Cinquenta Tons Mais Escuros

Cinquenta Tons Mais Escuros E.L. James




Resenhas - Cinquenta Tons Mais Escuros


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Cassia 02/12/2012

E a ruindade continua...
Imagine que alguém lhe ofereça sorvete, com calda e cobertura. Você se anima e aceita, mas, na hora de provar, mal consegue sentir o gosto, pois a calda e a cobertura têm um sabor tão forte - e estão em quantidade tão exagerada – que a massa passa despercebida sob aquela massaroca toda que puseram nele.

Esta é a sensação exata ao se ler “Cinquenta tons mais escuros”: uma história que tinha tudo para ser interessante, mas que se perde, soterrada por pieguice e clichês em quantidades industriais.

Continuação do famigerado “Cinquenta tons de cinza”, este segundo volume se propõe a contar um pouco mais sobre o protagonista, Christian Grey, e os motivos que o levaram a se tornar a pessoa que é hoje. E, claro, a evolução de seu relacionamento com Anastasia Steele.

Ao longo de todo o livro, somos apresentados a graves fatos do passado de Christian. Porém, talvez a própria escritora tenha se assustado com eles, porque os lança na cara de seu leitor, mas não se aprofunda. Basicamente, ela segue o seguinte princípio: “fato dramático + momento piegas + trepada alucinante + juras de amor eterno + fato dramático...”, e por aí vai, num looping broxante, e que torna a leitura do livro difícil e entediante. Até mesmo momentos que teriam tudo para fornecer uma carga dramática mais forte à história – como quando a vida da protagonista está em risco, por exemplo – perdem-se, dissolvidos nesse polinômio brega.

E Anastasia, a mocinha que AMA (assim mesmo, bem ‘maiusculado’, pois, afinal, ‘O AMOR TUDO VENCE’), vai se tornando uma personagem cada vez mais plana e sem sal.

Lógico que esse é um romance para divertir, e ninguém espera que em suas páginas seja debatido o Teorema do Gato de Schrodinger; mas a coisa não precisa ser superficial num nível que ofenda a inteligência do seu leitor. E o recurso do uso de toneladas de cenas de sexo tórrido para disfarçar as fraquezas e incoerência do texto se mostra cansativo e repetitivo num nível muito pueril.

Honestamente, tive que me forçar para chegar ao final do volume. O que é uma pena, afinal Christian, trabalhado por um autor verdadeiramente bom e corajoso, poderia render uma história cheia de nuances fascinantes, e desenvolvimentos intensos.

Ainda continuo defendendo que este livro, para ser ruim, precisa melhorar – e muito. Para mim, é um mistério que uma série tão medíocre como essa esteja bombando desse jeito.

P.S. (ou spoiler from hell): Neste volume, Anastasia tem a sua iniciação anal (e, que, como todas as primeiras vezes dela, “foi incrível, uma explosão de sensações prazerosas, aumentou a conexão com esse homem maravilhoso, blá, blá, blá...”). Já que – reza a lenda – esse livro anda revolucionando a vida sexual de muitas de suas leitoras, isso deve causar dois efeitos: 1) algumas sortudas descobriram uma nova maneira de sentir prazer sexual; 2) algumas malucas devem estar sentando naquelas almofadas de rosquinha, após perceberem que, na vida real, sexo anal não é essa coisa fácil e prazerosa como chupar uva...
Ninha 03/12/2012minha estante
Não tenho uma opinião formada sobre o livro mas, preciso dizer uma coisa: você escreve super bem, com opiniões convincentes...Já valeu pela ótima resenha, independente de qualquer outra coisa... :P


Vanessa 12/12/2012minha estante
Concordo com vc em gênero, numero e grau.




