A Utopia

A Utopia Thomas More




Resenhas - Utopia


208 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


theresakellyla 05/01/2022

Aquele clássico
Aquele clássico que sempre falam na escola e faculdade. Foi recomendado pelo meu professor.
Até que eu gostei.
Algumas coisas não são tão legais hoje, mas para a época, a cidade parecia ser legal.
comentários(0)comente



Renata CCS 22/02/2013

A UTOPIA é uma obra que deve ser lida por todos os que desejam uma sociedade mais justa
Longe de pretender fazer uma resenha acadêmica e clássica, como a obra merece, tentarei aqui apenas não deixar distante a abordagem da obra, possibilitando uma visão panorâmica aos que desejam conhecer a essência do livro. A UTOPIA é uma ilha fictícia e o protagonista, Rafael Hitlodeu, descreve a organização social, política e religiosa dos habitantes, apresentando de forma detalhada os usos e costume da ilha. Através da narração deste personagem, Thomas Morus vai descrevendo todo o modo de vida daquela sociedade onde todos os seus moradores vivem em casas idênticas, trabalham por turnos no campo e em seu tempo livre dedicam-se a leitura e a arte. É um cenário onde todos os homens vivem em igualdade, onde a vaidade é desprezível e o bem coletivo sempre se sobrepõe ao individual, e assim não há pobres nesta sociedade. Seu modelo é a República de Platão e as Leis de Platão: uma sociedade justa com leis pouco numerosas e as riquezas igualmente repartidas. A principal crítica social de Morus gira em torno da abolição da propriedade privada, advertindo que, com ela, é impossível obter a igualdade. Finalizando, o autor convida o leitor a comparar o que existe na ilha com o que existe na realidade de seu tempo, deixando uma reflexão importante sobre as formas de organização social vigente em sua época e na nossa.

Além de lançar a base do socialismo econômico, o autor criou a palavra utopia (significa lugar que não existe), dando inicio a um gênero literário que seria muito seguido nos séculos seguintes, principalmente servindo de base para os escritos socialistas do século XIX. Essa obra, escrita em 1516, apresenta idéias inovadoras não só para sua época, mas também para nossos dias. O livro é mais que uma simples ficção: é a reunião de vários princípios que More desejava para a sociedade, e são os mesmos desejos que temos nos dias atuais.
O estilo é claro, direto fazendo do livro uma leitura agradável. A Utopia é uma obra que deve ser lida por todos os que desejam uma sociedade mais justa.
Maria Luísa 28/02/2013minha estante
O livro foi interpretado de inúmeras formas, mas pode facilmente ser classificado como uma pré-configuração do socialismo em que o único meio de distribuir os bens com igualdade e justiça, e de fazer a felicidade do gênero humano, é a abolição da propriedade.


Renata CCS 06/03/2013minha estante
Confesso que qd o li, foi por uma obrigação de uma disciplina na universidade, mas tornou-se uma agradável surpresa.


06/03/2013minha estante
Êta mulher verdadeira pra dá resposta.Adoro vc principalmente qdo resposnde assim, de uma maneira simples e agradável.beijocas!


Renata CCS 06/03/2013minha estante
Obrigada Sú. Temos que ser honestas (rs). Talvez não tivesse lido ainda se não fosse uma leitura "imposta", e estaria perdendo uma grande obra! Um abraço.


Maria Luísa 07/03/2013minha estante
Eu tb já tive experiências parecidas com indicações de livros que, em princípio, não correspondiam ao meu gênero literário, mas acabaram tornando-se agradáveis surpresas. O bom é estarmos abertas a descobertas que podem surgir de onde menos esperamos. Um grande abraço!


Renata CCS 08/03/2013minha estante
é certo Maria Luísa, 100%. Um abraço.


Marcelo 19/12/2013minha estante
Não é de se estranhar que ele fosse um conselheiro de um rei absolutista!! Fim da propriedade privada, igualdade, "organização" social, sociedade mais "justa", direitos coletivos sobre os individuais. Bata tudo no liquidificador e o que você tem é um totalitarismo. Ainda assim, uma leitura excelete. Gostaria de propor um contraponto, que é "a revolta de atlas" de Ayn Rand. Abraços a todos.


Renata CCS 15/09/2014minha estante
OLá Marcelo,
Obrigada por seu comentário. Já ouvi falar de "A Revolta de Atlas". Muito recomendado aqui no Skoob.
Abraços.


