Jubiabá

Jubiabá Jorge Amado




Resenhas - Jubiabá


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Rond 24/12/2023

O ABC de Baldo
"Jubiabá", escrito na década de 30, quarto livro na carreira de Jorge Amado, é uma obra vibrante que destaca o autor como um mestre da narrativa, imergindo os leitores na vida e nos costumes dos negros baianos da época.

Eu penso que o título "Jubiabá" parece deslocado, considerando que o personagem homônimo, embora forte e respeitado, não ocupa um papel central na narrativa.

Gostei muito da desenvoltura narrativa impressa na história, principalmente na construção do núcleo envolto da personagem Lindinalva, uma figura constante no pano de fundo, que ocupa um lugar de destaque no imaginário de Baldo, o protagonista negro da história. Seu trágico destino não apenas molda profundamente a jornada de Baldo, mas também reflete a sagacidade do grande Amado em desnudar a elite branca, com seus vícios, soberba, rodeada de puxa-sacos e falência moral na sociedade da sua época.

Contudo, é notável que, apesar da riqueza de detalhes e narrativas paralelas, algumas histórias secundárias podem parecer exaustivas e menos contributivas para o enredo principal. Estas múltiplas camadas, embora enriquecedoras, às vezes desviam a atenção da trama central.
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Mah 30/08/2022

Na minha opinião Jorge Amado é o melhor escritor brasileiro. Eu me surprendo com a leveza que assuntos problemáticos são introduzidos em suas histórias nos levando a apaixonar pelos personagens. Com Jubiaba não é diferente. A vida difícil a história e o crescimento do personagem é visível, sua evolução nos faz evoluir igual.
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Talita.Lobo 11/03/2022

Uma bela história: de luta, resistência, identidade e construção.
Já gostava de como o autor apresentava e narrava a Bahia em outros textos, passei a gostar mais em Jubiaba. O cenário construído, a historicidade das personagens, os enredos entrelaçados são muito envolventes no meu ponto de vista.
A personagem principal do livro, Balduino, é uma personagem complexa, cheio de força de vida, portador de uma potência própria, mas também cheio de fragilidades e crises emocionais.
A importância dos amigos e da religião na formação do caráter da personagem também foram tópicos que me marcaram. Talvez por isso o nome do livro seja Jubiaba?..
Me despertou também um memória afetiva às tantas passagens das personagens no bar ?lanterna doa afogados?.
Joao 12/03/2022minha estante
Jorge Amado é tudo que há :D
Bela resenha, Talita.




Vini 14/08/2021

Porta aberta para a literatura do amado Jorge!
Jubiabá é um romance do autor Baiano Jorge amado, publicado em 1935, com fortes referências ao candomblé.

? Essa obra serve pra passarmos por cima de todo preconceito e aprender mais sobre uma cultura diferente, além de entreter-se com as aventuras de Baldo, um negrinho que viveu nas ruas e tem uma experiência vasta de malandragem.

? Esta é minha primeira leitura do autor, que aos seus 23 anos conseguiu escrever uma história atemporal e cheia de conteúdo importante.

? Jorge Amado aborda preconceito racial, política, religião, etc. Vivenciados por personagens marcantes. É fato que determinados assuntos condizem à época em que o autor escreveu, mas poderiam ser descartados facilmente sem fazer falta.

? O livro foi traduzido para vários idiomas, e não é pra menos, pois tem um impacto cultural importantíssimo, sem contar que, pra mim que tive uma primeira leitura, Jubiabá, terceiro romance do autor, foi porta aberta para o mundo literário do amado Jorge.
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Gláucia 10/03/2011

Valdo, o Brucutu.
Já tinha lido e gostado de alguns livros de Jorge Amado até ler este, que me fez encerrar por um longo tempo minha leitura de livros do autor. Sei que a sociedade, principalmente da Bahia da época era assim e blábláblá, mas a posição em que ele coloca a mulher, totalmente subjugada ao seu macho, um completo acessório de cama e mesa me deixou meio constrangida. E antes que me acusem, não, não sou feminista.
Leon' 20/12/2011minha estante
você está fazendo uma leitura muito equivocada; em primeiro lugar não é ELE, Jorge Amado, quem coloca a mulher em posição social nenhuma. Em segundo, para o personagem a mulher é a fonte de todo prazer e felicidade, algo idílico até


