Ines 19/02/2016Tolkien nunca é demais!A história foi a última história criada e publicada por Tolkien ainda e vida e é uma "prática" do que o Professor escreveu nos seus ensaios Sobre Histórias de Fadas, contendo elementos clássicos encontrados nesse tipo de conto. A narrativa é bem leve e fluída. A edição da WMF Martins Fontes está ótima. Aliás, seria ótimo que todas as obras de Tolkien no Brasil estivessem nas mãos deles, visto que a WMF toma muito mais cuidado com as obras que a Martins (como sabem, são duas editoras que levam o nome Martins Fontes).
A história é bem curta: em resumo, a aldeia de Bosque Grande é um local notável e lar de uma festividade chamada Banquete das Boas Crianças, que ocorre a cada 24 anos. Somente 24 crianças podem comparecer no banquete, onde é preparado o Grande Bolo pelo Mestre-Cuca, cheio de glacê e bastante saboroso. O bolo leva um ingredientes mágico especial, que dá a quem o engolir o dom de entrar na Terra-Fada. No ano do banquete em questão, o filho do ferreiro é o agraciado com o ingrediente e passa a entrar na Terra-Fada, conhecendo os elfos e outros seres fantásticos e ficando imune aos perigos desse misterioso lugar. Não contarei mais para não dar spoilers.
Ao fim do conto, temos um posfácio cheio de comentários sobre a criação e desenvolvimento da história, escrito por Verlyn Flieger, responsável pela edição dessa obra (normalmente as edições ficam a cargo de Christopher Tolkien, filho do autor, e isso é um plus aqui). Encontramos ainda notas, reproduções em imagem de comentários do próprio Tolkien, esquemas, sugestões de um final alternativo, ensaio, rascunhos e transcrições do Professor.
“Ferreiro de Bosque Grande”, por fim, é um livro mais do que recomendado! É um mergulho magnífico na mente criativa de Tolkien e você se empolga a cada página lida, com o plus das ilustrações de Pauline Baynes e da ótima tradução de Ronald Kyrmse, renomado especialista em Tolkien no Brasil.