Digão Livros 11/07/2021minha estante
É minha próxima leitura! Normalmente, eu resenho os meus livros. Em poucos casos, eu gosto tanto da resenha de alguém, que copio e coloco a fonte, com o link. Nem li o livro mas já amei a sua resenha! rs




Cinara... 20/07/2020

"Mas nesse dia da Primifesta, antes de saírem de casa para o templo, as esposas se ajoelham diante do marido e os filhos diante dos pais para confessar seus pecados, seja por ação ou por omissão em seus deveres, e para pedir perdão por tais faltas."

"Se é apresentada como verdadeira, posso enxergar nela vários absurdos..." Thomas More

Uma utopia totalmente distópica!
?
comentários(0)comente



Fabio Shiva 01/03/2013

THOMAS MORE – Coleção Os Pensadores
É sempre uma emoção especial ler um dos clássicos, um desses livros sobre os quais ouvimos falar zilhões de vezes e, de tempos em tempos, temos a oportunidade de ler. Esse é bem o caso de “A Utopia”, publicado pela primeira vez em 1516.

A palavra “utopia” foi retirada do grego e significa literalmente “lugar nenhum”. Pela própria influência do livro, no entanto, o termo “utópico” passou a se referir a qualquer ideal tão elevado ou aspiração tão sublime a ponto de parecer mera fantasia, um sonho de realização impossível. A ilha de Utopia é uma sociedade perfeita, do ponto de vista do autor.

Ao visitar Utopia, minha atenção foi capturada por dois pontos principais. O primeiro deles é que os principais problemas da coletividade humana continuam sendo os mesmos de quinhentos anos atrás: desigualdade, miséria, fome, exploração do homem pelo homem, guerras. E o segundo ponto é que More, para criar a sua sociedade perfeita, modificou apenas uma característica principal: no reino de Utopia não existe o dinheiro. Não é difícil perceber como os dois pontos estão interligados e como a mera existência do dinheiro é a causa dos maiores malefícios enfrentados pela família humana.

E o que é o dinheiro, afinal? Inicialmente foi inventado para facilitar a troca de mercadorias, depois se tornou uma referência para um lastro em ouro nos bancos, depois foi se tornando progressivamente imaterial, uma abstração. O dinheiro só existe hoje porque as pessoas acreditam no dinheiro. Como demonstra a atual crise financeira, essa crença pode ser bem perigosa, pois de uma hora para outra o mundo inteiro pode ir pro brejo sem que ninguém saiba explicar direito o porquê. Está na hora do homem, em sua infinita criatividade, inventar algo mais interessante que o dinheiro para governar as nossas vidas.

Essa questão é ilustrada de uma forma brilhante em “A Utopia”: na ilha existem escravos, que são pessoas que cometeram crimes e que podem voltar a ganhar a liberdade após cumprir suas penas. Para que os escravos sejam facilmente reconhecidos onde quer que vão, eles usam correntes e elos feitos de ouro e prata, metais que não possuem nenhum valor em Utopia...

Esse exemplar da Coleção Os Pensadores traz ainda o texto “Diálogo Sobre o Conforto Espiritual e a Atribulação”. Achei esse texto ainda mais enriquecedor que “A Utopia”. More é um grande conhecedor da alma humana. Seu texto é permeado de citações bíblicas e menções ao demônio, mas por detrás da linguagem religiosa e totalmente adequada à época é possível perceber uma psicologia profunda, uma visão bem ampla da natureza humana e de seus conflitos.

Thomas More teve uma origem relativamente humilde, mas conseguiu galgar posições de destaque e tornou-se chanceler na corte do rei Henrique VIII. Quando o rei quis separar a Inglaterra da autoridade papal e se divorciar de Catarina de Aragão, More recusou-se a assinar o documento que legitimava o divórcio. Em conseqüência, foi aprisionado na Torre de Londres e posteriormente decapitado. Quatro séculos depois de seu martírio, em 19 de maio de 1935, Thomas More foi canonizado por sua corajosa defesa da liberdade de pensamento.

São Thomas More, rogai por nós!!!

***

Aproveito para convidar você a conhecer o livro O SINCRONICÍDIO:

Booktrailler:
http://youtu.be/Umq25bFP1HI

Blog:
http://sincronicidio.blogspot.com/

LEIA AGORA (porque não existe outro momento):

http://www.mensageirosdovento.com.br/Manifesto.html

Venha conhecer também a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
.
http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com.br/
*
http://www.facebook.com/groups/210356992365271/
*
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36063717
*

Maria Luísa 01/03/2013minha estante
Uma bela resenha. Você escreve muitíssimo bem.


