Resenhas - A Abolição do Homem

Jairo 06/05/2021

Uma obra espetacular de Lewis!
Lewis é um dos meus escritores favoritos, pois suas obras são simplesmente fantásticas! ?A abolição do homem" trata-se de uma crítica ao relativismo e a incansável busca do Homem pelo poder. Lewis reforça a importância dos valores morais e o cultivo da sensibilidade nos seres humanos.


P.S.: queria ressaltar a incrível escrita de Lewis, que faz com que a leitura seja tão deliciosa quanto um bolo de chocolate.

Beatriz.Nascimento 24/03/2021

ATENÇÃO! NÃO LEIA!
Minha capacidade de escrever resenhas é um pouco melhor do que criar títulos, e esse foi pensado justamente para chamar atenção do caro leitor para o que escrevi. Depois de ler algumas resenhas percebi que poucas pessoas conseguiram se aprofundar na obra, e de fato é uma obra que precisa ser digerida aos poucos.
Confesso que tive uma certa dificuldade para entender algumas partes, mas isso só me faz saber o quão real são as críticas presentes neste livro.
Lewis inicia a obra analisando um certo livro didático que recebera, o qual chama de “livro verde”, escritos por dois ‘fulanos de tal'. A partir de alguns trechos ele observa que o livro busca valorizar a ciência mas não valoriza questões morais humanas, sendo então um livro cético e bruto, ligado à uma ciência seca, ainda que não vazia. Com isso, percebe-se que o livro não realiza as funções na qual fora criado para fazer, ainda que “a tarefa do educador moderno não é derrubar florestas, mas irrigar desertos. A defesa certa contra sentimentalismos falaciosos é incutir sentimentos corretos.”
Na minha humilde opinião a grande maioria dos livros didáticos mais atuais tiram a sensibilidade e/ou induzem uma secura científica na nossa educação com seus novos valores modernos, a tal inovação.

Talvez o leitor se veja em confusão no início do livro mas, peço que isso não seja motivo de rejeitar a obra ou até mesmo desistir pela metade. Não se cobre tanto, vá comendo pelas beiradas, garanto que até o final, tudo estará claro. Não falo isso no sentido de que o livro seja ruim, de forma alguma, é de uma riqueza imensurável, mas minha capacidade de analisar Lewis é reduzida, e esse fato pode ser claramente relacionado ao assunto da obra. Não a minha capacidade de fazer análises, obviamente rsrsrs mas o fato de nossa geração, bem como as vindouras estarem sendo abolidas, anuladas de suas capacidades naturais. Quando digo ‘naturais’ não me refiro ao ‘impulso’ tratado no livro, mas a natureza, o inato.

Lewis usa o livro verde, bem como as exposições um tanto subjetivas de Gaio e Tito (os fulaninhos de tal) apenas como uma forma de chegar ao assunto central do livro, que certamente não irei expor nessa resenha, apesar de ter ressaltado pontos importantes. Tudo que posso dizer é ...e assim finalizo, “Abolir a moralidade é abolir o próprio homem”.

Ana Bernhard 22/01/2023

O resultado da relativização da Verdade
"Criamos homens sem peito e esperamos deles a virtude e a iniciativa. Zombamos da honra e ficamos chocados ao encontrar traidores em nosso meio. Nós os castramos e exigimos dos castrados que sejam frutíferos."

Essa leitura foi muito especial pra mim, pois tem muito a ver com as ultimas quatro leituras que fiz esse mês!

O tema central do livro é sobre os princípios universais que temos, como eles tem sido relativizados e as consequências que isso trará para a humanidade (culminando na "Abolição do homem").

O livro foi escrito em 1944, e muito do que ele diz de maneira "profética" nós ja podemos observar nos dias de hoje em 2023.

Minha leitura anterior a essa foi "O Manifesto do partido comunista" de Marx e Engels, que de forma surpreendente defende em muitos momentos a dissolução do pensamento e de princípios importantes pra nossa sociedade como meio para se obter uma "sociedade ideal". Ler em seguida o A Abolição do homem me viu que não estamos muito distantes de chegar nesse fim.

Duda Nascimento 04/05/2020

Um comentário fantástico
Particularmente achei um livro difícil de ler e não posso dizer que compreendi cem por cento dos raciocínios, mas é de uma sabedoria inquestionável. Daqueles livros que te prendem, porque você entende que é necessário.

almeidalewis 24/03/2022

Educação, bases e rumos da humanidade
Reflexões, análises e críticas ao rumo da base que a educação moderna ( da sua época ) estava tomando. Se faz presente uma comparação entre a educação moderna ( É possível nivelar a realidade externa de acordo como que o ser humano sente ) X Clássica ( Nivela o sentimento de acordo com o Tao )

Tao : origem chinesa uma espécie de ordem harmonia, valores objetivos universais.

O relativismo dos valores em detrimento do Tao ( lei Natural ) tendo por consequência a quebra do consenso, no entanto essa relativização levaria a destruição e ocasionaria na abolição da civilização e do homem ( no caso como nós conhecemos de humanidade ) .sob a ordem natural se construiu a civilização, se chegou até aqui por conta dessa ordem.

Bem não tenho a pretensão de colocar tudo em palavras, pois o assunto é denso de colocar em texto e nem esgotar o assunto/crítica.

Curiosamente o livro escrito nos idos de 1940 parece que foi escrito para essa nossa modernidade contemporânea educacional do presente. É uma obra bastante discutida por educadores e curiosamente foi a obra que Lewis mais gostou de escrever, o próprio referiu isso em uma entrevista.

Deborarr 03/12/2022

É impressionante e incrível ver o caminho que Lewis segue em seus livros, ver a conexão entre eles. Tudo o que ele explica em Cristianismo Puro e Simples está ilustrado aqui! O evangelho analisado por um estudioso como Lewis, caaaara isso é magnífico.
Tudo o que ele mostra em seus livros é um evangelho de anulação ? o homem se anula para que DEUS cresça e apareça. Tudo mostra o quão maravilhoso é Deus. Isso tudo sobre o que ele fala e chama de Tao já nos é intrínseco, e não há como negar a existência de alguém tão maravilhoso e misericordioso.
A Abolição do Homem mostra muito do que estamos fazendo de errado nos dias de hoje, e ler estas páginas abriu meus olhos pra muitas coisas, mas eu tenho a esperança de que as pessoas sejam capazes de enxergar tudo isso e pensar por si mesmas e espero que não se percam no caminho.

Maiara.Souza 22/12/2020

Não entendi nada!! Rsrs
Não que o conteúdo não seja bom. Ao contrário, porém, Lewis tá abordando um tema em uma época com uma situação em que fica difícil entender mais ou menos o que exatamente ele quer passar no livro.

Heidi Gisele Borges 02/10/2021

C.S. Lewis é certeiro ao falar sobre o mundo.

Destaco algumas frases:

"Produzimos homens sem peito e esperamos virtude e iniciativa. Caçoamos da honra e nos chocamos ao encontrar traidores entre nós."

"Pois o poder do Homem para fazer de si mesmo o que bem quiser significa o poder de alguns homens para fazer dos outros o que bem quiserem."

O livro é de 1943 e não poderia ser mais atual.

Thaiane.Rufino 30/03/2021

A educação moderna tem perdido muito da virtude. Vivemos em um século (e país) que uma educação de qualidade é quase impossível de se encontrar. O belo e a honra não é mais visto como algo a ser cultivado. A razão, pior ainda. O sentimentalismo tomou conta. Removeram a razão e esperam que pensem. És a piada.
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"Em uma espécie de ingenuidade macabra, removemos o órgão e demandamos sua função. Criamos os homens sem peito e esperamos deles a virtude e a iniciativa. Zombamos da honra e ficamos chocados ao encontrar traidores em nosso meio. Nós os castramos e exigimos dos castrados que sejam frutíferos."
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Abolição do homem, pág 30.

Miguel.Moreira 02/02/2024

A Abolição do Homem – C. S. Lewis
Publicado em 1º de janeiro de 1943, C. S. Lewis aborda a perda do espírito na educação moderna, e nos apresenta os problemas desencadeados dos erros pós-iluministas que geraram uma crise de teleologia (ciência das causas finas).

Somos levados a refletir sobre essas ideias pós-modernas que contaminaram a educação, gerando homens fracos que negam a Lei Natural (Tao), e que rejeitam toda a tradição ocidental. Vale lembrar que o público-alvo é a população ocidental, mas para não excluir ninguém da possibilidade de salvação, ou então gerar críticas de que ele é eurocêntrico, Lewis relaciona as verdades universais de diversas culturas, e faz uma espécie de sincretismo moral entre as culturas, e adota o termo oriental para definir Lei Natural, o tal do Tao. O autor nos mostra que as virtudes mais nobres do ser humano é algo universal, pois o Tao está presente em todas as tradições.

A velha educação tinha como objetivo ensinar o aluno a pensar, ensinar a busca pela verdade, em outras palavras, ensiná-lo a ser humano; um paralelo é um pássaro que ensina o filhote a voar.
Já a nova educação tem o objetivo de tornar o aluno um militante, com ensinamentos seletivos, cheios de omissões e distorções da realidade; é um ensino propagandista, que condiciona o aluno para uma determinada ideologia.

Com a negação dos valores, o homem se torna fraco, e a guerra exige que ele tenha forças para enfrentar fisicamente e psicologicamente, mas como cultivar virtudes quando se foi educado, desde criança, a negá-las? O homem se torna estéril.

