Inverno do Mundo

Inverno do Mundo Ken Follett




Resenhas - Inverno do Mundo


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Val 24/11/2018

O mundo que (ainda) não terminou (2).
Com o título extremamente adequado ao contexto do segundo livro da trilogia, Ken Follett mantém o ritmo de sua narrativa colocando em cena os descendentes das cinco famílias como principais protagonistas, ao lado de personagens históricas como Stalin, Churchill, Hitler, Roosevelt, Patton, De Gaule e Mussolini entre outros.
Como consequência do Tratado de Versalhes que sacramentou o fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha – sucedida pela República de Weimar – foi colocada como a grande perdedora e principal responsável por todos os delitos cometidos no conflito e suas consequências sociais, políticas e econômicas. A caracterização da nação dos kaisers como grande vilã nesse drástico tratado de paz despertou tamanho ódio no ex-soldado nacionalista e antissemita Adolf Hitler que o levou a fundar o partido nazista, ascendendo ao poder na então nova Alemanha, como o Terceiro Reich, e a apenas vinte anos da assinatura daquele tratado eclodiu a Segunda Guerra Mundial. Agora envolvidos, além dos países do primeiro conflito armado, a Espanha, a Itália e o Japão.

Todos os bastidores dessa tragédia maior da humanidade estão ricamente detalhados por Follett em mais esta espetacular obra que entremeia a ficção à história, como também os ícones históricos aos personagens ficcionais. Fatos surpreendentes e pouco conhecidos como a atuação dos camisas negras britânicos, leva-nos a reconhecer neles os radicais camisas pardas do nazismo. É um livro em grande parte chocante – como o foi a própria realidade –, com muitos trechos de tensão e suspense, abrandados pelas belíssimas passagens e dramas de amor, de paixão e de comiseração. Os bondosos fictícios e reais felizmente são maioria, contrastando com a grande quantidade de carrascos, como é sobejamente conhecido por todos, os quais geram no livro, com frequência, sentimentos de revolta e indignação nos leitores.

Follett não foge à sua talentosa escrita de espionagem e a linha descritiva elegida por ele nos proporciona, a partir de 1933 até 1945, conhecer detalhes sórdidos das tropas, milícias e polícias ideológicas, com especial destaque para os requintes sádicos principalmente dos espanhóis, alemães e russos nos diversos momentos de seus domínios em terras alheias e junto às populações inocentes e indefesas, não importando a idade. Os dramas não marcaram presença somente nos campos de batalha, mas igualmente nas cidades, com grande profundidade e extensão. O Estado policialesco, coercitivo e repressor era o proprietário de tudo.
Por outro lado, o autor bem demonstra a franca recuperação dos Estados Unidos à depressão de 1929; o início da discreta aceitação do homossexualismo; o desenvolvimento tecnológico alemão e americano – sempre invejado pelos retrógrados bolcheviques soviéticos -; e a alegria das produções cinematográficas dos judeus de Hollywood (E o vento levou... e os musicais, por exemplo) e das performances das brilhantes orquestras, como a do major da aeronáutica Glenn Miller.
Assim, deste devastador embate restou-nos a estimativa de cerca de 47 milhões de pessoas mortas. Os soviéticos foram os que mais tiveram baixas com cerca de 26 milhões de mortos. O Holocausto é o tenebroso título para o extermínio étnico gratuito de seis milhões de indefesos civis judeus europeus de todas as idades e sexo nas cidades e campos de concentração, número somente superado pelo governo bolchevique de Stálin que consegui aniquilar onze milhões de camponeses ucranianos em nome da mentirosa reforma agrária para sustentar a elite dominante do comunismo russo.
A segunda guerra foi onde mais pessoas morreram em toda história da humanidade. Restou, então, um mundo dividido em Ocidente dominado pelos americanos e Oriente com predominância soviética, dando início à chamada Guerra Fria que marcou o restante do século XX.
Valdemir Martins
18/08/2018.

