Incidente em Antares

Incidente em Antares Erico Verissimo




Resenhas - Incidente Em Antares


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Paula.Juca 21/05/2022

Estamos apodrecendo
Foi preciso a morte de sete cidadãos Antarenses e consequentemente o "aparecimento" dos sete, pós morte, para toda cidade, para que pudessem ver o quanto cadavérico, putrefatos, horrendos, ocultos e insepultos eram as ações dos cidadãos, minha e sua. Veríssimo cria uma atmosfera política, a moda de coronel, em sua cidade onde os poderes políticos e militares obedeciam ao Sr Vacariano que mandava e desmandava na cidade.
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Francieli.Tonello 22/01/2013

Só reforçou meu aprecio pelas obras do Érico Veríssimo. Mesmo gostando muito do autor, fazia alguns anos que eu não lia nada dele, mas hoje, com um olhar um pouco mais maduro com relação à literatura, não posso deixar de afirmar que o Veríssimo é um autor completo, à frente do seu tempo. Não teve um livro, inclusive “Incidentes em Antares”, que por algum momento eu pensasse em desistir de ler, muito pelo contrário, a história te prende, e você não vê a hora de chegar ao final para descobrir o que vai acontecer.
Bem, em “Incidente em Antares” tem zumbis, tem história política nacional e rio-grandense, tem poema do Quintana, tem uma passagem em que um personagem apresenta opinião, “não muito simpática”, sobre o próprio Érico Veríssimo. É um livro muito bom.
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Jane.FAlix 20/03/2021

Incidente em Antares de Érico Veríssimo
Último romance escrito por Érico Veríssimo, Incidente em Antares trata de problemas de ordem política e social fazendo uso do sobrenatural. O livro é incrivelmente ambientado em seu tempo e espaço, mas principalmente nos acontecimentos históricos como a violência do regime militar, a chegada das primeiras indústrias ao Brasil e a atuação do coronelismo no sul do país.
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Coruja 21/04/2016

Fim de semana passado rolou debate do Clube do Livro de Bolso sobre Incidente em Antares, do Érico Veríssimo, e, para um livro que foi escrito 45 anos atrás, a essência da história continua surpreendentemente atual.

Dividido em duas partes, o livro começa com uma ampla contextualização histórica da cidade de Antares, que aqui serve como microcosmo para o Brasil. Veríssimo utiliza-se aqui de transcrição de relatos, diários e artigos de jornal para emprestar verossimilhança à narrativa, misturando ficção e História.

A segunda parte, quando ocorre o incidente propriamente anunciado no título, é característica do realismo fantástico latino-americano: no mesmo dia em que é deflagrada uma greve civil dos operários de Antares - incluindo aí os coveiros - sete antarenses morrem e têm negado seu sepultamento enquanto não se resolver a questão.

Sem poderem ser enterrados, os sete mortos retornam ao convívio dos vivos para reclamar seu justo descanso e expôr, sem quaisquer pudores, a hipocrisia e podridão de toda a sociedade.

A história se passa às vésperas do golpe de 64 e não há meio termos na forma como as convulsões sociais da época estão apresentadas. Antares é dominada por uma elite conservadora, machista, preocupada com a manutenção de seus privilégios contra as nascentes idéias políticas surgidas entre a classe social operária.

Isso é mostrado na corrupção generalizada dos políticos e mandatários da cidade; no descaso e desprezo por qualquer justiça social - e acho que nada é mais doído nessa história que a morte de Erotildes no hospital -; na tortura como instrumento de manutenção da ordem e segurança social.

O final desce amargo pela garganta - com a operação borracha para esquecer o dia em que os mortos se levantaram e apontaram os dedos para o que temos de pior em nossa sociedade; com o golpe militar e a perseguição aos poucos personagens pelos quais tínhamos alguma simpatia - em especial o padre Pedro Paulo, dos poucos a levantar a voz para defender e lembrar os humildes e esquecidos, os deixados à margem da própria humanidade.

