A morte em Veneza & Tonio Kröger

A morte em Veneza & Tonio Kröger Thomas Mann




Resenhas - Morte em Veneza & Tonio Kröger


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Marianne.Azevedo 26/02/2020

Vale a pena
2 histórias igualmente boas. A segunda de leitura fácil, a primeira depois que acostuma, flui bem
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Natanael Nonato 10/02/2020

Interessante
Quero deixar claro que não entro no mérito da sexualidade porque não tenho qualquer interesse e nem sobre possíveis pensamentos pedófilos porque me propus a apreciar a obra e em minha opinião nenhum tema deve ser proibido na literatura. As duas novelas de Thomas Mann combinam muito bem. Ambas possuem como personagens principais artistas que sentem a necessidade de respirar novos ares. No caso de Tonio, são encontrados novos ares na Dinamarca e no caso de Aschenbach o destino é Veneza. Os dois livros dão detalhes preciosos das características das personagens e das cidades que eles passam. Me senti na própria Veneza, ou em qualquer país nórdico (Tonio Kröger) ao ler esses livros. Infelizmente, minha pouca capacidade e interesse por filosofia me fez ficar perdido por alguns poucos parágrafos nos dois livros, quando os artistas refletem profundamente sobre a vida do artista. Mas, tirando isso, os livros foram bem interessantes e belos. A beleza com que o autor descreve os sentimentos é bem interessante e cativante. Embora o fim não seja o mesmo para os dois livros, há muita conexão entre as duas histórias de paixão. Nota 3,5, porque sou bem crítico!
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Colenci 30/09/2019

Uma baita novela! Tensão entre o apolínio e o dionisíaco na sua melhor forma! Texto lindo, bem traduzido e bastante poderoso. [sobre A Morte em Veneza]
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Fayetsho 24/09/2019

Um autor incrível
Esta foi minha segunda obra do Thomas Mann lida, e já digo - com um pouco de arrogância - que é um dos meu autores favoritos.
O livro tem duas novelas: A Morte em Veneza (1912) e Tonio Kroger(1903). A primeira é A Morte em Veneza e tive muita dificuldade. Nela, Mann vai usar bastante sua habilidade de prosador, até parecendo que a história do autor Gustav von Aschenbach fica "meio" de lado. Essa novela, esse autor renomado decide ir para Veneza pra renovar os ares, e se apaixona por um outro turista. Ainda, muito dos elementos narrativos vão das pistas do que vai acontecer no livro, além de Mann fazer um ótimo retrato de Veneza.
Já Tonio Kröger temos uma parte da vida do poeta Tonio Kröger. Em muito as duas novelas dialogam-se, e nessa segunda até senti um toque de "Os Buddenbrook". Nessa segunda já senti mais facilidade, então para quem é iniciante na obra, diria pra começar primeiro por Tonio Kröger.
E claro, não podia deixar de falar da excelente edição da companhia das letras, com um texto de apoio incrível, mas que tem alguns spoilers de outros livros do autor.
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Dan 24/04/2019

Mais do mesmo
Tonio Kroeger esquece de admirar o coleguinha para problematizar a arte de uma maneira ridicula que não tem nada a ver com o papel social amoral dela.

Morte em veneza é uma história tão simples quanto eu jogar o miojo na água quente e esperar 3 minutos. Aschebach é o fracasso personificado perdendo sua lucidez por um objetivo tão fugaz; a única força dessa narrativa se encontra na pressão psicológica dele que ainda sim é razoável. As descrições tem algo Nabokov!
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setantarpgs 26/02/2019

Histórias muito boas com densidade psicológica e que têm relação com autores de filosofia.
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Deghety 17/10/2018

Tônio Kroeger / A Morte em Veneza
Tônio Kroeger

Tônio Kroeger é um personagem muito parecido com o Roquentin de A Náusea de Sartre, mas com um pouco de boa vontade para relações interpessoais.
Na primeira metade do livro, infância e adolescência, Tônio é arrebatado por paixões quase que obsessivas.
Já na segunda parte, o Tônio adulto se torna um artista e se sente a marginal do homem comum, como se a vida fosse um espetáculo e ele fosse uma plateia apática e desdenhosa.
O personagem é do tipo que pensa que a ignorância é uma dádiva, que o saber aflige o ser humano, por isso o desdenho pelas pessoas, principalmente no tocante a arte, então ele meio que inveja a vida sem preocupações das relações, quaisquer que sejam, fúteis e despreza os que ele chama, em outras palavras, artistas medíocres.
A leitura bem agradável e dinâmica, com um intimismo não tão profundo, mas que desperta reflexões interessantes.