site: https://contracapaladob.blogspot.com/
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Alex 27/06/2018

Muito bom, mas gostaria que fosse melhor
O livro é muito bom, mas não é tão interessante como o primeiro. A história é baseada nos filhos dos protagonistas do primeiro livro (que aparecem bem pouco), e o ambiente de toda a trama é a segunda guerra mundial. Sei que o foco não é a guerra, mas para mim que não conhece muito os detalhes da história, às vezes eu me sentia perdido, mas a gente tem que por em mente que o foco é a história dos personagens, e não a guerra.
Achei que faltou um pouco de "sal", o livro é bem interessante, a história flui graciosamente, é muito fácil de ler e de entender tudo, e isso ajuda. Existem momentos muito tristes e outros que você até se vê rindo. No entanto eu achei muita apelação sexual durante todo o livro, com "cenas" que acho totalmente desnecessárias e não tem nenhum valor na história do livro. Mesmo assim, uma boa leitura, rica em detalhes e em acontecimentos históricos.
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Domi 26/02/2018

Não decepciona
Como era de se esperar o segundo livro da trilogia de Ken Follet é excelente, uma verdadeira lição de história.
Engraçado que imaginei que este seria meu livro preferido da trilogia por se tratar da segunda guerra mundial, tema que me interessa, porém posso afirmar que o primeiro ainda me foi mais marcante. O motivo? Acredito que os personagens. No primeiro livro me vi muito mais envolvida com os personagens, queria saber tanto os fatos históricos como os desfechos de suas historias pessoais. Neste livro, na minha opinião, os personagens não eram tão fortes como no primeiro. Ethel, Maud, Fitz, Walter, Gus, Billy, Grigory, Lev... todos eles tinham sua força e seu papel importante para o desenrolar da história, o que não senti neste segundo.
No Inverno do Mundo a personagem mais admirável é a Carla, sem sombra de dúvidas.
Agora rumo ao terceiro! :)
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Simone de Cássia 20/02/2018

Sempre me impressiona a quantidade de dados históricos nos livros do Ken,,,fico imaginando quanta pesquisa deve ser feita pra se compor uma obra dele. A saga das famílias continua e o que se vê não difere muito das famílias atuais: intriga, discórdia, disputa, briguinhas bobas.. No que toca a relação dessas famílias com o restante do mundo também é interessante, o modo de ser de cada um influenciando outras tantas vidas... Muito bom pra quem curte história.
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Matheus 06/11/2019minha estante
Achei o contrário. No final de "Queda de Gigantes" os personagens percebem a besteira que foi apoiar a desastrosa Revolução, mas no Inverno do Mundo, a ditadura de Stalin "deturpou Marx", segundo o autor. Eles são os salvadores, um ponto de vista estranho ao meu ver.




cotonho72 28/12/2017

Ótimo!
Nesse segundo livro da trilogia O Século, continuamos acompanhando a vida e a luta das cinco famílias que conhecemos na obra anterior “Queda de Gigantes”. Essas famílias são a americana, alemã, russa, inglesa e galesa, suas participações na história agora são menores e seus descendentes são o grande foco, além dos desdobramentos da Segunda Guerra Mundial.

Ethel Leckwiht é uma figura importante na política e agora ela faz parte do parlamento, mas a ida do seu filho Lloyd para a Espanha acaba fazendo com que ela fique muito preocupada e apreensiva, Lloyd resolveu lutar na Espanha, Gus Dewar teve dois filhos, Chuck e Woody, Chuck surpreendeu toda a família ao optar pela área militar e se alistar na Marinha, Woody gosta muito de fotografia, mas está aprendendo tudo sobre política com o pai e o acompanha no mundo político.

