"Ana Paula" 22/10/2014"O ódio é isso. Alimenta você e ao mesmo tempo faz apodrecer.
É um sentimento difícil, profundo e inflexível, um sistema de bloqueios. É tudo e inteiro.
O ódio é uma torre alta. Na Selva, começo a construí-la e a escalar."
Adoro quando começo uma leitura que parece entediante e depois, não consigo mais largar o livro e fico doida com o final! Pandemônio fez isso comigo - no começo a narrativa é um pouco lenta e isso me deixou com raiva, mas depois da página 50 mais ou menos, pequei o ritmo da leitura e agora estou surtando para começar a ler Réquiem logo! rsrsrsrsr
"Em um mundo sem amor, é isto que as pessoas são umas para as outras: valores, benefícios e encargos, nada além de números e dados. Nós pesamos, quantificamos, medimos, e a alma é esmagada até virar pó."
Pandemônio começa exatamente de onde Delírio parou: a fuga de Lena e Alex para a Selva. Mas só Lena consegue pular a cerca, Alex fica para trás e Lena acredita que ele está morto. Lena continua a correr, quando não aguenta mais correr, ela se arrasta, até que alguém a encontra - Graúna e seu bando cuidam dela e lhe dão abrigo. Lena agora está no meio dos Inválidos - aqueles que não aceitam a cura para o Amor. Terá Lena forças para seguir em frente depois que perdeu tudo o que mais lhe importava?
"Na Zumbilândia, sempre há alguém observando. As pessoas não têm nada mais para fazer. Elas não pensam. Não sentem paixão, nem ódio, nem tristeza; não sentem nada além de medo e desejo de controle. Assim, elas observam, se intrometem, xeretam."
Gente, que livro fantástico! A autora continua com a narrativa em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Lena. Divide os capítulos em "Antes" e "Agora" - o "Antes" é quando Lena chega na Selva, como ela se recupera e tenta superar seus conflitos internos. O "Agora", é Lena infiltrada na Sociedade que destruiu tudo o que ela amava. A Revolução ganha forma e sentido, Lena lutará pela liberdade de amar e ser amado.
Senti muita falta de Alex neste livro, mas foi até bom tudo o que aconteceu, pois temos mais ação e Lena cresce consideravelmente. No começo, ela reclama de tudo e sente muita falta de Alex (como eu :'( ) mas isso só serve para deixá-la mais dura, corajosa. Acho até que foi por causa disso que a narrativa ficou lenta. Um novo sentimento é despertado em nossa protagonista, Lena conhece Julian, um importante membro do DSA, que é a favor da erradicação da doença. Mas os opostos se atraem e quando ambos menos esperarem, serão infectados!
"Ele não é Alex. Você não quer Julian. Você quer Alex. E Alex está morto.Mas isso não é bem verdade. Também quero Julian."
Uma das melhores distopias que já li, está na minha lista de preferidos com certeza, a ideia de um mundo onde o amor é uma doença perigosa e instável, realmente te deixa pensativo, mas o desejo de sentir, de ser livre, é maior e cresce a cada página. Novos personagens são agregados ao enredo e cada um tem uma parte importante na Revolução, conhecemos Graúna e Prego, dois guerreiros que lutam por um ideal. Todos são construídos com maestria, deixando o leitor apaixonado por cada personalidade!
A capa é linda, segue o mesmo parâmetro da primeira capa. A diagramação é simples, mas bem feita, sem erros de revisão. O título condiz perfeitamente com o enredo, que te deixa tenso do início ao fim. Lena é uma adolescente, está sozinha e confusa, isso a torna mais humana e podemos sentir seus medos e sua coragem assustadora. A Sociedade impõe regras, mata sem só, quem será capaz de amar em um mundo assim? *o* Leiam! Recomento completamente!
"Pegue algo de nós, e nós pegaremos de volta. Roube de nós, e roubaremos tudo de você. Se nos pressionar, vamos bater.É assim que o mundo funciona agora."
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