A Morte em Veneza

Achei esse livro um tanto estranho.
Começa com o protagonista quase como objeto de cenário, que é, diga-se de passagem, bem descritivo.
Em seguida o personagem toma vida numa paixão platônica, obsessiva e pedófila, maquiando com comparações mitológicas e odes a beleza física como arte, mas o que eu vi foi um velho safado.
Eu achei a história bem fraca, destaca-se, no entanto, a descrição cenográfica.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 15/07/2018

Formação E Ocado De Um Escritor
Não é por acaso que "Tonio Kroger" e "Morte em Venexa", duas novelas de Thomas Mann, aparecem reunidas numa mesma edição. Enquanto a primeira apresenta a formação de um escritor, a segunda retrata o ocaso.

Publicada em 1903 e com fortes traços autobiográficos, "Tonio Kroger" narra o amadurecimento de um poeta em busca da consagração. Um homem que abdica da vida mundana, passando a ser prisioneiro de seu ofício e cuja genialidade reside nas contradições em adaptar-se a esse modelo.

Filho de um rico comerciante e de uma mãe com alma de artista, são seus vínculos afetivos que dominam boa parte da narrativa como sua paixão por Han Hanssen, um colega de escola, e pela bela Inge Holm que acabam sendo trocados pela amizade com a pintora Lisavieta Ivanova.

Por sinal, o ponto alto da novela são suas reflexões filosóficas como uma carta endereçada a amiga, enquanto Kroger passa uma temporada isolado num pequeno balneário no interior da Dinamarca.

Lançada em 1912, "Morte em Veneza" é considerada a obra-prima de Thomas Mann. Com cerca de cem páginas, ela gira em torno da forte atração que um famoso escritor, Gustave Aschenbach, desenvolve por um belo jovem, Tadzio, durante a recuperação de uma estafa em Veneza.

Apesar da simplicidade do enredo, sua leitura permite distintas interpretações. A mais frequente, concerne ao conteúdo homoerótico. Nas páginas finais, o protagonista chega a evocar um pretenso diálogo à maneira socrática para justificar seu desejo, aliás, esse é um dos trechos mais conhecidos do autor.

Outra interpretação possível trata dos dilemas filosóficos de Aschenbach sob a influência do pensamento apolíneo-dionisíaco de Nietzsche, de quem Mann era confesso admirador. Entretanto, o desenrolar dos acontecimentos também discorre sobre decadência e morte, dois assuntos constantes em seus livros. Aliás, como o título indica, a novela é o canto do cisne de um homem em sua jornada rumo ao autoconhecimento.

Finalmente, com um impecável trabalho de edição, merece destaque a tradução de Herbert Caro e Mário Luis Frugillo assim como os ensaios de Anatol Rosenfeld.
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Lili 30/06/2018

A Morte em Veneza
Li apenas A Morte em Veneza, portanto meu comentário se refere somente a esta parte do livro.

Depois de ler A Montanha Mágica, digo que este livro foi bem decepcionante. Não é que eu esperasse a mesma qualidade (afinal, A Montanha Mágica é considerada a obra-prima de Mann), mas ainda assim esperava algo muito bom.

Eu gostei somente de alguns trechos esporádicos e das descrições de Veneza. No geral não gostei, acho que principalmente por causa do tema, que dificilmente me provocaria simpatia.

Não digo que não recomendo, afinal ler um clássico sempre vale a pena. Mas pode deixar mais pro fim da fila.
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Mario Miranda 16/02/2018

Introdução ao universo de Thomas Mann
As duas novelas, ambas escritas ainda no início da carreira do autor, não são da magnitude de um A Montanha Mágica ou Os Buddenbrooks, e nem parece ser esta a intenção do autor.

Thomas Mann foi para o século XX, dado que a maior parte das suas obras foram publicadas naquele século, um remanescente dos grandes escritores clássicos: vindo desde Goethe, passando por um Balzac, Stendhal, Dostoiévski, Tolstói. Autores aptos a escreverem grandes obras, recheadas de parágrafos que se estendem ao longo de páginas, sem em momento algum tornarem-se enfadonhos.

