Bom Crioulo

Bom Crioulo Adolfo Caminha




Resenhas - Bom Crioulo


204 encontrados | exibindo 46 a 61
4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 |


Mey_mK 10/01/2023

iniciei a leitura já sabendo de toda história, então o final acabou não sendo realmente chocante, mas acredito que pela forma que foi escrito, não teria gostado tbm. pode ser devido a edição que li, mas no começo tinha uma escrita muito complexa que levou tempo para me acostumar. pela forma que ouvi falar esperava um romance bem mais romance(?), cenas e tals, mas tudo bem, vou acreditar que seja pela época que foi escrito
comentários(0)comente



Leite 31/12/2022

Ponto de partida para reflexões
Mais do que uma obra naturalista, cujos personagens principais estabelecem relacionamentos problemáticos entre si, O Bom Crioulo se configura como um recurso interessante para se levantar discussões sobre racismo, homofobia e pedofilia na escrita literária e na História do Brasil. O protagonista Amaro é encarado como um 'bom crioulo' apenas enquanto leva chicotadas calado e trabalha "manso"; a partir do momento em que o homem negro se embebeda, ou mesmo apresenta desejos que interferem nos planos de qualquer outra pessoa, este é animalizado e visto como ameaça. Ainda que, à época, apenas por abordar o assunto de relações entre homens, tenha causado polêmica por, supostamente, "fazer apologia a práticas homossexuais", sua narrativa indica o contrário: a homossexualidade de Amaro é apresentada como desvio do saudável, transgressão da norma e fonte de sofrimento. Nesse sentido, é importante se realizar uma leitura crítica desse livro, principalmente na interseção entre raça e sexualidade, num país majoritariamente homofóbico e racista.
comentários(0)comente



Rafael 25/12/2022

Uma obra revolucionária e atual
Jamais pensei que fosse encontrar algo tão contemporâneo em um livro escrito nos idos de 1895. Para minha grata surpresa, foi com o que me deparei ao ler essa obra fantástica e divertida que é "Bom Crioulo". O livro é fluido, bem escrito, com enredo envolvente e bastante polêmico ao narrar um quase triângulo amoroso entre um jovem, um marinheiro e uma portuguesa de idade já "avançada" para a época. Caminha entrelaça os destinos dessas personagens de forma magistral, trazendo à tona aspectos da sociedade daquele tempo e das dificuldades vivenciadas, já naquele tempo, por negros, gays e mulheres. Amaro, o Bom Crioulo, sofre uma nova escravidão ao fugir da senzala e cair nas sevícias da marinha. Aleixo e Amaro ainda padecem com o preconceito por conta de sua homossexualidade. Carolina, por sua vez, é menosprezada por sua condição de mulher, já sem préstimos ao atingir seus 38 anos de idade. Personagens que, como disse no início, me parecem saídos da última novela que passou na TV, pois as coisas continuam do mesmo modo, embora já tenham se passado mais de 200 anos! Gostei muito da ousada proposta de Caminha ao escrever esse livro e me deleitei com sua prosa faceira. Vale a pena a leitura.
comentários(0)comente



Wenderson 22/12/2022

O naturalismo e o determinismo em sua forma mais cruel.
Longe de ser um romance no sentido romântico, esse livro se propõe construir uma imagem. E essa imagem é a que diz que a relação homossexual só pode acabar em tragédia e gerar sofrimentos, já que, segundo o próprio narrador do livro diz, é algo "contra a natureza".
Tudo começa com a narração de um negro ex escravizado de formas animalescas e inumanas, esse homem é chamado de Bom-Crioulo ao entrar para a Marinha após fugir de uma fazenda. A contra ponto temos um lindo garoto de olhos azuis chamado de Aleixo que é do sul do Brasil e entra na Marinha ainda com 15 anos por ser de uma família miserável de imigrantes.
Com o passar da narrativa vai ficando cada vez mais claro o determinismo que o autor faz ao insinuar o negro como um animal raivoso e o jovem como indefeso. E não que o Aleixo não fosse indefeso. Essa história é sobre um abuso, o Aleixo sobre abuso. Pra mim, fica muito claro a mensagem que o autor lança sobre essa "relação". A todo tempo o narrador fala que o garoto é ainda um adolescente e ele lembra isso dizendo que o negro sofre de amores pelo garoto. Isso mostra a sujeira que esse autor vê em relações homossexuais e escancara a homofobia do mesmo.
É nojento como isso tudo é tratado e as relações de abuso e degradação, já que os personagens são "punidos" por esse "ato contra humanidade". A mensagem é que isso só podia acabar de forma ruim, que não há redenção e não há salvação para esses dois personagens.
Eu não consegui sentir pena de ninguém. E talvez seja essa a intenção do autor. Afinal, nenhum personagem é querido e nenhum personagem tem profundidade. Todos são esteriótipos naturalistas e frutos do seu meio.
comentários(0)comente



Babi 08/12/2022

Divisor de opiniões até hoje.
O "Bom Crioulo" causou polêmicas em sua época e causa até hoje. Em sua época, no século XIX, por retratar um relacionamento entre dois homens; hoje, aos olhos do século XXI, pela forma como foi retratada e o racismo e homofobia óbvios. Apesar disso, creio que seja essencial ler a obra com olhos críticos e perceber que naquela época Amaro e Aleixo, especialmente sob a tendência naturalista, não seriam lidos socialmente de outra maneira, mas que ainda sim é o primeiro romance da literatura brasileira a abrir espaço para um homem negro, gay e pobre, espaço que até hoje é escasso.

Não consegui dar 5 estrelas porque achei a história corrida, mas, independentemente da minha opinião pessoal, o livro é um clássico e vale a pena ser lido e revisitado em qualquer tempo.
comentários(0)comente



LevaiLevaiLevai 06/12/2022

O Bom-Cria
Só por ter sido perseguido por Vargas já se torna uma obra que merece a nossa atenção. Bastante libidinoso, gays e mulheres mais eriçados podem gostar do material proposto. Os finais de capítulo sempre são uma viagem.
comentários(0)comente



Clau Melo 18/11/2022

Causou o maior burburinho...
Clássico do romance naturalista, Bom Crioulo é um romance do cearense, Adolfo Caminha, publicado em 1895, considerado por alguns como o primeiro romance sobre homossexualidade.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Regina 11/11/2022

Bom Crioulo
O Bom Crioulo é um livro naturalista, de Adolfo Caminha. Escrita fluida, excelente narrativa. Livro curto que retrata por vezes o preconceito racial e a homofobia.
comentários(0)comente



BabiMaria 07/11/2022

É um livro clássico e muito bem escrito, gosto do desenrolar das cenas e das descrições, mas é um livro que é bom ler com um olhar mais crítico, observando cada contexto. As cenas possuem um grande impacto, são sinceras e não são nada romantizadas.
comentários(0)comente



Paula 03/11/2022

Bom Crioulo
Acabei dando uma segunda chance. Não me arrependo, mas a leitura como um todo não me agradou.
A sinopse do livro me chamou atenção no dia em que comprei vários clássicos no sebo, mas não tive sorte, pois a história começa relatando a vida de um negro, ex escravo fugido para uma vida de marinheiro. E como eu sempre digo, não gosto de enredos no mar!
Fora esses caprichos particulares, a história é sucinta com poucos personagens. Pela sinopse chamar atenção para um romance homoafetivo e inter-racial, não me surpreendi com os diversos relatos sensuais, e por isso não me agradou completamente, já que para a época, o assunto seria um escândalo para os leitores. Queria ter me sentido mais apegada aos personagens e a relação entre eles.
Por fim, o livro é bacana e a linguagem simples com diversas palavras características daqueles que vivem à bordo - mais um quesito que me fez não adorar a obra hehe.
comentários(0)comente



Andressa 02/11/2022

Valeu a pena conhecer??
Decidi ler este livro depois de ter achado ?A Normalista? (Do mesmo autor ), a melhor leitura que fiz no ensino médio.?? porém, naquela altura eu já não era mais capaz de conectar da mesma forma a este tipo de livro. Ainda assim, não posso deixar de dizer que valeu a pena me dedicar a um livro? com temas tão importantes.??
comentários(0)comente



Agua.morna 02/11/2022

O Bom-Crioulo ou Amaro
Conheci o livro por meio de uma aula de literatura, cogitei ler. Adolfo Caminha não decepcionou nesse. Já tinha lido outros livros do autor mas esse tem um toque especial de sentimentos que exploram a perversidade e a sagacidade humana herdada das nossas raízes mais animalescas. O final me lembrou muito A Cartomante, escrita por Machado de Assis. Recomendo muito a leitura desse livro que explora homossexualidade, possessão, ciúme e desejo.
comentários(0)comente



