Olhai os lírios do campo

Olhai os lírios do campo Erico Verissimo




Resenhas - Olhai os Lírios do Campo


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Eddie.Erikson 02/07/2022

Sem muito o que comentar. Esperei demais por um livro do autor, que até o momento desconhecia. A história mais arrastada que li no ano. Nada que prende à história ou aos personagens. Talvez não fosse também o momento certo ou o estilo que gosto de acompanhar
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Alê Guimarães 29/11/2020

Retorno para a efemeridade.
Uma obra dolorosamente bela. Veríssimo parte do sermão da montanha, explícito no texto, para uma reflexão sobre outra passagem bíblica, de que vale o homem ganhar o mundo e perder a alma? Não se trata, no entanto, de uma narrativa religiosa, antes é filosófica. O diálogo entre Eugênio e Seixas é um embate entre a política da fé e a política do ceticismo, entre o ufanismo e o niilismo. Livro bom para nos afastar da crescente deificação humana e nos trazer de volta à nossa efemeridade.
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levi.varjao 25/10/2021

Baita leitura
O livro é de fato muito bom e bem antes de terminar a primeira parte já é possível se dar conta de porque vendeu tanto na época do lançamento. É uma historia cheia de problemas, mas contada de uma forma leve.
É o segundo livro que leio de Erico Veríssimo, até aqui sigo maravilhado com a escrita do autor, acho ele subvalorizado nos campos de debate literário, as histórias por ele contada são de grande riqueza e muito pertinentes nos assuntos que trata.
Passei o ano inteiro namorando o livro até finalmente comprá-lo, o único arrependimento é não ter lido antes.
A história de Eugênio é bonita e triste ao mesmo tempo, desde a relação com os pais até o casamento frustrado e a redescoberta de sentido com a filha. Inclusive, não fosse a filha ele nunca teria olhado os lírios do campo.
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San 17/01/2021

Extremamente Atual
Publicado em 1938, Olhai os Lírios do Campo, livro do escritor gaúcho Érico Veríssimo, aborda questões econômicas, sociais, luto, fé, políticas, tendo como pano de fundo interpretações polêmicas sobre a Revolução de 30, e o regime que ela inaugurou, chamado de "mordenizador", ou "Ditadura". Importante ressaltar o quanto esse livro é extremamente atual em todos os sentidos, principalmente a crítica política. ?
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Tem como protagonista o jovem médico Eugênio, que abandona suas origens pobres para ascender na alta sociedade após um casamento por interesses. O livro explora a trajetória de vida de Eugênio, a origem humilde, suas angústias e escolhas. ?
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Um bom livro, confesso que detestei o protagonista, achei patético e medíocre, que só encontra sentido na vida através da personagem Olívia, sendo esta, destacando-se pelo seu altruísmo. Todos esses conflitos internos do personagem, tornou a leitura um pouco cansativa pra mim, como se não fosse chegar a lugar algum, tive vontade de desistir em algumas partes. As questões morais que o autor tenta passar são boas e profundas, embora óbvio demais fiz várias marcações. Como o próprio autor revela não ter sentido muita estima por esse romance pelo fato de ser exageradamente sentimal, compactuo da mesma opinião. ?
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"E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu." ?
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"O fascismo é um castelo pomposo edificado sobre areia movediça." ?
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"A gente é capaz de ir à guerra, matar, estraçalhar os outros homens. Agora eu pergunto: até onde isso é devido à natureza do homem e até onde é consequência da educação defeituosa que todos recebemos?"
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Fernando Lafaiete 19/09/2018

Olhai os Lírios do Campo: Contemple a beleza do mundo! Ele é belo, basta querer enxergá-lo.
******************************NÃO contém spoilers******************************

É sempre muito difícil falar sobre livros que me tocam profundamente. Não estou falando somente daqueles livros que me fizeram chorar. Estou falando daqueles livros que transcenderam os limites e me tocaram a alma; que deixaram suas marcas fixadas em meu ser. Não sou uma pessoa fervorosamente religiosa, mas acredito em Deus e isso para mim basta. Livros como “Olhai os Lírios do Campo” funcionam muitas vezes como um nocaute. Me nocauteiam emocionalmente e espiritualmente.

