Ficções

Ficções Jorge Luis Borges




Resenhas - Ficções


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Coruja 21/11/2011

Sou fã do Borges desde que folheei pela primeira vez, de queixo caído, O Livro dos Seres Imaginários uns seis, sete anos atrás. De lá pra cá, já se foram muitos contos do mestre argentino (que sempre me faz lembrar de outro mestre, esse italiano...) e minha admiração por ele só fez crescer.

Apesar desse meu interesse, ainda não tinha deitado mãos naquela que é considerada a sua obra-prima - a coletânea de contos Ficções. Obviamente então que aproveitei o Desafio Literário para resolver essa questão.

Não demorei muito para entender porque os críticos gostam tanto desse livro. Borges está aqui em sua melhor forma, sinuoso, melífluo, criando inteiras e intrincadas narrativas em torno de um único jogo de palavras.

Às vezes Borges me dá a impressão de um labirinto (uma de suas imagens favoritas, aliás) kafkaniano. Sim, há muito de Kafka no absurdo que Borges tece enquanto regurgita uma cultura impressionante - nomes, referências cruzadas, termos obscuros. O único outro autor que já vi usar com a mesma maestria essa cultura universal literária que alguns reputam inútil, foi o Pratchett.

Não é uma coincidência que ambos estejam entre meus autores favoritos. Os dois usam de ironia fina (Borges é mais sutil), recheada de referências clássicas que adicionam muito do prazer de sua leitura (ao leitor que é capaz de reconhecê-las e fazer a intertextualidade, claro), para fazerem críticas bem sérias a situações totalmente cotidianas (nesse caso, mais o Pratchett, Borges é um tanto 'teórico' nesse ponto).

E, claro, lê-los é como resolver uma revista de palavras cruzadas na qual você se ri sozinho de uma piada que ninguém mais parece entender além de você mesmo e o autor.

Ficções tem tudo: drama histórico meio espírita (ainda estou mastigando o processo de escrita de Pierre Menard...), ficção científica com toques de teoria da conspiração (então, já que não tenho o que fazer, criarei uma enciclopédia de um mundo imaginário só para dar nó na cabeça do povo), romance policial ('espero que da próxima vez me mate usando como armadilha um jogo de palavras mais desafiador'), labirintos, bússolas, intriga internacional, espelhos e ilusões.

O truque do mago Borges aqui é brincar com as palavras, com o próprio ofício de escritor - as palavras são a chave do enigma, a armadilha, a morte e a vida: elas estão no centro de tudo, tal como a grande biblioteca onde se encontram todas as combinações possíveis de letras: a Babel dos bibliotecários que estão fadados ao fanatismo, à loucura e à morte.

'Leia para escrever', já ouvi muito dizer. Certamente há poucos que leram tanto - e escreveram tanto, por conseqüência - que o genial Jorge Luís Borges.

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Bruninha Silva 28/03/2011

O livro me surpreendeu muitíssimo! Era muito curiosa por Borges devido a ótimas recomendações, mas não pensava que fosse aquilo...
Comecei a ler o primeiro conto e não estava entendendo muito bem: tinha umas passagens geniais, mas enfim, não tinha visto brilho em quase nada. Porém, quando o conto acabou fiquei boquiaberta.
Depois que me acostumei à escrita do autor, só conseguia achar tudo muito genial, muito magnífico e diferente de quase tudo que já tive contato em minha vida. Os desfechos, as idéias,a inimaginável criatividade do autor me conquistaram, e ouso dizer que os contos me apresentaram a perspectivas ainda não imaginadas por mim.
Maravilhoso!
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larissa dowdney 05/02/2011

Contos sobejamente cansativos. Apesar de curtos, exige uma leitura lenta que - no meu caso - causou uma certa repulsa. Indo contra a maré da maioria das pessoas que adoraram os contos, eu não gostei de absolutamente nenhum e muito menos me admirei com a escrita detalhada do Borges.

Uma decepção!
Ronnie K. 08/12/2014minha estante
Aaaahhhhhh...!


Salomão N. 15/03/2017minha estante
Também não gostei, mas não merece uma estrela. É de uma criatividade singular, apenas não me agradou!


