Anny 13/04/2024
"A esperança neste mundo sangra pelo cano de uma arma."
Tahereh Mafi eu caí no seu esquema de pirâmide e posso dizer que não me arrependo nem um pouco!!!
Em " Estilhaça-me" conhecemos a história de Juliette - uma adolescente com um dom mortal cujo ela acredita ser uma doença, um fardo - vivendo em um mundo totalmente colapsado e comandado por aqueles que fizeram promessas e deram esperança para um povo estilhaçado e disposto a acreditar em qualquer sinal de uma vida melhor , o Restabelecimento.
Privada de sua liberdade a 264 dias, sem qualquer contato humano e a beira da loucura, Juliette encontra conforto em seu diário e na sua esperança de ver o pássaro branco, até que um conhecido garoto aparece em sua cela e tudo muda.
Como qualquer início de uma saga o primeiro livro é bem introdutório, conhecemos o mundo junto com a personagem principal - que por estar presa não sabia de muitas coisas - o que deixou a experiência mais leve e interessante.
Por falar em construção de mundo é válido ressaltar que Tahereh criou um mundo e tanto, não só na parte "física" da coisa mas também na parte política, além de trabalhar muito bem como a ganância e a fome de poder transformou o mundo em um lugar sem vida, quebrado e cheio de desigualdades. ( Dá até para fazer um paralelo com o nosso mundo atual)
O livro é super fluído e rápido de ler, a escrita da autora é algo que nunca tinha visto antes e me encontro encantada, simplesmente AMEI . É poética e caótica ao mesmo tempo, assim como a mente da Juliette.
Os personagens secundários tbm são muito bons, estou animada para conhecer todo mundo mas meio desconfiada tbm ?. Kenji me arrancou várias risadas com suas provocações e com a sua total falta de senso de perigo KKKKKKKK. Já a família Kent, temos o James, que é um amorzinho de criança e o carrapato do Adam, sério que cara chato, parece que a história empaca quando ele aparece - e infelizmente ele aparece muito ? - ele é muito bonzinho e me cansa demais ( talvez seja só pq eu já sei com quem ela fica, mas enfim, ele me irrita).
Menção especial ao divo, completamente lelé das ideias mas que eu já amo: Warner!! Que homem meus amigos, que homem. A dinâmica dele com a Juliette é muito boa ( a surra no Adam que aparece e já me dá sono) e a obsessão dele por ela chega a ser estranhamente atraente.
Enfim, acho que a saga começou com o pé direito, me encontro completamente maluca e sem saber em quem acreditar ( meio paranóica? Talvez.) e animadíssima para saber que rumo a história vai tomar.
Já prevejo uma nova obsessão literária.
"Na ausência de relações humanas formei vínculos com personagens de papel."