O Quinze

O Quinze Rachel de Queiroz
Shiko




Resenhas - O Quinze


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Felipe Berlofa 09/03/2024

Atemporal
“Separava-os a agressiva miséria de um ano de seca; era preciso lutar tanto, e tanto esperar para ter qualquer coisa de estável a lhe oferecer! Teve um súbito desejo de emigrar, de fugir, de viver numa terra melhor, onde a vida fosse mais fácil e os desejos não custassem sangue.”

Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Editora: José Olympio

Um brinde à nossa literatura e às reflexões que ela proporciona! Ao mergulhar na obra inaugural de Rachel de Queiroz, "O Quinze", fui profundamente cativado por sua narrativa envolvente.

Publicado em 1930, "O Quinze" se destaca na chamada "literatura da seca", explorando os dramas ambientados durante períodos de aridez e as consequências sociais, psicológicas e políticas resultantes desse clima hostil.

Até então, os romances regionalistas retratavam a seca, especialmente a nordestina, de maneira romantizada. A estreia de Rachel de Queiroz causou um alvoroço na literatura ao apresentar, nas palavras elogiosas de Mário de Andrade, "uma seca de verdade, sem exagero, sem sonoridade, uma seca pura, detestável, medonha".

A trama é estruturada em três núcleos, retratando diferentes facetas da sociedade sertaneja. Desde Conceição, a jovem professora, seu primo Vicente, o fazendeiro que enfrenta a morte de seu gado, e Chico Bento, o vaqueiro cuja família é esmagada pela fome e miséria, Rachel oferece uma gama diversificada de personagens e como o cenário impacta suas histórias de vida.

A escrita de Queiroz não romantiza o sofrimento, mas o apresenta em toda sua dureza. Cabe ao leitor confrontar a verdadeira imagem da aridez e sentir a aspereza do ambiente e o tormento das personagens.

"O Quinze" não só denuncia as injustiças e desigualdades do sertão nordestino, mas também reflete sobre os sentimentos de solidariedade e de resiliência em meio à desolação. Rachel desafia estereótipos e oferece um retrato autêntico e comovente do povo nordestino.

Em suma, "O Quinze" é uma obra atemporal que ressoa com sua poderosa mensagem sobre a condição humana e a luta pela sobrevivência diante da adversidade, uma leitura obrigatória para compreender a riqueza e complexidade do nosso país e nosso povo.
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gabi_rp 03/03/2024

Primeiro romance de Raquel de Queiroz, que aborda como diferentes personagens enfrentaram a seca de 1915 no sertão do nordeste.
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Larissa Tavares 02/03/2024

?Sombras vencidas pela miséria e pelo desespero que arrastavam passos inconscientes, na derradeira embriaguez da fome.?
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Pedro murangu 26/02/2024

Muito bom, no final aparece um pouco da história da autora e é louco ver que no passado ela era comunista, porém em 64 apoiou a ditadura, depois deixou de apoiar porém desde sempre era algo inconstitucional. Enfim, vale a pena a leitura mesmo diante dessas questões, pois esse livro traz reflexões sobre a realidade brasileira, seu passado e presente se conectam na questão econômica e social. Leiam sem medo!
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MCRA 22/02/2024

Essencial!
A brilhante Rachel de Queiroz publicou este livro em 1930, aos 20 anos de idade. Baseou-se na austera seca de 1915 (daí remete o título do livro), uma das mais graves que aniquilou o nordeste brasileiro, e que não foi vivida pela autora, devido à tenra idade. Porém, Rachel elaborou esse lindo romance trabalhando com os acontecimentos firmados na memória social da região, bem como à experiência da narradora que alí cresceu.
A autora impressionou os grandes nomes da literatura, e foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, em 1977.
Há dois núcleos na obra: O primeiro deles é composto por Chico Bento (que me fez chorar muitas vezes durante a leitura) e sua família, que fogem da seca carregando tudo o que tinham na vida, o que infelizmentte é quase nada. O segundo é composto por Conceição e sua avó, que conseguem fugir da pequena cidade de Quixadá de trem. Conceição passa a trabalhar nos "campos de concentração" ajudando a tratar os retirantes que chegam. É importante ressaltar que apesar do nome utilizado, os "campos de concentração" eram campos de deslocados, lugares imundos que recebiam os retirantes que fugiam da seca extrema. Infelizmente a personagem, racista e arrogante, não me agradou, apesar de ter alguns bons momentos de solidariedade e ternura.
Já Chico Bento, o humilde pai de família, que deixa de ser trabalhador para se tornar um homem acostumado à esmolas, abrilhanta o livro com seu brio e esforço para salvar a família. A escrita de Rachel nos faz mergulhar na vida de pessoas trabalhadoras que, por causa dos movimentos da vida, naufragam na miséria e no sofrimento. Rachel consegue transmitir toda a sensibilidade em sua obra de estréia, em uma narrativa emocionante. Esse é um livro essencial! Leiam!
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Jessica Moraes 18/02/2024