Tania Bueno 15/02/2013

CINQUENTA TONS MAIS ESCUROS

O Segundo livro da trilogia tem um prólogo que traz algumas informações do drama vivido por Christian Grey na primeira infância marcada por violência, negligência e abandono.
Como o primeiro livro Cinquenta tons de Cinza, o segundo livro cinquenta tons mais escuros continua retendo a atenção e proporcionando uma leitura prazerosa e engraçada em alguns momentos. Trata-se de um livro despretensioso que continua a história do primeiro e começa exatamente onde o primeiro terminou, ou seja, com Anastácia Steele trabalhando desolada e sentindo muito a falta de Christian Grey, pois na última vez juntos ela o desafiou nos jogos e não aguentou, sentiu-se humilhada abandonou Christian e tem consciência de que tem responsabilidade pela escolha que fez.
Transcorridos cinco dias desde a separação, Grey lhe oferece uma carona para irem à exposição do amigo de Ana, José Rodriguez, ela aceita e aí tudo recomeça de uma forma diferente, pois ele vivenciou uma dor insuportável no tempo em que ficou longe de Ana.
Ana se desculpa por não ter usado a palavra de segurança, Christian se sente aliviado e diz que talvez pudessem ter evitado todo o sofrimento. Quando diz que ele parece bem, Christian diz baixinho: “As aparências enganam. Não estou nem um pouco bem. Eu sinto como se o sol tivesse se posto e não tivesse nascido por cinco dias, Ana. Estou vivendo uma noite infinita”. Ana pensa conclui para si mesma que se sente exatamente como ele.
Eles conversam esclarecendo algumas questões sobre os limites rígidos de ambos, ela admite que gosta de um pouco de sacanagem e que as palmadas a excita, acordam que não terá regras e castigos como as que christian tinha nos relacionamentos com as suas as ex-submissas. Ele está disposto a mudar, viver, revisitar seus gostos e experimentar algo novo desconhecido até conhecer Anastácia Steele que, decididamente, nunca foi uma submissa embora inicialmente esta fosse à ideia de Christian.
Christian começa a se abrir para Anastácia e é de cortar o coração quando ele começa a explicas o motivo pelo qual tem pavor de ser tocado, mas interrompe bruscamente a fala e fica uma reticência, só continua a falar quando Ana pergunta se a mãe o maltratava e ele diz: “Não que eu me lembre. Ela era negligente. Não me protegia do cafetão. Acho que era eu que cuidava dela”.
Neste livro há uma intensa convivência entre eles, muito romance, muitos e-mails trocados, muitas primeiras vezes de ambos.
O efeito Christian em Ana é intenso: “Sou apenas sensação. Isto é o que ele faz comigo: pega o meu corpo e me possui por inteira para que não pense em nada além dele. Sua magia é poderosa, inebriante. Eu sou uma borboleta presa em sua rede, incapaz de escapar, sem vontade de escapar. Sou dele... totalmente dele. – O que eu sinto por você me assuste, diz ela. Ao que ele responde também me assusta, baby”. Pág. 72/73
Efeito Anastácia em Christian:
“Você me faz olhar para o mundo de forma diferente, Anastácia. Você não me quer pelo meu dinheiro. Você me dá... esperança”. “...existe algo em que me toca em algum nível profundo que eu não sou capaz de compreender. É como um canto de sereia. Eu não consigo resistir a você, e não quero perde-la”. Pág. 101.
Anastácia é um balsamo para Christian em todos os sentidos, para as cicatrizes que ele carrega no corpo e também na alma. Ao passo que ele a completa, colabora para que ela se valorize já que sua autoestima em vários momentos é bastante rebaixada, insegura em outras situações. Bom, eles realmente são almas gêmeas, com muitos conflitos ainda, mas são. Ana que resgata Christian que resgata Ana.
“Ele evoluiu muito, assim como eu, em tão pouco tempo” reflexão de Anastácia pág. 174.
Aos poucos Christian vai arriscando deixar Anastácia tocá-lo nas partes do corpo em que há cicatrizes e dores emocionais. “Não chore, Ana, por favor. Foi há muito tempo. Estou doido para você me tocar, mas simplesmente não consigo suportar. É demais para mim”. Ana fala: “também quero tocar você. Mais do que imagina. Ver você assim... tão machucado e com medo, Christian... me fere profundamente. Eu amo tanto você”.
Eles vão se descobrindo, se experimentando, se permitindo graças a confiança que um tem no outro e graças ao amor incondicional que ela sente por ele.
A autora, no encontro entre Anastácia e o Dr. Flynn, terapeuta de Christian, fornece informações sobre o estilo BDSM. Dr. Flynn explica que o sadismo sexual existe, mas não como doença, é sim uma opção de vida e se for praticado de forma consensual, seguro e saudável entre dois adultos passa a ser algo normal para o casal. “Sadismo sexual é um estilo de vida, uma escolha e não uma condição psiquiátrica” pág. 384. O Dr. Flyn também esclarece que Christian não é um sádico, é sim um jovem que teve que lidar com questões muito profundas na sua infância que refletiram na adolescência e na fase adulta quanto tem auto aversão por si, pensa sempre o pior de si, nunca se achou merecedor do amor de ninguém até conhecer Ana.
Fica claro que quem opta pelo estilo de relacionamento BDSM, não necessariamente, tem alguma desestruturação psicológica e, no caso de Christian não está associado ao seu trauma infantil.
Em meio a toda avalanche de emoções, sexo mágico, forte e sensual eles vão se descobrindo e o Christian no controle tem que lidar com uma nova ameaça: o surgimento de uma ex-submissa surtada, desorientada, Leila causará alguns problemas e fará Christian ficar alerta com a segurança de Anastácia, por vezes até sufocando-a. Além disso, tem toda a intromissão da pessoa que o iniciou na vida sexual lá atrás aos 15 anos, ela realmente não conhece limites. Além destes dois personagens tem outros muito interessantes que faz com que se desfoque um pouco da relação Ana e Christian, estas personagem conferem à história humor, suspense e um leve drama mais no final.

