Luiza Helena (@balaiodebabados) 17/09/2017Originalmente postada em http://www.oquetemnanossaestante.com.br/A Primavera Rebelde começa exatamente onde terminou A Queda dos Reinos. Esse segundo volume cumpriu bem seu papel de livro de transição, sem deixar o ritmo da história monótono. Além dos personagens já conhecidos, novos personagens são apresentados.
Ao final de A Queda dos Reinos, rei Gaius, monarca do reino de Limeros, conquistou os outros dois reinos da terra de Mítica: Paelsia e Auranos. Agora sua grande obra política é construir uma estrada que corte os três reinos, com o propósito de uni-los. Bom, pelo menos esse é o propósito que ele vende para os súditos. A verdade por trás dessa construção é a busca por elementos mágicos que estão desaparecidos há mil anos.
Diferente do que muitos pensam, nem todos estão felizes com Gaius no poder. Em Auranos temos Cleo, a herdeira legítima do trono, com sede de vingança e querendo tomar de volta o que é seu. Em Paelsia temos Jonas liderando um grupo de rebeldes com o propósito de libertar seu povo da escravidão ordenada por Gaius.
Voltando para Auranos, temos Lucia em um coma profundo, depois de ter utilizado toda sua magia na batalha para tomar o castelo de Auranos. Durante esse coma, Lucia sonha com um garoto misterioso, que parece saber tudo de sua vida, inclusive sobre sua magia. E por último, mas não menos importantes, temos Magnus ainda sofrendo por esse amor proibido que tem por sua irmã adotiva e, junto disso, a busca eterna pela aprovação e respeito do pai.
Assim como no livro passado, Jonas, Cleo e Magnus são os que têm mais destaque. Magnus ainda é em disparado meu personagem favorito por ele ser bastante real. Cleo aos poucos está me conquistando e, o que ela não tem de força física, ela compensa com inteligência e um pouco de manipulação. Jonas foi eleito, por mim, o saco de pancadas da história e ainda vai penar muito pra conseguir meu afeto. Já Lucia teve um pouco mais de destaque nesse livro, ainda assim pouco se comparado com os outros três protagonistas. Mas pelo que li sobre ela, nos outros livros o papel dela na história cresce.
Como falei no começo da resenha, novos personagens são inseridos. Dentre eles, destaco Lysandra, uma paelsiana rebelde com muita garra, força, coragem e girl power. Também destaco Melenia, uma vigilante beeeeeeeeeeeeeeeeem antiga e no melhor estilo Melisandre de ser.
O que eu mais gostei até agora nos livros da Morgan é sua escrita. Como podemos ver, temos muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e que poderia fazer com que o leitor ficasse confuso. Entretanto, a escrita da Morgan é bem direta e ágil e isso torna a leitura muito mais fácil. Por exemplo, euzinha sentei numa tarde só para ler uns dois capítulos e, uma hora depois, já tinha lido 100 páginas. OK que ajuda o fato de que eu estava sedenta para saber os babados, mas duvido se fosse uma escrita mais rebuscada isso teria acontecido.
Outro detalhe legal é o foco das descrições. A autora não se demora tanto descrevendo lugares e ambientes, mas descreve o suficiente para ajudar nossa imaginação. O foco dela mesmo são os sentimentos dos personagens, principalmente quando se trata dessa tomada de reinos.
Quando falam que essa série é Game of Thrones YA, não estão pra brincadeira. Eu não curto muito essas comparações, mas aqui tenho que dar o braço a torcer. De muitos autores de fantasia que já li, Morgan Rhodes é uma das poucas que não tem medo de passar a ceifa nos personagens. Quando eu digo que se espremer esse livro, jorra sangue, eu não estou de brincadeira. São mortes, mortes e mortes, e até um casamento à la Casamento Vermelho.
Como podem ver, A Primavera Rebelde não caiu na maldição do segundo livro. Nele já temos algumas ideias de como seguirá a história daqui pra frente e estou super ansiosa para ler A Ascensão das Trevas.
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