ELB 13/02/2017
Every Little Book
O que dizer dessa continuação?
A história continua de onde parou no livro um. Mas nesse livro, temos uma mudança da dinâmica do enredo. Eu esperava mais ação, e uma avançada melhor na história e nos reinos. Mas mesmo assim, não deixou de me surpreender.
A trama se foca na construção da estrada, que ligará os três reinos passando pelas Montanhas Proibidas e que levará até a tétrade. Munido de uma nova conselheira, a qual lhe visita em sonhos, O Rei Sanguinário está determinado a seguir tudo o que ela diz para atingir um poder supremo, onde ele é o único governante. Mas essa conselheira pode não ser o que parece, e apenas está o usando para seus próprios planos, que é a volta da magia, independente das consequências.
Cleo continua presa no castelo, mas ainda com a ideia de recuperar seu reino. Totalmente a merce dos planos do Rei sanguinário, ela se vê casada com a pessoa que mais odeia. Em uma mudança drástrica de planos e sentimentos, será que Cleo conseguirá colocar seus planos em ação?
Magnus se vê envolvido cada vez mais nos planos do pai, enquanto tenta mais do que tudo não ser igual a ele, mesmo que os atos se assemelhem, e as comparações sejam inevitáveis. Será que vale a pena tanto sangue por um poder maior?
Jonas continua sua saga para livrar seu povo desse rei enganador. Agora, líder dos rebeldes, ele terá que tomar decisões que podem afetar a todos. Ao mesmo tempo em que tenta entender inesperáveis sentimentos por uma pessoa que nunca imaginou sentir isso.
Lucia também trava uma batalha entre seu lado bom e mau, conforme sua magia desperta e se eleva, sem o anel para controlar o seu poder, ela corre o risco de se perder e enlouquecer. Pior do que isso, é se tornar uma pessoa pela qual sente gosto pela morte e sofrimento das pessoas.
Mais uma vez, cada um dos personagens possuem suas próprias batalhas, mas seus caminhos não deixam de se cruzar em uma emocionante montanha russa de emoção e reviravoltas.
A diferença desse livro do anterior, é que nesse temos um foco maior nos personagens, na construção do carácter de cada e no que provavelmente vão ser no decorrer dos próximos livros. Isso realmente me pegou, porque alguns personagens que eu havia já caracterizado, mostraram nuances que não estavam lá, e isso te leva a pensar se você o colocou no lado certo da batalha. Se realmente, aquele personagem é aquilo que apresenta ou tem mais por baixo das máscaras. E isso se mostra bem pela narração intercalada dos personagens, cada envolvido nesse livro, tem uma voz para contar sua versão das coisas.
Outra coisa que me surpreendeu, foi as insinuações de romances, ou mesmo mudança de comportamento de alguns 'casais'. Eu não achei que a autora iria focar muito nesse tema, apesar de eu achar que sim, teria um casal principal. Mas essa mudança, só deixou o livro mais real para mim, porque na guerra os sentimentos estão a flor da pele, e não se consegue controlar as emoções e podemos até mesmo confundi-los com outros. E foi isso que aconteceu aqui, e achei um toque bem realista da autora, porque nós não estamos lidando com adultos, os personagens são novos, e fáceis de serem enganados e manipulados. A falta de experiência na vida, se mostra um pouco na personalidade de cada um.
Eu questionei algumas das ações da Cleo ou mesmo do Jonas, e o enredo que não evoluía onde eles estavam em causa, mas cai no mesmo raciocínio a cima; Eles são novos, eles não possuem uma legião de pessoas como amigos, como seguidores, ou mesmo possuem a experiência para traçar planos e estratégias. Então, não havia como do nada, eles montassem uma frente de combate contra o rei sanguinário. E com isso, eu entendo a importância desse livro para o resto da série.
Lucia, devo dizer que ela me pegou nesse livro, não há muitas cenas dela, mas o que temos é muito revelador, e preocupante por assim dizer, mas claro, depende para que lado você está torcendo. Quanto ao Magnus, ai ai ai, to na dúvida aqui, porque nesse livro temos muita contradição, ele não se mostra totalmente vilão, ele entende que para governar tem que ser duro e sem piedade, mas por dentro, não é tão sem coração como imagina. Algumas cenas, ele é uma coisa e em outras, age completamente diferente, vamos ver como vai se desenrolar.
Além desse tanto de pessoas e situações, temos a total inserção da parte mágica. Nesse livro, começa a se explicar as deusas, os guardiões e a Tétrade, além de inserir os personagens que faltavam para mesclar o enredo e incrementar a trama. E talvez teremos mais vilões chegando ai.
Estou louca para começar o terceiro livro, porque é nele que eu sinto que o bicho vai pegar. Mas geralmente, dou uma pausa para assentar as ideias antes de pular para a continuação.
Mais uma vez, Morgan Rhodes não deixa a desejar na continuação de A Queda dos Reinos. Com um enredo intrincado e uma narrativa instigante, A Primavera Rebelde
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