S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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victor 07/05/2021

áspero
é uma leitura brusca e com um protagonista insuportável em diversos sentidos, mas acho que sua narrativa - e sanidade - duvidosa é o que torna a leitura mais instigante. gostei de ver o regionalismo e contexto histórico aplicados. é uma das primeiras obras modernistas que leio e achei super!

(não posso falar sobre os pontos que pra mim foram negativos na leitura porque acho que muito da "ressaca" que senti lendo esse livro é por ser uma leitura obrigatória, o que me desanima um pouco)
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Rodolfo.Barbosa 25/08/2022

Uma obra de arte nacional
" A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste. "

Tô Impactado com esse livro. Um obra de arte Brasileira.

S. Bernardo nós mostra o nordeste cru, o verdadeiro nordeste de 1920. A vida sofrida, precária e desumana das pessoas que ali viviam. E conta a estória de Paulo Honório. Humilde Nordestino do sertão, vai construindo sua vida com dificuldade, mas a vida sofrida lhe torna alguém que ele mesmo, se arrependeria depois...

A escrita é espetacular, Graciliano usa uma escrita informal daquela época, o que faz você adentrar no Nordeste/Brasil de 1920. A linguagem é muito semelhante a linguagens dos nossos avós e bisavós, é bonito de se ler.

Com várias passagens que te colocam em reflexões com o personagem principal; muitas vezes nos colocamos no lugar do personagem, sentimos sua dor.

A estória traz reflexões, como superação, jornada, arrependimento...

10, nota 10.
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Francelle 24/01/2017

Melhor maneira de conhecer Graciliano Ramos, com certeza.
Essa foi a primeira obra do Graciliano Ramos que eu li. Portanto, não conhecia nada sobre o estilo da escrita do autor, e só sabia, a respeito dele, que era o autor de Vidas Secas.
Mesmo que São Bernardo não tenha tanta fama quanto Vidas Secas, é um livro tão maravilhoso e escrito com tamanha qualidade, que já me motivou a ler mais do Graciliano.
A história de Paulo Honório e de sua obsessão em possuir tudo e todos ao seu redor nos é contada pelo próprio Paulo, em uma tentativa de se entreter ao escrever um livro sobre sua vida. Ele não tenta, a princípio, nos dar lições de moral. O que encanta na escrita é justamente isso: ele não é um personagem 100% mal e também não é nem um pouco santo, e nos transmite sua forma de pensar e justificativas para suas ações de forma direta, sem pedir desculpas. Conhecemos a fazenda de São Bernardo pelos olhos de seu dono e adorador, e conhecemos um pouquinho de cada personagem que cruza a vida de Paulo, pela ótica dele e sob a teia de seus preconceitos e sentimentos em relação às pessoas. A lição de moral nos é dada no desenrolar da narrativa e pelo rumo que a vida de Paulo Honório vai tomando.
Em certo momento, nos damos conta de que existem muitos Paulos espalhados por aí, preocupados apenas com cifras e posses, esquecendo-se da humanidade e da sensibilidade enquanto acumulando valores desenfreadamente. E podemos perceber, ainda, o quanto alguns temas bem atuais permeiam a história, tais como: as consequências do modo de vida capitalista quando este é levado ao extremo, o machismo (que observamos na relação de Paulo com Madalena) e a valorização do ter em detrimento do ser de cada um. Temas estes abordados com uma grande sensibilidade do autor (em contraste com a brutalidade de pensamentos do personagem principal).
Tive uma certa dificuldade em me acostumar com a escrita por causa de algumas palavras que não costumamos utilizar em pleno 2017, mas com a ajudinha de um dicionário, esse problema foi facilmente superado e a narrativa fluiu de forma tranquila na maior parte do tempo.

Aliás, recomendo demais essa edição da Record: o texto inicial é uma ótima introdução à obra de Graciliano, mesmo tendo menos de uma página; já o texto de apoio escrito por João Luiz Lafetá é esclarecedor e auxilia demais na compreensão do lado psicológico do personagem Paulo Honório, explicitando também a forma de escrita utilizada pelo autor no desenvolvimento de São Bernardo.
Marcos.Azeredo 13/02/2017minha estante
O escritor brasileiro que mais gosto. Seu estilo lembra um pouco Dostoiéviski, sendo sua escrita bem enxuta, seca, árida como é o sertão de suas vidas secas. São Bernardo é o romance de Graciliano Ramos que mais gosto. Não li Memórias do Cárcere, seu relato na prisão.