Érico Veríssimo narra com perfeição a jornada de Eugênio, um jovem que sente vergonha da família pobre e que pensa apenas em uma coisa; vencer na vida! O sucesso é encarado por ele como algo que deve ser venerado e colocado acima de qualquer coisa, inclusive da própria família. O protagonista abdica de tudo para ter a vida que sempre sonhou. Com a ajuda de Olívia, uma amiga da faculdade, começa a ter contato com uma nova forma de enxergar o mundo.

A narrativa é dividida em duas linhas temporais e tudo se inicia com Eugênio recebendo a ligação de um hospital informando que uma pessoa importante de seu passado está prestes a morrer. Pessoa esta, que ele deixou para trás para seguir o rumo que tanto almejava.... Um caminho de sucesso, dinheiro e status. A partir deste ponto, passamos a acompanhar a trajetória desesperada do personagem com o seu passado através de suas memórias.

Os questionamentos inseridos na trama possuem respaldos religiosos que são destrinchados através de questões sociais. Os diálogos levantam questionamentos profundos acerca do que fazemos para melhorar o mundo em que vivemos. O sucesso é de fato o único caminho para a felicidade?

“ Às vezes eu me pergunto se, por estarmos parados a cuidar apenas de nós mesmos, não somos um pouco culpados da miséria e da desgraça que anda pelo mundo. ”

“ Se Deus existia, tinha esquecido o Mundo, como um autor que esquece voluntariamente o livro de que se envergonha. ”

O título se baseia no Sermão da Montanha, onde Cristo utiliza de uma analogia para afirmar que devemos valorizar as coisas simples da vida, não as colocando em segundo plano se comparadas as coisas complexas. O simples também é belo e deve ser contemplado e valorizado.

Não é um livro que tem por objetivo te tornar uma pessoa religiosa. Sua fé e crenças nada tem a ver com o que o autor aborda. A obra trata de uma jornada em busca da paz interior. É uma narrativa de redenção e remorso, onde o personagem vai percebendo que a vida não se baseia em coisas materiais, mas sim na felicidade que momentos e pessoas nos proporcionam ao longo de nossas vidas.

Me emocionei com a fé inabalável que Olívia possui. É uma fé no Mundo como um todo. Ela não julga, ela não se considera superior, ela não desrespeita o próximo. Ela apenas sente esta fé e a transmite através de atos de caridade, de conversas abertas e de reflexões necessárias. Tudo sempre respaldado pelo respeito e sem distorcer a palavra Divina. Certamente a melhor personagem do livro!

As parábolas de Cristo não devem ser encaradas na obra como um caminho único a ser seguido. O autor deixa claro que tudo se baseia a um equilíbrio. O crescimento de Eugênio é algo doloroso, mas belo de acompanhar.

A escrita do autor é poética e o caminho escolhido por ele para traçar a jornada dos personagens me cativou. Temas dolorosos, personagens machucados, perdão, remorso, preconceitos.... Tudo inserido com excelência por um mestre que construiu uma obra poderosa.

Lembre-se sempre: “Olhai os Lírios do Campo; eles são simples, mas fazem parte da beleza do mundo! ”
Joelma 19/09/2018minha estante
Esse livro é show!!!


Fernando Lafaiete 19/09/2018minha estante
Concordo Joelma. Nunca imaginei que ele fosse me emocionar tanto. Pretendo ler o máximo de coisas que eu puder do Veríssimo... Que escrita linda!