Recadinhos:
1) Meninos: Christian Grey é uma personagem e faz parte de um conto de fadas. Assim como Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e Saci Perê não existem, ele também não, ok?
2) Se você ainda não iniciou a leitura do livro por: a) julgar que se trata de falta de respeito com a mulher, o que não é verdade, pois Anastácia nunca fez nada que não quis, como diz o Christian é ela que determina e tem o poder. B) palmadas, chicotes e uso de acessórios são agressivos demais... Desconsidere tudo e se dê a chance de ler, se deliciar e somente depois tirar suas conclusões. Não seja preconceituosa/preconceituoso, pois não é um livro pesado e de conteúdo tão explícito assim. Vale a pena ler, você poderá descobrir algumas praticas interessantes e gostar delas.
Então vamos para o último volume e ver o que nos revela. Ah! Como fiz no livro 1, eis a trilha sonora do livro 2.
Isabela 04/03/2013minha estante
Fantástica sua resenha!!! Adorei!


Tania Bueno 05/03/2013minha estante
Oi Isa, que bom que gostou. Sou iniciante nesta de fazer resenha e a opinião das pessoas que as leem são muito importantes para mim. Obrigada.




Cintia.Soares 02/09/2018

Cinquenta tons mais escuros
Maravilhoso.
Marisa.Palma 23/11/2018minha estante
Sensacional


Cintia.Soares 24/11/2018minha estante
??




Cristine 06/09/2012

como a boa compulsiva que sou, ontem li (sim eu li em um dia/noite as 512 páginas) de Cinquenta tons mais escuros
e como eu sou do contra, pelo mesmo motivo que todo mundo não gosta, eu gostei, simplesmente pq ele tem menos "movimento" e mais história
o livro é longo e cansativo, a Ana continua meio chatinha (mas já melhorou um pouco)
esse livro é todo sobre o Christian, a Ana é quase uma figurante em relação a ele...
o garoto tem sérios problemas, todos eles atestado pelo psiquiatra de plantão...
como sussura a Ana para a mãe dela: eu acho que ele é louco!!!
e sim ele é... controlador, meio sádico, perturbado, bipolar ao extremo, e com uma bagagem de ex-sub que ninguém merece
e agora para ajudar ele está obcecado pela Ana,
isso equivale a ser mais doido que o normal e meloso
por sinal as ceninhas do Christian meloso não me convenceram
tudo bem que o psiquiatra diz que ele tem o emocional de um adolescente...mas mesmo assim é demais....
ps. o Christian não me convence com um DOM de jeito nenhum, quem já teve uma mostrinha do Vishous (IAN) sabe do que estou falando...


Carol 12/09/2012minha estante
Ah Vishous... concordo com você em tudo que você diz. Minha resenha para Os Cinquenta Tons não gostaram só porque eu disse a verdade... que o livro não é lá grandes coisas que tanto falavam e que A Irmandade da Adaga Negra já tinha nos apresentado à literatura para "mamães (como eles estão chamado por ai)".
Grey, é louco... de pedra!
Só não desisti pq quero ver no que vai dar...rs.