Fabio Shiva 01/03/2013minha estante
Valeu, amiga!!!
Esse livro é que é inspirador!!!


Renata CCS 26/06/2013minha estante
Esta obra é a reunião de vários princípios que More desejava para a sociedade, e são os mesmos desejos que temos nos dias atuais.
Uma bela resenha Fábio!




Layla.Ribeiro 02/05/2022

Leitura obrigatória.
Primeiro é importante saber o contexto em que esta obra foi publicada, na Europa, a expansão marítima era um sucesso e os europeus tinham ?descoberto? novos lugares, o autor da obra era chanceler do rei Henrique VIII, se afastou após não concordar com o rei em alguns aspectos, principalmente religiosos, há várias críticas indireta ao rei neste livro.O livro é dividido em duas partes, a primeira nos apresenta o explorador português Rafael que vai contar a um grupo sobre a ilha de Utopia e faz um paralelo com a Europa, criticando os sistema jurídico, político e social, um debate muito interessante entre o grupo, nessa parte deu para ver que infelizmente pouquíssimas coisas mudaram atualmente. Na segunda parte que vem a narração de como surgiu a ilha de Utopia, como desenvolveu a sociedade e como ela era organizada, realmente faz muito sentido tudo relacionado a perfeição ser sinônimo de utópico, termo este criado por esse livro, claro que por ter sido escrito no século XVI, algumas coisas são absurdas para nós leitores deste século , como o machismo e utilização de mão de obra escrava, mas muitas coisas desta sociedade seria muito maravilhoso se colocasse em prática, creio que muitos autores socialistas beberam desta fonte literária para construir o conceito do socialismo. A linguagem desse livro achei nível médio de compreender, recomendo ler aos poucos, agora entendo a importância desta obra. Separe algum momento da sua vida para esta leitura
comentários(0)comente



Douglas.Bonin 04/05/2021

Utopia, ou a "propaganda bem feita".
Sabe, concluo esta leitura enquanto passa a final do BBB21, e isso me fez pensar em... Nada, os assuntos não tem nada a ver.

Utopia do Santo Tomás Morus é este manifesto de um local ideal. Não o objetivo a ser alcançado, mas a conjunção de políticas idealizadas.

A obra, em alguns momentos, me fez pensar na idealização que o mundo faz de alguns países. Veja bem, consegue pensar em um país onde o trabalho é recompensando? Um local onde as leis são justas? Onde a liberdade religiosa é o norte? Local onde todos são iguais? Pois é, talvez está seja nossa Utopia.

É possível perceber que algumas discussões, que consideramos problemas da modernidade, na verdade são questões mais antigas. Como exemplo à punição por crimes, deve ser mais branda? Ou senta a bolacha? Enfim, em Utopia você irá encontrar o ponto de vista do Tomás Morús, um homem que viveu e morreu por sua opinião.
Cris.Aguiar 04/06/2022minha estante
Será o mesmo "Utopia" de Thomas More que eu li?

Esse livro que citei, baixei por baixar durante a pandemia (dentre os free) e acabei lendo mais tarde; gostei bastante e o assunto abordado é a criação de uma sociedade utópica em um ilha (que ainda convive com partes do mundo "não ideais") e nele o autor traça como funciona a política, economia, religião etc...

O final achei um pouco confuso, mas consegui captar a mensagem pelo menos. Um bom livro.




Isabelle 16/01/2021

#desafioliterário2021
Descobri esse livro no primeiro semestre de 2020, em uma aula da faculdade, mas somente agora consegui lê-lo na íntegra. Um clássico, com certeza, gostei de várias passagens e pensamentos e discordei avidamente de outros, mas num geral foi uma leitura interessante.
Yasmin 16/01/2021minha estante
A linguagem é difícil?


Isabelle 16/01/2021minha estante
Nem um pouco! E as notas são bem completas, qualquer dúvida é só dar uma olhadinha lá.