A Morte em Veneza, 5ª obra do autor a ser publicada, no ano de 1912, refere-se a uma ficção quase patológica de um escritor de certa idade pela beleza de um jovem adolescente desconhecido. Ao longo das páginas, onde o personagem principal, Aschenbach , por vezes perseguindo o jovem, sem contudo dirigir-lhe a palavra, Mann descreve as confusões psicológicas a que o personagem é acometido. De forma muito similar, com uma sutil troca de papéis entre adorador e adorado, a novela em muito me lembrou a de Stefan Zewig "Confusão de Sentimentos", publicado 15 anos após "A Morte em Veneza", por um autor que nutria imenso respeito por Thomas Mann.

"A Morte em Veneza" é uma excepcional porta de entrada para aqueles que buscam ler "A Montanha Mágica". Estilos semelhantes, de certa forma um enredo inicial análogo, em uma obra muito mais enxuta.

Em Tonio Kröger, vejo uma novela autobiográfica carregado ainda de um Romantismo já tardio até para a época de sua publicação, talvez pela influência da leitura de Schiller e Goethe na juventude de Mann.

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/?hl=pt-br
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criscat 10/12/2017

O título gera certo estranhamento, já que em geral Veneza está associada a gôndolas, passeios pelos canais, viagens, férias, casais em lua-de-mel. Coisas que são sinônimo de vida. E, de certa forma, o título dá um spoiler, pois a história se inicia com o protagonista em Munique. O leitor já fica sabendo que a trama se deslocará para Veneza em algum momento e que ocorrerá uma morte. Morte que é insinuada, prenunciada, anunciada de inúmeras formas no início do livro.

site: http://www.cafeinaliteraria.com.br/2017/11/04/morte-em-veneza/
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Junia.Maria 19/07/2017

A Morte em Veneza - Thomas Mann
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 200
Publicação: 2015

A Morte em Veneza e Tonio Kröger são duas histórias independentes do escritor alemão Thomas Mann. Elas foram compiladas nessa edição da Companhia das Letras que está republicando suas obras em uma coleção que leva o seu nome. Por tanto, essa resenha será dividida para cada uma das obras apresentadas.

A Morte em Veneza traz a história do escritor Gustav von Aschenbach, que vai à Veneza em busca de repouso em uma espécie de férias para buscar inspiração para seu novo livro. De lá, ele partiria para outra cidade, porém em seu hotel encontra-se hospedado um jovem chamado Tadzio, por quem Gustav logo se encanta. Ao longo e sua estadia, Gustav e Tadzio não trocam sequer uma palavra, pelo contrário, o escritor o admira o tempo todo, à distância, com medo de lhe proferir algo. O máximo que conseguem é uma troca de olhares aqui e acolá.

Porém, as mudanças repentinas do tempo fazem com que Gustav fique com a saúde abalada. Mesmo assim, sua paixão por Tadzio faz com que ele não queira deixar Veneza de jeito algum. Posteriormente, isso lhe trará um custo alto.

Essa história é um clássico da narrativa de Mann. Nela veremos como o autor gosta de abordar os seus personagens, gosta de nuances na escrita e de trabalhar os vários significados que o texto possa ter através da vasta gama de possibilidades de leitura que o leitor possa fazer sobre ele.

Uma questão que se faz presente é a polêmica relação dos protagonistas da história. Uma vez que Tadzio é descrito como ainda um adolescente recém-saído da fase infantil e Gustav um adulto já experiente, teremos aí uma relação que tende para a pedofilia, o que faz com que o livro seja sempre citado em listas que abordam essa temática na literatura. Mesmo estando com narrativa em primeira pessoa, o leitor atento percebe que toda a situação do romance só ocorre na cabeça de Gustav e Tadzio, em nenhum momento, lhe dá esperanças de que isso vá acontecer. Trata-se quase que de uma obsessão doentia por parte do escritor por sobre o jovem. É um texto polêmico, que daria margem para muitos debates.

Já em Tonio Kröger teremos a história do personagem homônimo, um escritor que, ao longo de sua vida, lida com a contradição de conhecer o seu eu e de se dedicar à arte. O livro aborda muito a relação arte-artista, trazendo o ponto de vista do escritor por sobre a sua existência e o mundo à sua volta. É interessante como Mann, nesse caso, é bastante sucinto e objetivo em situar o leitor na vida de Kröger, fazendo essas passagens brevemente e focando em suas reflexões. Percebe-se que, sendo o protagonista também um escritor, Mann usa-o para desvelar e trabalhar em cima de fatos autobiográficos, abordando seus sentimentos e sua própria profusão de ideias.