Julia 19/07/2015minha estante
Também achei um pouco isso mas depois entendi que era como o personagem via as mulheres, não o escritor. Senti até uma crítica. A parte sobre o enterro da mãe da Arminda é muito pesada, e o escritor denuncia esse abuso das mulheres (e das crianças). A gente também vê como as mulheres são empurradas para uma prostituição degradante, por só poderem ser isso: fêmeas de homem. O que realmente me incomodou foi a personagem Lavínia, achei super desnecessária. Me deu uma certa preguiça isso de que as mulatas era para se usar e jogar fora. Ele critica isso, mas faz essa personagem branca que é a santa, o prêmio e o verdadeiro amor do Baldo, apesar de ter cagado para ele.


Leticia.Lebre 05/10/2016minha estante
Concordo totalmente com vc! Eu cheguei abandonei o livro depois do enterro da mãe Arminda, aquela cena foi horrível, eu q já estava incomodada de como as mulheres eram retratadas depois daquilo não deu mais... Não curto livros onde haja situações de abuso sem uma crítica. Desgostei ainda mais do baldo, ele q é o personagem principal é exposto como um coitado, sem estudo ou perspectiva de futuro, injustiçado pelos homens brancos (a sociedade racista) tadinho... SQN. Ele é um machista, estrupador, brucuto e ainda por cima PEDÓFILO!! Como ele não só se sentiu atraídopor uma menina de 12 anos como também tentou estrupa-la no enterro da mãe?! Não li o livro todo, mas espero q ele se ferre muito, muito, mas muito mesmo. Depois desse livro não sei se voltarei a ler algo do autor. Aliás não sei se voltar a ler algum clássico nacional...


Julia 06/10/2016minha estante
ah, faz isso não, tem uns clássicos tão maravilhosos! Lê Viva o Povo Brasileiro, é um dos livros mais maravilhosos que eu li. Tem herois machistas, tem uns que não são. Eu não sei o que o Jorge Amado pensava, mas eu gosto de pensar que mostra como as coisas são complexas, tem muitos homens que são explorados, injustiçados mesmo e são extremamente machistas, capazes de estuprar alguém se tiverem oportunidade. Aliás muitas ideias do feminismo são ainda bem mais disseminadas e se não seguidas, pelo menos conhecidas na classe média pra cima, infelizmente. Isso não quer dizer que homens nojentassos mas explorados não mereçam seus direitos - de não serem explorados, não de serem machistas. Eu prefiro ver um retrato de como a sociedade de várias dominações interseccionais onde o buraco é muito mais embaixo, do que a defesa ou normalização do machismo, seja lá o que o escritor quis dizer.




z..... 29/09/2020

Edição Record (2003)
Acredito que o autor dá ênfase a luta dos negros na Bahia em dois direcionamentos, expressos em contexto individual e coletivo na década de 1930.

Refiro-me à exposição dos desdobramentos como lutas porque na prática é o que vemos no livro, em contexto onde há exploração, racismo e marginalização. Isso impacta quem vive nessas condições, motivando a busca por realizações. No primeiro momento caracterizadas pela postura individualista na obra, movida pela força e malandragem, como se fora o ideal de realização e superações no meio. No morro do Capa-Negro tem disso, com as crianças inspirando-se em arquétipos que atribuem com essas características, sejam personagens históricos (como os cangaceiros e Zumbi dos Palmares) ou sejam personagens de seu meio (como o líder espiritual da religião em que criam, para não citar nome que tachem em minha colocação de pejorativo - o Jubiabá - e o boêmio, malandro e capoeirista Zé Camarão). Não estou colocando cangaceiros e Zumbi dentro de um patamar igualitário, apenas referenciando a percepção de várias crianças no livro a eles, referente à projeção do marginalizado.
Nessa busca e projeção individualista formam-se os malandros e Antônio Balduíno é o protagonista centrado por Jorge Amado, a quem acompanha numa percepção sobre o homem e contexto vivenciado.
Na real, o individualismo almejado nada mais é que uma ilusão, um enganoso glamour, a que Balduíno padece consequências no contexto do morro, ao se envolver numa contenda com outros como ele, que tem na força e na malandragem a ilusão da conquista (o que acaba gerando um crime); depois no glamour com uma trupe circense, onde também se depara com outros que o exploram tal qual malandros e esse é um mundo que literalmente cai e mata em sua busca por projeção (quem leu o livro saca a que me refiro).
Jorge Amado conta histórias nesse individualismo, sem enveredar em algo que traga a percepção ou ilusão de caminho bem sucedido.
Essa foi minha percepção no contexto individual, que o livro mostrou comum.

