Emmy 09/02/2021Leiam!A Menina Mais Fria de Coldtown é uma leitura certeira pra quem quer uma fantasia inebriante e viciante, do tipo que você começa a ler e não consegue soltar pela curiosidade de saber o que vai acontecer. Mas, ainda assim, se você procura um universo muito aprofundado e explicativo, esse não é o foco (aqui, a mitologia não é rasa, porém é o possível que coube em 400 páginas - e, aliás, vamos dar graças porque é a primeira vez que um livro dela tem mais de 300 páginas aleluia arrepiei).
A escrita da Holly, como sempre, é fluída e muito gostosa, que transmite sensações e te fazem ir fundo, como se estivesse lá mesmo. É rápido de pegar o ritmo e se conectar com os personagens, que, aliás, muito bem construídos.
Ainda, a Holly Black sempre tem um foco maior sobre a construção de suas protagonistas, tendo mais foco nelas e suas escolhas e consequências das mesmas do que o próprio universo. A protagonista Tana é INCRÍVEL (pelo amor, eu amo essa garota), ao mesmo tendo afligida por tudo que está acontecendo, mas corajosa e audaciosa a bixinha. E isso é outra coisa que amo dos próprios personagens da Holly: eles são humanos, eles erram e acertam, tem defeitos e qualidades, suas escolhas sempre tem uma reação e nem sempre eles vão ser frios e estrategistas em uma situação desesperadora (na verdade, muitas vezes fazem escolhas tão idiotas que você (eu) fica gritando pro livro- mas é exatamente isso: são humanos). Pra mim, Jude e Tana são os melhores exemplos disso e vou idolatrar e planfetar essas duas sempre que der.
Quanto ao romance: novamente, não é o foco, assim como em nenhum outro livro dela que eu li até agora (os 5 do universo de Príncipe Cruel e Boneca de Ossos), ele tá ali, mas é mais como um acontecimento na vida da protagonista, não é instantâneo, nem aquela coisa estranha e nem um pouco orgânica de engolir, ele se desenrola e por muitas vezes eu fiquei me questionando com quem a Tana ia acabar, isso se ela ficasse com alguém. E, sinceramente, eu criei um apego tanto pela Tana quanto pelo Gavriel e o próprio Aidan (esse malditinho q ódio kkkkk).
Por fim, como sempre, a Holly tem umas sacadas de enredo muito boas que me deixaram surtadas e com um p*ta medo do que ia acontecer, e ela é do tipo que não tem dó de personagem não (não tem UMA protagonista que vai passar na psicóloga e sair de lá com um diagnóstico de "tá tudo bem na vida", uma mais fodida que a outra).
Enfim, recomendo muito :)