Cherry Vanilla 18/03/2009
Amor de Perdição
Sou suspeita pra falar de Morte em Veneza. É meu livro favorito. Li quando tinha uns 16 anos, depois de muito procurar (e, por sorte, encontrar uma reedição) e, então, desde sempre estou relendo e, a cada vez, parece um livro novo.
Ignorantes e profundas como pires são aquelas pessoas que consideram Morte em Veneza um livro sobre homossexualidade. Não é. O escritor Gustav von Aschenbach não está querendo "traçar" o garoto Tadzio: ele vai além, ele não cobiça o corpo do menino e sim sua juventude e beleza, como a manifestação da perfeição.
Outro livro que acho imprescindivel também assistir ao filme (meu filme favorito, por sinal), porque, pelo menos eu considero, uma adaptação perfeita da obra, embora seja uma versão mais...digamos... "hot". Por exemplo: no livro, nunca ficamos sabendo se Tadzio sequer nota Aschenbach. No filme, ele não só percebe o olhar do músico (devido à mudança de midia, no filme ele é um músico, como Luchino Visconti acredita que Thomas Mann queria que fosse) como se insinua para ele. Como ouvi, certa vez, em uma palestra sobre o livro e o filme (que tive a oportunidade de assistir no cinema. Maravilhoso!), é como se tivessem, na adaptação, pego a novela e colocado dentro de uma chaleira de água fervente.
Ah, sim, depois comento sobre Tonio Kröger, pois esse eu li poucas vezes e, então, preciso relembrar!