Bob 22/07/2017minha estante
Entendo perfeitamente os elogios, mas também não vem me agradando.
Assim que acabar de ler pretendo reler um ou dois contos novamente, com mais calma.




Aninha 15/01/2011

Pensar é esquecer diferenças, é generalizar, abstrair...
Li certa vez um poema (Instantes) atribuído a Borges e me encantei: que sensibilidade!
Hoje, discute-se a autoria dele, mas o nome ficou e, por isso, aceitei ler essa coletânea de contos, quando um amigo me ofereceu o empréstimo da obra.

A questão é: me decepcionei um pouco... O livro é cansativo, confuso e só terminei de teimosa!

OK, existem "insights" interessantes, mas não deixam a obra fluída, gostosa de ler.

De um modo geral, ele fala sobre o acaso ("A loteria na Babilônia"), países e planetas imaginários ("Tlön, Uqbar, orbis tertuis"), a grandiosidade dos livros ("A biblioteca de Babel"), memória ("Funes, o memorioso"), duelos mortais (" O fim" e o "O sul"), o segredo da vida ("A seita da fênix), traição (" A fome da espada").

São temas interessantes, instigantes, e não raro os contos são recheados de fantansia e mistério, mas falta aquela "pegada" para nos prender.

Prá quem quer conhecer um pouco mais desse grande escritor argentino, vale a pena arriscar a acompanhar o pensamento e raciocínio dele.

"Pensar, analisar, inventar não são atos anômalos, são a respiração normal da inteligência." (pág 44)

"...pensar é esquecer diferenças, é generalizar, abstrair..." (pág 108)

Boa leitura!
http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com/2011/01/ficcoes.html
larissa dowdney 29/01/2011minha estante
penso como você, paulinha!


Ivan 16/02/2012minha estante
Concordo plenamente.


Aninha 17/02/2012minha estante
Como o autor mesmo disse, "pensar é abstrair". Para ler essa obra então, haja abstração!

Ivan e Larissa,
bjos e...obrigada pela visita!
:)


Nalí 23/02/2012minha estante
Achei que o livro exigia mais a atenção e, por isso, li um ou dois contos por dia, no máximo. Não acho que seja cansativo no sentido de ser chato, mas de pedir um leitor mais maduro (como leitor, não maturidade de vida)...




Cris Lasaitis 28/12/2010

http://cristinalasaitis.wordpress.com/tag/resenhas/page/2/

Ficções é decididamente o melhor livro que li em 2008 (o ano em que finalmente conheci Borges!), juntamente como O Aleph, dá pra dizer que compõe uma obra única (em número e qualidade). Não são contos para se engolir de talagada, mas feitos para se apreciar lentamente, como uma taça de conhaque ou uma barra de chocolate amargo. São histórias fantásticas, delírio em cima de delírio, jogos de espelho, labirintos, infinitos… tudo esmeradamente dilapidado numa narrativa refinada, com uma escolha cirúrgica de palavras, ornada de comentários e observações tão cuidadosamente acidentais que faz a ficção se confundir com a realidade. Se Borges não é o melhor contista que já houve (o que é uma afirmação muito subjetiva, afinal, tantos escritores são únicos dentro de seu estilo) é provavelmente o mais cuidadoso e habilidoso.
Ricardo Rocha 19/08/2014minha estante
Borges foi uma pessoa única e um escritor em meio a muitos. Mas naquela linha de amar uma obra, Elogio de la sombra e El tamaño de mi esperanza, são livros que amo.




Jonara 06/07/2010

Ler as ficções de Borges é como entrar num labirinto de espelhos. A gente escolhe um caminho, anda até o fim e dá de cara com uma parede. Retorna, se ilude com um espelho e encontra outro beco sem saída. Anda pra um lado, pra outro e se perde completamente. Isso é especialmente interessante. Eu pelo menos, duvidava do que tinha lido. Li cada conto mais de uma vez, e tinha certeza que não tinha lido direito, que tinha perdido alguma parte. Pretendo ler de novo, porque parece que este é um livro sem fim, nunca se lê um conto da mesma maneira.
Marcela Kühn 06/07/2010minha estante
Sem dúvida, achei que foi muito bem dito. Um livro que não acaba, infinito. Além de muitas vezes ser ininteligível!
Parabéns pela resenha