Walter Von Ulrich e de Maud sua esposa tem dois filhos, Erik e Carla, Erik é totalmente seduzido é pelo nazismo e ao contrário do seu irmão, Carla não se simpatiza com o nazismo e suas barbáries, ela é uma garota muito corajosa, na família Peshkov, Daisy Peshkov que é filha de Lev Peshkov, ela é uma jovem rica, mas que não é aceita na alta sociedade americana, pois, seu pai é um gângster e imigrante russo, seu primo Volodya, que mora na Rússia e foi criado como filho de Grigori Peshkov, agora ele faz parte da inteligência Russa.

Desta maneira, acompanhamos estes personagens e outros que são inseridos na história, assim passaremos pela Grande Depressão, veremos a ascensão de Hitler e a instalação do regime nazista na Alemanha, o Comunismo Russo; passamos pela Guerra Civil Espanhola e a ascensão de Francisco Franco ao poder, também vemos os grandes e perigosos avanços da tecnologia nuclear, e também o ataque a Pearl Harbor que marcou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

Ken Follett como sempre consegue impressionar o leitor com a sua escrita, com a suas excelentes descrições dos acontecimentos e dos diferentes cenários por onde acompanhamos os personagens, além dos fatos históricos e de entrelaçar de maneira magistral todas essas famílias de diversos países. Ficção e realidade se misturam na história e encantam o leitor.

A narrativa é em terceira pessoa e flui muito bem, conseguindo manter o leitor numa grande expectativa através das reviravoltas, suspenses e dos jogos políticos e de poder que permeiam todo o período histórico que é retratado, não faltam torturas, desaparecimentos, crueldade e claro romance, com certeza uma bela aula de história, para os fãs do autor e de romances históricos a leitura dessa trilogia é obrigatória, e que venha o próximo livro.

site: http://devoradordeletras.blogspot.com.br
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Rodolfo 06/09/2017

"Tem a força e o arrebatamento de Queda de gigantes. A dedicação de Follett e sua habilidade para desenvolver tantas tramas em uma história capaz de ensinar e divertir deixarão os fãs ansiosos pela parte final da trilogia." - Publishers Weekly

Depois do sucesso de Queda de gigantes, Ken Follett dá sequência à trilogia histórica "O Século" com um magnífico épico sobre o heroísmo na Segunda Guerra Mundial e o despertar da era nuclear.

Inverno do mundo começa do ponto em que termina o primeiro livro. As cinco famílias -
americana, alemã, russa, inglesa e galesa - que tiveram seus destinos entrelaçados no alvorecer do século XX embarcam agora no turbilhão social, político e econômico que se inicia com a ascensão do Terceiro Reich. A nova geração enfrentará o drama da Guerra Civil Espanhola, da Segunda Guerra Mundial e da explosão das bombas atômicas.

A vida de Carla von Ulrich, filha de pai alemão e mãe inglesa, sofre uma reviravolta com a chegada dos nazistas ao poder, o que a leva a cometer um ato de extrema coragem. Os irmãos americanos Woody e Chuck Dewar seguem caminhos distintos que levam a eventos decisivos - um em Washington, o outro nas selvas sangrentas do Pacífico.

Em meio ao horror da Guerra Civil Espanhola, o inglês Lloyd Williams descobre que precisa combater com o mesmo fervor tanto o comunismo quanto o fascismo. A jovem e ambiciosa americana Daisy Peshkov só se preocupa com status e popularidade, até a guerra transformar sua vida mais de uma vez. Enquanto isso, na União Soviética, seu primo Volodya consegue um cargo na Inteligência do Exército Vermelho que irá afetar não apenas o conflito em curso, como também o que está por vir.