Cristine 13/09/2012minha estante
concordo com você Carol, na verdade já li alguns históricos com cenas mais quente que esse livro, com o diferencial de que as histórias eram melhores escritas.




Isabelle 18/09/2012

Insegurança a flor da pele.
Quase não acreditei que por traz daquela mascara Christian Grey é um homem extremamente carente e inseguro.
Fiquei realmente tocada por esta nova face do protagonista, eu já suspeitava que Christian tinha segredos e um passado obscuro, mas na verdade nunca imaginei que ele fosse uma grande vítima, o que me surpreendeu muito.
Neste livro conheci melhor Christian e percebi um lindo cordeirinho escondido por uma grande pele de lobo.


Ana.Luiza 19/09/2012minha estante
*-* Estou louca pra ler, mas não encontro onde comprar ou baixar :(


Isabelle 20/09/2012minha estante
Oi Analu! Adorei você ter gostado do meu comentário!RSRSRS.Foi o primeiro que recebi!
O meu livroi eu comprei na livraria Eldorado na tijuca e eles entregam.
Segue o telefone da loja e o contato de uma vendedora que é D+++++.
Telefone: 21 - 25694747. Procute por Ana Paula.
Beijos.




Rodrigo Soares 14/06/2013

Cinquenta Tons Mais Escuros
Simplesmente fantástico. Melhor que o primeiro livro. Nesse a leitura nos prende. Maravilhoso. E agora, quero ver o desfecho final.
Acho que as pessoas tinha que parar de ter preconceito e ler!
quel 15/06/2013minha estante
Preconceito? Como assim?


Rodrigo Soares 12/07/2013minha estante
Tem gente que não ler o livro por que tem preconceito no sentido de, por ter sexo e tal, ai tem muita gente que não ler. Acho isso paia! E outras que falam mal porque foram na ideia de alguém e não tem uma opinião própria!




patita 27/09/2012

Este livro conseguiu me fazer ver as coisas com outros olhos e rever opiniões
A primeira opinião revista é condenar a incineração de qualquer livro que seja por causar grande prejuizo para a humanidade. Este livro poderia tranquilamente ser incinerado como um favor a humanidade.
Um segundo critério é dar a chance ao livro pelo menos, no mínimo até a página 50, por pior que seja. Abandonei na pág 31. Não pude mais, por mais que me esforçasse. De repente me lembrei que ler é um prazer e me peguei questionando o estava fazendo com aquilo em mãos quando tenho uma estante repleta de bons livros pra começar a ler? E se o problemaa fosse a falta de livros, tenho uma farmacinha repleta de bulas e ainda há os rótulos de shampoo para os momentos de desespero. O que estava fazendo insistindo em ler o tal de Cinquenta Tons Mais Escuros? Seguramente me auto sabotar num momento de baixa auto estima. Freud deve explicar...
Achei que deveria tentar ler o segundo livro pois o primeiro é uma tranqueira. Sabe como é, segunda chance pra autora iniciante e tal.
Mas não dá. Não consegui passar da página 31! Isso nunca, jamais, aconteceu comigo em toda a minha vida!
Esta é facilmente a pior estória, mais mal escrita que já tive o dissabor de encontrar. Estória fraca com personagens irritantes e superficiais. Se vc gostou, ótimo, bom proveito. Se vc está em dúvida se vai gostar, arrume emprestado com alguém, leia os dois primeiros capítulos disponíveis na Leya (já é o suficiente pra vc querer estourar os miolos numa parede) mas NÃO COMPRE DESAVISADA. Vai gastar dinheiro a toa.
Silvia 23/10/2012minha estante
Uau! isso não foi uma resenha, foi um desabafo, adorei. Isso já aconteceu comigo de começar a ler um livro e ele virar uma tortura; eu não li e nem vou ler está série Cinquenta Tons de Cinza.


patita 23/10/2012minha estante
Foi mesmo, Silvia! rs




Marcelo 07/12/2012

Igual ao 1º
Nada a acrescentar...
Humberto Abdo 17/12/2012minha estante
Acho que essa foi a melhor resenha!


