Alana N. 03/01/2022
"Todas as eras do hotel estavam juntas agora, só faltando a atual, a Era dos Torrance. E esta estaria junto com o resto muito breve. Isso era bom. Isso era muito bom."
“O iluminado” não foi meu livro favorito do King. (Mas isso não quer dizer que ele é ruim.)
Bem, como já comentei por aqui, tenho um projeto pessoal de ler, pelo menos, um livro do autor por ano. (E como ele tem uma explosão de livros lançados, tenho conteúdo até o fim dos meus tempos.) Então, obviamente, o livro de 2021 foi essa belezinha e as expectativas estavam no TALO.
Muita gente favorita esse livro, quase todo mundo elogia e tudo mais, então, como estava bem fraca para leituras, achei que ele seria a melhor opção para tentar cumprir essa meta comigo mesma. Mas foi um grande balde de água fria. (Foi por muito pouco que não deixei o livro na metade e faltou menos ainda para não conseguir termina-lo em 2021. Tanto que o terminei no dia 30/12. Basicamente aos quarenta e cinco do segundo tempo.)
Mas o que não me agradou?
Para ser sincera, foi, principalmente, a história em si. O livro começa bem, se estabelece de forma satisfatória, nos introduz na família Torrance bem rápido, mas no corpo do livro, entre o meio e o fim, a coisa não sai do lugar, fica chovendo no molhado, só desempacando nas últimas cinquenta páginas. (E ainda assim não desempacou muito não.)
Só que com “empacado” não quero dizer que a trama não ia para algum lugar, mas sim que algumas situações eram repetidas tantas vezes que a leitura travava. Por exemplo: um personagem vê uma coisa em um corredor. Ao invés de, na próxima cena, a coisa ir além disso, quando o personagem voltava ao corredor ele fazia a mesma coisa que da vez anterior, o que faz com que sejam duas partes basicamente iguais. E as vezes essa repetição acontecia mais de duas vezes, o que transformava o todo em algo maçante.
Já disse por aqui mais de uma vez que gosto da escrita usual do King. Gosto em como ele se demora nos dando detalhes e como esmiúça os traços de personalidade de seus personagens. E, oficialmente, esses foram os pontos altos que me impediram de abandonar a leitura. Mas, mesmo gostando dessas características do autor, o problema citado não deixou de ser um problema, pelo menos para mim.
Como é uma leitura que muita gente ama ou tem curiosidade, não vou dar spoilers, nem me aprofundar sobre. Posso dizer que não foi uma experiencia ruim, mas também não foi das melhores, principalmente se tratando do King. Outros livros dele me empolgaram infinitamente mais e espero que a leitura de 2022 seja muito melhor.
Se alguém me perguntar se concordo com o hype em cima da obra, com certeza vou dizer que não, mas também não seria capaz de dizer que a mesma é ruim ou coisa semelhante. Não me agradou. Ponto.
(Nunca assisti a famosa adaptação dessa belezinha, porque queria me guardar para a obra, então não tenho como analisar a respeito. Vi, pelas internet da vida, que a produção do Kubrick não é completamente fiel, e justamente por isso o King não gostou, mas acredito que se for assistir alguma coisa, vai ser ela.)