Grande Sertão: Veredas

Grande Sertão: Veredas João Guimarães Rosa
Eloar Guazzelli




Resenhas - Grande Sertão: Veredas


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Jonathas dos Santos Benvindo 03/04/2022

Achei um livro surpreendente pela forma como foi escrita, e por isso mesmo um tanto cansativo. Mas gostei muito do personagem que narra a história, a gente se sente perto dele.
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Rafaella 27/03/2022

A vida é assim...
Redundante dizer que este livro é uma obra-prima. Que sorte a nossa de poder ler no idioma original e capturar toda a genialidade dos neologismos de Guimarães Rosa. Quanta sagacidade em deixar o texto corrido, sem divisão de capítulos, uma longa conversa que durou dias e é um vai-e-volta na linha do tempo. Uma história de amor épica, uma declaração de brasilidade.
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Emanuel Xampy Fontinhas 23/03/2022

Vou começar dizendo que sim, reconheço o valor e a importância da obra e não discuto seus méritos. Minha resenha tem a ver apenas com a minha percepção pessoal, minha própria conexão com a obra e, sinceramente, não houve muita. Gostei muito da sensibilidade da história de Riobaldo e Diadorim e da forma como os dissabores da vida no sertão foram retratadas, porém é uma leitura muito hermética e vagarosa, o ritmo acompanhou o cavalgar na anca de uma montaria pelo solo árido do sertão e pra mim foi penoso terminar. A escolha por utilizar um linguajar mimetizando a fala do povo do sertão me incomoda, não simpatizo muito com autores da classe dominante que usam desse artifício, acho inclusive bastante elitista. Enfim, um bom livro, mas não se conecta com meu gosto pessoal.
Mayky 15/03/2024minha estante
É um artifício usado para dar verossimilhança ao discurso do personagem, a fim de se aproximar ao máximo do discurso real. Dizer que autores de classes dominantes são elitistas ao usarem essa técnica é enxergar a criação literária de uma forma muito simplista e reducionista, porque o conceito de lugar de fala não se sustenta e não cabe na literatura, que é um espaço de liberdade e alteridade. Carla Madeira, Itamar Vieira Junior, Jefferson Tenório e Chimamanda Adichie já falaram sobre como esse termo é incabível na criação literária, aliás. Só procurar na internet que você encontra textos e vídeos deles sobre o assunto.




Amanda 13/03/2022

Minha travessia pela travessia de Riobaldo
?Será que amereci só por metade? Com meus molhados olhos não olhei bem.?

Aos 15 anos li a primeira página de Grande Sertão pela primeira vez. A linguagem me barrou. Fechei o livro e o guardei para o momento em que estivesse capacitada. Hoje, dia 13 de março do ano do centenário do Modernismo brasileiro, terminei Grande Sertão com cinco anos a mais e com uma certeza: mesmo que eu tivesse passado pela dificuldade da linguagem, não teria entendido esse livro além da eletricidade da guerra jagunça. Para ler Grande Sertão é preciso sensibilidade.

Riobaldo conta a história de como virou líder dos jagunços, amou Diadorim e derrotou Hermógenes. Diadorim não era um jagunço macho, mas ?Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins - que nasceu para o dever de guerrear e nunca ter medo, e mais para muito amar, sem gozo de amor?, pena que Riobaldo estava cego para isso. Riobaldo não vive o grande amor da sua vida, um amor cândido, porque dois guerreiros não podem se amar assim, em meio a tanto vigor, a tanta violência masculina. Ao fim, dá vontade de voltar para o início e implorar ao Riobaldo que se declare e descubra a verdadeira natureza da sua amada. Como viver um vida inteira a um passo do amor e descobrir que poderia o ter experienciado, mas acreditava que não? É desesperador pensar na possibilidade de fazer nossa travessia de maneira tão chula, a única travessia possível no grande sertão que é a vida.

No meio disso, ele também conta que fez um pacto com o Diabo. Riobaldo é um dos personagens mais puros, amorosos e delicados que já li. Ele não é um herói, porque para isso é preciso coragem para fazer coisas que não são tão boas, ele é só um mocinho mesmo. Tão sensível, ele percebe a aura das pessoas, sabe quem é bom e quem é mau. Tão bondoso, ele se sente um estrangeiro no meio da violência dos jagunços. Como pode Riobaldo ser pactário? Isso o angústia tanto que já velho ele ainda pensa nisso e vai atrás de quem é - ou parece ser - mais capacitado do que ele para perguntar se sua alma está realmente condenada. Riobaldo se esconde na ideia da não existência do Diabo, mas Deus é um fato para ele.

Afirmo que Grande Sertão é o maior romance da literatura brasileira e o romance mais humano já lido por mim. Infelizmente não tenho capacidades para demonstrar o quão minuciosa é a análise da alma humana feita nesse livro, que vai muito além de uma guerra por liderança ou de um amor carnal. Diadorim é um símbolo, quase uma santidade dentro da história. E só penso no privilégio que é ter como primeira língua o português. Em nenhuma outra língua é possível viver a experiência plena de Grande Sertão, e suas traduções são quase uma heresia, por mais bem feitas que possam ser. Esse livro compõe minha vida, que coisa linda.
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Felipe 10/03/2022

Um quadro brasileiro
É consenso que Grande Sertão: Veredas é uma obra de arte, praticamente um quadro que retrata a face do sertão e o cerrado. Li esse livro depois da minha mudança para Goiás, o que me fez sentir dentro da história, quase parte da jagunçada de Tatarana e Diadorim.
Não vale a pena abandonar esse livro.
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amarogusta 07/03/2022

viver é muito perigoso
Não acho que seja minimamente justo reduzir em tão poucas legíveis palavras a grandiosidade dessa obra. Recolocar este livro na prateleira fez meus olhos suarem, de verdade.

Eu poderia, facilmente falar sobre meu infinito apreço pro diadorim, segundo o conhecemos através dos olhos apaixonados de riobaldo, no entanto, este é questionável de confiança e crença. Que não se deve acreditar cegamente nos narradores em primeira pessoa por todos é sabido, mas há uma honestidade tão madura no homem cansado e idoso que conta sua história que me sinto um tanto culpado por duvidar de suas andanças.

A linguagem, apesar de ser, sim, uma barreira no entendimento e associação dessa obra, é também um retrato históricoe e unicamente cultural de um povo em uma época, cuja validade é indiscutível não somente pela seu valor comunicativo mas também como elemento de crítica e desafio aos ignorantes protetores únicos da norma culta. Tal barreira me foi dificultosa até as primeiras cento e cinquenta páginas do livro, depois disso era só deixar rolar uma livre, e um pouco óbvia, associação.

O “amor torto” de riobaldo é mais que poesia, assim como suas crenças, apesar de confusas, são pura filosofia. A questão do pacto fáustico aqui foi extremamente bem trabalhada, no devido ponto de o autor não nos entregar uma resposta e deixar sempre aberto à interpretação e dúvida do leitor sobre sua validade ou real existência.

Ler esse livro foi uma travessia, completa. Mas meus olhos não podiam mirar à todos os cantos ao mesmo tempo. Estou apaixonado pelo pouco que pude vislumbrar aqui, mal posso esperar para descobrir o que agora me é incompreensível ou imperceptível.
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Robson.Vilar 25/02/2022

Grande sertão veredas
Um dos melhores livros que já li, uma das leituras mais difíceis também, depois de muitas páginas você começa a se adaptar a linguagem, mas chegar ao final é uma verdadeira travessia, com todas as muitas experiências possíveis de experimentar ao longo de uma grande jornada...
Inesquecível.
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Milena.Berbel 13/02/2022

Arrebatada
Termino aqui a travessia, e se minha capacidade de discorrer sobre este livro restou altamente comprometida pela "estupefação " em que estou, só me resta pegar emprestadas as palavras de Clarice Lispector a respeito da obra, que não poderiam ser mais fiéis ao que eu estou sentindo agora:
"Genial! Que outro nome dar? Esse mesmo."
.
É isso.
Van Apocalipse 21/05/2022minha estante
Esse livro é um monumento!




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Carolina Del Puppo 28/01/2022

Não tem como não dar 5 estrelas
Foi difícil, foi cansativo, angustiante pensar que eu não ia conseguir ler, e provavelmente acabei este livro na força do ódio.
Mas tudo isso é culpa apenas minha e da minha impaciência, imaturidade.
João Guimarães Rosa é indiscutivelmente um gênio, e este livro é sem dúvidas um monumento que nos absorve em sua grandeza quase um buraco negro.
Deixei milhares de coisas passarem despercebidas, mas ainda sim, no meu 1% de entendimento da obra, pude observar coisas e questões que nem imaginava existirem, e o que pude aprender, reformulou meus pensamentos mais íntimos.
A obra é incontestavelmente fenomenal.
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Sophia 28/01/2022

Grande Sertão: Veredas
Essa é a primeira e talvez única vez que faço uma resenha no Skoob, mas não poderia deixar de registrar minha leitura da obra prima de Guimarães Rosa. Se eu for resumir o livro em uma palavra, é sensibilidade. O livro é sensível em todos os aspectos, seja no cenário, nas relações interpessoais e nas trajetórias individuais. Cada sentença do livro parecia conter 1000 poemas, e me senti tocada em cada palavra escrita. A história de Riobaldo e sua relação com Diadorim é uma das mais lindas que já vi, e não há declaração de amor que se equipare ao que Riobaldo fala de Diadorim, e não há ambientação que me toque mais do que a sertaneja. É um livro puramente belo, com uma escrita difícil mas que com um pouco de esforço é possível se adaptar. Confesso que a ausência de capítulos foi complicado, e que no começo não entrei no ritmo do livro, mas conforme foi se desenrolando a história, não conseguia mais largar o livro. Se tornou um vício acompanhar o Riobaldo se transformar em "Tatarana" e depois em "Urutú-Branco". O sertão é retratado de forma tão crua e bela, e o amor de Riobaldo é descrito de forma tão pura e singela que quase perdia o fôlego. E eu, que não acredito em almas gêmeas, vejo Riobaldo e Diadorim como um claro exemplo disso. Com toda certeza foi um dos melhores livros que já li, e um dos que mais me marcaram. Recomendo o livro com toda certeza, e sei que o "Tatarana" vai conquistar todos os leitores com sua determinação, e que a delicadeza de Diadorim vai te fazer sorrir.
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manuellagiusti 25/01/2022

Coragem para viver e para ler essa obra.
Mais de 400 páginas, um único capítulo. quando comecei precisei ler a primeira página umas 3 ou 4 vezes pra conseguir reconhecer aquela linguagem sertaneja, sem padrão de escrita ou norma ortográfica. acostumei com a linguagem regional depois da página 5, porém até a página 70 não entendi nada da história. nessa primeira parte, o narrador aborda vários fatos que - até então - não aparetam ter relação entre si, faz reflexões sobre a vida e narra as suas dúvidas fazendo com que a história se pareça, no mínimo, caótica. até que o enredo começa se encaixar, as memórias possuem um fluxo quase que único e a narrativa vai se tornando, aos poucos, linear. percebi, então, que o início do livro é, na verdade, o meio da história e que os fatos soltos não tem nada de caótico. como um bom livro de literatura brasileira não precisou de grandes acontecimentos, apenas a genialidade do autor, para colocar os personagens em situações únicas e totalmente pertinentes ao tempo e ao espaço no qual estão inseridos. o livro é comovente, retrata a história de Riobaldo e Diadorim, dois jagunços que se amam no coração do sertão, amor esse impossível de se manifestar. as ações dos personagens, são reflexo das veredas e sinas desse sertão, que deixa de ser apenas cenário e se torna um grande agente, porque o sertão não é um lugar, ?o sertão é dentro da gente?.
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Maria.Eduarda 25/01/2022

O sertão é do tamanho do mundo.
Nunca achei que precisaria ler tanto um livro até ler esse. Guimarães Rosa, escritor e diplomata mineiro, fez dessa obra um retrato do sertão.
Das dores, das cores, dos sons ele fez arte.
Aqui, o sertão mineiro é descrito com fidelidade, relatos dizem que o autor fez um estudo sobre a fauna e a flora de Minas Gerais.
Você só percebe o porquê de Grande Sertão: Veredas ter sido traduzido pra vários outros idiomas e que faz parte do cânone da literatura mundial, lendo Grande Sertão: Veredas.
Eu só sei expressar um imenso sentimento de gratidão por ter tido coragem e sabedoria para ler tal sinfonia. Foi lindo. É lindo.
Vou deixar algumas frases que me tocaram bastante durante a leitura:
"Toda saudade é uma espécie de velhice".
"O mais importante e bonito do mundo é isto:que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando".
"Diadorim é minha neblina".
" Riobaldo, a colheita é comum, mas o capinar é sozinho".
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Veh 24/01/2022

Viver é muito difícil assim como ler esse livro
O livro acompanha a trajetória de Riobaldo, um jagunço com ideais bem diferentes do grupo de jagunços ao qual pertence. Ao longo do romance ele narrará as andanças do grupo, as dificuldades e os relacionamentos, principalmente a relação de amizade e amor que Riobaldo tem com o jagunço Diadorim.
Primeiramente tenham em mente que é um poeta escrevendo um romance então estejam preparados para as inúmeras metáforas e fluxos de pensamentos, agrupados em um único capítulo de mais de 400 páginas. Não tem uma narrativa linear, não tem padrão de escrita e muito menos segue as normas ortográficas que estamos acostumados. O livro é puro lirismo.
As 60 primeiras páginas foram as mais difíceis que li na vida, porque além de não entendermos nada já que ele começa a história pelo meio, o livro é todo narrado por uma linguagem regional, e linguagem falada mesmo!! Nunca li nada parecido, é realmente uma experiência única, porque como é narrado em primeira pessoa é como e o personagem estivesse do nosso lado, em toda a sua simplicidade, contanto os fatos da vida dele, apesar dele estar contando para uma segunda pessoa na história , que a partir de mais ou menos a página 60-70 tomará aí sim um rumo linear. E o mais legal é que com o rumo linear a gente já não tem tanta dificuldade com o entendimento do vocabulário já que tudo pode ser encaixado no contexto, mas mesmo assim é bom um um dicionário de brasileirismos do lado enquanto lemos.
Agora em relação a história em si, quem já está acostumado com leitura sertaneja sabe que a literatura brasileira não precisa de grandes acontecimentos, apenas da genialidade dos escritores para colocar os personagens em situações inusitadas mas totalmente pertinentes ao tempo e espaço que se passam e nos fazem questionar o ser humano, com um personagem numa batalha tanto interior como exterior, que nos apresenta um mundo cinza, onde todos tem um pouco de bem e mal dentro de si. É uma história comovente de um povo batalhador mas que também são singulares, cada um com uma história, cada um com uma fé, que tem suas vidas guiadas por um sertão que se insere na história não como apenas cenário, mas como um agente que muda o rumo da vida de todos, os levando as inumeras veredas e sinas, resultantes de suas ações. "Sertao é dentro da gente".
Com a narrativa recheada com reflexões do narrador, é um livro que exige muito foco na leitura, porque senão deixamos passar as metáforas incríveis que tratam de morte, amor , amizade , Deus x diabo, mal x bem. Uma obra prima de um dos maiores da historia, que nos faz rir e chorar e apesar da dificuldade quando acaba ficamos com vontade de ler mais !! "O diabo na rua, no meio do redemoinho...".
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