spoiler visualizarAmanda 10/12/2014
Nem amor, nem ódio.
"Belo desastre" não me decepcionou, mas tampouco me surpreendeu. É um livro fácil de ler, com escrita simples, difícil de largar, porém tem uma história pouco elaborada. Apesar de ter uma ideia inicial meio clichê, poderia ter sido desenvolvida uma história realmente boa, e seria, se não fosse os milhares de pontos fracos. A Abby é uma personagem que, mesmo sendo simpática uma hora ou outra, consegue ser bem enjoada a maior parte do livro. O passado dela, que tanto fiquei curiosa para descobrir, foi mal explicado, sem sentido e idiota e, como se não bastasse, muitas vezes ela não passa de uma sem noção. Afinal que mulher, em sã consciência, dormiria na mesma cama com um cara que mal conhece, além de trocar de roupa na frente dele e passar um mês morando com uma pessoa que já não tem boa fama?
Travis tinha tudo para ser o melhor personagem do livro, mas foi exatamente quem a Jamie Mcguire conseguiu mais estragar. Ela apagou qualquer rastro de "badboy" que ele poderia ter e o transformou em um cachorrinho logo nas primeiras páginas. Se torna o personagem mais meloso do livro assim que se apaixona (inexplicavelmente, devo acrescentar) pela Abby, e passa 90% da história babando por ela, deixa de ter personalidade e age como se dependesse da namoradinha até para respirar. Dá pra ser mais ridículo? Dá. Travis Maddox se torna uma menininha apaixonada e ciumenta, e a maioria dos seus surtos de raiva são provocados por ataques histéricos de ciúmes. Uma lutinha ou outra, tatuagens e cabeça raspada não o torna um "badboy", mas esqueceram de avisar isto para autora.
Shepley e America só serviram para fazer o papel de "melhores amigos do casal principal", foram poucos explorados e só ficaram como pano de fundo. Finch é o único que se salva, ainda que não tenha aparecido o suficiente.
O maior problema é que, se você balançar o livro, caí açúcar. Tem ceninhas e diálogos melosos para dar e vender, sem contar os dramas de novela mexicana. Preciso falar o quanto foi idiota a parte das tatuagens?
Um romance bobinho, cheio de frescuras e beeeem imaturo. E nem mesmo a parte sexual do relacionamento, que foi descrita ao decorrer do livro, funcionou para retirar o ar de infantilidade.
Mas ainda sim, dá para passar o tempo e é até divertido de se ler. Ainda que eu não o leria de novo, vou terminar a trilogia, com poucas expectativas para "Desastre Iminente".