A percepção coletiva, num segundo momento de desdobramento das lutas, vem da visão politizada do até então jovem escritor, onde Balduíno, vencedor com seus punhos em várias querelas pessoais, mas derrotado em muita coisa na vida, tem entendimento junto com outros de uma força maior por seus direitos, enquanto trabalhador, vinda da união de grupo, na força do movimento grevista por direitos vilipendiados e ignorados.
A história dá essa guinada e entendo como uma sinalização do autor para a luta por coisas não conseguidas no individualismo. Balduíno e vários operários juntam-se em favor de seus direitos e, mesmo não entendendo direito e sendo desafiados por essa novidade, acabam tendo na força coletiva reconhecimento por direitos que tinham, num basta à exploração.
O momento é tenso, desencadeante de forte reação e ameaças, acontecendo até morte nos dois dias relatados no romance sobre a greve.
É também interessante porque o autor, através de certas personagens de momento, desperta a criticidade da importância do movimento. Tem sujeito que cita a Lei Áurea como o fator desencadeante (numa alusão favorável à escravidão) e há frases que valorizam a luta coletiva - importante para a quebra de correntes ainda existentes. Acredito que o autor está aí cutucando o leitor.
Um dos maiores desafios dos grevistas foi lidar com a ameaça de desemprego por parte dos patrões e a classe de padeiros quase fura a luta em curso, por receios, mas a coletividade em sua força acabou sendo maior do que supunham.
Balduíno aprendeu muita coisa, da evolução de luta física para luta ideológica. Em certo momento de sua aprendizagem quase parte para detonar um sujeito (representante da classe de patrões), mas teve outros que o orientaram na causa.
União gerando entendimentos... força nos objetivos... experiência... aprendizagens necessárias, etc e tal.

Enfim, não é uma obra de história e dramas mirabolantes, existe visceralidade no retrato da sociedade e, sobretudo, uma indução à luta coletiva, valorosa no retrato que o autor apresentou.
Tem uma dose de utopia, mas as coisas, de fato, para acontecerem no que desejamos, requerem determinação e ação.
Vemos Antônio Balduíno no início como um explorado lutador, e nos despedimos dele como um operário consciente de direitos e da força coletiva.

Leitura na quarentena em Macapá...
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Locimar 05/09/2020

Jorge Amado os apresentando a cultura negra. Preciso retomá-lo. Li esta edição. Gosto de dizer a edição que eu li porque ela tem toda uma história de compra, empréstimos, "pequenos raptos"....
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Clara Vellozo 13/06/2023

Histórias de outras histórias em um caldeirão de narrativas
Sigo firme e forte no meu projeto de ler um livro de Jorge Amado por ano, em ordem cronológica. Dessa vez foi uma ótima leitura que me cativou, me emocionou, me envolveu e que ao final não queria me despedir.

A melhor parte de ler literatura nacional é nos identificar com cenários, personagens, vocabulário, costumes e tudo que faz parte da nossa cultura. Ao sabor de Jorge Amado percorremos a Bahia dos negros e dos brancos, do proletariado, da burguesia, do samba, da cachaça, do sexo, do amor, do candomblé e de Nosso Senhor do Bonfim.

Como em um romance de respeito, aqui temos uma leitura que conta histórias de outras histórias em um caldeirão de narrativas e personagens que é este livro Jubiabá. Que habilidade incrível em gerar personagens tão diferentes entre si, com características tão peculiares e tão familiares ao mesmo tempo, como se de fato existissem ou fossem alguém que conhecemos.