Rosa Santana 01/04/2017minha estante
Tenho Paulo Honório como um excelente personagem, no plano técnico/ideológico, pensando na luta contra o capitalismo que empreendeu seu autor, GR! Ver o gigantesco dono da fazenda, dos trabalhadores, da mulher e do filho se desmoronar, penso, foi o sonho do seu criador.
Amo esse livro!
Amo Graciliano!
Amo Paulo Honório!
(Ótima sua resenha!)




Leandro257 03/09/2020

Graciliano sendo Graciliano
Uma das obras mais conhecidas do Graciliano Ramos e do Modernismo de 30, "São Bernardo" conta a história de Paulo Honório (sendo ele narrador-personagem), seu começo de vida, de como tornou-se dono da fazenda São Bernardo e os acontecimentos sucessores a partir desse feito que o fez chegar aonde se encontra (a narrativa, por vezes, transita entre o passado e o presente). Vale ressaltar o modo como Paulo resolveu contar sua história, usando palavras aproximadas da fala cotidiana (pois ele era pouco letrado) o que aproxima o texto do leitor.

Uma coisa que achei interessante foi o contraste entre essa obra e "Vidas Secas", pois nela vemos um retirante nordestino em condição miserável e aqui vemos o oposto, a vida de um fazendeiro nos anos 30.

A escrita do autor é de fácil compreensão, a não ser pelo regionalismo tão presente, mas nada que algumas consultas ao dicionário não resolvam.
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Vivian210 21/01/2023

S. Bernardo
Durante toda a história o autor deixa claro que Paulo Honório é um mau-caráter, e honestamente, em praticamente todo o livro eu senti ódio dele, mas é inegável que retrata de forma coesa como a sociedade e principalmente os homens agiam em 1930, o que evidencia que em alguns assuntos o país não evoluiu muito, o livro vale muito a pena ser lido.
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cinthia.alencar 27/03/2021

Graciliano retrata como poucos a alma humana
Tentando aqui achar uma boa palavra para definir o que senti lendo essa obra. Foi um misto de raiva, compaixão e um perturbador sentimento de identificação pelo lado humano complexo que todos temos, que vai muito além de ser bom ou ser mau.

Impressionante como Graciliano consegue exprimir o quanto seus personagens duros e brutalizados pelo meio amam e sofrem usando da linguagem igualmente crua e simples de homens como Fabiano, Paulo Honório e tantos outros. Só com muito domínio da arte da palavra e sensibilidade para compreender o outro.

Paro por aqui, porque uma resenha é muito pouco para um livro tão sensacional, tão cheio de camadas, tão completo.

Viva o mestre!

Ps.: Intrigada com a fascinação de G. Ramos em batizar os personagens caninos com animais marinhos. Tubarão, Baleia... ??
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Lucas 14/04/2023

O que fazer e o que não fazer: para Graciliano Ramos, a maturidade literária chegou cedo
Pessoalmente como leitor, é difícil para este que vos escreve falar sobre o alagoano Graciliano Ramos de Oliveira (1892-1953): ele possui tantos predicados como escritor e como homem que fica complicado esquecer a sua história particular para falar de sua obra. Acima de tudo, um sobrevivente de uma trajetória de vida com muitos traços dramáticos, Graciliano Ramos é um dos meus portos seguros em termos de literatura. Ter um livro dele nas mãos parece transmitir uma certeza de que a frustração passará longe de suas linhas.

Essa ideia sofre um certo abalo, entretanto, quando se está diante de S. Bernardo, obra lançada em 1934 e o segundo trabalho literário do autor. Espera-se, diante disso, um estilo mais "verde" e não tão profundo quanto o desenvolvido posteriormente por Graciliano Ramos no espetacular e atemporal Vidas Secas (1938). Felizmente, o escritor não passou por esse problema, pois a obra já tem o nível de maturidade que se espera de um livro escrito por ele.

O enredo é simples: S. Bernardo é escrito em primeira pessoa por Paulo Honório, um alagoano do interior típico do final do século XIX. Os relatos dos seus primeiros anos são ignorados, mas ele possui pais desconhecidos e vivia vagando pelo mundo, com exceção de alguns momentos onde era amparado por Margarida, uma doceira que desenvolve com Paulo uma relação fora dos padrões do seu posterior comportamento. Quando criança, o protagonista era guia de um cego e ajudava a vender doces para sobreviver. Mas na idade adulta acontece algo que, se não é tão focado pela narrativa, acaba sendo fundamental para o caráter de Paulo Honório: ele, por ciúmes, esfaqueia um homem.