Yasmin 17/01/2021minha estante
Obrigadaa




Anderson 16/01/2021

Utopia é um lugar idealizado e você não quer viver lá
O livro Utopia do escritor Tomas More foi uma experiência de leitura bem diferente do que eu estou habituado e me tirou bastante da zona de conforto pra conseguir entender a mensagem por trás disso tudo. Com isso, uma observação e dica para os futuros leitores dessa história nessa edição é que o prefácio não ajuda muito e caso você não tenha informações sobre do que se trata esse livro antes de lê-lo, é bem provável que você fique perdido. Nesse sentido, utopia é dividido em dois livros e no livro I, o autor retrata de modo crítico as diferentes sociedades ao redor do mundo, em especial o modo de governo da Europa e a desigualdade brutal em que a população evidencia rotineiramente nesses espaços, isso é explicitado também devido ao fato de um dos personagens demonstrar bastante sabedoria após ter viajado pelo mundo com o Américo Vespúcio ("desbravador" que conhecemos nas aulas de história no ensino fundamental), inclusive, até o modo de vida dos índios antes da colonização é citado nesse livro. Já no livro dois - a minha parte favorita-, o autor dedica a narrar o modo de vida na nação Utopia e com muito esforço, tenta retratar uma sociedade feliz e que segundo ele, é o verdadeiro modo de uma república. Em face ao exposto, no geral, esse livro é incrível no que diz respeito ao contexto histórico e nos diálogos, mas a estruturação dele é bem confusa, talvez por ser bem antiga. Além disso, ler esse livro com o pensamento atual me faz pensar que nem de longe essa seria minha idealização de modo de governo perfeito, e apesar do autor falar que todos vivem bem, o que foi exemplificado nos diálogos foi uma nação bem rígida, em que preconceitos, escravidão e religião eram outorgados e comuns, então isso seria feliz pra quem?
caio.lobo. 16/01/2021minha estante
A utopia de um e a distopia do outro.


Anderson 16/01/2021minha estante
É exatamente isso, você resumiu esse livro




julia 09/09/2010

Socialmente falando, Utopia é uma sociedade com diversas falhas - se analisada nos dias atuais. Há muitos preconceitos embutidos nos utopianos e a liberdade é restrita. Por exemplo, (falando de religião) você é livre para não ter nenhuma crença, mas será ridicularizado e até mesmo visto como tolo. Ou ainda, você é livre para fazer o que quiser no seu tempo livre, menos ser ocioso - ou seja, seu tempo livre não é verdadeiramente livre.

Politicamente falando, Utopia se aproxima muito do que eu tenho como ideal. A escravidão me incomoda um pouco. Fora que eu discordo dessa visão de que todos os cidadãos utopianos são superiores e, portanto, devem ser mais protegidos que os demais - em qualquer situação. Para mim, toda a vida humana tem igual valor. Mas, apesar de realmente desejar uma sociedade mais igualitária, eu conseguir ver, com a lleitura do livro, que essa proposta implica na perda de personalidade e até mesmo de privacidade, de certo modo - afinal, não é aceito nem ao menos viajar sozinho pelo país (por exemplo). A leitura de Utopia me fez rever alguns de meus conceitos.

Porém, eu preciso ter em vista em que momento histórico ele foi escrito. Para mim, no século XXI, pode parecer que as propostas de More são insuficientes. Mas, tendo em vista que o livro foi escrito no século XVI, eu posso afirmar

De qualquer jeito, Utopia foi um livro que valeu muito a pena e que eu gostei bastante. Eu adorei o jeito passional como o país foi descrito. Gostei, também, da forma do texto. Foi uma leitura muito interessante, de diversos ângulos.
comentários(0)comente



Carlos398 25/01/2024

Leitura histórica
Me lembro bem quando minha professora de história, muitos anos atrás, mencionou A Utopia e as consequências dessa obra e do autor Thomas More na sociedade. Naquele momento, pensei "hmm, um dia quero ler esse livro".

A Utopia é um livro publicado no início do século XVI por Thomas More, importante filósofo renascentista e humanista, no que se refere à política. Nessa obra, ele descreve uma conversa com um suposto viajante que viveu na fictícia ilha de Utopia, onde é descrito uma sociedade comunista que o autor considerava perfeita, não existindo propriedade privada, sem pobreza e fome, com trabalhos de no máximo 6h por dia, e com criminalidade quase inexiste, além de não haver luxos e sem riquezas.