No geral, esses textos são ótimas formas de começar a ler o autor, uma vez que são curtos mas pungentes no que tange à sua narrativa. Vários traços das características conhecidas de Mann podem ser encontrados neles. Vale destacar também a edição maravilhosa que a Companhia das Letras fez, com capa dura e diagramação bem trabalhada. Sem dúvidas já quero essa coleção inteira na minha estante.
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Junia.Maria 19/07/2017

A Morte em Veneza - Thomas Mann
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 200
Publicação: 2015

A Morte em Veneza e Tonio Kröger são duas histórias independentes do escritor alemão Thomas Mann. Elas foram compiladas nessa edição da Companhia das Letras que está republicando suas obras em uma coleção que leva o seu nome. Por tanto, essa resenha será dividida para cada uma das obras apresentadas.

A Morte em Veneza traz a história do escritor Gustav von Aschenbach, que vai à Veneza em busca de repouso em uma espécie de férias para buscar inspiração para seu novo livro. De lá, ele partiria para outra cidade, porém em seu hotel encontra-se hospedado um jovem chamado Tadzio, por quem Gustav logo se encanta. Ao longo e sua estadia, Gustav e Tadzio não trocam sequer uma palavra, pelo contrário, o escritor o admira o tempo todo, à distância, com medo de lhe proferir algo. O máximo que conseguem é uma troca de olhares aqui e acolá.

Porém, as mudanças repentinas do tempo fazem com que Gustav fique com a saúde abalada. Mesmo assim, sua paixão por Tadzio faz com que ele não queira deixar Veneza de jeito algum. Posteriormente, isso lhe trará um custo alto.

Essa história é um clássico da narrativa de Mann. Nela veremos como o autor gosta de abordar os seus personagens, gosta de nuances na escrita e de trabalhar os vários significados que o texto possa ter através da vasta gama de possibilidades de leitura que o leitor possa fazer sobre ele.

Uma questão que se faz presente é a polêmica relação dos protagonistas da história. Uma vez que Tadzio é descrito como ainda um adolescente recém-saído da fase infantil e Gustav um adulto já experiente, teremos aí uma relação que tende para a pedofilia, o que faz com que o livro seja sempre citado em listas que abordam essa temática na literatura. Mesmo estando com narrativa em primeira pessoa, o leitor atento percebe que toda a situação do romance só ocorre na cabeça de Gustav e Tadzio, em nenhum momento, lhe dá esperanças de que isso vá acontecer. Trata-se quase que de uma obsessão doentia por parte do escritor por sobre o jovem. É um texto polêmico, que daria margem para muitos debates.

Já em Tonio Kröger teremos a história do personagem homônimo, um escritor que, ao longo de sua vida, lida com a contradição de conhecer o seu eu e de se dedicar à arte. O livro aborda muito a relação arte-artista, trazendo o ponto de vista do escritor por sobre a sua existência e o mundo à sua volta. É interessante como Mann, nesse caso, é bastante sucinto e objetivo em situar o leitor na vida de Kröger, fazendo essas passagens brevemente e focando em suas reflexões. Percebe-se que, sendo o protagonista também um escritor, Mann usa-o para desvelar e trabalhar em cima de fatos autobiográficos, abordando seus sentimentos e sua própria profusão de ideias.

No geral, esses textos são ótimas formas de começar a ler o autor, uma vez que são curtos mas pungentes no que tange à sua narrativa. Vários traços das características conhecidas de Mann podem ser encontrados neles. Vale destacar também a edição maravilhosa que a Companhia das Letras fez, com capa dura e diagramação bem trabalhada. Sem dúvidas já quero essa coleção inteira na minha estante.
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Cesinha 30/07/2016

Aschenbach é um artista,mas como mestre da forma está preso a ela. O homem moderno,cativo no mundo que ele próprio construiu e mantém, é apolíneo.O rompimento da forma pela arte moderna é sintomático. A busca de liberdade se dá de maneira conservadora. Aschenbach é um ser não-comportamental sublimado. O artista sublima esteticamente sua existência negada na realidade social. Realiza-se em sua obra.

Aschenbach representa a ambigüidade do homem moderno,no qual a aparência de disciplina e produtividade esconde um interior minado pela insatisfação .O escritor amava seu ofício,mas estava cansado e preocupado em não deixar que isso transparecesse em sua obra. Jamais conhecera a ociosidade,vivera uma vidaregrada e previsível.

A previsibilidade da vida moderna e sua imperfeição o ferem. Acostumara-se a se alegrar com a meia perfeição de sua obra,mas, repentinamente,não conseguia mais.