Ananda.Bergamo 09/05/2022

Olhai os lírios do campo
Eugênio é uma criança pobre e almeja crescer de classe social, sua missão de vida torna-se a ascensão.
Infelizmente só entende sua verdadeira missão após um
casamento fracassado, várias mortes e uma órfã.
Eugênio vive uma vida toda pensando em ser rico e após tornar-se ainda não se sente plenamente feliz.Diversas abordagens fazem com que o leitor reflita sobre as ambições de Eugênio e se colocar no lugar do personagem.

A obra é bem boa e a leitura muito fluída.
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Lucas 17/11/2018

Fé e literatura: A busca por Deus é mais fácil do que se imagina
Poucos livros tem a chance de se tornarem eternos. Há obras que, independente do contexto histórico em que foram elaboradas, permanecerão atuais para sempre, seja emocionando ou ensinando. Suas linhas sempre serão válidas, desde que sejam escritas com uma pureza que transcende o passar dos anos.

Olhai os Lírios do Campo, publicado em 1938, ocupa um lugar de destaque na carreira do gaúcho Erico Verissimo (1905-1975): foi o quinto livro por ele escrito e o que trouxe ao autor maior destaque e relevância. Até então, Verissimo vinha sendo definido como um escritor sem grandes holofotes; Clarissa (1933) e Caminhos Cruzados (1935), por exemplo, eram obras inegavelmente bem escritas, por meio de narrativas puras que exalavam cheiros e sensações nostálgicas, mas que não continham aspectos mais concretos, mais edificantes. O escritor era conceituado como alguém "passivo", com narrativas incapazes de tomar posicionamento contra ou a favor de determinada tese. É provável que, nos primeiros anos da sua carreira, Erico ainda não tinha aprendido a "dominar um touro com as unhas", uma analogia ao exercício de narrar que ele expõe no terceiro volume de O Arquipélago (1962), obra que fecha a trilogia O Tempo e O Vento.

A presente obra trata da trajetória de vida de Eugênio Pontes, moço pobre que vivia com os pais e um irmão no subúrbio de Porto Alegre. Constantemente humilhado pela sua condição, ele acaba desenvolvendo em si asco pela pobreza e por todas as suas "desvantagens". Como era um menino tímido, não tinha outra distração que não a de estudar, e, por isso, com muito esforço e dedicação dos pais humildes, acaba posteriormente conseguindo se formar médico. É quando conhece Olívia Miranda (o sobrenome dela aparece apenas uma vez em todo o livro), colega da faculdade que, aos poucos, exerce sobre Eugênio grande influência. Obcecado pela ascendência social e profissional, o protagonista toma atitudes desprezíveis que, se não garantem a sua felicidade, tornam-no mais respeitável e "superior". No entanto, a vida em seus mais sinceros ensinamentos vai provocar grandes choques de realidade em Eugênio, cujo caráter é transformado ao longo das páginas. Tem-se, assim, uma obra com grande substância, bem diferente das anteriores de Verissimo.

Tal aperfeiçoamento narrativo é nítido, pois Olhai os Lírios do Campo é uma obra simétrica (24 capítulos divididos igualmente em duas partes) que proporciona ao leitor frequentes voltas ao passado, um dos traços mais marcantes da trilogia já mencionada. Parte-se de um ambiente de insegurança e instabilidade emocional para "flashbacks" que explicam a difícil situação presente (marca que define a primeira parte do romance). A segunda parte vai expondo a busca de Eugênio por Deus, com uma lenta e drástica mudança em sua personalidade. Tal jornada, como é de se esperar, é construída a partir de um profundo viés religioso, um dos aspectos mais definidores da validade eterna do livro.

O título da obra já é uma mostra clara da forte carga teológica que ele traz: é uma referência direta ao chamado Sermão da Montanha, uma das passagens mais famosas de Jesus que, no Evangelho de Mateus, está presente entre os capítulos 5 e 7. Como tudo que advém da Palavra Sagrada, Jesus provoca uma forte reflexão, na qual critica o materialismo em suas mais diversas faces: nas aparências, nas obras de caridade, nos casamentos desprovidos de companheirismo, na falsa fé (é aqui que aparece pela primeira vez o Pai Nosso, proferido por Ele como um modelo de oração) e no papel que Deus possui nessas atitudes. O Sermão sintetiza em 111 versículos como encontrar o Reino de Deus e como se tornar um elemento defensor d'Ele.