Este ato é o prelúdio da personalidade do protagonista-narrador: explosivo, trabalhador e determinado, ele aglutina para si características por vezes conflitantes, mas que denotam uma grande complexidade em sua construção (é o maior traço da maturidade literária precoce de Graciliano Ramos). Ao ser preso pelo esfaqueamento, ele aprende na reclusão a ler e a escrever, o que é a influência literal que o ato causa ao personagem, que nunca tinha sido (e nunca foi, de fato) muito ligado às letras.

Ao invés de pavimentar um caminho eventualmente diferente, a obtenção do alfabetismo despertou um espírito voraz em Paulo Honório. Ele regressa à Viçosa, sua cidade-natal (e que existe de fato, próxima de Maceió) e passa a contemplar a fazenda São Bernardo, local onde ele já havia trabalhado quando adolescente. A propriedade, então decadente, era gerida por Luis Padilha, indivíduo ocioso que acaba caindo numa armadilha mercantil proposta por Honório. De mãos atadas, Padilha acaba vendendo a propriedade a Paulo Honório, que prospera usando métodos bem questionáveis.

Neste e em vários outros momentos, Graciliano deixa nas linhas uma sutil crítica ao desenfreado espírito capitalista, que não pondera esforços ou escrúpulos em busca de um objetivo material. Travestido de um discurso individualista, de que tudo pode ser justificado ou avalizado se obtido com trabalho duro, esta marca que Graciliano Ramos usa para construir seu protagonista de S. Bernardo pode ter a ver com o seu futuro dentro do Partido Comunista Brasileiro (o autor chegou a ser preso pela ditadura de Getúlio Vargas em 1936), mas, se tomada num sentido menos político, ela inegavelmente conduz a várias reflexões válidas.

A que preço se vence na vida nesse aspecto mais material? A trajetória final de Paulo Honório responde esse dilema de forma magistral. Mas a sua secura e rigidez com relação aos seus "valores" sucumbem diante de Madalena, professora pela qual ele se encanta (não se apaixona por ela, isso parece inconcebível para Honório). Ao trazer tanta doçura e altruísmo diante de um mundo tão fechado, a secura e rigidez ressurgem com uma nova capa: a do ciúme doentio. Nem mesmo o filho do casal ameniza essa paranoia e ela arrasta todos os personagens do livro para um acontecimento impactante ocorrido no final da obra.

Paulo Honório era alguém rodeado de pessoas, como o capataz Casimiro Lopes, o padre Silvestre, o advogado Nogueira, o contador Ribeiro, o jornalista Azevedo Gondim, além dos já citados. Mas tudo, inclusive essas pessoas, se distanciam do protagonista... Algo natural na vida de todo mundo, mas que Graciliano Ramos não dramatiza, apenas naturaliza. O protagonista mesmo, é alguém que desperta certa aversão, mas não necessariamente ódio. Paulo Honório, que nunca foi um homem de fé ou um herói, encontra nas letras e na humildade da escrita das suas memórias um meio de encarar a vida após os seus cinquenta anos. Para alguém tão duro, teimoso e longe de ser uma pessoa correta, o peso da pena utilizada para escrever torna-se pesado e parece que, a medida que Paulo adentra nestas memórias, o peso parece ser ainda maior. Nota-se um personagem complexo, portanto, cheio de dilemas, eventuais arrependimentos e uma mente materialista em excesso, o que lhe traz muitas agruras.

S. Bernardo é um livro maravilhoso, é Graciliano Ramos no auge da sua forma já no seu segundo livro. Um enredo simples, duro e extremamente reflexivo, capaz de ensinar várias coisas, seja por meio de exemplos ativos (daquilo que se deve fazer) ou através de modelos de conduta imprópria, que ensinam aquilo que não se deve fazer ao se levar uma vida de muito trabalho e objetivos meramente materiais. Nesse choque, vemos uma narrativa direta e crua, que tal como a vida de nós todos, não é marcada somente com esplendores ou finais felizes.
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Jacque Spotto 06/11/2021

São Bernardo é um livro narrado pelo protagonista e também é escrito pelo próprio narrador Paulo, ele inicia o livro falando que está escrevendo para deixar registrada sua história. Nas primeiras páginas ele fala como foi o processo para iniciar a escrita e apenas no terceiro capítulo que inicia descrevendo sua forma física, sua idade, e em seguida começa a história.