Yasmine 10/08/2013minha estante
kkkkkkkkkkkkkk




atargino 02/11/2012

Cinquenta Tons de Cinza e a “salada de frutas literária” (Fifty Shades of Grey and “literary fruit salad”)
Resenha do blog "Antes do amanhecer...": http://blogantesdoamanhecer.blogspot.com.br/

Sou uma declarada amante da literatura, principalmente dos clássicos. Contudo, leio sobre diversos temas e autores atuais e, atiçada pelo “bichinho da curiosidade”, acabei lendo os dois primeiros volumes de Cinquenta Tons de Cinza (Fifty Shades of Grey), de E L James. Não vou ser repetitiva e criticar a má desenvoltura literária da autora. Quero chamar a atenção para questões ainda não tão exploradas por outros críticos literários.

Confesso que nunca li a trilogia Crepúsculo e muito menos assisti a qualquer uma de suas adaptações para o cinema. No entanto, pelo que li por aí, Cinquenta Tons de Cinza e sua sequência, Cinquenta Tons Mais Escuros (Fifty Shades Darker) e Cinquenta Tons de Liberdade (Fifty Shades Freed), são baseados (fanfiction) na saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer. Todavia, ouso dizer que a trilogia Cinquenta Tons é inspirada em muitos outros textos.

Em minha opinião, a autora (ausente de criatividade e cansada da mesmice) fez uma verdadeira “salada de frutas” ao misturar tudo quanto é livro e filme em sua “obra”. Anastacia Steele (protagonista de Cinquenta Tons de Cinza) é a constatação de uma donzela virgem em busca de seu príncipe encantado - o que nos remete aos contos de fadas. Christian Grey (protagonista e par romântico de Anastacia) completa a ideia da fantasia ao ser descrito como um verdadeiro cavalheiro: abre portas de carro, deixa a dama passar à frente, socorre-a de perigos e cuida dela como um pai. Enfim, o príncipe encantador e mítico.

Não pude deixar de notar, todavia, a semelhança da sequência de Cinquenta Tons com os romances açucarados que li em minha adolescência. Muitos aqui devem se lembrar dos livros vendidos em bancas de jornal Sabrina, Júlia e Bianca (não me recordo se havia outros) que retratavam mulheres apaixonadas por belos homens. Nestes romances, quando o enlace amoroso finalmente acontecia, também havia cenas de sexo descritas com bastante sutileza: um seio à mostra aqui, outro ali, uma mão aqui, outra acolá... – e isso era o que as adolescentes da época liam de pornográfico até então. Lembro-me, inclusive, que os livros passavam de mão em mão entre minhas amigas e eram lidos escondidos de nossas mães.

Pois bem, voltando para os Cinquenta Tons, nunca havia lido algo que me fizesse relembrar de tantas outras coisas que li ou assisti anteriormente. Já na primeira cena sadomasoquista entre Anastacia e Christian, tive outro flashback ao lembrar de um filme que assisti há alguns anos. Secretary (2002), com James Spader e Maggie Gyllenhaal, conta a história de um advogado perturbado e sádico que se vê diante de uma garota que ele descobre ser masoquista (eis então a combinação perfeita!). Aliás, não apenas a questão sadomasoquista é perceptível entre os Cinquenta Tons e Secretary.

Em Cinquenta Tons, Anastacia acaba por entrar numa nova realidade recém-formada da faculdade de Letras. Já em Secretary, Lee Holloway (a protagonista) acaba de sair de um sanatório e está prestes a começar uma nova vida. Ambas, portanto, anseiam e projetam por viverem novas experiências. Lee então arranja um emprego de secretária num escritório de advocacia (eis o porquê do nome do filme) e Anastacia numa editora. Como fazia muito tempo que assisti ao filme, achei por bem revê-lo para realmente constatar as coincidências... e encontrei muitas outras!

Anastacia e Lee são garotas ingênuas que pouco sabem a respeito da vida e possuem um amigo declaradamente apaixonado por elas. José é amigo de Anastacia; ele se declara e até tenta beijá-la depois de praticamente deixa-la bêbada na comemoração da formatura. No entanto, ela é “salva” por Christian. Em Secretary Peter é amigo de Lee; eles namoram, transam e até ficam noivos, mas Lee foge e vai atrás do advogado, que é o seu chefe e por quem está apaixonada. Aqui temos então os amigos apaixonados das protagonistas: Peter e José.

