Terra sonâmbula

Terra sonâmbula Mia Couto




Resenhas - Terra Sonâmbula


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Marta 28/02/2023

“Os sonhos são cartas que enviamos a nossas outras, restantes vidas.”
Terra Sonâmbula é um romance do escritor africano Mia Couto, que foi publicado em 1992. É considerada uma das melhores obras africanas do século XX. O título da obra faz referência à instabilidade do país e, portanto, à falta de descanso da terra que permanece “sonâmbula”. A realidade e o sonho são dois elementos fundamentais na narrativa. Terra Sonâmbula é um romance que considero mais complexo do que os outros livros de Mia Couto que li. A história começa com o menino Muidinga que perdeu a memória e o seu protetor, o velho Tuahir, andando a esmo por uma estrada deserta em busca dos pais de Muidinga. Quando eles se deparam com um ônibus queimado que foi abandonado, eles resolvem ficar nesse ônibus já que não têm casa e no ônibus, pelo menos, ficam abrigados do tempo. Ali, Muidinga encontra vários cadernos escritos à mão que compõem o diário de outro menino chamado Kindzu. Todos os dias, Muidinga lê em voz alta um trecho dos cadernos. E, através das histórias de Kindzu, Muidinga e Tuahir conseguem suportar melhor a vida em uma terra sem esperança, onde não há casa e nem comida. Mia Couto usa de fantasia e surrealismo para compor, na verdade, duas histórias que correm paralelas, a de Muidinga e a de Kindzu. Existe um trecho em que o pai de Kindzu pergunta o que ele está escrevendo. E Kindzu responde que não sabe. Que vai escrevendo conforme vai sonhando e que talvez algum dia alguém possa ler os seus cadernos. Quando então seu pai diz que é bom ensinar alguém a sonhar. Essa é a beleza do significado da literatura que Mia Couto propõe. Essa possibilidade de viajar para uma realidade mais amena, menos sofrida em que se possa sonhar. A literatura ensina a sonhar. Recomendo esse livro, mas para aqueles que gostam de uma leitura que lembra a linguagem de Guimarães Rosa, seu jeito de escrever.
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Nay 28/02/2023

Segundo livro do Mia Couto que leio e já me tornei fã. Eu amo a escrita poética do autor. É impossível ler sem querer grifar alguma frase.

Porém, confesso que ainda prefiro ?a confissão da leoa?.
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Caique28 26/02/2023

O livro que me refez leitor
Iniciei sem grandes pretensões, não Lia nada há anos e Mia Couto era um autor estranho para mim.

Cerca de um mês depois tenho a certeza de ter lido e sentido as emoções e palavras mais lindas e tristes que meus olhos já viram.

Recomendo muito e pretendo ler mais da obra de Mia Couto.
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Viviane.Fernandes 21/02/2023

Terra Sonâmbula
Terceiro livro de 2023: ?Terra Sonâmbula? de Mia Couto: conta a história do menino Muidinga e do velho Tuahir, que acham abrigo em um machimbombo (ônibus) abandonado na estrada, fugindo da guerra civil em Moçambique. Muidinga acha os cadernos de Kindzu, morto na guerra, cujos relatos estão relacionados ao passado dele. Mia Couto escreve com um olhar lírico e através dele, conhecemos elementos da cultura do seu país.
Sem eu saber que Mia Couto tinha em Guimarães Rosa uma de suas influências mais importantes no estilo de escrita, não pude deixar de fazer essa associação enquanto lia Terra Sonâmbula, lembrando de ?Manuelzão e Miguilim?.
Uma poesia em forma de prosa... deliciosa a forma de escrever de Mia Couto. Primeiro livro dele de vários que irei ler, sem dúvidas!

Trechos do livro:

?Mas a morte é um repente que demora.?

?A riqueza é como o sal: só serve para temperar.?

?Lembrei as palavras de Surendra: tinha que haver guerra, tinha que haver morte. E tudo para quê? Para autorizar o roubo. Porque hoje nenhuma riqueza podia nascer do trabalho. Só o saque dava acesso às propriedades. Era preciso haver morte para que as leis fossem esquecidas. Agora que a desordem era total, tudo estava autorizado. Os culpados seriam sempre os outros.?

?Foi por isso que fizeram esta guerra, para envenenar o ventre do tempo, para que o presente parisse monstros no lugar de esperança.?
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Terra 20/02/2023

Terra sonâmbula
O livro acompanha Muindinga e o velho Tuahir durante a guerra civil de Moçambique, ao se abrigarem em uma ônibus eles encontram os diários de Kindzu.
O livro é bem interessante, principalmente quando ele retrata cenários tradicionais moçambicanos. Inclusive nessa edição tem um glossário no final!
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Tainá 14/02/2023

QUE LIVRO! Na sinopse está escrito que é considerado um dos melhores livros africanos do século XX e essa já é a melhor descrição possível.
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Vanessa453 14/02/2023

Terra Sonâmbula é um romance de Mia Couto, publicado em 1992, que faz uma panorama de Moçambique após anos de guerra civil no país. Na narrativa, os personagens vagueiam entre o sonho e a realidade em meio a devastação causada por diversos conflitos armados ocorridos em Moçambique. O autor se utiliza de recursos linguísticos que podem deixar a leitura um pouco densa e confusa, porém a narrativa transcende o roteiro através de diálogos criativos.
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bruna 12/02/2023

Terra sonâmbula
Lindo e doloroso. a escrita poética do mia couto e o realismo mágico trazem algo inexplicável e incrível à narrativa, resultando em uma mistura gigantesca de emoções ao ler sobre um país e personagens que estão em construção, mesmo diante de tantas adversidades. a cultura moçambicana, as lendas e mitos permeiam toda a narrativa e mergulham o leitor naquele cenário. a troca de narradores e as histórias particulares de cada personagem ressoam entre eles, havendo diálogos entre cada indivíduo e entre as próprias experiências, o que torna a leitura ainda mais instigante e deixa clara a importância da valorização da história individual e coletiva.
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Cris609 01/02/2023

Forte e poético
Achei extremamente incrível a forma de escrita do autor, Terra Sonâmbula é poesia da cabeça aos pés. É história contada com delicadeza e é bonito ver as diferenças, a cultura, os detalhes.
Certas coisas me incomodaram a ler mas fui ignorando elas e nem vou comentar kakskak.
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Tori 01/02/2023

"Em terra de misérias um pequeno nada é olhado com muita inveja."
A história se passa pós a guerra civil moçambicana e retrata bem o cenário de um país instável e em recuperação. A questão cultural também é bem trabalhada e o autor valoriza muito a identidade nacional.

Além disso, há um realismo mágico e um mistério que só é descoberto por completo no final do livro. Vários elementos ao longo da história vão se conectando e dando sentido a reviravolta final. Eu gostei dos vários personagens sendo interligados e trazendo a visão completa dos acontecimentos.

Enfim, não é meu estilo de leitura, mas eu gostei dessa imersão cultural e histórica.
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Gabs 31/01/2023

"Se dizia daquela terra que era sonâmbula."
E foi simples assim.

Foi o primeiro livro de autor africano que eu li e foi incrível.

Eu tenho muitas coisas pra comentar sobre a experiência, peço perdão adiantado pelo tamanho do texto e forte abraço

Uma sinopse rápida: Terra Sonâmbula conta a história de um menino (Muidinga) e um velho (Tuahir) em fuga de uma guerra acontecendo em Moçambique, quando encontram abrigo nos restos de um ônibus carbonizado e repleto de cadáveres. E em um desses cadáveres Muidinga encontra uma maleta contendo 11 cadernos que contam a história mágica e repleta de fantasia de um rapaz chamado Kindzu.

A premissa já é original por si só e pelo menos no meu caso despertou muita curiosidade, o que me convenceu a comprar o livro (junto com uma resenha muito boa aqui do skoob mesmo). Eu descobri só um tempo depois que foi leitura obrigatória da fuvest ano passado, meus parabéns aos envolvidos. Fico feliz com esse tipo de literatura sendo valorizado dessa forma e em um vestibular tão reconhecido.

Por Moçambique ser outra galera lascada que teve o azar de um dia cair nas mãozinhas gordas de Portugal, lá a língua oficial também é o português. Resolvi acrescentar isso na resenha pq eu tenho uns vergonhosos 16 anos nas costas e não fazia a menor ideia, ora poix (desculpa). Mas eu realmente acho que vale a pena ler por causa disso, pq o dialeto deles é muito rico. Muito recheado de cultura. Inclusive, no final do livro tem um glossário por conta de algumas palavras que aparecem na história e que não existem no pt-br. A experiência de conhecer uma variação tão linda da nossa língua valeu tanto quanto ler a história toda. A narrativa mostra muita resistência à colonização em vários momentos, mas o dialeto repleto de "africandades" ? que é um termo utilizado pelo próprio autor ? é pra mim a resistência mais bonita.
(Aliás, alguns diálogos chegam até a ser engraçados por causa do vocabulário. Sabia que existem verbos como lengalengar ou matabichar? Pois é.)

Durante a leitura você vai encontrar muitas referências a lendas e mitos africanos, mas adianto que eles não são confusos de entender. Falo isso até pq não tenho nenhum tipo de estudo em mitologia africana ? na verdade, em cultura africana no geral ?, mas mesmo assim não me senti perdida. Aliás, aproveitando o embalo, esse livro abriu os meus olhos para uma vertente belíssima da literatura que eu preciso conhecer mais a fundo. Eu sempre tive vontade de mergulhar em alguns clássicos "diferentões", como os russos, por exemplo. Mas ter começado por aqui serviu uma parte impactante da história do mundo que não recebe a valorização que tanto merece. Moçambique foi só o começo. Eu quero ler a África toda.

E sim, assim como eu falo em praticamente qualquer resenha ou histórico, o tópico de família sempre me atinge com força. Muidinga e Tuahir podem não ter laços de sangue, mas ensinam muito sobre o que é ser família e lar de alguém. Fiquei sensível e emocionada em praticamente todos os capítulos deles, cheguei a preferir a história desses dois do que a do próprio Kindzu (que é basicamente o carro-chefe do livro). E todo o cenário em que eles vivem, cheio de guerra e miséria, nos desperta pra uma realidade terrivelmente triste, mas que está logo ali.

Não é um livro fácil. É lindo, é uma obra de arte, mas também é cruel e voraz. É amargo. Retrata cenas nada bonitas sobre fome, pobreza, suicídio, estupro, racismo e mais tantos outros gatilhos. Eu não sei a classificação indicativa ao certo, mas eu chutaria +16.

Foi uma aventura boa até demais. Meu primeiro livro do ano, que li com calma e aproveitando cada palavrinha, porém com um certo desespero hoje pois já é dia 31 e eu queria terminar antes da virada do mês. E eu consegui!

Eu queria encerrar essa resenha com algo peculiar que eu senti durante a leitura: que o livro envelheceu no processo. Nada sobre isso foi mencionado, mas pareceu que a escrita de repente se sacudiu e passou pela transição da infância até a vida adulta diante dos meus olhos. E no fim adormeceu, sentindo o peso da velhice e deixando suas palavras voarem enquanto ele ficava e me deixava esse buraco no peito. Acho que, assim como Matimati, talvez a narrativa de Terra Sonâmbula seja sonâmbula também. Quem sabe?
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rafaela144 31/01/2023

"porque esta guerra não foi feita para vos tirar do país mas para tirar o país de dentro de vós. Agora, a arma é vossa única alma. Roubaram-vos tanto que nem sequer os sonhos são vossos, nada de vossa terra vos pertence, e até o céu e o mar serão propriedade de estranhos."
uma escrita muito diferente do que eu estou acostumada, mas que depois de um tempo me prendeu e me fez entender porque esse livro é citado por tantas pessoas.
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BJekyll0 31/01/2023

O Destino o que é senão um embriagado conduzido por um cego?
Assumo que levei muito tempo para criar coragem para ler este livro. É uma dessas obras que revira seu estômago.
A genialidade nas construções de Mia Couto são absurdas. Ele poetiza com tanta sutileza a dor e a morte que elas parecem o fim mais desejado. Da mesma forma que ele pinta a guerra, a fome, a solidão e o abandono com tanta dor que parece que aquelas páginas são você.
Eu amo quando as histórias se entrelaçam e não é meu objetivo dar spoiler.
Mas dois viajantes solitários buscam refúgio em seu próprio silêncio e encontram um ônibus queimado e abandonado. A terra atingida pela guerra dorme ou está morrendo? As pessoas morrem e não morrem. E a única coisa que ajuda os viajantes a ignorar a morte e a fome são os cadernos escritos encontrados em uma mala no ônibus. As histórias se misturam, se completam. Por momentos tive que parar a leitura por não conseguir digerir tanta dor.
Que livro fantástico, Daqueles que deixa um vazio.
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JAlia.Chiconatto 30/01/2023

Um clássico, história extremamente informativa sobre a história e cultura Moçambique, com personagens diferentes entre si e um final surpreendente...
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may.web 30/01/2023

"O melhor da vida é o que não há-de vir"
Não sei nem dizer tudo o que senti durante esse livro. Um dos livros mais bonitos que já li, toda a magia por trás dos episódios me aquece o coração. Fiquei encantada pela escrita, pela história, pela representação da cultura, pela sensibilidade, o significado, tudo. Ficará pra sempre no meu coração.
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