É um livro interessante, principalmente para ver as críticas do autor à sociedade europeia da época, além de ter uma ideia de como ele influenciou os movimentos comunistas que ocorreram no século XX. É interessante também notar que "Utopia" que originalmente significava "em lugar nenhum" acabou tomando o significado pejorativo de "sonho irrealizável" com o passar do tempo.
comentários(0)comente



Maria 07/09/2022

uma ótima arma para o enem
Após longos, loongos meses enrolando para terminar, eu finalmente concluí A Utopia.
Não é um livro de leitura difícil, inclusive eu (surpreendentemente) achei bem fluido em alguns momentos, mas como é só a descrição monótona e detalhada de uma sociedade às vezes fica bem chatinho de ler.
Mesmo assim, esse texto é um clássico e eu acho que todos deveriam ler. Principalmente se você for fazer o enem, esse livro é um repertório que vale a pena ler porque ele se encaixa em vários temas. Além disso é legal ver uma história tão antiga que já falava do fim da propriedade privada e tal... será que ela inspirou Marx?
comentários(0)comente



Rhana 19/08/2022

Uma experiência diferente
A leitura foi uma experiência diferente do que eu costumo ler, além de que eu demorei muito para terminar. O livro consegue transmitir a ideia muito bem, e te faz compreender melhor o pensamento da época, mas não consideraria ele um clássico, pois para mim um clássico tem ultrapassar as barreiras do tempo, mas esse livro não fez isso, já que essa "Utopia" nos dias de hoje parece mais uma distopia.
Achei interessante, não sei se recomendo, mas tirem suas próprias conclusões.
Ps: +12
comentários(0)comente



Igor Almeida 23/06/2020

O mundo perfeito, ou não
E se fizéssemos o esforço de imaginar um mundo ideal, como ele seria? Não apenas em conceitos amplos e imprecisos, como "não haveria injustiça" ou "viveríamos em paz eterna", mas com definições claras e detalhadas de como seria cada aspecto dessa sociedade, explicando a lógica da moradia, dos empregos, dos conflitos, etc. Uma coisa é certa, quanto mais se escrever, quanto mais se detalhar o funcionamento das instituições, mais distante estará da realidade e mais se mostrará, de fato, a personalidade e as crenças de quem está escrevendo.

Neste livro não é diferente, Thomas More, em 1516, descreve detalhadamente (tão detalhado quanto 150 páginas permitem), uma sociedade chamada Utopia, em que o cerne da justiça, segundo ele, é a igualdade (de resultados) e a ausência da propriedade privada:

"Ora, a igualdade é, creio, impossível num Estado em que a posse é particular e absoluta; porque cada um se apoia em diversos títulos e direitos para atrair para si tudo quanto possa, e a riqueza nacional, por maior que seja, acaba por cair na posse de um reduzido número de indivíduos que deixam aos outros apenas indigência e miséria ...eis o que invencivelmente me persuade que o único meio de distribuir os bens com igualdade e justiça, e de fazer a felicidade do gênero humano, é a abolição da propriedade. Enquanto o direito de propriedade for o fundamento do edifício social, a esse mais numerosa e mais estimável não terá por quinhão senão miséria, tormentos e desesperos."

É fácil de entender o porquê de um homem do século XVI ser contra a propriedade privada e declaradamente contrário aos ricos em si mesmos. Quando se tem a crença que o enriquecimento unicamente se dá por meio do acúmulo de metais (roubados, tomados à força por impostos ou pelo comércio – que também era uma atividade considerada suja), que o comércio nada mais é que exploração de uma das partes e que a maneira mais justa de se viver para a maioria seria lavrando a própria terra; quando, somando-se a isso, o enriquecimento por nascimento em uma época de rígida imobilidade social, com posse de terras garantidas por título de nobreza, negócios sem concorrência real com monopólio dado aos amigos e familiares dos nobres e onde tudo era decidido por nascimento, realmente não há como julgar o pensamento de quem acredita que a única forma de justiça seria acabando com tudo para começar de novo, mantendo a propriedade comum a todos.

Ele se revela, em termos atuais, um verdadeiro planificador bem intencionado, em nome do bem comum (como todos os ditadores o são), imponto aos outros o que ele considera justo. Se é justo para ele, decerto é justo para todos, não há erro (De fato, não nascemos sabendo viver em liberdade, é preciso aprender a respeitar opiniões contrárias e esse conceito é relativamente novo.). E assim se enumera as regras sociais: como não há propriedade, as moradias seriam decididas por sorteios a cada 10 anos, ou seja, nova casa a cada 10 anos, não importa o local que se deseje morar. Todo mundo deve ser agricultor porque todos precisam comer, somente após algum tempo poderia haver escolha de profissões distintas (se houver vaga disponível). E lá se perde a produtividade gerada pela divisão do trabalho. Ele parte do pressuposto que o crime é originado da miséria e que, possuindo todos as mesmas propriedades, não haveria motivo para crime. O autor ignora completamente a natureza humana...