Patricia 28/04/2012minha estante
Você descreveu com precisão a minha impressão do livro. Eu me dei ao trabalho de relê-lo e ainda assim todos os contos parecem totalmente non-sense com exceção de "As Ruínas Circulares" o qual tem um final óbvio.




mavcarvalho 25/02/2010

Borges e seus Metacontos
Hesitei em escrever sobre Borges, pelo simples fato de ser Borges. Este texto facilmente cairia num grande (e vazio) elogio da obra do autor; ou então, numa coleção de recomendações. Quando comecei a ler Ficções, logo no conto "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius", a cada página eu pensava: fulano tem que ler isso, sicrano vai adorar, preciso tirar uma cópia para Mariazinha.



Decidi, então, deixar de lado a crítica (incompetente que sou em fazê-la) e a recomendação (simplesmente LEIAM!) e vou falar um pouco sobre os motivos que levam Borges a ser o autor preferido dos lógicos. Para tanto, vou analisar o tema de dois contos e tratar um pouco da estrutura geral apresentada pelos textos de "Ficções".



Tomemos, em primeiro lugar, o conto "Funes: o Memorioso". Trata-se de uma fantasia a respeito de um homem que, após um acidente, ganha a capacidade de lembrar-se de tudo. Imagine isso! Mais que uma memória eidética, trata-se da capacidade de se lembrar de todos os detalhes e posições, por exemplo, da roseira que vejo enquanto escrevo esta postagem, das diferenças entre um objeto no agora e o mesmo objeto no agora há pouco.



Entretanto, ainda que esta característica pareça, à primeira vista, algo estritamente positivo, Borges nos surpreende ao mostrar que esta memória perfeita é incapaz de raciocinar! Isto acontece porque, tendo Funes o registro de todos os pormenores de qualquer objeto em qualquer instante, ele é incapaz de ver nesses objetos qualquer constância. Ao ver um cachorro e olhar para ele um segundo depois, tantas coisas, detalhes, posições, configuração dos pelos, orelhas, olhos, boca, seu peito arqueado pela respiração, tanto, tanto mudou naquele simples cachorro que Funes não consegue aceitar ser(em) o mesmo cão.



Borges nos diz que Funes é incapaz de generalizar. Além disso, seu mundo não contém um dos princípios da lógica aristotélica:

∀ x, x = x (para todo objeto, vale que ele é idêntico a si mesmo) - Princípio da Identidade.



No mundo de Funes, a ciência seria impossível, pois todo conhecimento seria particular, sem espaço para generalizações (nem mesmo a respeito de um único objeto, pois o Memorioso vê, nele, inúmeros objetos não-relacionados).



Outro conto fantástico é "A Biblioteca de Babel", que descreve um mundo formado por uma vasta (potencialmente infinita) biblioteca habitada por pessoas e com o conjunto de todos os livros possíveis. E que são estes "todos livros possíveis"? Todas as combinações de caracteres possíveis (para simplificar, um único alfabeto, e apenas vírgulas e pontos como sinais de pontuação). Vocês conhecem a idéia: dado tempo suficiente, um macaco numa máquina de escrever chega a digitar Hamlet, de Sheakespeare. Ou seja, na Biblioteca de Babel (em algum lugar dela) está a sua dissertação de mestrado, minha primeira redação da escola, o "Dependência e Desenvolvimento na América Latina" de FHC (nós podemos esquecer, mas a Biblioteca não esquece nunca! - como Funes), tudo isso gerado por puro acaso.



Não consigo dissociar esta imagem de uma descrição dos sistemas vivos que vem se tornando padrão: ilhas de ordem num universo de desordem. De todos os livros da Biblioteca, a quantidade de livros (organizações de letras) aproveitáveis seria minúscula em relação à quantidade de livros apenas com letras agrupadas sem sentido. Em outras palavras: numa distribuição aleatória de letras, a quantidade de distribuições que fazem algum sentido é muito menor que a quantidade das caóticas. Isto é quase uma definição de entropia, em que a quantidade de estados mais desordenados é muito maior que a de estados ordenados; e o ser vivo é, muito claramente, um sistema de partículas organizadas, em baixa entropia, que sobrevive ao gerar desordem no ambiente (e captar ordem dele).



