A casa das sete mulheres

A casa das sete mulheres Letícia Wierzchowski




Resenhas - A Casa das Sete Mulheres


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Luciane.Gunji 06/08/2017

Definitivamente, a literatura brasileira está bem representada por uma mulher gaúcha. Letícia Wierzchowski é a autora de um dos melhores livros que tive oportunidade de escolher em parceria com o Grupo Editorial Record, me fazendo ter a certeza de que todo o meu preconceito com os livros daqui é pura ignorância.

Muitos devem se lembrar da minissérie exibida pela Rede Globo durante o ano de 2003, onde sete mulheres viviam confinadas em uma casa durante a Revolução da Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos, e que aconteceu de verdade entre os anos de 1835 e 1845. A narrativa de A Casa das Sete Mulheres é dividida entre os relatos da escritora com trechos do diário de Manuela, filha de Maria Manuela e irmã de Rosário e Mariana.

Aliás, essa foi a primeira vez que registrei os principais personagens e a relação entre eles, visto que o livro carrega muitos nomes. Na maioria das vezes, me confundi e tive que reler as páginas para tentar entender a importância de cada um na história.

Em resumo, A Casa das Sete Mulheres é simplesmente um livro sobre sete mulheres (Maria Manuela, Caetana, Manuela, Rosário, Mariana, Perpétua e D. Ana) que são levadas para uma casa isolada e distante dos solos em guerra. Mulheres estas que são obrigadas a conviverem juntas, cada uma com seu tormento, tentando sobreviver ao medo de perder seus entes queridos na batalha que durou pelo menos 10 anos.

Seria injusto fazer uma resenha que consiga fazer o leitor entender a importância deste livro para a literatura brasileira. Com maestria, Wierzchowski narra a angústia de quem vive esperando pelo pior e por uma guerra que parece não ter fim. Fiquei bastante impressionada com os pontos de ligação dessa história, onde cada personagem tem seu papel e não passa despercebido.

Quando cheguei à última página, fiquei tentando entender como poderiam ter mais dois livros dando continuidade. Um Farol no Pampa e Travessia prometem explicar aquilo que ficou sem respostas, mas confesso que não senti necessidade de mais explicações. Lembrando que é preciso ter bastante paciência para decorar os personagens e, enfim, entender a relação entre eles. Se você gosta de um desafio, vale a pena encarar esse.

site: http://www.pitacosculturais.com.br/2017/08/05/a-casa-das-sete-mulheres-wierzchowski-leticia/
Gustavo Rodrigues de Vargas 06/08/2017minha estante
Eu lembro de assistir a série da Globo quando mais jovem e adorei. E é bom saber que o livro é de qualidade também!


Luciane.Gunji 06/08/2017minha estante
Espero que você tenha a mesma impressão quando tiver oportunidade de ler, Gustavo. :)




Luiza.Thereza 03/08/2017

A Casa das Sete Mulheres
Lá pras bandas de 2003 a Rede Globo produziu uma minissérie que ficou marcada na minha memória pela quantidade de atores bonitos reunidos em uma mesma produção (recorde esse que não foi superado até hoje).

Anos depois descobri que A Casa das Sete Mulheres foi uma adaptação de um livro escrito pela escritora gaúcha Leticia Wierzchowski e, mais recentemente, descobri que a história não apenas era um livro como fazia parte de uma trilogia.

Em comemoração ao lançamento de "Travessia", livro que conclui a série iniciada em 2002, a Bertrand Brasil relançou os dois primeiros livros em um novo projeto gráfico.

Quem se lembra da série com certeza se lembra do enredo (difícil esquecer uma boa produção, e A Casa das Sete Mulheres foi excelente), mas, para quem não se lembra (ou não é dessa época),a história se passa durante a Revolução Farroupilha, revolução de caráter republicano ocorrida no sul do país entre os anos de 1835 e 1845. De um lado, estancieiros sulistas descontentes com o preço dos altos impostos cobrados pelo Império Brasileiro e também pelo baixo preço do charque e do couro, principais produtos da região.

Quando a guerra se fez iminente, o general Bento Gonçalves da Silva isolou as mulheres de sua família mais as crianças pequenas em uma estância afastadas das áreas de conflito com o propósito de protege-las.

