dulce 01/04/2023
Esse livro é lindo, trágico e pesado. Nunca vou esquecer. Conceição Evaristo escreve "escrevivências", a literatura e a ficção junto com a realidade, com a vivência. A gente lê e se identifica, porque é real.
Conceição, você é gigante, você é maravilhosa. Obrigada por contar nossas histórias, por ampliar nossas vozes, por construir memória social, por não nos deixar esquecer, por tirar a poeira que estava escondida debaixo dos tapetes. Obrigada, Conceição, por mostrar que somos insubmissas, mesmo na dor. Que somos fortes, quando não deveríamos ser. Por não romantizar o "guerreira", porque ser "guerreira" não é uma opção. Obrigada por mostrar a sociedade adoecida, a masculinidade que adoece, entristece, machuca, violenta. Por mostrar a objetificação, as dores, as tristezas, a resiliência. Obrigada por mostrar que identidade é importante, que NOME é pertencimento, reconhecimento, representação. Obrigada por mostrar nossa potência. Por mostrar que a maternidade salva, mas também por mostrar a maternidade compulsória. Obrigada por não fazer julgamentos, que já são muitos. Obrigada por se colocar no lugar de outrem, por ver além dos olhos. Queria, algum dia, te conhecer.
Que a arte nos salve. Que o amor, a literatura, a arte, pintura e a dança nos incentive a viver. Que saibamos PERTECENCER.
Não abaixem a cabeça diante da elite ou da nossa falta de privilégios. Perante o preconceito. Está na hora de escrever nossa própria história e se orgulhar dela. Somos plurais, divergentes e talentosas. Que aprendam a nos reconhecer da maneira que somos.
Viva a literatura nacional.