elainegomes 26/07/2021
Montanha Mágica
Sem dúvida foi o livro que me exigiu uma enorme dedicação, não foi fácil, mas valeu muito a pena!
Foi um livro que me provocou sensações físicas, definitivamente um livro sensorial.
Terminei o livro, mas tenho a impressão que ele não vai terminar tão cedo em mim, me pego pensando e refletindo, e ele melhora a cada dia.
Abaixo vou tentar organizar tudo o que senti, será tão longo quanto necessário, paciência.
A Montanha Mágica - Microcosmo chamado de mundo lá de cima em contraponto ao lá de baixo, a planície. Que reproduz a decadência europeia no pré 1a Guerra.
Somos convidados a subir a montanha, e sofremos com seu ar rarefeito, com a letargia convidativa em se passar uma vida horizontal, particularmente, passei a sentir inclusive os efeitos entorpecentes do ser febril, quase congelei com o frio ora seco ora úmido da neve.
Na Montanha Mágica, o tempo corre diferente, 7 minutos passam lentamente enquanto 7 anos em uma rapidez inexplicável.
Lá o tempo até pode parecer estar suspenso, mas as emoções não são interrompidas, e no mundo de cima, nosso personagem Hans Castorp aprendiz da vida, nos ensina a beleza da morte.
E recebe valiosos ensinamentos de quatro personagens, dois deles antagônicos e brilhantes, Settenbrini o iluminista revolucionário, Naphta o reacionário, que doutrinadores amantes teóricos e sedentos em ganhar atenção exclusiva de HC, por outro lado e completamente distante de teorias humanísticas, socialistas ou niilistas temos Peeperkorn que lhe ensina que a vida deve ser vivida plenamente e temos obrigação de tirar dela o prazer de viver e em complemento temos Clawdia Chauchat que ensina a amar.
Assim acompanhamos HC crescer e amadurecer, e quando se encontrava completamente adaptado ao seu novo modo de vida e absolutamente desconectado à vida anterior da planície, o mundo lhe sacode, verdades absolutas (de outros) roubam todas suas certezas, e eu a leitora, que tanto sofri e aprendi com todos os ensinamentos me pergunto, para que serve tanta teoria, se no final fazemos parte da engrenagem de um grande relógio, que quer você queira ou não vai girar, levar o tempo, e te carregar.
Sinto que ainda virei aqui editar, e acrescentar impressões, afinal Montanha Mágica merece um diário de toda experiência experimentada.