Era para ser por um curto período de tempo, mas a guerra começou a se arrastar. Um ano virou três. Três anos tornaram-se cinco, e de cinco, para dez. E nesse meio tempo, as sete mulheres confinadas naquela estância aprenderam a conviver com a solidão e o silêncio da guerra e a esperar... Sempre a esperar.

A narração é feita em duas frentes: uma que acompanha episódios pontuais de todos os personagens envolvidos na estancia e na guerra. Seus pensamentos, medos e desdobramentos são ditos em terceira pessoa, como uma câmera acompanhando a pessoa. A outra frente são os "Cadernos de Manuela" (que na série foi interpretada por Camila Morgado) e, como o próprio nome sugere, são partes de seu diário, escritos durante o confinamento no campo ou mesmo muitas décadas depois dele.

Este não foi um livro fácil de se ler, e também muito difícil de se largar. O conhecimento prévio da história (pelo que aprendemos na escola ou mesmo pelas reminiscencias da série) já adiantava que não era uma história com final feliz (e histórias de amores partidos me cortam o coração até reduzi-lo a cacos).

Ao mesmo tempo, a narração de Leticia Wierzchowski é precisa e não te deixa largar o livro. Mesmo sabendo que esta é uma história de espera, me senti compelida a esperar e sofrer junto com aquelas mulheres, a sentir suas raras alegrias e a suportar o fardo das tristezas. No fim, além de tudo, é preciso também dividir o gosto amargo da derrota, e reunir os cacos para viver sem aqueles que pereceram ao longo da guerra.

Terminei este livro temendo pelo próximo, o Um Farol no Pampa deve chagar a minha casa por estes dias. Sei que vou lê-lo da mesma maneira que li A Casa das Sete Mulheres: agoniada pela espera e pela guerra em curso, e também envolvida em uma narração impecável e amarga.

site: http://www.oslivrosdebela.com/2017/08/a-casa-das-sete-mulheres-leticia-wierzchowski.html
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Tamara 31/07/2017

*Resenha postada na íntegra e originalmente em: https://rillismo.blogspot.com.br/2017/07/resenha-casa-das-sete-mulheres-por.html


Falar de a casa das sete mulheres, para mim, é falar de um amor intenso e avassalador por um livro. É falar sobre uma história que me marca há anos, e é falar de um livro que tem a capacidade de me arrepiar da cabeça aos pés com suas passagens. Pois é. Esse é o meu livro favorito de toda a vida, e é uma história que me acompanha a muitos anos. Para falar a verdade, conheci inicialmente a série homônima que foi transmitida pela rede globo pela primeira vez no ano de 2003. Eu era então uma garotinha, mas já na época achava tudo aquilo fascinante. Mais tarde, nos livros de história, aprendi sobre a guerra dos farrapos e sobre Laguna, um berço importante dessa revolução, que por coincidência fica próximo de mim, e em uma visita escolar a essa cidade, vi algumas coisas antigas que aumentaram meu interesse. Mas meu amor se solidificou mais tarde quando tive a oportunidade de ler o livro A casa das sete mulheres pela primeira vez. Então, recentemente, com a notícia de que a autora lançaria um livro, agora sobre o italiano Giuseppe Garibaldi, e sobre a outra mulher que ele amou, Anita, resolvi que releria O primeiro livro, e também Um farol no pampa, que é a sequência. E então, mesmo não sendo dada a releituras, comecei-a.

Posso dizer que novamente me emocionei, sorri e chorei com cada trecho. Me encantei com o amor de Caetana, a esposa de Bento Gonçalves, tão devota e apaixonada pelo marido, mesmo após tantos anos de casamento. Sofri com as irmãs de Manuela, Rosário e Mariana, e também com a prima, Perpétua, que já tão novas, tiveram de abrir mão de suas vidas confortáveis de festas e de serem cortejadas, para ficarem recolhidas na estância, e cada uma sofreu e amou a seu modo pessoas inalcançáveis ou impossíveis. Esperei junto com as irmãs de Bento gonçalves, Ana joaquina, Antônia e Maria, que choravam por seus maridos, filhos que estavam na guerra e que faziam o possível para que aquelas meninas levassem uma boa vida. E também me arrepiei com o amor de Manuela, tão sólido, tão intenso, tão real por Garibaldi, e lamentei com ela quando o amado encontrou Anita. E tive, como sentimento principal durante todo o tempo um sentimento de união, de mãos dadas, de sete vidas unidas em uma só, por um só objetivo, em uma só espera.

