spoiler visualizarRen Alc. 22/03/2020
"À sua direita, amigo."
Diferente dos livros anteriores que hora me estressaram e hora me fizeram ter vontade de voltar alguns séculos e dar uns sacodes em certos personagens (ou seja, continuaram a me estressar), Ecos do Futuro me surpreendeu de maneira positiva, com uma narração que não deixou absolutamente nenhum personagem de fora e não nos deixou com vontade de dormir durante as partes mais extensas.
E pra mim, o grande diferencial desse livro com os outros, foi exatamente esse. Conseguimos conhecer mais intimamente personagens que já deu as caras antes (Lord John Grey, William Ransom, Percy...) e nos aprofundar em outros que julgamos já conhecer tudo (Alô Fergus?), além de nos deparar com o desfecho da história de alguns outros (um em particular que foi bastante importante no decorrer da saga e que leva o título dessa resenha em sua homenagem).
Decididos a não enfrentar mais uma guerra, Claire, Jamie e Ian (e Rollo!), decidem voltar para Escócia, o lar deles. Mas como nada é tão fácil para os Frasers, voltar para casa, será uma grande e sangrenta luta. Com direito a muita água também.
Por outro lado, Brianna e Roger, parecem estar se adaptando a vida familiar muito bem no século de origem deles, quando algo grave ocorre, provando mais uma vez que ninguém com uma gota de sangue escocês, pode ser deixado em paz.
De volta ao passado, pudemos ver o dia a dia de Lord John Grey com sua família, que enfrenta uma situação pra lá de delicada, mas disso esse homem entende muito bem, sim? Tendo como amigo de anos Jamie Fraser, ele tem uma grande experiência nessa área. Por isso, não fica impressionado quando descobre que sua sobrinha, Dottie, está aprontando algo com o seu filho, William Ransom - quem está seguindo carreira militar e se tornou um dos inúmeros motivos para Jamie Fraser ir para longe da América. O próprio teme chegar a um dia ter que enfrentar o seu filho no campo de batalha.
Fergus, filho adotivo de Jamie, se torna centro duma grande charada que aparentemente, dura algumas décadas... Com sua profissão perigosa, com um homem misterioso em seu encalço fazendo perguntas por aí sobre seu passado e com um filho doente, Fergus Fraser ganha destaque em Ecos do Futuro e nos faz teorizar sua verdadeira ligação com Claire Fraser.
Com encontros e desencontros, ferimentos e mortes, o livro acaba com um grande plot twist, mas não sem antes nos arrancar algumas lágrimas (Ian Murray, o gentil escocês, é o grande culpado pelos litros de lágrimas que me arrancou. Ele e Jenny, quem ao final, nos surpreende com uma decisão), umas risadinhas (A revelação final bombástica de Lord John Grey e a reação de Jamie, foi pra lá de peculiar... e divertida, admitamos) e um suspiro regado de "Quero mais" e "O que será que aconteceu?".
Se recomendo? Recomendo muitíssimo! Se não por Claire ou Jamie, então por Lord John Grey e William Ranson, a personificação de Young Jamie, até na tendência ridícula de se meter em situações de vida ou morte.
"Jamie colocou o embrulhinho branco em sua mão e Ian guardou o dedo despreocupadamente no sporran.
— Vou guardá-lo comigo até você me alcançar."
PS: Ah, para. A leitura também vale a pena por Rollo... E Ian, salvando um certo alguém de uns índios e uma cobra.