Carol 28/09/2020
Real e absurdo de bom
Uma das coisas que eu mais gosto nesse livro é o quanto ele equilibra o real e o absurdo, então, vamos começar por aí. Antes de Bernadette sumir a autora prepara o solo: te coloca dentro da história, mostrando uma série de documentos que circundam a vida da família, referentes à escola que Bee frequenta, conversas com assistentes, palestras da Microsoft e mails entre vizinhas, por aí vai, e isso funciona de uma maneira genial, olhando cada documento, cada informação, você vai sentindo na pele como é difícil ser adulto, ou melhor ainda, como é difícil ser Bernadette.
Todos os personagens têm personalidade, mesmo que ela seja difícil de engolir, absolutamente adorei como Bernadette e Bee são autênticas, como um "tal mãe, tal filha". O livro faz questão que todos os personagens tenham uma história, o que pode ser meio difícil de acompanhar, mas o intuito é que, mais pro meio da história, você já está por dentro do caráter de cada personagem secundário.
As situações são extremas e lidadas de modo cotidiano, até que tudo explode e Bernadette é obrigada a sair da sua bolha pra se arriscar um pouquinho.
Assim como para Bernadette, arquitetura é para mim uma parte muito importante da minha vida. É o jeito que ela fala disso, é com uma paixão contagiante que apenas ressalta pra mim o quanto essa é uma história sensível, que se importa com cada elemento que a compõe.
Devorei a primeira metade do livro, o final do filme é melhor, o marido dela tem atitudes bem questionáveis e ninguém acaba falando sobre isso no final o que é meio revoltante. Mas tirando isso me diverti muito, ri bastante e guardo a história com carinho na minha estante.