Paulo 28/02/2018
“Lançado originalmente em 2008, O Fazedor de Velhos conta a história de Pedro, um garoto que acabou de passar por uma desilusão adolescente e, as portas da faculdade, espera começar uma nova etapa em sua vida. Mas, após um tempo, Pedro acaba sentindo que seu coração está no lugar errado e que está desperdiçando sua vida no curso que escolheu. Ele pede ajuda a um ex-professor, que o coloca em contato com um idoso meio amalucado chamado Nabuco, que supostamente pode ajudá-lo. Pedro já tem uma opinião formada acerca do excêntrico gênio e historiador: o velho é maluco. Mas, como não tem nada a perder, nosso protagonista decide receber os conselhos de Nabuco, e assim começa a jornada de auto-conhecimento de O Fazedor de Velhos.”
Confesso que comprei O Fazedor de Velhos esperando que o livro fosse algo diferente. Estou naquela famosa transição de jovem adulto para adulto, e buscava um livro que pudesse dialogar comigo. Esperava me ver no protagonista, me envolver com seus dilemas, e me inspirar em suas passagens. Porém, O Fazedor de Velhos dialoga com um público um pouco mais novo.
Apesar de não corresponder as minhas expectativas, o Fazedor de Velhos foi uma viagem nostálgica. E das boas. Desde os tempos de escola eu não pegava pra ler um romance juvenil.
A escrita de Rodrigo Lacerda é fácil e envolvente, e por mais simples que seja a história, você se pega envolvido pelos acontecimentos e tocado pelos dilemas juvenis de Pedro (é impossível não revivermos durante a leitura, com um quê de nostalgia, nossas próprias experiências e desilusões da adolescência).
Há de se destacar o fato de Lacerda usar da literatura para contar a história de um adolescente se descobrindo, percebendo seu lugar no mundo. Através de personagens e histórias clássicas, Pedro descobre o amor, a inveja, o livre arbítrio, etc., ou seja, descobre o que é ser humano.
Enfim, o Fazedor de Velhos é um romance simples, curtinho, mas extremamente envolvente e sensível. Apesar de não ter sido uma leitura que tenha mudado a minha vida nem me feito mergulhar em reflexões, foi uma viagem nostálgica pela minha própria adolescência, e uma experiência muito gostosa. É o tipo de livro que eu adoraria ter lido no Ensino Médio.
Recomendo a leitura principalmente para quem ainda está no colégio e procura por uma leitura contemporânea, que dialogue consigo.