Como todo bom livro de Erico, há a presença de uma mulher forte que, se não toma ares de protagonismo, assume um papel essencial à narrativa, muito mais decisivo que o de um simples coadjuvante. Em Olhai os Lírios do Campo, quem assume esse lugar é Olívia, médica que se forma na mesma turma do protagonista. Sua presença tem a função nítida de descarregar toda a carga religiosa do livro, funcionando quase como um "elemento divino" em meio a uma realidade infestada de egoísmo e descrença. Olívia protagoniza na obra inúmeros momentos de sabedoria, que se tornam inesquecíveis ao leitor e exercem grande e pausada influência sobre os rumos tomados por Eugênio.

O protagonista resume, de forma cruel em alguns momentos, muitos dilemas e situações que, tristemente, muitas pessoas assumem e que muitas outras presenciam: o materialismo desmedido, que atropela valores tão simples e universais, como a família e as relações sociais. Um filho que ignora seus pais por vergonha de sua posição social sempre corresponderá a uma atitude que revolta, angustia e, acima de tudo, ensina. Erico Verissimo destaca principalmente essa última característica em várias situações que vão sendo derramadas na narrativa. Este ensinamento se dá com um paralelo perceptível com o já citado Sermão da Montanha: o caminho para a Verdade, para o Reino de Deus e para o Próprio é uma estrada distante de todo e qualquer materialismo. Mas "distante" nesse caso não é um elemento definidor de sua complexidade, muito pelo contrário; Deus está presente em coisas cotidianas, cabendo ao homem individual desenvolver um olhar mais sensível às entrelinhas, montado a partir da convicção de que o mundo foi idealizado de uma forma diferente do que realmente é hoje e que só ele, o homem, é responsável por esse desvio.

O autor conseguiu transpor para a narrativa de uma forma bem precisa a descrença geral da "classe baixa" portoalegrense e nacional da época: o tempo "presente" da obra se passa na época de sua publicação, 1938, com o Brasil recém saindo do golpe do Estado Novo, perpetrado por Getúlio Vargas e que instalou a primeira ditadura do país. Havia, especialmente nas camadas mais pobres, uma grande opressão invisível, ocasionada por uma crescente desigualdade social. Tal aspecto (o abismo existente entre ricos e pobres) serve como pano de fundo para Verissimo destacar a já citada questão do materialismo frente à felicidade e valores familiares. Do mesmo modo, a construção de Olívia revela um tipo feminino totalmente fora dos padrões da época e a sua postura como personagem serve como um contraponto sólido frente aos preconceitos daquele tempo (cujos muitos deles permanecem até hoje).

Olhai os Lírios do Campo é um belíssimo livro, que emociona e sempre emocionará quem o lê. Seu significado, tão amplo e ao mesmo tempo tão simples, dinamiza bem o dualismo entre materialidade e felicidade, fruto de infinitas reflexões que qualquer ser humano já construiu ou presenciou. Suas linhas sempre serão um lembrete de que a verdadeira felicidade só depende de nós e que Deus está e sempre estará mais próximo do que se imagina.
Peregrina 18/03/2020minha estante
Que resenha fantástica, Lucas. Estou lendo esta obra agora, mas confesso que o egoísmo e as murmurações do Eugênio nesta primeira parte do livro, tornam o enredo um pouco pesado, difícil de continuar. Mas seus comentários me encorajaram bastante. Obrigada!




