Lari Ribeiro 24/01/2021
Uma viagem pelo mundo peculiar
Se no livro anterior, Riggs já tinha conseguido trazer uma história magnifica, nesse ele se superou de formas inimagináveis. Isso porque nesse livro ele conseguiu explorar de forma mágica o mundo que ele mesmo criou, e os personagens que ele mesmo deu vida. Você vai lendo o livro e nem percebe que já chegou em sua metade, de tão gostoso que é ler essa história.
Aqui, temos a continuidade direta do fim do primeiro livro, quando as crianças escapam da ilha. É muito legal, pois, como leitor, você não consegue imaginar como as crianças vão sobreviver, e muito menos como serão capazes de resolver os conflitos que abrangem o enredo desse livro. Mas Riggs consegue nos guiar nessa narrativa com argumentos consistentes, nos mostrando que os peculiares são mais que crianças, na verdade, como ele mesmo nos fala por meio de Emma nos capítulos finais do livro, eles não são crianças, eles são almas velhas congeladas em um corpo novo. A única criança de fato ali é Jacob, nosso caro protagonista, que também consegue nos surpreender nesse livro. Claro que de forma mais sútil do que o livro anterior.
O que mais achei legal nesse livro foi que fomos capazes de conhecer melhor todos os peculiares da Srta Peregrine, pelo menos aqueles que sobreviveram. Fomos capazes de nos afeiçoar, e até ter um favorito (no meu caso, o Millard), pois eles tiveram espaço e destaque nessa narrativa. Aqui, Jacob e Emma não eram mais os protagonistas. Eles estavam em local de destaque, sim, mas não eram os únicos. Temos a exploração maior do Enoch, do Hugh, Browyn, Ollive, Horace, e as outras fendas temporais do mundo peculiar.
Tivemos apresentações de novos personagens também, e eu confesso que gostei de todos, mas o que mais me deixou curiosa foram os gêmeos Jorel-Pattel, pela forma como foram apresentados e também pela sua peculiaridade.
------- spoiler -------------
De modo geral, eu gostei dos momentos de tensão da história e das suas resoluções. Porém, tenho apenas um ponto a criticar, e é a cena que compõe a capa desse volume. Foi uma cena muito impactante e dura, porém, Riggs quebrou toda a força dessa cena ao transformar a menina em alguém peculiar. Compreendo o porquê da escolha, no entanto, teria sido de maior valor para os personagens, e para a cena, que ela tivesse morrido empalada, e não que fosse uma peculiar e tivesse supostamente sobrevivido. Acredito que essa seja a minha única critica.
-------------- fim do spoiler -----------------
Resumindo, o livro é ótimo. Se você gostou do primeiro livro, definitivamente irá amar esse, e ficará ansioso para ler o próximo, uma vez que esse acaba de um jeito EXPLÊNDIDO.