Considerando que o livro foi publicado em 71, e as implicações claras ao regime militar, corrupção e falta de liberdade, é surpreendente que o livro tenha passado pela censura.

Irônico e repleto de espírito crítico, Incidente em Antares é um livro que deveria ser mais lido, mais estudado, mais comentado. Talvez assim evitássemos viver a cometer os mesmos erros...

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2016/04/clube-do-livro-incidente-em-antares.html
Stefani 21/04/2016minha estante
Esse livro é um dos melhores livros nacionais q eu li, tem de tudo, politica, critica social, e uma narrativa super envolvente e fantastica. Amo a segunda parte da historia!




Guilherme Pedro 04/01/2017

A podridão pertence aos vivos
Antares nunca seria a mesma. Em plena sexta-feira 13, sete defuntos se levantam de seus caixões e caminham para a praça principal da cidade para impregnar os antarenses com sua podridão cadavérica. O motivo? Uma greve geral leva os coveiros a impedir o sepultamento dos defuntos. Os mortos exigem seu sepultamento imediato, que lhes é negado. A única maneira de conseguirem o descanso eterno é, além de soltar de seus corpos as emanações podres sobre a comunidade, lançar aos antigos vizinhos algo mais podre que o odor de morte: a verdade que cada um escondia sobre sua vida particular.
Pessoas, esse livro é maravilhoso. Como foi um escape de Erico Verissimo para criticar a falta de liberdade brasileira, o livro conta em sua parte um, "Antares", todo o desenvolver sócio econômico dessa cidade fictícia, à luz de eventos históricos que ocorreram na liderança da nação, de início no Rio de Janeiro, posteriormente em Brasília. Não deixem de ler a parte um, pois é o pano de fundo ideal para a parte dois: "O incidente".
Será que os mortos conseguirão o que tanto desejam? Como ficará a população mediante tal experiência demasiada macabra? Leiam, e vejam por si mesmos!
Marcelle Reis 08/01/2017minha estante
Muito boa sua resenha!


Guilherme Pedro 08/01/2017minha estante
Obrigado Marcelle! :-)


Gus Borges 20/06/2018minha estante
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gabrielleabr_ 24/06/2021

Senta que lá vem história...
Li o livro na ordem que foi escrito. Primeiro, a história da cidade de Antares: começa com um retrato do Brasil de oligarquias, onde poucas famílias mandam em muita coisa. Apesar de conter diálogos muito bons, é fácil de você se perder na política da coisa.

Quando os mortos aparecem, tudo muda de figura. Veríssimo narra com detalhes as peculiaridades de cada personagem. Muito divertido ver o "acerto de contas" dos falecidos e a exposição da hipocrisia da cidade pequena que julga uns atos (adultério, por exemplo) e outros finge que não vê (corrupção, a própria).

O livro sem dúvida tem uma história muito bem elaborada e deixa uma lição de moral no final: mesmo que os mortos se levantem de seus túmulos, um dia tudo será esquecido (o povo tem memória curta).
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Alê 16/07/2021

Eu adoro esse livro. Talvez a primeira parte não seja legal pra quem não gosta muito de história (eu inclusa), mas o desenvolvimento do livro é bem surpreendente.
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@buenos_livros 07/06/2023

Clássico brasileiro
Uma leitura incrível. Ficção de alta qualidade, entrega humor e reflexão, costurando costumes, política e realismo fantástico. Verissimo está no panteão dos grandes autores na língua portuguesa e merecia mais reconhecimento internacional, sua ficção especulativa não deve nada a Saramago, por exemplo.
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Samara 28/06/2022

Excelente
Antares é uma cidadezinha pacata que é palco de um bizarro incidente em uma sexta-feira 13: dois dias depois do início de uma greve geral, 7 pessoas morrem, mas não são enterradas. Indignados os defuntos se levantam dos caixões e vão espalhar sua podridão na cidade e ter um acerto de contas com os vivos.
Esse livro é uma aula de história e sociologia, junto com um toque de humor que forma essa obra incrível.
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Jão 06/04/2021