Pensar sobre Peter e José me fez lembrar da bíblia. Peter, ou Pedro traduzido para o Português, era um dos apóstolos e José, como todos sabem, era o pai de Jesus. Nesse contexto ainda temos Christian (Cinquenta Tons), que pode ser traduzido como “cristão”. Pedro e José eram cristãos e Christian poderia ser considerado, numa singela analogia, o suprassumo dos dois (nossa, será que estou viajando?). Principalmente quando nos deparamos com a incansável repetição de quanto Christian é jovem, lindo, rico e poderoso.

Ademais, há outro detalhe que ainda não mencionei. O nome do advogado em Secretary é E. Edward Grey (sim, isso mesmo que vocês leram!). Esse era um detalhe do qual não me recordava e tomei um susto ao ler a inscrição na placa do escritório de advocacia em uma das cenas. Que incrível coincidência o nome do advogado remeter aos dois personagens dos livros que dialogam entre si, pois “Edward” é o protagonista de Crepúsculo e “Grey” o de Cinquenta Tons. Entrei em choque e até dei uma pausa no filme para entender melhor aquela sinapse.

Outra cena em Secretary que chama a atenção é quando Lee imagina estar indo ao encontro de Mr. Grey (o advogado) e ele está à frente de uma parede vermelho-sangue que se abre e os leva para um jardim cheio de flores idênticas às que ele cultiva. Nesse jardim, na imaginação de Lee, eles se permitem aos prazeres do sexo. Tal cena remete ao “quarto de jogos” de Christian em Cinquenta Tons - descrito por Anastacia como o “quarto vermelho da dor” -, local destinado aos prazeres do sexo sadomasoquista (e sim, outra coincidência...).

Confesso que, por um breve momento enquanto revia o filme, pensei que Cinquenta Tons talvez não passasse de um plágio, mas não de Crepúsculo, como alguns dizem, e sim de Secretary! Claro que num tom mais moderno, com laptops, smartphones, carros luxuosos, jatinho, helicóptero, muitas cenas de sexo, amor ingênuo e muito, muito dinheiro.

Diante disso, e afastando a ideia de plágio, cheguei à conclusão de que tudo era uma verdadeira “salada de frutas literária”. E L James, autora de Cinquenta Tons de Cinza, parece ter se inspirado em todo esse conteúdo, seja cinematográfico (embora valha dizer que Secretary também é baseado em um livro e isso é mencionado no início do filme) ou livresco para compor a sua trama, apimentando-a e trazendo-a à contemporaneidade.

Essa nova visão literária do sexo parece estar agradando. Não à toa, os livros da autora estão entre os mais vendidos nos EUA e também aqui no Brasil. Contudo, nada disso é novidade. Sempre houve literatura sadomasoquista, romântica, sensual, bíblica e a de contos de fadas. O que a autora precisou fazer foi apenas juntar tudo isso numa sequência de livros para um público carente de pornografia atualizada e pego de surpresa por toda essa mistura. Bom, e ela se deu bem, pois está milionária...

Será esse então o segredo do sucesso de um livro? Uma “salada de frutas literária”, e por vezes repetitiva, porém revestida de uma nova linguagem? Ou será que os leitores é que necessitam de uma nova postura crítica em relação àquilo que leem?

22/10/12
Aline Targino – licenciada em Letras pela Uerj.
Marilia 03/01/2013minha estante
Também fiz essa comparação.


atargino 11/01/2013minha estante
Olá Marilia! Obrigada pelo seu comentário!

A impressão que tenho tido nos últimos tempos é de que há muita gente esquecida por aí. Não sei se os tempos modernos, com tanta informação, a influência sobre o que leem, veem ou escutam acaba se evaporando rapidamente. Dia desses assisti um vídeo no qual um blogueiro apresentava versões de músicas idênticas (ou quase) gravadas por músicos diferentes e famosos em sua maioria. No entanto, muita gente nem se deu conta. Por isso, não é de surpreender como o romance, que nada mais é do que uma cópia dos antigos livretos romanescos, está fazendo tanto sucesso.

Realmente há muita carência de uma literatura mais apimentada que misture um pouco de romance, o que em parte acabou sendo o segredo do sucesso da trilogia Cinquenta Tons de Cinza. Acredito, também, em certo glamour dado à trilogia que ajudou-a a ser um best seller, pois os livros que lemos quando adolescentes como Sabrina, Júlia ou Bianca eram vendidos em bancas de jornal, diferentemente do Cinquenta Tons.... Outro detalhe é a estética como o material impresso, a capa e a formatação. O investimento nessa área também é importante e, inclusive, a versão original (em Inglês) ganhou capa dura recentemente. Sem contar as caixas box que até dão um charme aos livros.