Lívia.Carmo 26/01/2023

Livro surpreendente
Esse livro realmente me surpreendeu. Pensei que seria uma romancezinho meia boca, porém me iludi feio. Repleto de críticas sociais, super reflexivo, várias vezes me peguei refletindo e até chorando imaginando se não cometia os mesmos erros que o protagonista. Super recomendo este livro!
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Ielda 31/03/2021

Olhai os lírios dos campos
Um classico. Uma historia de encontros e desencontros, buscas de si mesmo. Uma historia de amor. Um livro excelente!
Gessy 03/04/2021minha estante
Magnífico!




Keylla 05/06/2019

Prestemos atenção às coisas simples da vida
“Olhai os Lírios do Campo” foi escrito pelo gaúcho Érico Veríssimo em 1938. Veríssimo faz parte da 2ª fase do Modernismo Brasileiro. O título foi baseado no Sermão da Montanha que Jesus profere lições de conduta e moral, ditando os princípios que normatizam e orientam a vida cristã.

A história se passa em Porto Alegre-RS e narra a história de Eugênio Fontes, que com muito esforço se forma em Medicina. Eugênio tinha vergonha da sua condição social e almejava ascender socialmente e financeiramente. Ele se apaixona por sua colega de faculdade, Olívia, mas devido a pouca condição financeira da moça acaba não vivendo esse amor, e casa-se por interesse com Eunice. Uma mulher rica e influente. Eugênio, finalmente, consegue o que tanto almejou: ingressar na elite da sociedade, dinheiro e conforto. Poucos anos de vida matrimonial bastaram para lhe mostrar o engano que cometera. Havia abandonado o amor e os seus ideais humanitários.

Esse livro possui uma carga dramática bastante intensa e é muito, muito bem escrito. É elegante e fluido. Sou neta e filha de gaúchos, também moro no Rio Grande do Sul. Adorei saber sobre o crescimento das cidades e os costumes gaúchos da década de 30; como por exemplo: quando no frio aqueciam um tijolo no fogão a lenha para levar à cama na hora de dormir e esquentar os pés. Expressões, costumes e valores... Aliás, esse livro é um resgate de VALORES! Até quanto vale a pena abandonarmos nossos valores por outros que, socialmente, nos impõe? Quando quebrados, podem nos custar caro e aí percorreremos uma jornada em busca da paz interior.

Fiz inúmeras marcações nesse livro. Talvez seja o que mais tenha feito até hoje. Uma das que mais gosto é o que Olívia fala a Eugênio: “ A bondade não é uma virtude passiva”. Veja bem, como é fácil ser mau e como é mais fácil ser indiferente! Esse livro possui uma mensagem maravilhosa e lições de vida que ficam no nosso coração. Um dos melhores que li. Lindo, emocionante, inesquecível.

"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles." Mateus 6:28,29
Damares Honnef 05/06/2019minha estante
Muito bom mesmo.Adoro Érico Verissimo.


Keylla 06/06/2019minha estante
Inspirador, né Damares?! Estou absorvida com esse livro ainda.