Como em toda obra de Ken Follett, o contexto histórico é pesquisado com minúcia e costurado de forma brilhante à trama, povoada de personagens que esbanjam nuance e emoção. Com grande paixão e mão de mestre, o autor nos conduz a um mundo que pensávamos conhecer, mas que agora nunca mais parecerá o mesmo.
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Cláudia 14/07/2017

Segunda Guerra e mais!
Segundo volume da trilogia que compreende a História do mundo (do Hemisfério Norte) no século XX, Inverno do Mundo tem agora a geração seguinte aos protagonistas de Queda de Gigantes como seus personagens principais e dos quais acompanhamos o ponto de vista da narrativa. Estes personagens continuam bem posicionados nos acontecimentos que antecederam a Segunda Guerra Mundial, seu desenvolver e consequências.
Focado no drama dos personagens, suas ideologias e motivações, tem como plano de fundo os acontecimentos que descrevem a Alemanha de Hitler e a expansão do Terceiro Heich, o crescimento de ondas fascistas na Europa, a entrada dos EUA na Guerra, a primeira geração a viver na tentativa de comunismo na URSS.

Dos meus personagens favoritos, em Inverno do Mundo, acompanhamos através de Carla Von Ulrich, filha de social-democratas, a caída do Reichstag (Parlamento Alemão) e subida do Partido Nazista. As crueldades dos nazistas, que aqui não estão focadas nos judeus, pois como a família Von Ulrich não é judia, o que a atinge diretamente é o genocídio aos deficientes e homoafetivos, o que para mim foi uma abordagem bem diferente do que já li, já que o Holocausto Judeu é mais retratado (mas não esquecido na obra).
Nos EUA, Dayse Peshkov, é uma jovem rica, mas não aceita na sociedade de Buffalo, já que seu pai é um gangster e imigrante russo. De garota mimada, ela parte para a Inglaterra, onde encontra conflitos, fascismo e amores, [SPOILER] o que lhe trás amadurecimento e a coloca no hal de heroínas de Follett [/SPOILER]
Na URSS, Volodya Peshkov é um espião do Exército Vermelho, e com ele podemos observar a primeira geração que vive na sociedade comunista, sonho da geração anterior que tomou o poder da aristocracia. Eu sinceramente ansiava por mais capítulos desse personagem, gostaria de conhecer mais sobre a situação das pessoas do pais e da espionagem.

E apesar de Follett sempre proteger seus personagens, heróis, anti-heróis e vilões, é claro que por conta da passagem do tempo e por circunstâncias da Guerra, somos forçados a nos despedir de personagens que nos apegamos. Mas como uma semente de esperança para a revolução social, cultural, racial e sexual que está por vir, o livro termina com uma nova geração que está por vir em Eternidade Por Um Fio.

Quem gosta de resenha (sem spoilers!) em vídeo ou quiser me apoiar no Youtube, acesse:

site: https://youtu.be/xJdOIIcLP6Q
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Dri - @leiturainsone 29/06/2017

Achei fraco
Tendo lido o primeiro livro da trilogia em que o autor se utiliza de personagens diversos para aprofundar os fatos históricos além de mostrar certas perspectivas da primeira guerra, incluindo o dia dia no front, esperava um melhor aproveitamento dos fatos nesse segundo volume. Esperava que o autor se utilizasse de uma família judia pra falar dos mals tratos nos campos, por exemplo. A questão das bombas atomicas lançadas no Japão foi tratada bem levemente. Nesse volume foi dada mais importância aos relacionamentos amorosos entre os personagens, seus dramas existênciais e frustrações políticas, do que o desenrolar dos fatos históricos. Já de início me decepcionei com a narrativa da Alemanha pré nazista pela perspectiva de uma criança... Por mais que a premissa seja de um romance histórico eu realmente esperava algo mais além de uma estrutura típica das novelas da Globo.
Matheus 06/11/2019minha estante
O primeiro tinha uma conclusão boa (a ideia desastrosa de patrocinar a Revolução Russa). No segundo, foi como se tivessem esquecido isso.




Cheiro de Livro 15/06/2017

Inverno do Mundo
Todos os ótimos personagens do primeiro livro reaparecem, mas agora são secundários, quem domina a ação são seus filhos. Depois de dois anos de espera estava com saudades de Maud e Ethel, minhas personagens preferidas em “Queda de Gigantes”. Elas aparecem pouco mas o reflexo de suas personalidade nos filhos é visível.

“Inverno do Mundo” começa cerca de 10 anos do termino do primeiro livro. O Nazismo é crescente na Alemanha, Stalin comanda uma ditadura cruel na Russia e o New Deal começa a reestruturar os EUA depois do crash da Bolsa em 1929. Esse é o panorama a que somos apresentados logo nos primeiros capítulos. Follett tem uma escrita ágil e, até certo ponto, didática sobre os acontecimentos mais importantes o que faz com que o leitor menos ligados a fatos históricos consiga administrar o andamento do livro. A mescla de personagens históricos com os fictícios emprega uma verdade ao que é contado, o leitor sabe o que vai acontecer no macro, Hitler vai perder ao final da guerra, e mesmo assim se vê hipnotizado pelas paginas.
Os personagens masculinos são bons, com destaque para Lloyd e Volodya, um inglês e um russo, ambos com ótima visão do mundo que os cerca e das mudanças que ocorrem. Volodya é um personagem que pode dar muito pano ara a manga no terceiro livro sobre a Guerra Fria, ele e seus filhos, já nesse volume ele questiona o regime sovietico. Entre as mulheres duas se destacam Daisy e Carla. A primeira começa a historia como uma socialite americana deslumbrada e se transforma, seu romance com Lloyd é pelo que o leitor torce, como torceu por Robert e Maud no primeiro volume. A segunda, Carla, é a guerreira da historia, sobrevive a tudo na Alemanha, tem um romance bonito mas o que a faz um personagem inesquecível é a sua luta implacável pelo seu pais. Sem quere contar spoiler, ao terminar o livro fiquei com muita dó da família Von Ulrich, nada dá certo para eles, torço, desde já, por uma redenção no ultimo livro. Follett adora um final feliz e essa família está merecendo isso mais do que qualquer outra.

Follett gosta de proteger seus personagens, não tem muitas mortes de personagens principais em seus livros. Aqui a proteção não acabou pro completo, mas ficou mais flexível, temos algumas mortes, algumas brutais, outras de partir o coração. É uma boa decisão de Follett não deixar seus personagens principais “protegidos”, afinal ela está falando sobre guerra e nela há mortes, ninguém sai ileso. Isso deixa o leitor tenso, torcendo para que os seus personagens preferidos sobrevivam.

Como no primeiro volume esse deixa muitas crianças para liderarem a história que fechará o século, que venha a Guerra Fria, a luta pelos direitos civis nos EUA, as greves no governo Margaret Thatcher, as guerras no Afeganistão e Vietnã, enfim Follett ainda tem muita história para contar e mais uma vez deixa tudo bem encaminhado para mais uma geração destas famílias. Agora é esperar até 2014.

site: http://cheirodelivro.com/inverno-do-mundo/
Juliane.Barpi 19/06/2017minha estante
Não to conseguindo ler as ultimas 100 pg de Queda de Gigantesss, não sei pq, bloqueei :/


Cheiro de Livro 19/06/2017minha estante
leia, vale a pena. A trilogia é ótima


Juliane.Barpi 22/06/2017minha estante
Conclui a leitura!! Obrigada pelo incentivo hehehehe




Lucas 10/06/2017

E o mundo se cobre de horrores...
A continuação da trilogia O Século, iniciada em Queda de Gigantes, atende com louvor às expectativas geradas ao fim da obra inicial: Inverno do Mundo é denso, cinematográfico e dramático, um deleite histórico do período mais intolerante do século XX.

A sinopse já trás essa previsão sombria descrita nessa segunda parte. É quando Ken Follett relatará os efeitos da Segunda Guerra Mundial nos carismáticos personagens fictícios, desenvolvidos em Queda de Gigantes e, principalmente, nos seus filhos. Assim, os protagonistas da obra anterior agora são levados a um "segundo plano de luxo": cabe aos seus descendentes a tarefa de prender o leitor em uma ficção viciante, que está sob permanente influência da história da Europa entre 1933 e 1949 (abrangência da obra).