A figura do Inovador defende o progresso, mas para tal ambição é necessário um ideal fixo. Ele crê que o progresso é o ponto mais elevado da civilização, mas há uma diferença entre o progresso que defendem e o progresso real (que seria aquele dotado de virtudes, lealdade, temperança, coragem etc.); acredita que o progresso é inevitável, mas ao mesmo tempo luta, grita e espuma por ele, de forma extremamente imperativa e totalitária. O ponto mais absurdo que defende é a obediência aos nossos instintos, e critica quando alguém é senhor de suas paixões; o autor está, claramente, falando da revolução sexual.

Essa entrega às paixões é justamente o oposto do que o ser racional é, pois o que nos diferencia dos outros animais é, justamente, a capacidade de pensar e a de controlar os seus instintos. Lewis defende que o Tao é a única fonte de todos os juízos de valor, principalmente os valores ligados à Razão. Portanto, a Lei Natural é a base da sociedade humana que rege o mundo, sua negação se dá por ignorância ou más inclinações.

A razão pela qual Lewis defende a tradição é justamente pela liberdade, pois ao abolir a tradição e negar o Tao, o ser humano está propício a ser manipulado de forma mais eficaz. Em complemento ao livro anterior (As ideias têm consequências), é o retrato do imediatismo, no auge da Segunda Grande Guerra as pessoas estavam tão fissuradas pelos acontecimentos catastróficos, vomitados pela mídia da época, e ignoravam a origem da guerra em si; Lewis vai contra a manada e contra a audiência com esta obra e descreve de forma simples, porém com muitas minúcias e muita riqueza e esclarecimento.

O homem tem o poder de manipular outro homem através da educação e da cultura, ou seja, o Estado tem as armas para condicionar uma população inteira para onde quiser, através da manipulação. Lewis cita que a resistência ao Estado é a família que vive longe dele, no contexto, os camponeses (As crônicas de Nárnia mostram muito bem o heroísmo de uma minoria reacionária). Uma arma citada como meio de domínio é o uso de métodos contraceptivos, em meio à revolução sexual: se usados unicamente como métodos contraceptivos, estão simplesmente negando a vida; mas há um outro uso dessa arma contra a civilização e a liberdade, pois com os métodos contraceptivos é possível selecionar quem vai nascer e quem não vai, algo muito parecido com o conceito de raça ariana.

Lewis finaliza o livro com uma lição para combater de forma real essa tentativa de abolição do homem, que é o cultivo do conhecimento, autodisciplina e virtudes, pois “a descoberta da virtude leva ao conhecimento natural de Deus”. As virtudes cardeais são: Temperança, Coragem, Justiça e Prudência; isso fornecerá a verdadeira liberdade ao homem, e para isso é necessário cultivar o primeiro princípio da Lei Natural, que é o valor à vida.

Uma obra necessária, não é uma leitura muito fácil, mas nada que as anotações não resolva. A tradução está um pouco estranha, mas compreensível (talvez isso tenha dificultado um pouco o andamento).

Felipe.Teixeira 19/05/2020

A conquista final do Homem revelou-se a abolição do Homem.
? O impulso de me coçar ao sentir inquietação quando sou assaltado por dúvidas profundas é imune ao solvente que é fatal à minha justiça, à minha honra ou ao cuidado com a posteridade?
Simplesmente cirúrgico acerca das investidas contra os valores morais absolutos.

Talita 06/04/2023

Li o livro e só vi palavras, parecia muito interessante, mas entendi quase nada, pelo pouco que eu entendi do conteúdo conseguia entender o que ele queria dizer.
Me senti burra muitas vezes por quase não ter entendido o livro, mas mesmo assim pretendo ler futuramente.

Poliana Calazans 26/09/2012

A sensação que fica é a de que precisarei reler se quiser entender, de maneira satisfatória, as críticas ao pensamento moderno contidas nesse livro. O que compreendi, no entanto, é suficiente para concordar com Lewis e fortalecer minhas crenças.

Que sejamos "homens" de fato, como nunca deveríamos ter deixado de ser.

Lídia 27/10/2016

Em "A Abolição do Homem", C. S. Lewis faz uma abordagem filosófica sobre as consequências da educação moderna que relativiza os conceitos da Lei Natural (Moralidade), ou, como o autor denomina, o Tao. Lewis faz uma defesa belíssima da importância do Tao no desenvolvimento de diversas civilizações (egípcia, chinesa, grega, romana, judaica, cristã e aborígenes) e mostra que mesmo vindas de épocas e regiões diferentes, todas tem leis naturais em comum. Eliminar da educação os preceitos do Tao em prol de seguir os Instintos (sempre em conflito) e uma pretensa racionalidade, terá como consequência uma geração de indivíduos dominados por uma minoria de Manipuladores. Abolindo-se o Tao, a essência humana se perde a cada geração. A conquista final do homem sobre a Natureza (Humana), será, enfim, a sua destruição.
Uma obra completamente atemporal, "A Abolição do Homem" é um livro que todos deveriam ler e refletir.