Chato
Tinha tudo para ser um ótimo livro levando em consideração o tema proposto, porém o autor inventou de misturar política brasileira com realismo mágico, o que ao meu ver não ficou legal. Primeira parte extremamente desnecessária, só política, parece um livro de história, entediante. Segunda parte melhora um pouco, mas continua chato...
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Adlya.Gazio 09/06/2023

Sensacional!
Uma crítica bem construída sobre o autoritarismo brasileiro e a falta de capacidade cognitiva (ou não) da sociedade, que infelizmente se estende até os dias de hoje.
A história é antiga mas muito ainda recente, as personagens mudam mas o enredo permanece o mesmo.
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Felipe 23/04/2019

Curioso
Preciso dizer que salvei esse livro de uma caçamba de material de construção; não sei se algum dia teria comprado. Mas, tendo entrado assim na minha vida, decidi ler. E gostei! Erico conta a história de Antares, primeiramente sua formação histórica - como tantas outras cidadelas interioranas - e depois o andamento do "incidente" em si. Uma forte crítica à sociedade coronelista, corrupta, ditatorial, mandatária, xenófoba, dentre tantas outras, dessas cidadelas interioranas. Me ajudou bastante a ver "o outro lado", o lado popular, a pensar no social, a pensar no povo. Toques de humor existem aos montes, mas todos eles bem sutis. É uma crítica também ao "nada muda" da vida, à indiferença frente às injustiças, às mazelas dos líderes políticos e dos maus funcionários diversos. "Que é o povo? Um monstro com muitas cabeças, mas sem miolos. E esse "bicho" tem memória curta". Falas como essas fazem parte das críticas do autor. Uma frase que gostei muito é a que diz "Comunista é o pseudônimo que os conservadores, os conformistas e os saudosistas do fascismo inventaram para designar simplisticamente todo o sujeito que clama e luta por justiça social". Fantástica a fala do Padre que sugere ao Delegado que prenda Jesus, se este reencarnasse, visto que suas "ideias" são subversivas. Termino com outra fala fantástica: "Às vezes neste mundo é preciso mais coragem para continuar vivendo do que para morrer".
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akasaori 24/06/2022

Toda a "aventura" de mortos pela cidade é muito legal de ler e foi o que me empolgou por muito tempo a ler o livro, mas a contextualização que ocupa metade do livro me desanimou justamente por, apesar de ser muito bem escrita, não interferir na trama do livro ?.
Samara 28/06/2022minha estante
Pois é, o livro é excelente mas às vezes tinha a sensação que se tirasse algumas partes não faria diferença na história.




Italo 18/06/2024

Incidente em Antares
O livro de Erico Veríssimo é talvez um dos melhores que já li e lerei em minha vida, graças à maestria com que Veríssimo é capaz de ambientar toda a vida social e política de uma cidadezinha fictícia do interior do Rio Grande do Sul e apresentar uma divertidíssima crítica à sociedade que se forma. Por suas mãos ecoam as ideias geniais de sua mente, concebendo as histórias de várias gerações das famílias Campolargo e Vacariano, espécies de coronéis da vida em Antares. Mandam e desmandam em tudo, alternam-se no poder, se matam fria e cruelmente. Mas, tão logo a alvorada das mudanças sociais e da emancipação dos trabalhadores e pobres começa a surgir no horizonte, as famílias manda-chuva enterram seus ódios, esquecem suas mágoas, e unem-se contra este mal maior que ameaça destruir não só Antares, como o país: a ameaça comunista, subversiva dos valores (que não existe!).

Mais que um livro sobre cadáveres que brevemente levantam de seus esquifes, Incidente em Antares é um retrato debochado das elites brasileiras e da vidinha medíocre e mesquinha que levam suas classes médias-alta. No decorrer de suas páginas, percorremos toda a história do país até o golpe de 64, e com ela as trapaças, os jogos sujos, as manobras políticas, a manipulação midiática e social, a mentira e o jeitinho como ferramentas de perpetuação das elites no poder. Como são sujas, cínicas, ignorantes.

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