Mas, deixando um pouco de lado o meu amor intenso pela obra e o quanto ela me tocou, é preciso falar sobre as questões práticas que mais me fazem adorar esse livro. Em primeiro lugar, acho sensacional a pesquisa que a autora fez para essa obra. Ela alia ao romance, fatos reais de batalhas, inserindo datas, locais e fatos importantes, sem, no entanto, que isso se torne cansativo. Além disso, conseguimos vislumbrar com perfeição como eram os costumes da época, as regras de etiqueta, qual o tipo de comportamento que era exigido das mulheres, do que elas deveriam se ocupar em seus dias, dentre outras coisas. Também, é deliciosa a mescla de gêneros que encontramos aqui, pois ora vemos romance, e ora vemos drama, suspense e fatos históricos. Ainda, a autora insere uma poética em sua escrita, que nos leva a refletir juntamente com os personagens, sobre destino, sinas, amor, morte, dentre outros temas bastante importantes. Outro fator que é extremamente positivo, é a construção de cada personagem, e todos acabam se tornando reais para o leitor, ainda mais porque a autora escreve com a linguagem gaúcha que era usada na época, inserindo palavras como vosmecê, entonses, entre outras. Para mim, uma coisa que me ajudou ainda mais na caracterização de cada personagem, foi o fato de lembrar das vozes dos atores que protagonizaram a minissérie, pois cada vez que falava-se no livro a respeito de determinado personagem, minha mente lembrava-se das vozes dos atores e ouvia com perfeição eles falando.

Porém, para leitores que gostam de uma linguagem mais fácil, acessível e sem tanta poética, essa escrita que nos insere no Rio grande do sul pode não ser tão interessante. Também, em alguns momentos o livro traz poucos diálogos, e  para aqueles que gostam de várias falas em suas leituras, pode ser mais uma vez algo incômodo. Ainda, a narração, que é bastante mesclada entre momentos da guerra, a casa das mulheres e os pensamentos íntimos de manuela, pode ser um pouco perturbadora para quem espera uma linearidade monótona em uma leitura.

Os personagens são todos fascinantes com suas individualidades e peculiaridades. Acho que minha favorita é Manuela, pois conhecemos seus pensamentos mais íntimos e ficamos tocados por seu amor tão ferrenho, determinado e ilimitado. Ainda, gostei muito de Caetana, a esposa do general Bento, por sua força como esposa, mãe, amiga, irmã, e com sua fé fervorosa que lhe ajudou a manter a sanidade nos dias mais difíceis. Há ainda Antônia, uma irmã do general, que vive em uma estância  perto da estância da barra, e que está sempre presente em cada momento de alegria ou tristeza enfrentada por cada uma daquelas mulheres, e é calada, mas muito sábia, sempre sabendo que palavras falar ou que abraço dar para transmitir força e alento.

A narração é feita em alguns momentos em primeira pessoa, quando encontramos os cadernos de Manuela, que são uma espécie de diário onde ela escrevia sobre seus pensamentos, anseios e sonhos mais íntimos, e em terceira pessoa, nos momentos em que se narra o cotidiano da casa e das personagens ou ainda as passagens da guerra. Além disso, essa narrativa se passa em um período de mais ou menos dez anos, e é dividida em vários capítulos.

Recomendo essa obra veementemente e sempre. É um livro lindo, sobre amores, dores, vida e morte. Não é uma obra cheia de felizes para sempre, como só os contos de fadas o são, e sim uma obra que fala de vida real, de tudo aquilo que acontece mesmo contra a nossa vontade, e de todos aqueles sonhos que se perdem ou se realizam em meio aos dias banais da nossa existência.

site: https://rillismo.blogspot.com.br/2017/07/resenha-casa-das-sete-mulheres-por.html
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Karini.Couto 25/07/2017

“A casa das setes mulheres” é uma odisseia, narrada em alguns momentos em primeira pessoa e em outros, em terceira pessoa. A história se passa a partir do ano de 1835 e tem um grande elemento histórico nacional: Revolução Farroupilha.