Somos apresentados a historia de chico bento e sua família, que são levados a irem embora da fazenda onde estavam trabalhando devido a seca. o gado foi solto por ordem da proprietária e vários empregados, demitidos. como não tinham condições de transporte e nem trabalho por aquela região, seguiram até a próxima cidade no 'campo de concentração' de a pé para tentarem uma nova vida.
são ajudados por conceição, um professora que também tem laços com o interior do sertão e que tenta ajudar como voluntária nesse 'campo';
é narrado o encontro das histórias entre essas famílias.. sobre esse tema de seca nordestina, acredito que esse 'o quinze' tem um foco diferente de 'vidas secas' por exemplo, mas os dois são leituras obrigatórias.
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Cicero 18/02/2024

Esse, depois de Quarto de despejo, foi o livro que mais me trouxe uma amarga tristeza de realidade. A vivência natural dos personagens, a realidade 'nua e crua' detalhada da época.. você se imerge na história de uma forma que cada desenrolar te prende, te emociona, e quando você vê, já chegou ao fim. Rachel grandiosa! Feliz em saber e ter essa obra como nossa, é BR!
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Beatriz 18/02/2024

"O Quinze" de Rachel de Queiroz: Uma Jornada Pungente pelo Sertão Nordestino
Ao adentrar as páginas de "O Quinze", de Rachel de Queiroz, somos transportados para as áridas terras do sertão nordestino, onde a autora habilmente entrelaça os destinos de duas famílias, os De Angicos e os Correias, durante a devastadora seca de 1915.

A escrita de Queiroz revela uma sensibilidade profunda ao retratar as agruras enfrentadas pelos personagens diante da escassez de água e das condições adversas da seca. A protagonista, Conceição, uma jovem forte e determinada, personifica a luta pela sobrevivência em meio ao cenário desolador. A autora descreve com maestria a dor da perda, a desesperança que permeia cada pensamento e a resiliência necessária para enfrentar as adversidades.

A trama se desenrola de forma visceral, explorando não apenas as consequências físicas da seca, mas também os desafios emocionais e as transformações psicológicas dos personagens. O estilo de Queiroz, marcado por uma prosa reflexiva e detalhada, permite que o leitor mergulhe nas complexidades das relações humanas em meio à tragédia iminente.

A caracterização dos personagens é notável, proporcionando uma conexão palpável com suas dores e anseios. A autora também tece uma crítica social incisiva, expondo as desigualdades e injustiças que afligem as comunidades rurais do Nordeste brasileiro.

"O Quinze" transcende a mera narrativa sobre uma seca histórica; é um convite à reflexão sobre a resiliência do povo nordestino, a solidariedade em meio ao caos e a esperança que persiste mesmo nos momentos mais sombrios.

Ao finalizar a leitura, somos deixados com a sensação de ter vivenciado, ainda que de forma indireta, a dura realidade da seca, através dos olhos aguçados e da narrativa única de Rachel de Queiroz. "O Quinze" é uma obra-prima que perdura na memória, ecoando as lições sobre a força humana diante das adversidades implacáveis.
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Lavinea4 17/02/2024

O quinze
O quinze é um livro muito bom, que retrata a seca e suas consequências a sociedade, mostra também a desigualdade social, e o que as pessoas podem fazer por comida! Esse livro fala sobre uma seca no Brasil que eu nunca tinha ouvido falar. Vale a pena ler!!
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livinhax0 16/02/2024

Por eu ser de um lugar tão, tão distante, no interior do interior de Pernambuco, esse livro foi como um abraço. Retrata a seca de uma forma muito humana. É um bom livro.
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sinaroyals 14/02/2024

Não a toa um dos clássicos da literatura brasileira. um retrato real, humano e doloroso de uma das realidades mais tristes do Brasil, e ainda hoje tão presente.
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Liliane225 14/02/2024

A seca sendo mostrada da forma mais forte, sensível e crua!
Que livro maravilhoso, eu estou completamente impactada pela forma direta e profunda que a autora com só 19 anos escreveu essa obra. É verdadeira, mostra a seca de forma não romantizada, te deixa com raiva, te deixa triste, te faz sentir tantos sentimentos. Eu pretendo reler mil vezes, é maravilhoso!
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