Mas eu queria avançar um raciocínio: se não houver limite de páginas por livro, a Biblioteca contém não só infinitos livros mas também livros infinitos! E mais: se a quantidade de livros for infinita, as quantidades de livros significativos e não-significativos também serão infinitas (desde que tomemos a liberdade de definir como "significativo" um livro que ninguém consegue ler até o fim no tempo de uma vida finita...) Neste caso, a análise do parágrafo acima cai por terra: não podemos mais comparar as quantidades.: todos infinitos deste tipo - chamados "enumeráveis" - têm a mesma quantidade de elementos. Acho melhor colocar um limites de letras para os livros da Biblioteca de Babel.



Além disso, a Biblioteca de Babel tem um catálogo, que faz referência a todos os outros livros (sim, da combinação aleatória de letras também surgiria um catálogo de todas as outras combinações). Ora, pergunto: se o catálogo referencia todos os outros livros, ele é completo? Bom, se o catálogo é um livro, ele deveria constar em si mesmo e, como não consta, é incompleto. Mas, pensando melhor, deve haver um meta-catálogo que referencia todos os outros livros e mais o catálogo original... Mais uma vez, sem um limite de letras por livro, estamos diante de uma progressão infinita.





Se os jogos com o conhecimento e com quantidades infinitas já são suficientemente enlouquecedores, a estrtura geral dos contos de Borges também não é nada simples. As histórias são contadas, geralmente, como "histórias a respeito de histórias". Como escreve o autor no Prólogo do volume:



"Desvario laborioso e empobrecedor o de compor vastos livros; o de explanar em quinhentas páginas uma idéia cuja exposição oral cabe em poucos minutos. Melhor procedimento é simular que estes livros já existem e apresentar um resumo, um comentário".





Ele faz exatamente isso, escrevendo sobre livro imaginários. Por exemplo, o já citado "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius" não é um conto sobre o país Uqbar, do planeta Tlön, mas sim um conto sobre uma enciclopédia (criada pela confraria de intelectuais chamada Orbis Tertius) que descreve o país Uqbar do planeta Tlön. O conto é um texto fictício sobre um texto fictício escrito por um grupo fictício: é um metaconto.



A estrutura é semelhante à de "O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam", em que os personagens descrevem um livro que é um labirinto (é quase uma alegoria do hipertexto - esses links que você clica e te levam de texto em texto na web - escrito 50 anos de isso existir) e levada ao paroxismo em "Peirre Menard, autor do Quixote", em que o narrador descreve a tentativa de um autor (mais uma vez fictício) de escrever "Dom Quixote", séculos depois da escrita original de Cervantes, mas com a condição de que o texto seja o mesmo, palavra por palavra! Um metaconto: a descrição do trabalho de um autor que se impõem a reescrita de um livro que já existe, sem copiá-lo, obviamente. Se não tomarmos cuidado, as regressões se tornam infinitas, mais uma vez.



Não é à toa que o bibliotecário cego de Umberto Eco em "O Nome da Rosa" se chamava Jorge...

De meu blog: http://facesdotesseract.blogspot.com/
Márcio Lima 30/10/2013minha estante
Excelente resenha! Tão boa que me fez ter vontade de reler essa obra do Borges, que li há uns cinco anos atrás.




Alinde 06/02/2010

Engraçado que peguei esse livro na estante da minha mãe apenas pra ver o que afinal o Borges tem de gênio (tinha lido O informe Brodie e não tinha me convencido...). No final da leitura de quase todos os contos do livro, tinha que recolher meu queixo no chão. O livro é uma reunião de contos escritos na primeira metade do século passado sobre ficções inventadas pelo próprio Borges. Seria uma coletânea de resenhas, se os livros resenhados não fossem eles ficcionais. A escrita é brilhante, ora nos remetendo a hábitos de leitura diferenciados, ora realizando versões de ficções existentes, ora nos remetendo à paixão que todos nós, admiradores dos livros, temos por bibliotecas. E ainda nos faz pensar sobre noções de historicidade!
Um livro de um apaixonado por literatura para outros apaixonados. Brilhante. Brilhantemente escrito. Para ler e reler muitas vezes.
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Peterson Boll 23/12/2009

Apavorante
O conto "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius" Metafisicamente apavorante.
Luan 23/07/2010minha estante
E aquele friozinho que dá na barriga no fim da leitura?