Paulo relata no livro a sua própria vida, como um diário de memórias. Desde sua dura infância sem pais conhecidos até ser dono da tão almejada fazenda São Bernardo. E ele escreve como se fala, Graciliano utilizou essa forma narrativa que me deixou um pouco confusa no início da leitura, pois são formas
coloquiais e repletas de neologismos, mas conforme a leitura vai fluindo tudo isso deixa de ser um empecilho, pois acostumamos com o estilo narrativo.

Nosso protagonista e narrador Paulo sofreu muito desde a infância, trabalhou em serviços pesados na fazenda São Bernardo, foi preso por 3 anos, e o mais importante, que ele mesmo considera, aprendeu Aritmética, para não ser enganado e dava muito valor ao dinheiro que ganhava. Depois de um tempo
volta à sua cidade em Alagoas e passa a rondar a propriedade de São Bernardo.
Ele vê a oportunidade de conseguir a fazenda, um sonho que sempre teve, com uma certa estratégia maquiavélica, alguns diriam apenas "capitalista", Paulo consegue a propriedade e passa a cuidar da fazenda e fazê-la produtiva. Com o tempo, ele sente a necessidade de ter um herdeiro, buscando assim uma pessoa com quem possa se casar. Encontra então a professora Madalena, que era uma mulher
totalmente contrária aos pensamentos grosseiros e opressores do marido, mas que só irão se tornar um problema após o casamento, pois eles se unem sem se conhecerem bem.

Daí em diante, a vida de Paulo se transforma em uma eterna agonia, pois há momentos de ciúmes infundados que sente da mulher, mania de perseguição das pessoas que trabalham para ele e também por seus próprios conhecidos, ele acredita que eles sempre estão falando mal dele sem nunca ter ouvido nada, como também acredita que cada conhecido que frequenta sua casa possa ser um amante de Madalena. Toda essa paranóia do personagem acaba resultando em uma tragédia.

O personagem Paulo é um homem que foi muito castigado pela vida, não que seja uma desculpa por suas ações, mas ele não sente empatia por ninguém, é machista, ignorante, acredita que como ele sofreu para conseguir seu dinheiro, todos deveriam trabalhar da mesma forma, se um empregado morre
no trabalho isso não lhe dá nenhum sentimento de pena apenas a falta da mão-de-obra, ele vê seus empregados e pessoas ao seu redor como coisas descartáveis ou animais.

"Bichos. As criaturas que me serviram durante anos eram bichos. Havia bichos domésticos, como o Padilha, bichos do mato, como o Casimiro Lopes, e muitos bichos para o serviço do campo, bois mansos".

Ele se casa para ter um herdeiro e não por amor a Madalena nem ao filho, que ele mesmo fala que não gosta. Ele constrói uma escola na propriedade para os filhos dos empregados para poder ter uma boa reputação com o Governador e não para ajudar as crianças. Ele achava ruim até que sua esposa doasse as roupas velhas, para ele deveriam ser jogadas fora. Ele sempre trabalhou para poder conseguir a fazenda e depois que conseguiu, não tinha mais nenhum objetivo na vida.

O livro talvez seja uma forma dele contar tudo isso que ele passou e que não o levou a coisa alguma, ele já está velho e a escrita talvez seja uma forma de amenizar a dor que causou as pessoas ao seu redor e a sua própria. Parece que no decorrer da história ele próprio não tinha esse discernimento, até mesmo no capítulo final ele tenta dar algumas justificativas, algumas alternativas, como ele seria se tivesse escolhido outros caminhos para sua vida ou culpa a própria profissão como uma causadora de suas desconfianças. Ele acredita que essa característica se materializa em sua aparência. Pois no decorrer da história ele o retrata como uma pessoa feia, a cada dia mais descuidada, até mesmo como um monstro, mas isso decorre de dentro para fora, todos os sentimentos ruins ele acredita transparecer na forma física.

"Devo ter um coração miúdo, lacunas no cérebro, nervos diferentes dos nervos dos outros homens. E um nariz enorme, uma boca enorme, dedos enormes.... Fecho os olhos, agito a cabeça para repelir a visão que me exibe essas deformidades monstruosas".