A viagem, o distanciar-se de tudo que é conhecido e previsível é a única saída frente à resignação da vida cotidiana. Caminhos conhecidos não levam a lugar algum.Assim, a viagem é uma procura de um sentido próprio e inclassificável para a vida, o qual denominaremos destino.

Aschenbach buscava o estranho e o sem relação; a viagem que o leva a Veneza também é uma viagem interior. Sua alma desperta para questões sobre a validade da obra artística ou de qualquer outra obra. Mann sugere que a satisfação humana não pode derivar da atividade artística, nem de qualquer outra atividade que resulte em um produto.

Aschenbach, como artista que ousa querer viver, está propenso ao indefinido. A solidão que lhe proporciona a inspiração criativa também o seduz para o absurdo e o proibido.

Seu desejo de descansar observando o mar despreocupadamente significa a aceitação da ociosidade e do nada-uma forma do perfeito-tão opostos à sua tarefa, mas por isso mesmo sedutores. A insatisfação para com a mercantilização da vida é explicitada por Mann de modo acontrapô-la a um encantamento que estava tornando-se nostalgia.
Douglas 14/10/2020minha estante
Excelente resenha. Obrigado


Cesinha 14/10/2020minha estante
Obrigado ! =)




Marcos 15/04/2016

A Morte em Veneza e Tonio Kröger são duas histórias independentes do escritor alemão Thomas Mann. Elas foram compiladas nessa edição da Companhia das Letras que está republicando suas obras em uma coleção que leva o seu nome. Por tanto, essa resenha será dividida para cada uma das obras apresentadas.

A Morte em Veneza traz a história do escritor Gustav von Aschenbach, que vai à Veneza em busca de repouso em uma espécie de férias para buscar inspiração para seu novo livro. De lá, ele partiria para outra cidade, porém em seu hotel encontra-se hospedado um jovem chamado Tadzio, por quem Gustav logo se encanta. Ao longo e sua estadia, Gustav e Tadzio não trocam sequer uma palavra, pelo contrário, o escritor o admira o tempo todo, à distância, com medo de lhe proferir algo. O máximo que conseguem é uma troca de olhares aqui e acolá.

Porém, as mudanças repentinas do tempo fazem com que Gustav fique com a saúde abalada. Mesmo assim, sua paixão por Tadzio faz com que ele não queira deixar Veneza de jeito algum. Posteriormente, isso lhe trará um custo alto.

Essa história é um clássico da narrativa de Mann. Nela veremos como o autor gosta de abordar os seus personagens, gosta de nuances na escrita e de trabalhar os vários significados que o texto possa ter através da vasta gama de possibilidades de leitura que o leitor possa fazer sobre ele.

Uma questão que se faz presente é a polêmica relação dos protagonistas da história. Uma vez que Tadzio é descrito como ainda um adolescente recém-saído da fase infantil e Gustav um adulto já experiente, teremos aí uma relação que tende para a pedofilia, o que faz com que o livro seja sempre citado em listas que abordam essa temática na literatura. Mesmo estando com narrativa em primeira pessoa, o leitor atento percebe que toda a situação do romance só ocorre na cabeça de Gustav e Tadzio, em nenhum momento, lhe dá esperanças de que isso vá acontecer. Trata-se quase que de uma obsessão doentia por parte do escritor por sobre o jovem. É um texto polêmico, que daria margem para muitos debates.

Já em Tonio Kröger teremos a história do personagem homônimo, um escritor que, ao longo de sua vida, lida com a contradição de conhecer o seu eu e de se dedicar à arte. O livro aborda muito a relação arte-artista, trazendo o ponto de vista do escritor por sobre a sua existência e o mundo à sua volta. É interessante como Mann, nesse caso, é bastante sucinto e objetivo em situar o leitor na vida de Kröger, fazendo essas passagens brevemente e focando em suas reflexões. Percebe-se que, sendo o protagonista também um escritor, Mann usa-o para desvelar e trabalhar em cima de fatos autobiográficos, abordando seus sentimentos e sua própria profusão de ideias.

No geral, esses textos são ótimas formas de começar a ler o autor, uma vez que são curtos mas pungentes no que tange à sua narrativa. Vários traços das características conhecidas de Mann podem ser encontrados neles. Vale destacar também a edição maravilhosa que a Companhia das Letras fez, com capa dura e diagramação bem trabalhada. Sem dúvidas já quero essa coleção inteira na minha estante.

site: http://www.capaetitulo.com.br/2016/04/resenha-morte-em-veneza-e-tonio-kroger.html
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