É o caso de Walter Von Ulrich e Maud Fitzherbert, cuja história de amor foi um dos grandes atrativos da obra anterior. Por estarem residindo em Berlim na época da ascensão do nazismo, o núcleo narrativo do casal é usado para que seja descrito a transformação ocorrida na sociedade alemã do início dos anos 30. Desse modo, o incêndio do Parlamento Alemão e a habilidade de Hitler em usar isso a seu favor ganham destaque nos primeiros momentos de Inverno do Mundo. Com o passar das páginas, há o fortalecimento da polícia nazista (Gestapo) e logo no primeiro capítulo o leitor tem contato com um estarrecedor relato de prisão e tortura. Além disso, a filha mais nova do casal, Carla, sofre na pele as consequências do machismo alemão trazido pelo nazismo. E se isso não fosse o bastante, seu irmão mais velho tem uma forma de pensar radicalmente oposta a da família, relatando, assim, a realidade de muitos jovens alemães filhos de democratas da época.

O núcleo da carismática galesa Ethel Williams também sofre os efeitos dessa era negra da história. Seu filho mais velho, Lloyd (cuja paternidade, para ele, é um grande mistério e para o leitor um motivo de suspense), resume bem a mente de um britânico democrata: o combate ao nazismo é uma luta constante, até mesmo em outros países. Nesse ponto, Follett também descreve a trajetória do General Franco, ditador fascista que, por meio de um golpe militar, chega ao poder na Espanha. Lloyd é um adolescente típico da época, que com a passagem do tempo vai adquirindo maior sabedoria e percebendo que nem sempre as ferramentas mais óbvias são capazes de enfraquecer o regime de medo que se alastrava pela Europa, já no contexto das conquistas alemãs no início do conflito.

Os outros círculos narrativos (os Peshkov, da URSS e dos EUA, os Dewar, dos EUA e os Williams, do País de Gales) são tratados com igual relevância, muitas vezes se relacionando entre si. Follett os usa para descrever as feridas provocadas pela Guerra, seja na América, na Europa e na Ásia, fazendo assim um relato bastante verossímil de um mundo em ebulição bélica.

No entanto, alguns aspectos negativos presentes em Queda de Gigantes também estão em Inverno do Mundo. O principal deles é a necessidade um pouco forçada que o autor tem de prender a atenção do leitor, usando descrições desimportantes. O perfil de quem lê esse tipo de livro normalmente é o de quem gosta de história e de um bom romance, cuja mistura, quando bem feita, é sensacional, que é o que ocorre na obra. Mas em nenhum escopo da realidade esse leitor está interessado na quantidade de pelos pubianos (!) que uma personagem pode vir a ter, por exemplo. É desconfortável falar de um tema tão íntimo em uma resenha, mas são coisas que a narrativa trás. Quem leu Queda de Gigantes (o que é indispensável para se adentrar em Inverno do Mundo) sabe do que se trata. Há, todavia, um pouco mais de sutileza aqui, em se tratando de temas íntimos, que incomodam, mas que em nenhum momento fazem a leitura ser desprezada ou abandonada. O fascínio que Inverno do Mundo causa passa longe destas ressalvas, que não são bem-vindas mas que são superadas.

Outro aspecto negativo, mas que não está em Queda de Gigantes é um certo monopólio a um determinado lado da história da época, nas últimas 150 páginas. É importante que se diga que os relatos do autor nesse sentido correspondem ao que de fato ocorreu, mas coisas parecidas ocorriam em ambas as esferas tirânicas e não são descritas com o mesmo fervor. São apenas fatos isolados, incapazes de influenciarem negativamente o pensamento de alguém, mas este foi um comportamento que não ocorre durante os primeiros 80% da obra. O leitor que conhece muitos dos pormenores da Segunda Guerra Mundial notará essa tendência no final da leitura.

