A Queda

A Queda Albert Camus




Resenhas - A Queda


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Lucas 17/08/2010

A Queda do Homem, o levantar de um clássico.
Subversão de valores. Ralativização dos ideais. Fragilização das relações pessoais. Costumamos ouvir esses e outros termos pompudos sempre abarcados sob a perspectiva de uma tal pós-modernidade. Mas que porra é essa? Albert Camus responde.

As divagações do personagem principal formam, de forma orgânica, o histórico da transformação narcisista do Homem, da sua perda da fé, de esperança em si mesmo ou em seus congêneres. A voz do segundo interlocutor é genialmente suprimida, abrindo espaço para que nós possamos dialogar com o personagem central, que nada mais é que uma personificação de uma humanidade em crise.

E é por entender essa crise e transmiti-la, refletindo e analisando de forma coesa e, ao mesmo tempo, profunda, é que pode-se afirmar que Camus escreveu uma obra-prima. Uma história que, antes de tudo, escreveu a todos nós primeiro.

Simplesmente genial.
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Renato 02/08/2010

'Já havia percorrido uns cinquenta metros, mais ou menos, quando ouvi o barulho de um corpo que cai na água e que, apesar da distância, no silêncio da noite, me pareceu grande. Parei na hora, mas sem me voltar. Quase imediatamente, ouvi um grito várias vezes repetido, que descia também o rio e depois se extinguiu bruscamente. O silêncio que se seguiu na noite paralisada pareceu-me interminável. Quis correr e não me mexi. Acho que tremia de frio e de emoção. Dizia a mim mesmo que era preciso agir rapidamente e sentia uma fraqueza irresistível invadir-me o corpo. Esqueci-me do que pensei então. "Tarde demais, longe demais...", ou algo do gênero. Escutava ainda, imóvel. Depois, afastei-me sob a chuva, às pressas. Não avisei ninguém.'

Impossível manter-se indiferente à confissão/acusação destilada pelo homem do subsolo francês. Um relato impressionante. Camus mete o dedo na ferida como poucos. Angústia, perversão, decadência e existencialismo: la humanité que vous détestez!

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Márcia Regina 21/07/2010

Vou precisar de um bom tempo para me recuperar. Abalou minhas estruturas e fica difícil terminar o livro sem arranhões feios.
Acho que o autor se perde um pouco no capítulo cinco, quando tenta abranger mais do que precisaria, mas o texto todo é um choque, um espelho, um desnudamento.
Praticamente um livro perfeito.
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Sacripanta 03/04/2010

A queda (Alberto Camus)
O ótimo livro do escritor argelino Alberto Camus conta, em primeira pessoa, a história de um homem felicíssimo mas que descobre a grande dose de ilusão em que essa sua felicidade se apoia, de forma que o que outrora tomara por virtude não passa de vícios dissimulados.

O livro é o retrato de um homem feliz mas que pouco a pouco se sente desconfortável com o mundo e consigo mesmo, passando a "castigar-se" metendo-se em prostíbulos, entregando-se à bebida e desfazendo a imagem de bom moço que esforçara-se por merecer.

Assim, essa queda é mera concretização de uma vilania de caráter que ele sempre cultivou mas que cismava não ver. Essa súbita consciência faz com que ele se amesquinhe e se satisfaça com viver um quinhão pequeno da vida, perdido em um boteco de Amsterdam, contando sua vida a estrangeiros que vão e vêm e dando a impressão que arrasta-se pelo fundo do poço, ainda que com as costas eretas e a cara limpa e barbeada. É como andar pela lama e ter orgulho em só sujar os sapatos.

Apesar de escrito em forma de diálogo, o livro é um monólogo, pois o receptor jamais se manifesta nem intervém. Dá a impressão de que o livro todo pode ser o devaneio de um ex-advogado parisiense, egoísta e autocentrado até o fim, tentado recontar/reescrever sua história, concedendo-lhe uma linearidade e tentando justificar sua atual miséria.


É um livro denso, curto e cuja leitura eu recomendo. Interessante notar que a tradução das edições atuais é a mesma da edição do Círculo do Livro. Não li o original, mas a tradução parece conter alguns erros, o mais evidente dos quais é traduzir "petite-amie" por "amiguinha", quando na verdade equivale a "namorada".
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Marina 08/04/2010minha estante
Ai, ngm merece tradução ruim! =/ Muita gente me fala desse escritor, uma hora leio algo dele...




Lia 02/02/2010

Melhor diálogo solitário já escrito.
Keiko 15/01/2011minha estante
Li esse livro uns vinte anos atrás, era uma garota que devorava todos os livros que me caiam as mãos - li A Queda numa tarde tranquila, o que
me lembro mais foi da passagem da suicida - e ele
nada fez para mudar aquilo.
Em meio ao inverno eu aprendia que dentro de mim há um verão invencível.
Quando me lembro do livro lembro dessa única frase.


Carlos Patricio 22/08/2013minha estante
Me interessei pelo livro por esse comentário tão curto :]


Maria de Fátima 16/07/2014minha estante
O mesmo que o Carlos!




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