Charlinho07 30/03/2024
O amor e suas formas...
Quando se lê histórias como essa de "Amor no Tempo do Cólera", considerando os dias atuais e velocidade com a qual as pessoas se amam e se deixam de amar, me faz perguntar: o que é o amor?
Dos mais velhos, principalmente aqueles que nasceram antes dos anos 50, era comum ouvir falarem em como se apaixonaram pelas suas esposas e das dificuldades que algumas vezes precisaram enfrentar para que pudessem se casar. Embora a quantidade de histórias de amor que se ouvia, que foram felizes e duradouras tenham sido poucas, considerando o tamanho da população, ainda eram possíveis e fazendo um paralelo com os tempos atuais, me parece improvável que "loucuras de amor" sejam cometidas no bom sentido da expressão.
Amor talvez seja paciência. Seja renúncia, seja aflição. Essa história é poética, é filosófica. Os personagens não são pessoas perfeitas. Vivem as aparências, embora, às escondidas, saciem os desejos do corpo.
Enquanto lia, não sei porquê, deu-me uma sensação de novela das seis, onde as coisas são leves, apesar da realidade que as cerca, apesar do peso de não ser correspondido, mas o propósito firme e seguido "à risca" de se estar com a mulher que ama, faz parecer coisa de novela.
Essa é a segunda obra de Gabriel Garcia Marquez que leio, a primeira foi uma não ficção, e fiquei encantado com a forma realista, mas poética que os sentimentos são descritos.
Só uma ressalva que tenho, é que na grande maioria dos livros que conheço, que já li e que vejo sendo citados por aí, temos o modo de viver das elites sendo contado. Os bailes, jantares, eventos de prestígios e me deixou curioso: como os mais pobres socializavam, se organizavam e se amavam?
Um livro excepcional para quem ainda deseja manter vivo o romantismo e o amor, independente da classe, da origem, da raça, ou da idade. O amor existe em todas as formas.