Bento Gonçalves, um dos coronéis que irá liderar as tropas, decide manter as mulheres de sua família em segurança e por isso, enquanto ele estiver ausente, todas elas (sete no total), irão ficar na Estância da Barra, localizada na ribeira do Arroio Grande, as margens do rio Camaquã.

“Estância da Barra era de propriedade de D. Ana Joaquina da Silva Santos e do seu esposo, o senhor Paulo, que na noite de dezoito de setembro de 1835 reunira-se, juntamente com seus dois filhos, Pedro e José, às tropas do coronel Bento Gonçalves da Silva. A Estância da Barra ficava na ribeira do Arroio Grande, às margens do Camaquã, a doze léguas da Estância do Brejo, esta de propriedade de D. Antônia, irmã mais velha de Bento e D. Ana. A Estância do Brejo também situava-se às margens do Rio Camaquã e possuía um imenso laranjal, famoso entre todas as crianças da família Silva.”

As 7 mulheres são Ana, Maria Manuela e Caetana, irmãs e esposa de Bento Gonçalves, respectivamente. E as moças são Perpétua, filha de Caetana e Bento e suas primas Rosário, Mariana e Manuela. Manuela é a voz em primeira pessoa do livro, que narrada através de seus cadernos (diários) o dia a dia da Estância e das mulheres ao seu redor. Manuela tem um amor tumultuado com Giuseppe Garibaldi, um aliado italiano de Bento.

O problema é que ninguém imaginava que a Revolução fosse durar tantos anos e com o passar do tempo, algumas das mulheres começam a sucumbir, enquanto outras ficam relembrando seus momentos mais felizes.

“A Casa das Sete Mulheres” é uma obra rica de detalhes sobre um dos momentos mais importantes da história brasileira. É uma obra repleta de mulheres fortes que tiveram que aprender a ser independentes e se a salvar a si mesmas nos momentos mais inesperados.


A parte física do livro está incrível! Capa perfeita! Linda de viver! Posso dizer o quanto estou apaixonada?

“Do mesmo sonho que se vivia, também se podia morrer”, ocorreu-me isto naquela noite, num susto, como um pássaro negro que pousa numa janela, trazendo sua inocência e seus agouros. Muitas outras vezes, nos longos anos que se seguiram, tive oportunidade de me recordar dessa estranha frase que ouvi outra vez, algum tempo mais tarde, na voz adorada de meu Giuseppe, e que repetia o que eu mesma já tinha dito ao ver uma fresta do futuro... Talvez tenha sido exatamente nessa noite que tudo começou.”




site: http://www.pslivros.com.br/
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Lina DC 25/07/2017

A sinopse é bem explicativa. A história começa em 1835, quando no Brasil teria início a Revolução Farroupilha. O livro é narrado em primeira e terceira pessoa alterando a perspectiva da história. O General Bento Gonçalves da Silva decide mandar as mulheres de sua família para um local mais isolado, para que ficassem protegidas.

Então ele envia as Sete Mulheres para a Estância da Barra: Ana, Maria Manuela, suas irmãs e Caetana, sua esposa; Perpétua, filha de Caetana e Bento e suas primas Rosário, Mariana e Manuela.

"A Estância da Barra ficava na ribeira do Arroio Grande, às margens do Camaquã, a doze léguas da Estância do Brejo, esta de propriedade de D. Antônia, irmã mais velha de Bento e D. Ana. A Estância do Brejo também situava-se às margens do Rio Camaquã e possuía um imenso laranjal, famoso entre todas as crianças da família Silva.”

Ao serem mandadas para longe, essas mulheres começam a sentir o peso da realidade que as abate. Elas estão confinadas enquanto o seu futuro é incerto, pois uma guerra está para acontecer. As tensões na casa aumentam e os humores ficam voláteis. Algumas das mulheres desabam diante da nova realidade, enquanto outras prosperam e descobrem dentro de si uma força antes desconhecida.