Ademais, há número máximo de filhos. Quem ultrapassar esse número terá a criança tomada da família pelo estado. Se a população crescer, haveria emigração forçada para formar uma nova nação em outras terras (E quando povoarem tudo? Seguindo o raciocínio, tenho é medo da solução que podem propor...). Num ímpeto utilitarista, acredita que 6 horas de trabalho diário seria suficiente para todos, afinal não haveria profissão “inútil” e todos trabalhariam no que é importante, sem nenhum tipo de luxo (ele usa o exemplo dos ourives como símbolo da inutilidade). Esse merece um comentário à parte. Me pergunto, quem definiria o que é luxo? O luxo de alguns é realmente danoso para os demais? Há 100 anos, ter um carro era puro luxo. Um carro era caro, menos funcional que um cavalo e só rodava dentro das grandes propriedades com estradas preparadas, ou seja, era um brinquedo, uma extravagância dos ricos. No entanto, foi essa extravagância que financiou a indústria automobilística nascente e permitiu que se desenvolvesse ao nível que temos hoje. Da mesma forma, talheres e ter banheiro em casa também já foram considerados luxo. O que seria de nós se houvesse, em cada época, justiceiros sociais definindo o que os outros devem fazer ou não em nome do bem comum...

E segue no devaneio: "Na Utopia, as leis são poucos numerosas; a administração distribui indistintamente seus benefícios por todas as classes de cidadãos. O mérito é ali recompensado; e, ao mesmo tempo, a riqueza nacional é tão igualmente repartida que cada um goza de todas as comodidades da vida".

De início, soa bonito, mas só de início. É um trecho autorrefutado. As leis são pouco numerosas? O autor passa o livro inteiro mostrando de que maneira o príncipe faria isso ou aquilo, com infindáveis regras do que é permitido e o que é proibido, e fala em leis pouco numerosas? Mérito recompensado e riqueza igualmente repartida? Se é igualmente repartida, não há critério de recompensa nenhum, já que os mais merecedores e os menos recebem igualmente a produção. Afinal, quem decide quem é merecedor? Como não existe igualdade de capacidade e houve igualdade de distribuição, há injustiça intrínseca ao modelo. Esse sistema gera estímulo ou inibição para aqueles que fizeram a maior parte da produção? O que se tem em longo prazo? A última frase: todos vão gozar das comodidades da vida? Se não levarmos em conta um sistema que estimule e permita produtividade e aumento na geração de renda, sistema esse garantido pela propriedade privada, que tipo de gozo da vida haverá em distribuir renda nenhuma?

Neste livro, cada parágrafo é um "eita atrás de eita", compreensível para a época que foi escrito e com certeza vale a leitura. É uma ótima história, geradora de assunto pra muita conversa, mas direcionei os comentários para o fato dessas ideias terem sido postas em prática (tentadas) várias vezes desde então e serem idolatradas ainda hoje. Não é à toa que esta obra é considerada a precursora do socialismo, as bases ideológicas são as mesmas: controle estatal sobre o indivíduo em nome do paraíso futuro da igualdade.
Jamile.Almeida 23/06/2020minha estante
Teoria de sociedade ja testada e ?cientificamente? comprovada como ineficiente e fadada ao fracasso... exemplos nao faltam... confesso que toda vez que começo a ler esse livro, não consigo passar da pagina 20... mas tentarei... um dia... rs




Lucas 09/05/2022

Adorei esse livro!
Por mais que eu saiba que, na prática, não seria possível criar uma comunidade perfeita como a descrita no livro, mesmo seguindo os exemplos do autor, é maravilhoso ver a corrente de pensamento para criação dessa comunidade!

Adorei as explicações acerca do trabalho, das guerras, dos ofícios. Uma história muito interessante que, para quem leu "A república" de Plantão, certamente irá gostar!

Leia meus livros no link abaixo!

site: https://www.amazon.com.br/Lucas-Vitoriano/e/B09S5LVD8F/ref=dp_byline_cont_pop_ebooks_1
comentários(0)comente



Nat 28/02/2022

^^ Pilha de Leitura ^^
Utopia é uma obra de filosofia política de Thomas More que relata sua visita a uma ilha com sistemas político e religioso perfeitos. O livro é realmente uma grande utopia e saí da leitura sem concluir se ele falava a sério ou satiricamente, para causar o debate. Muitos pontos interessantes são abordados, no entanto.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
comentários(0)comente



208 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |