Luan 29/03/2015
Poderia ter sido épico - Dashner perdeu uma grande oportunidade!
A premissa de Ordem de Extermínio foi a que mais me entusiasmou na série Maze Runner, depois, claro, do primeiro volume – Correr ou Morrer. Saber como tudo havia começado, o que de fato aconteceu antes do labirinto me despertou bastante curiosidade e uma certa expectativa, visto que o segundo e o terceiro volumes da série me decepcionaram um pouco.
Mas não foi bem assim. Vejamos. A história narra a aventura de Mark, Trina, Lana e Alex, os principais personagens e quase únicos nesta obra. Eles presenciaram o início de tudo. Os primeiros ataques solares que iniciaram a destruição do planeta. A inundação do mar em terra firme. A busca por sobrevivência. Pela necessidade, os moradores passaram a se organizar em grupo. Um ajudando o outro e todos tentando sobreviver.
Mas o livro começa e estamos em um dos vários assentamentos que existem, onde estes sobreviventes tentam manter um pouco da dignidade que ainda resta. E a aventura inicia de fato quando um Berg começa uma série de disparos a este refúgio de sobreviventes. Neste ataque, parece claro que o objetivo é matar o máximo de pessoas possível disparando dardos.
A partir daí os protagonistas iniciam um busca para entender o motivo dos ataques e quem são os responsáveis. Obvio que vai ter muito sangue, luta, perdas e algumas revelações. Mas nada perto do que eu realmente esperava. Ordem de Extermínio me deixou até certo ponto decepcionado por dois motivos.
Inicialmente, eu acreditava que a história retrataria o início de tudo, mas focando principalmente no CRUEL e na construção do labirinto. Mas isso praticamente é ignorado. É lembrado no início e no fim. É óbvio que toda a história narrada vai desencadear a construção do labirinto, a criação do CRUEL, a necessidade de testar os jovens e afins. Mas isso fica apenas implícito nas entrelinhas nas últimas páginas.
Me decepcionei também, porque, assim como nos dois volumes anteriores, o autor cria muita ação para movimentar o livro e evitar que ele caia no marasmo. Mas para que a experiência de leitura dê certo não adianta encher o livro de ação e esquecer de uma boa história com bom desenvolvimento – não estou dizendo que não é boa, só ficou aquém. As coisas acontecem e parece que nada sai do lugar – a conhecida enrolação.
Mas ok, no mais o livro é bom e cumpre seu papel. Pra mim, o ponto alto são os sonhos de mark, quando ele lembra do início da tempestade solar e realmente algo nos é revelado, além daquelas páginas de ação e luta blahhhh. Há bons personagens – não tão bons como os velhos conhecidos. De forma geral, eles não me decepcionaram. Didi, uma criança de grande importância pra história, me pareceu um pouco forçada e empurrada para que a gente aceitasse. Uma impressão, apenas.
Com quase 400 páginas, a história de James Dashner flui bem, a escrita é boa. A diagramação e revisão são satisfatórios. Mas, na somatória, ficou a sensação que, novamente, como nos outros livros, menos o primeiro, James criou uma ótima história mas pouco aproveitada. As possibilidades eram tantas para nos revelar muitos segredos do antes do labirinto e ele optou por um caminho simples e sem emoção.
Na soma total, repito, um bom livro, que, agora sim, fechou bem uma série que me cativou mas não me surpreendeu e viciou. Fico curioso e ansioso pela adaptação dos próximos livros para o cinema – porque o primeiro impressionou. E, para o fechamento da saga – vale lembrar que há um último livro, Arquivos Secretos, onde há informações secretas do CRUEL -, um livro satisfatório, que leva quatro estrelas.