Os trechos em primeira pessoa estão relacionados aos Cadernos de Manuela, uma espécia de diário que ela mantêm durante todo esse período. Manuela é apaixonada por Giuseppe Garibaldi, um aliado italiano de Bento. Manuela alterna contando o seu dia a dia com as lembranças do passado.

“As mulheres da sala se puseram a pensar no mar, nos mistérios das suas ondas, em praias remotas que decerto nunca veriam. E Manuela recordou a distante noite em que ele lhe surgira pela primeira vez, entre as névoas da sua intuição, os cabelos ao vento, no convés de algum navio, e soube que decerto ele já rumava para ela, e que aquela guerra toda, tudo aquilo, era apenas para que ambos se encontrassem e vivessem o que lhes estava destinado. E, nesse momento, segurando o bordado com mãos trêmulas, Manuela descobriu-se a mais feliz das criaturas.”

A história tem uma narrativa arrebatadora, que traz para os leitores a consciência de todos os que sofrem durante um período de guerra. Sim, os soldados são as principais vítimas, mas seus familiares também, pois ficam presos em um período de incertezas e mudanças e precisam aprender a lidar com novas situações por conta própria.

"Como um muro, é assim que uma mulher do pampa espera pelo seu homem. Que nenhuma tempestade a derrube, que nenhum vento a vergue, o seu homem haverá de necessitar de uma sombra quando voltar."
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Rodrigo Coxta 25/07/2017

Sobre frágeis mulheres fortes!
A casa das sete mulheres é um romance histórico narrado em terceira e primeira pessoa, escrito pela autora Leticia Wierzchowski. O livro faz parte da trilogia que teve relançamento em maio de 2017 pela Bertrand Brasil.

Pulando a aula de história sobre a Revolução Farroupilha vamos focar na narrativa que essa obra maravilhosa apresenta. A história inicia com a chegada das mulheres numa estância afastada de onde a guerra tinha estourado. Bento Gonçalves, o líder da revolução e principal membro da família, resolveu deixar "suas mulheres" e crianças o mais isolados possível. Assim, sua esposa, filhos, irmãs e sobrinhos vão para a Estância da Barra.

A chegada naquele lugar tão afastado apesar das belezas naturais e fartura que a família possuía, mexeu de imediato, apesar de ainda pouco, com os ânimos, expectativas e anseios das mulheres que lá ficariam por tempo indeterminado, esperando sempre pelo fim daquela guerra.

As 7 mulheres são Ana, Maria Manuela e Caetana, irmãs e esposa de Bento Gonçalvez, respectivamente. E as moças são Perpétua, filha de Caetana e Bento e suas primas Rosário, Mariana e Manuela.
"Como um muro, é assim que uma mulher do pampa espera pelo seu homem. Que nenhuma tempestade a derrube, que nenhum vento a vergue, o seu homem haverá de necessitar de uma sombra quando voltar."

Na narrativa, temos os "Cadernos de Manuela", escritos da personagem contando de seus sentimentos e sua visão da história. Manuela é uma personagem de destaque pelo seu envolvimento com um italiano aliado de Bento Gonçalves chamado Giuseppe Garibaldi. A moça vive um amor impossível e um tanto quanto dramático na trama.

E drama é o que absolutamente não falta. Mulheres, esposas, irmãs, mães e filhas sofrendo a dor e a ânsia de ver os homens da casa indo para a guerra, sem ter muito o que fazer a não ser esperar. Se valendo de orações, preces e sofrimento por aqueles que estão no constante banho de sangue que durou quase 10 anos. Além de suas próprias dores, onde as mais jovens perderam todo o ânimo que sua época e a expectativa criaram para suas vidas tomando rumos totalmente inesperados e especialmente tristes.

A história da revolução é recontada com os pesares da guerra, das batalhas e das perdas. Mas o sentimento e a angústia o leitor acompanha através da agonizante paciência disfarçada daquelas que esperam. Romances impossíveis, inacabados, proibidos e até algo sobrenatural está sobre o véu que cobre a vida da casa das 7 mulheres. A tragédia não está somente nas batalhas...