No mais, a crença de que tudo que vem de fora é melhor, acaba por menosprezar nossa riquíssima literatura. Há textos eróticos muito bons e escritos com qualidade. Infelizmente é uma pena que nossa cultura é tão desvalorizada.

Enfim, para quem curte um romance leve, que não necessite de grandes abstrações, bem como um toque de pornografia, vale a leitura de Cinquenta Tons de Cinza.




Valfloripa 31/05/2013

Disfarce.
“(...) Você ainda é o cara com cinqüenta tons.”
Digo de passagem, que o primeiro livro Cinquenta Tons de Cinza, foi maravilhoso quando terminou, no mesmo dia iniciei a leitura do segundo volume.
Tento descrever o porquê E L James, utilizou na capa desse livro a máscara já dando para nós o gostinho que muitas coisas vão ser reveladas, sobre os nossos personagens. Afinal quem nunca precisou usar uma máscara para proteção ou simplesmente como disfarce.
Depois de um rompimento brutal para Christian e Ana, a reconciliação mesmo sabendo que esse resultado ocorreu por causa dos dois, o destaque fica na figura do Christian que deverá lutar com muita mais força para superar os seus medos e aprender a lidar melhor com seus fantasmas...
Reconhecer que é uma pessoa que pode ser “abandonada” para Christian Grey mesmo com todo o seu poder é algo imaginável, porém Ana provou que isso pode acontecer. As revelações sobre o passado de Christian que é descrito de uma maneira sexy e sedutora “O batom vermelho que diga...” apresentação de outros personagens para apimentar e trazer muito suspense ao redor dos dois.
Eu sei que em muitos momentos tive vontade de mata essa personagem Ana. Porém ela também se descobriu ao lado desse homem/enigmático que aos poucos vai conseguindo decifrar algumas coisas do Christian, só ficou um pouco cansativo ver os dois só fazendo sexo, doses exageradas de vocabulário repetido tanto nas cenas de sexo e palavrões e a “Ana com: Meu Cinquenta tons...”
Até o Cinquenta Tons de Liberdade...
Jenny 31/05/2013minha estante
Concordo com o exagero do vocabulário e a questão do sexo,mas achei Ana menos infantil,mais madura e decidida em suas ações,não sei se é porque realmente era a vontade dela que já estava esgotada das crises de Cris,ou se era só para retrucar...não vejo a hora de ler o terceiro livro !!!


Valfloripa 31/05/2013minha estante
Sabe Jenny...
Ao iniciar essa resenha não sabia o certo o que escrever, depois de ouvir e ler tanta coisa a respeito.
Porém acredito que não faltei com respeito com o livro... Como dizer o ditado não da para agradar a todos,NÉ!
Que bom que nesse caso em particular, tenho o Christian e Ana em comum...
Beijos minha linda Jenny... Jenny




Jullya 14/03/2013

Suspirando...
Acho que depois da decepção que o primeiro livro foi pra mim, eu baixei os meus padrões e abri meu coração para esse segundo..
O resultado é que me apaixonei pelos personagens, terminei o livro suspirando. Mas tenho que contar um segredo.. A parte do sexo com barra e não sei o oque... Eu não entendi NADA, nem consegui imaginar --'
Portanto o que levei em consideração foi o romance em si e não o hot, os dois superando as barreiras do passado dele, as crises de ciume, construindo a relação deles, foi muito legal de ler. E o final? Oooooownt *.*
Esse supera e muito o primeiro, não é ótimo (na minha opiniao), mas muito bom, vale a pena :D
Cristine 05/04/2013minha estante
o segundo é o melhor da séries, detalhe... eu li só a história nas partes do tal quarto vermelho eu passava para frente,achei muito besta aquilo....o terceiro eu nem consegui ler inteiro, como já li alguém dizendo em algum lugar a Ana fica vadia demais, não pode ver o Christian que parte para cima dele