Mayara.Bernardino 19/10/2019

"Como seria possível salvar os homens?"
Essa é uma obra que nos tira as estruturas e nos obrigar a refletir sobre nossa vida, nossa sociedade e o mundo que queremos, mas principalmente o que estamos fazendo e quem somos nós perante a sociedade.
Será que seremos lembrados? Queremos de fato ser lembrados? Pelo quê queremos ser lembrados? Estamos vivendo de fato ou sendo levados pela vida? O que estamos fazendo para melhorar a comunidade em que vivemos? No que nós cremos? Essas foram algumas, das milhares, de questões que eu pude tirar lendo este livro. Uma ficção com um contexto histórico gritante, com um cenário histórico e social brasileiro da década de 30 que facilmente pode ser inserido a nossa sociedade atual.
O livro traz a fé de forma bem marcante. A todo momento percebia no contexto da leitura, o quanto a fé é importante e necessária para o ser humano de fato entender a vida e o sentido dela. Seja a fé em Deus, no dinheiro, na medicina, nos homens e até mesmo em nada, precisamos dela para vivermos, caso contrário a vida não teria um sentido, um objetivo, não daríamos conta de seguir, literalmente é a fé em algo que move o ser humano.
Erico traz uma critica contra a desigualdade social e a falta de humanismo no trato com o outro, na falta de empatia, gentileza e como o homem e sua falta de educação são responsáveis por essa desigualdade gritante e pelas guerras desnecessárias. A necessidade e busca pela medicina humanitária, em como a sociedade carece de empatia e cuidado de si e dos outros, como o papel da medicina e de seus profissionais são importantes para uma vida justa e igualitária. Vemos muitos trechos em que são claras as propostas e ideias de um mundo melhor, onde a educação das crianças e o ensino da gentileza, da empatia, a construção do que hoje conhecemos como o SUS, era uma busca, um sonho para o autor.
Podemos dizer que a obra é muita atual, que os homens fazem guerras apenas por benefício próprio, que o dinheiro, a fama, as posses, o poder e o prestígio são o que movem os seres humanos a muitas décadas. Infelizmente, tenho que dizer que penso que as propostas do autor para uma sociedade mais justa ainda é uma utopia, embora eu acredite que elas são excelentes e seria um sonho realizado se fosse possível colocar em prática, porém ainda estamos longe do perfeitamente possível. Claro que vemos em muitos cantos do mundo, pequenos movimentos para a causa proposta no livro, porém o caminho é longo, mas se cada um de nós fizermos algo, já será um grande avanço.
Pensar no outro, dar ao outro a importância que ele merece, ouvir o próximo e tirar o foco de nós mesmos, dos nossos interesses pessoais e das nossas mesquinharias são assuntos chave do livro. Abrir mão de si mesmo em prol do bem maior. Eis o desafio do ser humano.
Bato palmas para essa obra. De uma linguagem magnifica que nos prende e quebra algo dentro da gente.
Se você leu este livro e não finalizou a leitura com incômodo interno, refletindo, tendo uma visão mais critica do contexto social, do desenvolvimento e suas realidades, convido você a relê-lo, pois sem dúvida você será impactado se prestar um pouco mais de atenção.




Elisangela 28/10/2019minha estante
Perfeita análise! Tive as mesmas percepções e questionamentos, um livro muito necessário em nossas vidas e sociedade.




Gilda.Mayumi 25/02/2020

Muito bom!!
Como profissional da área da saúde, eu me identifiquei muito com as reflexões desse livro... nos faz pensar sobre a nossa relação com os nossos clientes, como nos envolvemos, qual o nosso papel na sociedade e etc.
Também achei muito interessante que esse livro foi escrito e publicado antes do início da segunda guerra mundial, então vc consegue sentir a tensão política da época. Alguns personagens, até mesmo, demonstram admiração do fascismo crescente, retratando bem como o mundo estava dividido em ideais políticos.
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Suzana.LeAo 25/02/2020

Esse livro é o meu queridinho. Um romance incrível que nos leva a muitas reflexões sobre o comportamento humano. Uma história emocionante, envolvente e encantadora. É certamente um dos melhores livros que eu já li.
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Paulinha 20/03/2020

Reflexivo
Excelente obra. Em vários momentos me peguei fazendo escolhas para o personagem. Érico era um gênio. Viva à literatura brasileira!
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Maria.Regina 22/04/2020

Nunca fui acostumada a ler livros de autores brasileiros que não fossem contemporâneos, mas Paulo Coelho me cativou, me despertou o desejo de me aventurar em um mundo novo. E com Érico Veríssimo não foi diferente. Para quem não é acostumado a essa forma de escrita, no início o desejo de abandona é grande, é preciso ter muita concentração para conseguir ler e se envolver. Porém com o decorrer de cada página surge um mistério, surge o mistério daquele amor. Não é um romance qualquer, tem muito mais do que só amor nessa história, tem muito mais do que amor entre o Genoca e a Olívia, entre todos os dilemas da vida do Genoca....
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