Biu.V 06/08/2009

O Jardim de Veredas que se Bifurcam...WOW!!!... Todo o livro é genial. Para quem tinha preconceito contra contos, Literatura Latino Americana e também a Jorge Luis Borges, após o terceiro conto todos os tabus se acabaram. Pré-determinismo ante Borges é completamente inválido.
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Sudan 10/05/2009

Ficções
O livro, em sua versão atual, reúne os contos publicados em 1941 sob o título de O jardim de veredas que se bifurcam (com exceção de A aproximação a Almotásim , incorporado a outra obra) e outras dez narrativas com o subtítulo de Artifícios . Nesses textos, o leitor se defronta com um narrador inquisitivo que expõe, com elegância e economia de meios, de forma paradoxal e lapidar, suas conjeturas e perplexidades sobre o universo, retomando motivos recorrentes em seus poemas e ensaios desde o início de sua carreira - o tempo, a eternidade, o infinito. Os enredos são como múltiplos labirintos e se desdobram num jogo infindável de espelhos, especulações e hipóteses, às vezes com a perícia de intrigas policiais e o gosto da aventura, para quase sempre desembocar na perplexidade metafísica. |

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musa 29/04/2009

excelente leitura em matéria de contos.!!!!!!
li os dois livros de borges,não consigo imaginar os dois separados .pois um complementa o outro o nível de excelência atingido por Borges nestas obras é altíssimo. são os melhores livros de contos escritos.
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Eduardo S 07/04/2009

Matemática
Borges trouxe à literatura uma espécie de precisão encontrada nas ciências exatas. Seu apuro linguistico, a narração unindo descrições de paisagens e impressões, as incertezas mascarando uma profunda erudição, enredam o leitor de forma única. "As Ruinas Circulares" é a estória inusitada de um fantasma; "A Loteria Em Babilônia" mostra um mundo de valores invertidos. "Tema do Traidor e do Herói" é uma estranha ode a Shakespeare. "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius" é a estória de uma civilização inteira, como só ele poderia criar. Estão nesses e em outros contos os temas recorrentes, como o espelho, o labirinto.
Uma obra impressionante.
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zaca 04/03/2009

O SUPRA-SUMO DA FORMA CONTO
Borges é, para mim, o maior contista de todos os tempos e este, seu maior livro, no qual ele exercita ao máximo sua literatura fantástica. Destaco vários contos: Ruínas Circulares, em que um homem descobre ser o reflexo de um sonho; Exame da Obra de Herbert Quain, com resenhas de livros fictícios; Funes, o Memorioso, que conta a estória de um homem que sofreu um acidente e adquiriu uma memória prodigiosa que, no entanto, revela-se inútil e causadora de insônia; O Sul, considerado por Borges como seu melhor conto, mostrando um cena gaúcha e o destino de um forasteiro;e, meu preferido, A Morte e A Bússola, uma história de detetive com final diferente e com o fantástico penetrando o cotidiano. A fala final do bandido: "Para a outra vez que o matar prometo-lhe esse labirinto, que consta de uma única linha reta e que é invisível,incessante."
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horaciocorral 03/03/2009

Canône do Imaginário
Este livro é uma das principais obras de literatura fantástica no século XX. Comparável aos contos de E.T.A Hoffmann e Poe, a ambiguidade e estranheza dos seus contos, a prolixa escolha de palavras e a instigante erudição são cicatrizes na pele da prosa de Borges. Ler não é suficiente, reler é necessário; a obra possui diversos níveis e camadas apenas visíveis numa primeira instância mas estridentes numa segunda leitura. Um dos livros que redefiniu a arte de escrever contos. Canône do imaginário pós-moderno.
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