Jullya 22/04/2013minha estante
kkkkkkkkkkkkkkkk' eu tentei ler mas fiquei assim: ahn??? Que??? WTF?? e vc tem razão no terceiro ela já tá safada kkkkk
eu achei bom, mas maçante, mas eu odeio abandonar livro então me obriguei a ir até o final ~~




Maria Carolina 07/11/2012

Gostei realmente desse Livro!
Bom depois que li o 1° "Cinquenta Tons de Cinza", eu pensei "Não vou comprar nem ferrando o 2°, quando eu fizer aniversário eu vou pedir, não vou gastar meu rico $$ com esse lixo".
Pois bem, fiz aniversário , e meu irmão me Liga , falando que livro vou querer de Aniversário, logo pensei no Cinquenta tons mais Escuros, porque não iria comprar realmente, e ele me deu.
Achei a capa a coisa mais linda, mais pensei "Meu Deus lá vou eu ler essa merda de novo." GRAÇAS A DEUS... me enganei, ufaaa eu iria ficar mais frustrada se esse livro fosse um lixo.
Realmente comecei a gostar dele perto da página 150, que comecei a ver com outros olhos o livro e seus personagens. A história e mais trabalhada, a Autora conseguiu finalmente ter alguma criatividade (nas partes hots e na historia em si). O Final do livro não esperava nada daquilo, e eu já gostava da Mãe (Grace) agora sou fã.
Tá que a Ana continua me irritando e achando ela a PIOR personagem feminina que tive o desprazer de ler. Mas o que me chamou realmente a atenção foi o Sr. Grey (não me apaixonei por ele, acho ainda ele meio chatinho), mais eu achei ele mudado, totalmente diferente do 1° livro, e PODEM ME PROCESSAR, ELE NÃO MERECE A ANA, MESMO ELE SENDO TUDO AQUILO QUE AGENTE SABE, ELA É MUITO CHATO, IRRITANTE.. ELE MERECE COISA MELHOR PELO AMOR!
Agora vou ser obrigada (GRAÇAS A DEUS) a comprar o 3° o mais rápido possível!
Myrian 08/11/2012minha estante
AMIGA que opinião !!!mas tudo bem li o primeiro realmente não foi aquelas coisas mas o segundo amei ,,,,mas agora partindo para o terceiro CINQUENTA TONS DE LIBERDADDE , JÁ EM TOAS AS FNAC!!!!


Gisele Melo 04/12/2012minha estante
Maria, eu ainda estou lendo 50tons mais escuros, e olha, eu to na metade e o negocio ainda não engrenou pra mim. O primeiro, eu achei divertidissimo e ri pacas. Você tem toda razão no quesito Ana. que mulherzinha mais abusada! Não sei como Grey aguenta esse porre! Ele merece coisa muito melhor!




AndyinhA 08/03/2013

Trecho de resenha do blog MON PETIT POISON

No segundo livro a história simplesmente sumiu e Ana quase se transforma em uma ninfomaníaca. Acho que uns 2/3 da saga é só sobre sexo. Na cobertura dele, na casa dela, trocando e-mails de sacanagem e por aí vai. A menina virgem descobriu a coisa e gostou, simples assim.

Tem alguns momentos que até achei que a autora ia ousar e tocar em assuntos mais delicados ou ousados, mas ela apenas lembra e tal, acho que tudo que ela foi firme e falou no livro anterior sobre sexo, nesse ficou a desejar. Começou a ficar amorzinho demais. E com isso temos cenas repetidas e continuamos com os diálogos fracos e essa coisa chata de ‘minha deusa interior’.

Mas para dizer que em nenhum momento teve história ou a menina deixou de ser rebelde, ela cisma com Christian que quer trabalhar e tal. E no meio de e-mails de sacanagem (do trabalho) e outras coisas, tem um novo personagem que promete vingança e quer acabar com Ana e Grey, não curti muito o personagem, mas no meio de tanto marasmo foi como um oásis para ver outra coisa além de quero isso ou aquilo e os mimimis dos dois.

Para saber mais, acesse: http://www.monpetitpoison.com/2012/11/poison-books-50-tons-mais-escuros-e-l.html
Silvia 08/03/2013minha estante
Credo que livro chato, como vc conseguiu ler isto, não li e nem vou ler, ótima resenha me salvou desta série.


AndyinhA 08/03/2013minha estante
Confesso q estou empacada para ler o final e pior de td q já sei o que acontece (pq é bem óbvio)




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