12/2022

Achei o filme bem fiel ao livro, mas obviamente o livro é bem mais rico em detalhes, o filme foca mais na relação entre Connie e Oliver, mas o livro mostra claramente mais da personalidade do Sir Clifford, um homem totalmente egoísta que não queria ser abandonado, mas não ligava para Connie, não acho que ele realmente a amava.Além de que, Connie pouco se importou em perder seu título e todo seu conforto,ela realmente mostrou que amava Oliver ao abrir mão de sua vida com Clifford. Achei o filme uma boa adaptação do livro, muda um detalhe aqui e ali, mas nada demais.

Hadelen 28/12/2022

Definitivamente é um livro que estava a frente do seu tempo quando foi lançado. A história aborda, por exemplo, a possibilidade de um casamento aberto. Também é bastante honesto quando se trata da sexualidade feminina.
Nem de longe é um livro ruim. Fiz VÁRIAS marcações de trechos com reflexões bem interessantes.
No entanto, é claramente um romance escrito do ponto de vista masculino, mesmo a narrativa embarcando através dos olhos da Connie na maior parte do tempo.
O que significa que a Connie é arrebatada ao ouvir um "cê tem a bunda mais linda do mundo", e depois de tudo o que aconteceu, decidiu não desistir do Mellors porque ele fez esse elogio. Sério?
Além disso, algumas descrições são meio sem sentido. Como um homem ter a coxa firme de quem viveu seus prazeres masculinos ou coisa assim. Oi?
Enfim, 50% reflexões interessantes, 50% diálogos e descrições constrangedoras.