Apesar de todo meu deslumbramento espero que o desavisado leitor saiba também que aqui encontramos muita denúncia: preconceito, racismo, diferença de classes, mas principalmente a fome e a miséria que tentamos acreditar que não existem. Adorei a leitura mesmo assim, muito fluida e muito dinâmica, as cenas e as situações muito bem encadeados. Os detalhes são tão preciosos que podem passar despercebidos seu leitor não for cuidadoso em sua leitura.

Emocionante e transformador livro que marca vidas e que vou levar comigo por muitos anos. Literatura que transforma é a mais preciosa que existe.
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Vanessa.Lago 11/03/2022

Muito bom
Por diversas vezes o livro é triste mas é porque se aproxima muito da realidade. Um enredo com começo e meio, o fim fica por nossa conta. Gosto muito de livros assim pois é uma história e nem sempre precisamos saber ela inteira. A riqueza de detalhes do Jorge Amado é maravilhosa.
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Carol.Negreiros 15/10/2023

Maravilhoso!
Que livro maravilhoso! Estou tentando pensar em outra palavra, mas não consigo. Fiquei maravilhada com a escrita de Jorge Amado (esse é o primeiro livro que leio dele) e ainda mais depois de saber que essa obra prima foi escrita quando ele ainda estava na casa dos vinte e poucos anos de idade.
O livro, apesar de ter o nome "Jubiabá", tem como personagem central Antônio Balduíno, um homem negro, nascido na Bahia, que teve uma história de vida muita sofrida, e que descobre na malandragem e nos ensinamentos de Jubiabá, um pai de santo muito respeitado no Morro do Capa Negro, onde Baldo (como era mais conhecido) morava. Mas nas tantas voltas que o mundo deu, já prestes a desistir da própria vida, ele redescobre o sentido de viver ao decidir brigar pelo direito de sua classe (de estivador) e de tantos outros trabalhadores tão massacrados nessa briga tão desigual entre empregador e empregado: "(...) ele fez greve e aprendeu a amar a todos os mulatos, todos os negros, todos os brancos, que na terra, no bojo dos navios sobre o mar, são escravos que estão rebentando as cadeias."
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Elis 25/05/2022

Baldo, o negro
Jubiabá é mais um maravilhoso clássico de Jorge Amado que é retratado na Bahia, conta a história de Antônio Balduíno, homem negro e marginalizado que precisa lidar com diversos problemas grandes desde sua infância. Com uma vida conturbada, Baldo nos mostra como a vida é difícil pra certa parte da população, e algumas vezes nos deixa chocados com algumas situações. Leitura muito boa.
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EvaíOliveira 06/03/2021

Publicado em 1935, narra a história de Antônio Balduíno, menino pobre nascido em Salvador. Ao longo do romance, podemos acompanhar as fases de sua vida, como quando vivia nas ruas, agregado na casa de um comendador, boxeador e artista de circo.
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Layla.Ribeiro 02/03/2016

O livro conta a historia dos negros que viviam em Salvador nos anos 30 sob a visão do protagonista Antonio Balduíno (Baldo) lutador de Box, Jubiabá é descrito como um feiticeiro no livro, pai-de-Santo ele era o guia espiritual, professor, medico, não só de Baldo, mas de todo aquele povo que vivia em Capa-Negro, sempre presente no livro, por isso o livro tem seu nome, o livro passa da infancia de Baldo até sua idade adulta. O livro tem uma linguagem bem facil e é gostoso de ler, Jorge Amado tem uma sensibilidade ao mostrar a situação dos negros nesse periodo, como o livro é narrado na 3 pessoa, achei interessante quando mostra o pensamentos dos personagens, por exemplo quando Baldo estava em conflito, você sente isso, pelo jeito que Jorge Amado descreve, achei isso bem interessante, a evoluçao do personagem, a descoberta dele (no spoiler) achei outra coisa maravilhosa, o livro publicado nos anos 30 tem um cunho politico que Jorge Amado deixa você interessado, mesmo não se interessando pela area, e você fica ansiosa para saber o resultado disso, a unica critica que tenho é por Jorge Amado ter deixado isso para os capitulos finais do livros, mas enfim, recomendo todxs a lerem esse classico da nossa literatura.
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