Giulia 01/11/2022

Contraditório & etc
Apesar de inovador para sua época, o livro é repleto de polêmicas e controvérsias. Adolfo Caminha traz um personagem negro, gay, ex escravo (ligeiramente longe de ser ex) como personagem central da história, o que trouxe muita polêmica perante a época que foi publicado, em 1895. O relacionamento pederástico entre Amaro e Aleixo traz diversos questionamentos ao leitor, não tem como não estranhar e ficar atento a esse ?romance?, que de romance não tem nada, visto que Aleixo foi vítima de um abuso sexual, e isso está claro em vários momentos que o grumete fica desconfortável, principalmente nas partes íntimas dos dois. Não só por parte de Amaro, mas o menino também é sexualizado por Dona Carolina, amiga de Amaro, e o fato dos dois (Amaro e Carola) terem total consciência de que ele é apenas uma criança torna tudo um caos. Partindo para outras questões como raça e exploração do trabalho, é inegável que Bom Crioulo também é vítima de um sistema, que apesar de pós abolicionista, não o tornou igual aos outros. Por ser detentor de um porte físico robusto e forte, Bom Crioulo foi vítima de um trabalho explorado durante anos, até castigos mais severos sofreu por ter esse porte. De fato o livro contém influências positivistas e naturalistas, a influência de Charles Darwin pode ser vista em diversas passagens do livro. Enfim, cansei de escrever. O final achei muito rápido e como sempre o negro foi o ?culpado?. Por que logo um negro africano tinha que ser tão violento em Adolfo Caminha? Fica aí o questionamento.
comentários(0)comente



bruna.nosferatu 24/10/2022

Impactante e polêmico
É preciso analisar de forma crítica a homofobia, a desumanização e o racismo contidos no livro. De forma geral, vejo que o autor foi bem imparcial ao escrever, ao contrário do que muitos falam de o livro só destilar preconceito gratuito. O livro é bem antigo, de 1895, e é característica típica do naturalismo essa escrita nua e crua, por vezes animalesca, apresentando especialmente o lado mais marginalizado da sociedade.

Vejo que Adolfo Caminha estava apenas apresentando a forma como a sociedade da época via pessoas e comportamentos tidos como "fora da normalidade" ou "impuros". O autor é capaz de exaltar o protagonista Amaro, o "Bom-Crioulo", em uma linha e depois desumanizar na outra. Descreve Aleixo como uma mulher na presença de Amaro e como um homem perto da portuguesa Dona Carolina, essa personagem também é escrita de forma antagônica à sua maneira. É problemático sim! Mas tem uma função narrativa dentro do contexto e nos desperta algo! São arquétipos muito complexos e os personagens são apresentados da forma como são majoritariamente vistos pelos outros. Também não vou dizer que é uma história 100% isenta, talvez o autor acreditasse em umas coisas absurdas descritas mesmo, apesar de ser um abolicionista.

Mas para salvar a relevância e o legado desse livro, dá pra construir uma reinterpretação baseada contexto atual imaginável. Este não é um livro bonitinho e nem agradável de se ler em muitos trechos. Ao contrário do que muitos fazem parecer, a literatura, assim como a arte em si, não existe para ser necessariamente agradável. É comum que um escritor queira alcançar outros objetivos além do entreterimento ou da estética, muitas vezes, objetivos críticos e reflexivos. Em outras palavras: nos deixar com "aquela pulga atrás da orelha".

As problemáticas do livro podem ser questionadas, reinterpretadas ou até condenadas, mas nada disso anula a importância deste, que é considerado o primeiro livro brasileiro a abordar a homossexualidade na temática principal, e interracial e o primeiro protaginista preto e homossexual. Além de também agregar na outra outros temas, mas não menos importantes, como racismo, miséria e pobreza. A escrita é fluída e cativante, pouco se fala sobre as descrições dos ambientes da história, eu consegui imaginar cada local, cada personagem e cada sentimento, é super bem escrito. É uma história muito bem contada para tão poucas páginas, você não consegue parar de ler até saber o desfecho.

Assim, muitas obras polêmicas desse tempo, deve ser lido com sangue de barata, de forma crítica, a fim de querer construir uma discussão em cima disso e não apenas agir como cancelador de twitter. Acredito que já conseguimos filtrar o que ficou ultrapassado e o que permanece atual e relevante e muitas obras são dúbias nesse sentido, como "Bom-Crioulo". É apenas uma questão de história, como uma janela para outro tempo. É muito fácil apenas condenar uma obra julgando-a com o nosso olhar "imaculado" do século XXI.
comentários(0)comente



204 encontrados | exibindo 46 a 61
4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR