Telma 05/08/2013A dicícil vida do AltruísmoComo falar de um livro MARAVILHOSO, sem recorrer aos clichês de “Ótimo!”, “Excelente!”, “Amei!”... etc?
Cara... num dá!
O livro é Ótimo, Excelente, Maravilhoso, eu Amei, Do cara....mba!
Vamos nos colocar no lugar das duas personagens centrais?
Imagine sua vida como ela é agora... e imagine a pessoa que você mais ama nesse mundo (filho, pai, mãe, amigo, marido, namorado, cachorro, etc).... Agora imagine que essa pessoa é roubada de você! Sequestrada! Você vai à polícia que não lhe dá crédito. Você sequer tem pistas de onde começar a procurar. O relógio vai passando e suas chances diminuindo. Nenhum sequestrador lhe contata. A polícia passa a acreditar em você e lhe pinta todos os cenários possíveis (cada um mais macabro que o outro). Você não pode sucumbir ao desespero. Você tem que encontrar seu amor... que está desprotegido e quem sabe, já morto.
É muita agonia, né?
Bem, essa é Sigita. Uma das personagens que mais amei! Uma mulher forte que quando percebe que seu filho foi roubado dia a si mesma que vai matar quem fez isso (como você ou eu diria e pensaria). Mas, por onde começar? Matar a quem?
Imaginou?
Agora vamos mudar o rumo do seu imaginário:
Pense agora, na sua vida normalmente. Você é um adolescente, adulto, idoso... não importa. Pense na sua vida normalmente. Pense que uma amiga lhe pede para retirar uma bagagem da rodoviária e lhe dá a chave.
Quando você chega lá, encontra uma mala, a carrega e quando a abre, dá de cara com um menino de uns 3 ou 4 anos, drogado, nu, quase morto e que não fala sua língua. Você presta os primeiros socorros e pensa: “se eu entregar pra polícia vai ser melhor pra todo mundo, né?”... mas, afeiçoa-se ao menino e resolve descobrir sua mãe, numa fração de momento, por conta própria e, se não conseguir chamará ajuda da polícia. Você teme pela integridade física do menino. Você teme que o alguém num abrigo e ele fique ainda mais traumatizado do que você sabe que ele já está. Num ato impensado (ou talvez maternal demais) você começa a investigar de onde surgiu o menino e vê sua vida cabeça de cabeça para baixo. Começa a ser perseguida e vê que é a única a se importar de verdade com a segurança daquela criança.
Essa é minha outra heroína: Nina! Mulher de princípios! Forte (apesar da fragilidade física) e decidida, mas humana: com todos os conflitos internos que nós temos.
A vida dessas duas mulheres se esbarra durante todo o livro. O desespero de ambas, por motivos diferentes, mas girando em torno do “menino da mala” é sensível, angustiante, crível!
Esse livro trata, de uma maneira cheia de credibilidade, narrativa de primeira, Português irretocável (tradução nota 10), os sequestros que tanto ocorrer e a sensação de que tudo isso está longe de nós, quando na verdade, pode acontecer conosco a qualquer momento.
Até onde você iria para proteger uma criança que nunca viu?
Até onde você iria para recuperar seu amado filho?
Entendo toda a comoção em torno desse livro que está na lista de mais vendidos, de acordo com o New York Times. Dessa vez, não me decepcionei. Amei cada momento do livro. Cada página (pra não dizer parágrafo), repleto de ação, beleza descritiva e de “quero mais”.
Sabe aquele livro que você bebe até a última letra e já sente saudade? Esse é o livro!
Há possibilidade de arrependimento com a compra? A menos que você não goste de intensidade, complexidade e histórias bem diferenciadas das que estão na moda.
Se você procura algo diferente do modismo, inteligente, pulsante, pungente. Esse é o seu livro!
Altamente recomendado!
Quote do sentimento da mãe ao perceber que seu filho havia sido levado: (página 56)
“Não estava mais à beira do abismo. Já havia sido inteiramente engolida por ele. Porque, se Mikas não estava com Darius, com quem poderia estar?”
Quote de Nina, após encontrar e resgatar o menino: (página 172)
“Quem seria aquele menino? Nina observou pacientemente enquanto ele insistia em vestir sozinho a camiseta. Talvez tivesse sido sequestrado e trazido para a Dinamarca para ser explorado em algum esquema de prostituição ou abuso, mas por que diabos teria sido colocado dentro de uma mala e abandonado num guarda-volumes?”
Vontade de lhes dar muito mais “quotes”.
Mas vou dar-lhe um abraço carinhoso e um conselho valioso: LEIA! ;)
Obs.: Essa resenha por conter erros gramaticais e/ou ortográficos, que serão corrigidos à medida que o tempo me for permitindo.
site:
http://livrocomdieta.blogspot.com.br/2013/08/resenha-o-menino-da-mala-editora.html