Na contramão disso, Follett vai construindo durante a narrativa um aspecto que é incrivelmente verdadeiro e válido atualmente: a inutilidade dos radicalismos. As páginas de Inverno do Mundo ensinam que qualquer lado político radical, seja de direita ou de esquerda, são equivalentes em se tratando de mensuração do impacto social que causam. A repressão, o medo e a autoridade sempre serão as mais importantes armas desses regimes em busca de um suposto fortalecimento nacional ou equilíbrio econômico. Os personagens fictícios do autor ensinam que um indivíduo pode pender para um lado ou outro dessa "balança", de acordo com a sua percepção do que é certo. Mas ele sempre deve estar ciente de que, ao se aproximar de um extremo, poderá estar pensando de uma forma totalmente contrária ao oposto, mas usará das mesmas ferramentas para o convencimento e atração de massas, a fim de fortalecer esse seu lado. E o uso destas táticas é o que gera conflitos e já foi responsável por incontáveis mortes ao longo da história da humanidade.

De tão tênue que é a linha que divide a ficção da história em Inverno do Mundo, alguns horrores, especialmente na Alemanha, podem parecer elementos de uma distopia apocalíptica, tamanho o seu nível de absurdo. É inicialmente inacreditável que o ser humano tenha sido capaz de tais atrocidades com seus semelhantes, ocorridas por motivos tão triviais nesse raciocínio, como a religião. Mas uma pesquisa rápida durante a leitura fará o leitor crer que sim, estas coisas realmente ocorreram, há menos de 80 anos, o que não é nada na linha evolutiva da humanidade. Estes elementos sombrios, de dominação e imposição, fazem com que quem lê perceba a infinidade de nuances que a Segunda Guerra Mundial possui, gerando a certeza de que as histórias e fatos relacionados ao evento jamais serão totalmente mensurados ou refletidos.

Inverno do Mundo é, apesar das ressalvas, um excelente livro de história, com diversas tramas fictícias paralelas, que ora se cruzam, ora se afastam. Uma obra que, assim como a sua sucessora, informa, revolta e emociona em doses iguais. E como em Queda de Gigantes, Follett deixa vários "assuntos" não resolvidos que já de cara trazem uma grande expectativa para Eternidade por Um Fio, que fechará a, até aqui brilhante, trilogia O Século.
Peregrina 17/06/2017minha estante
Minha ressalvas quanto a este livro são iguais às suas. Muito boa resenha. Estou aqui tentando controlar meus dedos de digitarem sobre o terceiro livro kkkk.


Peregrina 17/06/2017minha estante
O que me decepciona nesta trilogia é justamente essa descrição de cenas desnecessárias que, ao contrário do que o autor deve pensar, empobrecem um pouco a trama.


Lucas 17/06/2017minha estante
Kkkkk. Confesso que realmente Inverno do Mundo me decepcionou um pouco no final, Enza. Acredito, por exemplo, que um livro que trata da Segunda Guerra Mundial e o nome da cidade de Stalingrado ou Auschwitz aparecem menos de 5 vezes em uma obra com quase 900 páginas trás a sensação de que "algo de errado não está certo", além dos já mencionados artifícios forçados. Enfim, os sofrimentos e dramas que assolaram os personagens fictícios realmente chocam. Veremos como tudo se dará em Eternidade por Um Fio, mas também confesso que o meu ímpeto de lê-lo abrandou-se um pouco.




neto 06/06/2017

bom......mas.......
o livro começa muito bom mesclando ficçao com fatos historicos assim como em queda de gigantes, mas ao contrario do vol 1 a historia se prende muito nos personagens fictícios, principalmente no final, deixando a historia real em segundo plano, achei um pouco desagradavel isso ja que o vol 1 foi brilhante.... na medida certa.
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Marcelo 31/05/2017

Muito bom
A continuação é muito boa!!! Não é tão empolgante quanto o primeiro livro, mas não deixa em nada a desejar...

Muito, muito bom e estou ansioso para ler o terceiro livro!

Super recomendo
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