"Havia um céu azul e uma brisa morna de manhãzinha. Havia um céu azul, agora tudo é negro e sujo e moribundo por um momento, até que a poeira desce e outra vez se descortina o movimento ritmado dos corpos vivos pisando sobre os corpos mortos. E o céu permanece inalterado,o olho de Deus."

Um livro longo e que tem absolutamente tudo pra ser cansativo, mas não é! Há muito força nas perdas, muito coragem nos medos e muito vida a ser contada entre essas quase 500 páginas. Se você acompanhou a série da Globo (muito boa, por sinal) irá sentir falta de algumas coisas que, confesso, se estivessem no livro seria melhor ainda. Mas não deixa a desejar. A edição está maravilhosa, sem nenhum erro de revisão encontrado por mim e essa arte da capa apaixonante! Uma obra e tanto.

site: https://estantelivrainos.blogspot.com.br/2017/07/resenha-livro-casa-das-sete-mulheres-de.html
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Neilania 11/04/2017

Forte, poético e encantador!
Demorei a ler mas bebi cada parágrafo com encantamento. A história narrada a partir de um ponto de vista feminino, cheio das limitações do período, é maravilhoso! Você não consegue ficar alheio aos amores, dores e medos dessas mulheres que nada podem fazer além de esperar. Um belo retrato da sociedade da época. A farroupilha nunca teve cores tão impressionantes e momentos tão vivos.
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Flavia 24/01/2017

Estudei várias vezes a Revolução Farroupilha. Mas após ler este livro foi que compreendi melhor o que esta guerra que durou 10 anos.
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Silvinha.Teles 21/01/2017

Belíssimo
Em vários momentos me senti lendo o tempo e o vento, mulheres fortes e determinadas com sua sina: a espera.
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Roberta Galdino 03/01/2017

10 anos de confinamento na Estância da Barra
A casa das sete mulheres... O livro é uma obra prima que discorre-nos sobre os 10 anos de confinamento na Estância da Barra, de 7 mulheres e 4 crianças pertencentes a família de Bento Gonçalves da Silva. Tem como pano de fundo a Revolução Farroupilha. Repleto de personagens marcantes, entre os quais; o próprio Bento Gonçalves, Manuela, Giusepe e Anita Garibalde... É um livro cheio de emoções, tristeza e beleza, em que conta parte da nossa história! Amei... perfeito, simplesmente sensacional... super recomendo. Nota 10
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Thirza 29/09/2016

Tocante
Sem dúvida, um dos melhores livros que li. Correndo sério risco de ser "o livro da vida". É impressionante a forma como é escrito, fazendo com que entremos nas cenas. Fiquei pensando sobre como os não gaúchos compreendem essa obra, tão cheia de peculiaridades locais, linguagem, descrição das paisagens, do frio, do minuano, dos costumes da época. Talvez por isso eu tenha gostado tanto. Reconheci ali as minhas origens. E a forma como a Leticia escreve é tão bonita, chega a ser poética. #superindico
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Dani-chan 24/09/2016

Encantador
A Casa das Sete Mulheres
Assisti a mini série, quando passou, e quando fiquei sabendo que tinha um livro fiquei com muita vontade de ler, mas naquela época meu acesso a livros era bem limitado, então só esse mês consegui finalmente ler. E adorei.
O livro começa com a virada do ano para 1835, quando Manuela tem uma visão agorenta. Mais tarde, ainda neste ano, Bento Gonçalves deixa sua esposa e filhos, junto com suas demais parentas na Estância do Barra, e em 20 de setembro 1835 estoura a mais longa guerra civil brasileira, a famosa Gerra dos Farrapos.

“Não imaginava ela o que o futuro estava reservando à província, nem nenhuma das mulheres o imaginava naquele princípio manso de primavera nos pampas. Perpétua Garcia Gonçalves da Silva tinha esperanças de que o verão já lhes trouxesse a paz. A paz e a vitória. E os bailes elegantes onde desfilaria os vestidos vindos de Buenos Aires e os sapatos de veludo que mandara buscar na Corte. D.”

