Carla.Parreira 13/12/2023
Cidades de papel (John Green)...
Conta a história de Quentin Jacobsen, um jovem estudante prestes a se formar no ensino médio. O livro narra sua jornada em busca de Margo Roth Spiegelman, sua vizinha e paixão platônica, que desaparece misteriosamente, deixando apenas pistas para que Quentin a encontre. A narrativa começa com um prólogo impactante, onde Margo e Quentin encontram um cadáver em um parque próximo às suas casas. Embora esse acontecimento não tenha uma influência direta na trama, ele contribui para a construção moral e intelectual dos personagens, o que se torna fundamental ao longo do livro. Quando a história se desenrola, conhecemos Quentin, um estudante nerd e meticuloso em relação à gramática, e Margo, sua amiga de infância, uma garota popular e adorada por todos. Quentin nutre uma paixão secreta por Margo e sofre bullying por seus amigos. Em uma noite, Margo invade o quarto de Quentin pela janela e o convida para uma aventura de vingança. Quentin aceita, acreditando que essa experiência mudará sua relação com Margo. No entanto, no dia seguinte, Quentin descobre que Margo está desaparecida, faltando apenas 23 dias para a formatura. Enquanto os pais de Margo acreditam que ela apenas está buscando atenção, Quentin percebe que algo mais está acontecendo. Convencido de que Margo está morta, ele embarca em uma busca frenética por pistas, contando com a ajuda de seus amigos Radar e Ben. Durante essa jornada, Quentin se redescobre como pessoa e passa a enxergar o mundo e as pessoas ao seu redor de maneira diferente. Ele se envolve em situações inusitadas, como faltar às aulas, fingir estar doente, invadir propriedades particulares e dirigir em alta velocidade, tudo em busca de pistas que o levem a Margo. Após várias horas de viagem, e enfrentando diversos obstáculos, Quentin finalmente encontra Margo. No entanto, ele percebe que suas expectativas estavam equivocadas. Margo não deixou pistas para ser encontrada, ela apenas queria que Quentin nunca a esquecesse. Cidades de Papel é um livro repleto de suspense e mistério. À medida que as pistas são reveladas, a ansiedade aumenta. No entanto, em determinado momento da narrativa, é possível sentir certa monotonia e desejo de que a história se encerre logo. Isso ocorre devido à repetição de certos elementos e à sensação de que as pistas não estão levando a lugar algum. No entanto, quando a pista final aparece, um novo rumo é tomado, renovando o interesse pela leitura. Melhores trechos: "...Eu conhecia o truque. Era uma tática psicológica chamada escuta empática. Você diz o que a pessoa está sentindo para ela se sentir compreendida... um poema não consegue exercer sua magia se você ler apenas pequenos trechos dele... As pessoas são diferentes quando você sente o cheiro delas e as vê de perto... É muito fácil gostar de alguém a distância. Mas, quando ela deixou de ser aquela coisa maravilhosa e inatingível e tal e começou a ser só uma menina que tem uma relação esquisita com a comida, de pavio curto e meio mandona, eu basicamente tive que começar a gostar de uma pessoa completamente diferente... Eu não consigo ser você. Você não consegue ser eu. Por mais que você imagine o outro, nunca o imaginará com perfeição... Como se cada um tivesse começado como um navio inteiramente à prova d’água. Mas as coisas vão acontecendo, as pessoas se vão, ou deixam de nos amar, ou não nos entendem, ou nós não as entendemos, e nós perdemos, erramos, magoamos uns aos outros. E o navio começa a rachar em determinados lugares. E então, quando o navio racha, o final é inevitável. Quando começa a chover dentro do Osprey, ele nunca vai voltar a ser o que era. Mas ainda há um tempo entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós nos rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar uns aos outros, porque vemos além de nós mesmos, através de nossas rachaduras, e vemos dentro dos outros através das rachaduras deles. Quando foi que nos olhamos cara a cara? Não até que você tivesse visto através das minhas rachaduras, e eu, das suas. Antes disso, estávamos apenas observando a ideia que fazíamos um do outro, tipo olhando para sua persiana sem nunca enxergar o quarto lá dentro. Mas, uma vez que o navio se racha, a luz consegue entrar. E a luz consegue sair..."