São Bernardo é um livro duro, com um protagonista que nos causa raiva, mas mostra a realidade de pessoas que em busca de um objetivo passa por cima de tudo e todos e que acabam por arruinar a sua própria, que no final de tudo a solidão é a única coisa alcançada.

https://instagram.com/a_lusotopia
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leosperandix 04/01/2023

S. Bernardo
Para ser sincero, enquanto eu lia S. Bernardo não conseguia achar outra coisa se não um saco, estava achando chato demais e não conseguia me concentrar para ler, o que me motivou a continuar foram os capítulos curtos e velocidade com que a história acontece. Mesmo achando um porre, quando a personagem da Madelena entra na história o livro engrandece muito e deixa de ser sem graça, tanto que a leitura fluiu muito mais rápido e até me interessei pela história. S. Bernardo tem um começo maçante, mas que durante seu desenvolvimento desperta o interesse.
Klynton.Borges 04/01/2023minha estante
Já lestes ?Vidas Secas??


leosperandix 05/01/2023minha estante
Simm, e amei demais, por isso fiquei chateado quando comecei S. Bernardo e não estava gostando




gi 07/07/2023

A transformação do homem em monstro
"S. Bernardo" foi uma indicação e eu comecei a ler sem saber absolutamente nada da história. No começo, tive uma certa dificuldade para me situar entre os personagens. Mas depois que me familiarizei com a linguagem, com os personagens e com o ambiente, tornou-se uma leitura prazerosa.

Acompanhar a transformação do nosso protagonista foi muito curioso, principalmente dada a forma que ocorre. O narrador confunde o seu leitor sobre o que é real e o que é sua imaginação. O final foi muito surpreendente!

Sou apaixonada por "Vidas Secas" e agora fiquei impactada com "S. Bernardo". Já estou curiosa para conhecer novas histórias do autor.
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@laisbello 01/02/2022

Gostei
????????????????????????????????????????????????????.,???????????????????????????????????????????????.
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Katia.Borges 09/04/2023

Um livro com um personagem intenso e complexo.
São Bernardo é um livro de memórias.
- E para que serve um livro de memórias?
Serve para que os leitores se perguntem, afinal, por que teimamos em reencarnar no passado?
- Por distração. Para enganar o tédio das horas. Para nos punirmos. Isso é o que Pedro Honório responderia.

Pedro Honório é o personagem principal do livro ?São Bernardo?, escrito por Graciliano Ramos.
Madalena, D. Glória, Casimiro, Dr. Magalhães são os personagens criados por Pedro Honório para ajuda-lo a narrar sua trajetória de vida até os seus cinquenta anos.

O livro é um diálogo intenso e complexo sobre o que o personagem lembra e o que as suas memorias trazem a tona.

Assim, ao buscar nas lembranças fatos do seu passado, Pedro Honório vê a si mesmo como um homem ambicioso, bruto, insensível, confessa que tornou-se um assassino por acaso das circunstâncias, que não deseja casar por amor. Tendo uma origem muito pobre, orgulha-se do que conseguiu com os próprios esforços: a fazenda São Bernardo.
Por sua vez, nas linhas em que se entrega às reminiscências, Pedro Honório não passa de um homem inseguro, que tem tanto medo da morte quanto da solidão; não teve mãe ou pai, não conheceu irmãos. Ressente-se. Ao olhar-se no espelho da memória, ele se enxerga tão feio, tão sujo, tão maltratado que chega a duvidar se a própria mulher seria capaz de amá-lo.

Diante de um personagem tão ambivalente, o que concluir sobre Pedro Honório?
Não sei. O que posso afirmar a partir da minha experiência de leitura é que Graciliano Ramos construiu um dos personagens mais instigantes que conheço na literatura brasileira. Impossível não questionar o seu mau caráter e o que ele fez a Madalena. Mas se intento olhar para Pedro Honório, visto pelo avesso, como não me sensibilizar por suas perdas.

O que concluir sobre São Bernardo?
Um livro que deve ser lido por uma ótica atual, que nos fala acerca da capacidade que precisamos desenvolver para sabermos lidar com nossas memórias; e como ?as narrativas de si? podem nos levar a um conhecimento mais profundo acerca da nossa frágil condição humana.

Graciliano Ramos. Um gigante.
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#gracilianoramos
#literatura
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sofia 06/11/2023

Primeiro livro do Graciliano Ramos que li
S. Bernardo foi um livro que eu li pela escola e honestamente não achei ele tão ruim, apesar da pressão de lê-lo com um objetivo pedagógico. Me surpreendi porque no geral eu gostei e acredito, talvez, que se eu ler o livro uns anos para frente entenderei mais.
Creio que não tenho uma opinião bem formada sobre ele, mas foi uma leitura suficiente.
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