O livro intercala a vida das parentes de Bento Gonçalves: Caetana (sua mulher, muito bonita e misteriosa, passa o livro com o coração apertado esperando noticias do marido), Perpétua (filha do General, se apaixona por um médico, Inácio, que era casado quando se conheceram), D. Ana (irmã de Bento, uma mulher forte e digna, na minha opinião, a mulher mais sofrida desse livro), D. Antônia (irmã de Bento, é a mulher que está mais perto da guerra, ela é forte, e mantem todas unidas. D. Antônia não mora na Casa das Sete Mulheres, mas sim em sua própria Estância, vizinha.), Maria Manuela (irmã de Bento, é a mais frágil das irmãs de Bento, durante os 10 anos que dura a guerra, Maria Manuela é a que mais definha), Rosário (filha de Maria Manuela, uma garota da cidade, que de repente se presa em uma Estância isolada, sua mente não resite), Mariana ( filha de Maria Manuela, das filhas de Maria Manuela, é a mais forte, e a mais namoradeira, isso não é muito bom em tempo de guerra, mas ela é uma pessoa que sabe se levantar) e por fim, a sétima moradora da Estância do Barra, a casa das sete mulheres é Manuela (filha de Maria Manuela, é prometida a Joaquim, filho mais velho de Bento Gonçalves, mas se apaixona pelo revolucionário italiano Garibalde, antes mesmo de conhece-lo, um romance proibido)

“Sim, sempre os homens se vão, para as suas guerras, para as suas lides, para conquistar novas terras, para abrir os túmulos e enterrar os mortos. As mulheres é que ficam, é que aguardam. Nove meses, uma vida inteira. Arrastando os dias feito móveis velhos, as mulheres aguardam... Como um muro, é assim que uma mulher do pampa espera pelo seu homem. Que nenhuma tempestade a derrube, que nenhum vento a vergue, o seu homem haverá de necessitar de uma sombra quando voltar para a casa, se voltar para casa... Minha avó Perpétua dizia isso, disse-nos isso muitas vezes ao contar das guerras que meu avô lutara. É a voz dela agora que ecoa nos meus ouvidos.”

Enquanto conta as histórias das mulheres, temos vislumbres da guerra, onde conhecemos um pouco dos homens dessa família, Bento mesmo, era um realmente um General sem ‘suerte’, essas eram as partes que me faziam segurar a respiração, a autora conseguiu deixar as passagens de guerra bem violentas, mas ao mesmo tempo muito poética, e eu vivia com medo de mais uma morte para afligir as mulheres da estância.
Também temos vislumbres dos cadernos de Manuela, onde ela reflete sobre a guerra, a vida das mulheres na estância, e principalmente sua paixão por Garibald, aqui a autora também antecipa alguns eventos, como por exemplo a clausura de Rosário.

“Havia um céu azul vendo tudo isso, havia um céu azul e uma brisa morna de manhãzinha. Havia um céu azul. Agora tudo é negro e sujo e moribundo por um momento, até que a poeira desce e outra vez se descortina o movimento ritmado dos corpos vivos pisando sobre os " corpos mortos. E o céu permanece inalterado, o olho de Deus.”

Gostei muito da escrita da Letícia, acho que ela conseguiu um tom muito certo para o livro, a premissa de sete mulheres esperando em um lugar isolado, podia se tornar algo chato depois de um tempo, mas ela conseguiu carregar a história por umas 500 páginas, onde muitas coisas interessantes estão acontecendo, amores nascem e morrem, as crianças aprontam, feridos são trazidos para junto de suas mulheres, e as cartas? Ai as cartas, como deve ser desesperador receber uma carta com seu marido (filho, pai, irmão, parente, amigo ...) está na guerra, acho que eu não teria mais dedos se isso acontecesse comigo.
“D. Ana sentiu a aflição inquietar seu peito. Que pena sentia da menina... Mas era a vida. Nem boa, nem má. Apenas a vida. Como ela tinha dito havia pouco.”

Acho muito interessante que se possa ler romances inspirados em fatos históricos brasileiros, sei que no Japão tem vários livros assim, sei que existe mais, e estou correndo atras delas, mas acho que comparado a outros países, existe poucos por aqui, e A Casa das Sete Mulheres é uma pérola que deveria ser apreciado por todos que gostam de um bom romance, e de quebra gosta de História.


site: www.poyozodance.blogspot.com.br
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fernandaugusta 01/04/2016

Os romances gaúchos são maravilhosos. Eu tinha visto a série, e fiquei muito satisfeita com o livro. A amarra histórica é muito boa, e as sete mulheres são um viés diferente da narração da Revolução Farroupilha. Para minha surpresa, Caetana (que achei que seria uma das minhas personagens favoritas) continuou envolta em mistério, pois achei que D. Ana e D. Antônia aparecem mais do que ela. D. Antônia sempre maravilhosa, esteio firme da resistência feminina, justa e coerente. D. Ana, uma alma suave, sofredora com a perda do marido e de um dos filhos. Manuela para mim continuou sendo uma chata: não consegui simpatizar com ela e toda aquela melação com o Garibaldi. Mariana é a mais sensacional e corajosa das irmãs. Rosário, a louca, tem um triste fim, pois os estigma do suicídio e da loucura é trazido de maneira bem densa. A mãe delas, Maria Manuela, é a mais apagada das irmãs do lendário Bento Gonçalves da Silva, o principal personagem masculino do livro: um guerreiro sem "suerte". Dos outros homens, acredito que João Gutierrez e Joaquim são os que merecem melhor destaque. Não deve ser fácil romancear fatos históricos, mas a autora tem a habilidade de colocar quem lê dentro da Estância da Barra, na espera das mulheres. Eu adorei o livro. Achei as passagens dinâmicas e mesmo as narrativas das batalhas curtas e precisas, na medida certa para não arrastar a história. Tomara que "Um Farol no Pampa" seja tão bom quanto.
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Andrea 25/03/2016

Uma guerra narrada sob dois prismas
Em 20 de setembro de 1835 teve início a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, evento, até hoje, considerado como a maior guerra civil de nosso país.
O general e grande idealizador do conflito, Bento Gonçalves da Silva, decide enviar para o interior do Rio Grande todas as mulheres de sua família a fim de protegê-las do conflito que estava se aproximando. É a partir dessa ideia que desenrola-se toda a história de A casa das sete mulheres, mostrando-nos os problemas, pensamentos, conflitos e angústias de D. Antônia, D. Ana, Maria Manuela, Caetana, Perpétua, Rosário, Mariana e Manuela, sendo que, esta última é a única personagem a possuir uma voz relatando, através de seus cadernos, o futuro dessas e de outras personagens, bem como seus próprios sentimentos e escolhas que a eternizaram na memória popular como "A noiva de Garibaldi".
Acompanhamos durante toda a leitura, de um lado a revolução e do outro a vida dessas mulheres e, com certeza, as mais "agitadas" são as das irmãs Rosário e Manuela, pois uma apaixona-se por um fantasma e a outra por um paladino da guerra. Além desses romances fadados, há um grande sentimento de aflição que permeia toda a obra. O ambiente claustro onde as protagonistas femininas se encontram, aliado à angústia de verem seus homens partindo para a guerra sem retornar, torna cada vez mais evidente a completa impotência delas, o que só aumenta o desespero e o medo de enlouquecerem ali, sozinhas.
Do começo até metade do livro, temos uma narrativa bem desenvolvida, ágil, repleta de ação, até mesmo na estância onde se encontram as sete, visto que estas tentam levar uma vida "normal" em meio a guerra, mas, quando próxima do desfecho, a história perde o brio, tornando-se enfadonha e cansativa.
Poderia falar muito mais a respeito desse livro, no entanto, recomendo que o leiam, apesar do final, e apreciem os relatos de Manuela, as loucuras de Rosário e os pormenores da guerra que modificou a vida de tanta gente, que destruiu tantos lares e construiu outros e que trouxe tantos amores impossíveis para serem recordados por toda uma vida...

site: http://olhoscastanhostambemtemoseufascinio.blogspot.com.br/
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Mariene.Boldiere 09/02/2016

Escrevi sobre o livro no meu blog

site: http://ocorvoliterario.blogspot.com.br/2016/02/a-casa-das-sete-mulheres-leticia.html
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